Redaçãode Redação

 9 de outubro de 2023

O programa da C&A que garante a destinação correta de peças usadas completou seis anos neste mês. Chamado de Movimento ReCiclo, a iniciativa celebra a data com o marco de 270 mil peças arrecadadas, o que equivale a 80 toneladas. Neste ano, foram recolhidas 57 mil itens até o momento.

O programa foi criado em 2017 e, atualmente, está presente em 206 lojas da C&A espalhadas pelo Brasil. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção (Abit) diz que, todos os anos, cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são descartadas de forma incorreta no lixo comum.

“O volume de descarte de peças usadas é enorme no país e trabalhamos cada vez mais nos processos de confecção, produção e no fim de uso para mudar essa realidade”, destaca Cyntia Kasai, gerente-executiva de ASG na C&A.

As peças que são depositadas nas urnas verdes do programa são encaminhados para três possíveis caminhos: upcycling (através da recuperação das fibras de tecido das peças descartadas), reciclagem ou doação.

C&A

 

Mais 10 mil peças foram reaproveitadas com o upcycling, quase 25 mil foram enviadas para reciclagem e mais de 37 mil peças que estavam em boas condições foram doadas para instituições que são parceiras do Instituto C&A.

Desde 2021, a varejista de moda também cria cápsulas de jeans circulares que vieram do reaproveitamento de peças coletadas das urnas e sobras de produção. A iniciativa rendeu o Prêmio destaque Eco Amcham 2022.

O Movimento ReCiclo é uma iniciativa estratégica consolidada da C&A e é implementada em todas as unidades. Além do descarte têxtil, as clientes também podem descartar frascos e embalagens vazias de cosméticos e eletrônicos, e os itens coletados são descartados por uma empresa parceira da C&A, que garante o descarte ambientalmente adequado.

Glauco Humai• Presidente da ABRASCE

Atualmente, temos 633 shoppings centers no Brasil com operações complexas para garantir um ambiente seguro para todos. Isso só é possível com a qualificação constante do setor e atualização sobre melhores práticas para atender os 443 milhões de brasileiros que frequentam os espaços mensalmente.

Essa é a proposta do Seminário de Segurança e Operações da Abrasce – Associação Brasileira de Shopping Centers. Durante dois dias, trocamos experiências e nos atualizamos sobre diferentes temas, desde o gerenciamento de grandes operações de segurança até técnicas na abordagem para salvar vidas e como agir em situações de risco; passamos por automação de processo de operações e o que fazer em emergências em que há déficits de segurança. Promovemos ainda um simulado de segurança para situações de alto risco.

Em conjunto, avançamos também em pautas que são prioritárias nos dias de hoje, como ESG, IA, proteção digital e LGPD, cibersegurança, liderança, saúde mental e acessibilidade. Sobre o último, por exemplo, falamos sobre a nossa parceria com o projeto Cordão de Girassol, que ajuda a identificar pessoas com deficiências ou condições não aparentes, mas que precisam de ajuda ou mais tempo nas lojas.

Hoje, celebro não só mais um evento realizado com sucesso, mas outra prova da competência e resiliência do setor de shopping centers. Celebro a oportunidade de aprender mais sobre a complexidade das operações de um dos espaços favoritos dos brasileiros.

Após um momento extremamente desafiador, voltamos a nos reunir e avançamos juntos em debates para crescimento e aprimoramento constantes. Estávamos saudosos desse evento tão importante, já que a última edição aconteceu há 4 anos, antes da pandemia.

AGENCIA BRASIL  13/10/2023

Entre os endividados, 86,2% do total tem contas a pagar com o cartão de crédito

A proporção de famílias endividadas no país permaneceu em 77,4% em setembro, mesmo resultado de agosto, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número representa o volume de endividados mais baixo desde junho de 2022. Para a entidade, o resultado indica uma tendência de estabilidade. O resultado mostra que se manteve estável nível de famílias que declararam ter dívidas a vencer. Apesar disso, a análise das faixas de renda indica aumento de 0,3 ponto percentual de endividados entre os consumidores de renda mais baixa entre as famílias que recebem até três salários mínimos na comparação a setembro de 2022. Segundo a CNC, o comportamento, indica “desafios persistentes nesse segmento”. A entidade destacou que essas famílias terão seus CPFs desnegativados a partir deste mês, por causa do programa Desenrola.

