13 de setembro de 2023, 8h49

Por Tiago Angelo conjur

 

Advogados trabalhistas consultados pela revista eletrônica Consultor Jurídico sustentam que a decisão do Supremo Tribunal Federal que validou a cobrança da contribuição assistencial imposta por acordo ou convenção coletiva aos trabalhadores, desde que lhes seja garantido o direito de oposição, valoriza as negociações coletivas.

STF validou contribuição imposta a empregados não sindicalizados, desde que garantido o direito de oposição
STF

A contribuição assistencial é destinada ao custeio de atividades envolvendo negociações coletivas do sindicato, como tratativas por reajuste salarial e extensão de benefícios. Com a decisão do Supremo, a cobrança pode ser exigida de todos os trabalhadores, mesmo dos não sindicalizados, desde que aprovada em acordos ou convenções coletivas firmados