“O endividamento, por si só, não é sinônimo de problema financeiro, a não ser que esteja atrelado à inadimplência, que também está em alta na faixa de renda mais baixa, com 38,6% desses consumidores admitindo ter dívidas atrasadas”, diz a entidade. Segundo a CNC, o nível representa alta de 0,7 ponto percentual no mês. É o mesmo índice de setembro do ano passado e o nível mais alto desde novembro de 2022. A pesquisa mostrou ainda que 18,3% desses consumidores afirmam não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que a estabilidade geral no endividamento das famílias no país é importante para a construção de um cenário econômico favorável, mas é preocupante o aumento do índice nas faixas de renda mais baixa e ainda com a tendência de aumento da inadimplência dessas famílias. Para o presidente, os juros elevados do cartão de crédito permanecem como desafio nesta que é a principal modalidade de endividamento do brasileiro e imprescindível para o comércio e os serviços.

“Uma pesquisa inédita da CNC revelou que 90% do varejo tem suas receitas provenientes de compras parceladas sem juros no cartão de crédito, pelo menos parcialmente, o que evidencia também a inclusão das pessoas de renda média e baixa no mercado de consumo”, afirmou, em texto divulgado pela entidade. Tadros defendeu a necessidade de manutenção do parcelamento sem juros, “sem intervenção nas condições de mercado, além da racionalização da taxa de juros do rotativo”. Entre os endividados, 86,2% do total tem contas a pagar com o cartão de crédito, que ainda é a modalidade predominante. O percentual significa um aumento em relação a setembro de 2022, quando avançou 0,6 ponto percentual. A Peic revelou também que os juros do rotativo do cartão alcançaram níveis alarmantes, com a média de 445,7% ao ano. É a maior alta entre todas as modalidades de dívida.

Com Agência Brasil

Raquel Brandão Publicado em 4 de outubro de 2023 às, 08h00.  / EXAME

A Pernambucanas está trocando o comando. Depois de sete anos, Sérgio Borriello está deixando a presidência da varejista. Será substituído por Marcelo Labuto, um executivo com uma carreira de mais de 30 anos em bancos. Labuto foi CEO do Banco do Brasil, do BB Seguridade e, pelos últimos anos esteve à frente das operações de varejo do Santander. E essa experiência não é um mero detalhe.

Além do varejo, a empresa está apostando cada vez mais fichas na financeira, a Pefisa. O movimento vai na contramão do que tem feito, por exemplo, a Marisa, outra varejista com maior exposição às classes C e D e que recentemente transferiu sua carteira de crédito — que nos últimos anos vinham drenando recursos — para a Credsystem num acordo de 15 anos.

 

Na Pernambucanas, a Pefisa é a menina dos olhos. No primeiro semestre, a carteira de crédito da operadora financeira cresceu 15,5%, para R$ 3,8 bilhões, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O temor com a pandemia e, depois, o avanço da inadimplência das famílias com a esticada dos juros fizeram com que a Pernambucanas tirasse o pé das concessões em 2020 e 2021. Mas ao longo de 2022 e deste ano, a operação foi recuperando fôlego.

Borriello, da Pernambucanas, aposta em loja física e na volta a Pernambuco

É ela, aliás, que ajuda a entender o aumento na linha de empréstimos e financiamentos, que passou de R$ 706 milhões para algo na casa de R$ 2 bilhões ao fim de 2022. Para oferecer crédito, a companhia emite letras de câmbio e CDBs oferecidos pelas plataformas de investimento e essas emissões ganharam maior tração desde o ano passado.

Além do crédito oferecido aos clientes da Pernambucanas, seja por empréstimos ou cartões — cuja emissão cresceu 6% com 1,4 milhão de cartões novos no semestre –, a empresa tem crescido sua operação como prestadora de serviços financeiros para clientes de outras marcas.

É o caso, das parcerias com o Palmeiras e a marca de calçados Carmen Steffens. O Palmeiras Pay, lançado em janeiro de 2023, já possui uma base de mais de 350 mil clientes e o cartão Carmen Steffens, lançado em março de 2023, representa uma base de 38 mil clientes ativos. A carteira de parcerias fechou em R$ 230 milhões ao fim de junho.

A ideia da empresa é aumentar esse tipo de negócio, de acordo com uma pessoa próxima à operação ouvida pelo EXAME IN. Isso porque, embora as parcerias aumentem a necessidade de provisões para perdas, o resultado com crédito (receita menos perdas de crédito) cresceu 25% de janeiro a junho. A expectativa é de que duas a três novas parcerias sejam anunciadas entre o fim de 2023 e o começo de 2024.

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No varejo, look repaginado

Enquanto a operação financeira vai retomando o protagonismo, o varejo também foi se reajustando. Desde 2018, a empresa já havia parado de vender linha branca, como são chamados produtos como geladeira, fogão e máquina de lavar e vinha reduzindo sua presença física. A varejista criada em 1908 chegou a registrado algo em torno de 700 lojas, mas em 2019 não chegava a 400 pontos.

A Pernambucanas chegou a ensaiar uma ida à Bolsa em meados de 2020, mas precisou engavetar o plano – um movimento que ainda está no horizonte da administração da companhia, mas que saiu da lista de prioridades.

A empresa colocou, então, outra estratégia para rodar: aumentou a participação em vestuário, que já responde pela metade da receita. Itens de cama, mesa e banho respondem por 25% e celulares e eletroportáteis por outros 25%, e foi expandindo a presença física. Ao fim de seu ciclo na Pernambucanas, Borriello pode celebrar o fato de ter cumprido a meta de chegar a 500 lojas, como previu em abril de 2022.

No ano passado, a receita bruta do varejo e da financeira chegou a R$ 4,8 bilhões, um avanço de 17% e o lucro bruto cresceu 22%, para R$ 2,35 bilhões, mostrando que a operação já estava mais rentável. A missão de Labuto, agora, é conseguir entregar ao fim do ano ao menos um crescimento de 5%, apurou o EXAME IN.

Também é de seguir nessa toada ao longo de 2024, conseguindo, além disso, inaugurar mais lojas no Norte e Nordeste do país, onde a Pernambucanas ainda tem pouca presença.

Raquel Brandão

Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Redaçãode Redação

 28 de setembro de 2023

A Lojas Renner S.A. está fortalecendo seu time feminino em carreiras ligadas à tecnologia em toda a empresa, à medida que celebra os dois anos de sua comunidade interna de talentos tech. Atualmente, aproximadamente 30% dos profissionais de tecnologia na varejista são mulheres, o que representa o dobro da média nacional de 12,3% em cargos de tecnologia.

A empresa busca expandir a presença feminina em setores como TI, Dados, Digital e Ágil, alinhando-se à predominância de mulheres em seu quadro de colaboradores, que supera os 60%. A Lojas Renner S.A. também estabeleceu parceria com a PrograMaria, uma organização focada na formação, engajamento e conexão de mulheres na área de tecnologia, que já beneficiou mais de 40 mil pessoas.

“O compromisso com o protagonismo feminino faz parte da história da Lojas Renner. Somos um ecossistema de moda e lifestyle guiado pelo propósito de encantamento e feito por mulheres e para mulheres”, afirma a diretora de Gente e Sustentabilidade, Regina Durante.

Essa parceria inclui o apoio a programas e eventos da PrograMaria no Brasil, bem como ações internas da varejista voltadas para atrair e recrutar talentos femininos, incluindo a indicação de candidatas para vagas em diferentes setores. Além disso, a Lojas Renner S.A. patrocinou a jornada online PrograMaria Sprint Dados: Ampliando Fronteiras, na qual profissionais da empresa compartilharam conhecimentos com a comunidade.

Comunidade tech

A comunidade tech da Lojas Renner S.A. opera no ritmo 4.0, atuando nas áreas de TI, dados, ágil e digital, promovendo conexões entre equipes internas, profissionais externos e estudantes. Essa iniciativa visa impulsionar carreiras profissionais globais, por meio da atração de talentos e da criação de um ambiente inovador que melhora a experiência do cliente.

“Buscar ferramentas que contribuam para aumentar a representatividade feminina em segmentos tradicionalmente masculinos é parte do nosso objetivo de construir um ambiente corporativo plural e igualitário”, destaca Regina.

Outras ações

A parceria da empresa com a PrograMaria inclui iniciativas destinadas ao público feminino. Entre elas, destacam-se encontros mensais com colaboradoras de tecnologia para discussões sobre carreiras. Além disso, a empresa produz periodicamente uma série de podcasts disponíveis no Spotify, nos quais profissionais das áreas tech discutem inovação, seu impacto no varejo da moda e sua aplicação dentro da Lojas Renner S.A. Um dos episódios abordou o protagonismo feminino no segmento de tecnologia.

“Somos menos de 20% do mercado de tecnologia e as mulheres da área buscam trabalhar em empresas comprometidas com diversidade e inclusão, porque sabem que o dia a dia ainda é muito desafiador. Além de apresentar talentos, a parceria cria impacto positivo na jornada das mulheres”, declara Iana Chan, fundadora e CEO da PrograMaria.

A Lojas Renner S.A. também promove workshops, eventos, conteúdos e programas de desenvolvimento de carreiras específicos para mulheres e lideranças femininas. Essas iniciativas estão

Por  Letícia Lopes  / Ana Flávia Pilar  — Rio de Janeiro 28/09/2023 / o globo

Ainda faltam alguns dias ou meses para as principais datas do calendário do comércio — Dia das Crianças, Black Friday e Natal —, mas varejistas de diferentes segmentos já iniciaram o processo de contratação de temporários.

Com inflação mais controlada, início do ciclo de queda dos juros e alguma ajuda da taxa de câmbio nos últimos meses, as expectativas são otimistas para o fim do ano. Nas projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a criação de vagas temporárias deve alcançar o maior patamar em dez anos.

— O Natal sem dúvidas vai ser melhor do que o do ano passado, e isso vai se converter em vagas. Tudo leva a crer que vamos passar do patamar de 110 mil postos temporários abertos, o que é um patamar expressivo. Se olharmos a série histórica, o patamar mais alto foi em 2013, com 115 mil vagas abertas. Com os juros e a inflação menores, certamente teremos o maior contingente de trabalhadores temporários para o período dos últimos dez anos — avalia Fábio Bentes, economista sênior da CNC.

O mercado popular do Saara, no centro do Rio, é uma área comercial que tem o movimento intensificado no fim do ano — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

O setor ainda não conta com dados fechados de 2022, mas a expectativa à época era de criação de 109,4 mil vagas. Foi um ano atípico, de reabertura pós-pandemia. No auge da crise da Covid, o comércio tinha fechado muitos postos de trabalho. Na reabertura, além das vagas extras típicas de fim de ano, muitas empresas contrataram temporários até para repor posições efetivas que tinham sido suspensas na pandemia.

 

Caso as projeções para este ano se confirmem, o resultado significará expansão sobre uma base alta de comparação. A CNC espera alta de 4% sobre a projeção de 2022.

— Foi uma década com muitas crises para o varejo. Nos últimos anos, o Natal foi fraco ou teve quedas nas vendas e no trabalho temporário. Do ponto de vista do varejo, acredito que estamos diante de um ciclo mais positivo. Com vendas e empregos um pouco mais fortes — complementa Bentes, que espera que as contratações ganhem tração a partir da segunda quinzena de outubro.

Aposta nas vendas

Entre os analistas ainda não há consenso, embora existam sinais de otimismo. Projeções fechadas para o fim do ano costumam ser divulgadas após o Dia das Crianças, que funciona como um primeiro termômetro para o varejo. Mas os anúncios de contratações se multiplicaram nos últimos dias.

Para dar conta dos presentes dos pequenos no 12 de outubro, RiHappy e PBKids estão com inscrições abertas para 1,3 mil vagas para auxiliar de loja.

Vagas temporárias 2012-2022 — Foto: Editoria de Arte

Expectativa de carteira assinada

Na expectativa de conseguir assinar sua carteira de trabalho pela primeira vez, Joyce Santos, de 24 anos, se inscreveu no processo seletivo da varejista de brinquedos e foi contratada temporariamente como auxiliar de loja.

  • Microrreformas: 

— Tentei o temporário porque pensei que era o primeiro passo para a CLT. Se você não consegue ser CLT de primeira, como temporário já está dentro da loja. Eu quero ficar — diz Joyce, que agora trabalha no estoque.

Joyce Souza, temporária na rede de lojas de brinquedos RiHappy: expectativa de ter carteira assinada — Foto: Roberto Moreyra

Rodolpho Tobler, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), estima que o número de vagas abertas no fim de 2023 deve ser maior que no ano passado, mas ainda não deve repetir o patamar observado antes da pandemia. Isso porque atividades de venda de tecidos, calçados, vestuário e eletrodomésticos ainda operam abaixo do patamar de 2019.

Na Centauro, por exemplo, serão 2,3 mil vagas em lojas físicas e nos centros de distribuição. O patamar é similar ao número de postos abertos pela varejista de itens esportivos no ano passado, quando 2 mil temporários foram contratados. Josiane Lima, diretora de Talentos do Grupo SBF, atribui as novas oportunidades à demanda:

— Existe a sazonalidade do último trimestre, em especial pelo Natal. Além disso, os consumidores já adotaram a prática de aproveitar os preços reduzidos da Black Friday para adiantar os presentes de Natal, pagando menos.

Queda da inflação favorece contratações

Segundo Tobler, a melhora no mercado de trabalho se deve à inflação mais controlada e à redução na taxa básica de juros, mas também à manutenção de programas assistenciais do governo, que aumentaram o poder de compra da população.

— O mercado de trabalho está reagindo, mas a renda média segue baixa — pondera.

Na Americanas — que está em recuperação judicial após revelar rombo de R$ 20 bilhões em suas contas no início do ano —, foram abertos 1,2 mil postos em áreas logísticas dos centros de distribuição. E há ainda expectativa de novas oportunidades entre outubro e novembro para as lojas.

— Iniciamos o ano de 2023 com muitos desafios, mas seguimos resilientes e focados na recuperação e em acelerar a transformação da Americanas, marca reconhecida pelos brasileiros — diz o diretor de Gente da Americanas S.A., Leonardo Ferreira.

Quarto trimestre de oportunidades

Professor emérito do Instituto de Economia da UFRJ, João Saboia analisa que, apesar das recentes melhorias no desemprego — a taxa recuou para 7,9% em julho, menor patamar para o período desde 2014 —, a conversão das vagas temporárias em postos formais efetivos depende de diferentes fatores:

— Vamos ter uma boa geração de emprego para o último trimestre, mas não acredito que o percentual de conversão de postos temporários em permanentes será elevado. Vai depender das expectativas do varejo na virada do ano, depois dessas datas — afirma, citando crescimento do PIB e avanço da Reforma Tributária como fatores de peso no cenário.

João Saboia, professor emérito da UFRJ — Foto: Divulgação

Na capital fluminense, a expectativa do setor é que 12 mil vagas temporárias sejam abertas, segundo Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDLRio)e Sindilojas Rio, 2 mil a mais que em 2022.

Para quem tenta transformar a vaga temporária em efetiva, o analista de Comunicação e Marketing do Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (Isbet), Luã Queiroz Christo, recomenda mostrar compromisso, conhecer a empresa e estar disposto a aprender.

Aumento das vendas é 1,2% maior que em 2022, mas preços estão 7% mais caros

Publicado em 03/10/2023 10:30 • Por Luciana Neto – site cnc

Este ano, as vendas devem ter um aumento 1,2% maior que em 2022, mas preços estão 7% mais caros.

O setor varejista brasileiro está otimista na medida em que se aproxima o Dia das Crianças. A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que as vendas destinadas a essa data comemorativa deverão atingir R$ 8,4 bilhões. Caso essa projeção seja confirmada, representará um crescimento de 1,2% em relação a 2022. No ano passado, ainda sob os efeitos da inflação e dos juros elevados, o setor registrou movimentação financeira de R$ 8,3 bilhões. Com o avanço previsto para este ano, a tendência é que o volume financeiro supere o nível de vendas observado antes do início da pandemia.

“O Dia das Crianças ocupa a terceira posição no calendário de eventos mais relevantes para o varejo nacional em termos de volume de vendas, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães”, reforça o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Tadros ressalta que o Dia das Crianças deste ano promete ser um impulsionador significativo para o varejo brasileiro. “Os consumidores podem aproveitar preços mais estáveis para adquirir presentes, enquanto o setor varejista continua sua trajetória de recuperação econômica após os desafios impostos pela pandemia”, analisa o presidente da Confederação.

Preços aumentam menos que em 2022

A expectativa da CNC é que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados à data fique 7% mais caro que no Dia das Crianças de 2022. Isso representa uma desaceleração em relação ao aumento de 9,9% registrados no ano anterior em relação a 2021. Terão alta nos preços itens como sapatos infantis (12,4%), livros (10,3%) e tênis (9%). Por outro lado, os videogames estão 8,5% mais baratos.

Comparado ao mesmo período do ano passado, observa-se uma redução significativa na taxa de inflação, com o IPCA registrando apenas 4,61% de aumento em relação aos 8,73% do ano anterior. “Isso significa que os consumidores podem adquirir presentes para as crianças sem sentir um impacto tão expressivo em seus orçamentos”, afirma o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

No entanto, Bentes destaca que as condições do mercado de crédito ainda não estão totalmente favoráveis. Apesar do Banco Central ter iniciado um processo de flexibilização da política monetária, a taxa média de juros das operações livres destinadas às pessoas físicas ainda permanece acima do patamar registrado no ano anterior, chegando a 57,71% ao ano, como ressalta o economista.

Roupas e calçados para a criançada

Quanto às categorias de produtos, o segmento de vestuário e calçados responde por 33% do volume projetado, o equivalente a R$ 2,8 bilhões. Já o setor de eletroeletrônicos e brinquedos representa 25% (R$ 2,1 bilhões). As perfumarias e farmácias devem registrar o maior crescimento em relação ao ano anterior, com um avanço de 2,8% e um volume esperado de R$ 1,4 bilhões de vendas.

Em termos regionais, São Paulo (R$ 2,7 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 840 milhões), Minas Gerais (R$ 838 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 675 milhões) devem contribuir com aproximadamente 60% do total movimentado com o Dia das Crianças. Entretanto, o maior crescimento regional em relação à data de 2022 é esperado no Ceará, com uma taxa de 7,7%.

Publicado em 15/09/2023 16:29 • Atualizado em 15/09/2023 16:29

 Por Luciana Neto  site cnc

A consolidação do recuo da inflação e da taxa de câmbio, além dos sinais positivos do mercado de trabalho, leva a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a revisar a perspectiva de aumento das vendas no varejo de 1,8% para 2% neste ano. O volume de vendas no comércio varejista brasileiro voltou a avançar em julho (com crescimento de 0,7%, depois da alta de 0,1% do mês anterior), de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje, 15 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, houve crescimento de 1,5%, na comparação com o mesmo período de 2022, graças ao bom desempenho dos segmentos especializados na comercialização de bens essenciais, como hiper e supermercados (com alta de 2,7%); farmácias, drogarias e perfumarias (3%); e combustíveis e lubrificantes (11,3%). Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a expectativa positiva da Confederação também vem dos efeitos dos juros mais baixos sobre as condições de consumo. “Um ambiente mais propício ao consumo deve se fortalecer a partir da segunda metade deste ano. Aliada a isso, a aceleração do ritmo de atividade econômica, maior do que o esperado no segundo trimestre, compõe o cenário positivo para o varejo”, aponta Tadros.

Em relação ao primeiro semestre de 2020, considerada a fase mais aguda da perda de atividade econômica por conta da pandemia, as vendas no varejo cresceram 4,2%, apresentando uma tendência suave de recuperação. A retomada do nível de atividade do comércio também se evidencia na recuperação do ritmo das vendas no setor, na comparação com o mesmo mês de 2022 (aumento de 2,4%).

Produtos essenciais impulsionam o setor

O aumento das vendas de produtos essenciais deriva da desaceleração dos preços e da menor dependência que, historicamente, esses segmentos têm em relação às condições de crédito. Especialmente no caso dos combustíveis, os preços médios ao consumidor registraram variação significativamente descolada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos 12 meses encerrados em julho. Enquanto houve queda de 10,66% nos combustíveis, a inflação subiu 3,99%. “A transmissão dos efeitos da política monetária sobre a inflação ocorreu de forma acelerada, na medida em que o índice de referência de preços no Brasil cedeu para menos de 4% no acumulado de 12 meses, o que tornou evidente o peso que o aperto monetário vinha produzindo sobre o varejo brasileiro durante o primeiro semestre do ano”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.

Crédito caro e seleto ainda freia alguns segmentos

Em 12 meses, as atividades mais dependentes do crédito registraram variações negativas, como os artigos de uso pessoal e doméstico, que tiveram queda de 11,1% nas vendas; tecidos, vestuário e calçados, com redução de 9,6%; e móveis e eletrodomésticos, com redução de 0,3%. Contribuiu também o alto grau de comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas, que era de 29,7% em julho deste ano, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela CNC.

18/09/2023 ag Brasil

A expectativa do mercado é que a taxa básica seja reduzida para 12,75% ao ano na próxima quarta-feira

Pela quarta semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu, passando de 2,64% para 2,89%. A estimativa está no boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos. Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%. O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No semestre, a alta acumulada foi de 3,7%.

A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – teve queda de 4,93% para 4,86%. A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último relatório de inflação a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%.

Em agosto, influenciado pelo aumento do custo da energia elétrica, o IPCA foi de 0,23%, segundo o IBGE. O índice é superior ao registrado em agosto do ano passado, quando havia sido observada deflação (queda de preços) de 0,36%. O IPCA acumula taxa de 3,23% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,61%. Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Copom iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic.

A última vez em que o Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. Nesta terça (19) e quarta-feira (20), ocorre a sexta reunião do ano do Copom para a definição da Selic. A expectativa do mercado é que a taxa básica seja reduzida para 12,75% ao ano. Na ata do último encontro, os membros do colegiado já previam cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões. Segundo o documento, o órgão avalia que esse será o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista [juros que desestimulam a economia] necessária para controlar a inflação. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Da redação, com agências Exame 20.9.23

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta quarta-feira, 20, que não há previsão de revisão da alíquota zero do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50 de empresas aderirem ao programa Remessa Conforme. Durigan participou de evento sobre a tributação de comércio eletrônico promovido pelo IDP.

Hoje, a alíquota é de 60%, mas a taxa é zerada para compras de até US$ 50 em plataformas que foram habilitadas no programa da Receita Federal. O número dois de Haddad disse que considera injusta a repercussão em redes de que está havendo taxação em compras internacionais e frisou que o programa Remessa Conforme convida empresas a aderirem e zera a alíquota federal. Em contrapartida, há cobrança uniforme de 17% de alíquota do ICMS, tributo estadual.

“Só vamos fazer a revisão dessa alíquota zero quando dialogarmos com empresas, varejo e verificarmos que há falta de isonomia tributária. O Ministério da Fazenda quer que haja concorrência”, afirmou o secretário-executivo.

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Shein vai pagar ICMS para compras até US$ 50: o que muda para o cliente?

Amazon e Shopee pedem aval do governo para isenção de imposto em compras online de até US$ 50

Durigan afirmou que a sensação de aumento de alíquota reflete a ampliação da fiscalização da Receita Federal. Na visão do secretário, a alíquota de importação de 60% nas transações internacionais realizadas entre pessoa jurídica e pessoa física nunca teve uma fiscalização satisfatória e os estados não tinham adesão e coerência para fiscalizar e tributar o ICMS. O Remessa Conforme mudou esse cenário e quem não adere ao sistema é tratado na forma da lei.

“A importância de discutir a remessa até US$ 50 é porque quase 100% das nossas entradas são dessas remessas de baixo custo. Evidentemente toda a pressão popular que existe, o debate que existe com as empresas, e-commerce e varejo está focado nas remessas até US$ 50. Recebemos pouca demanda de remessas acima de US$ 50. O Remessa Conforme ataca a principal questão, que é de compras até US$ 50. Podemos fazer isso como próximo passo, de endereçar a discussão para remessas acima de US$ 50”, disse Durigan.

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Shein zera a cobrança do ICMS

O presidente da Shein na América Latina, Marcelo Claure, revelou na terça-feira, 19, em entrevista exclusiva à EXAME, que a varejista chinesa vai isentar de seus clientes a taxa do ICMS em compras de até US$ 50. O anúncio ocorre após a empresa aderir ao Remessa Conforme, da Receita Federal.

Hoje, as empresas participantes do Remessa Conforme têm isenção do imposto de importação, mas cobrança de 17% de ICMS sobre as compras. A decisão da empresa chinesa em subsidiar o imposto estadual, segundo Claure, pretende manter o poder de compra dos clientes.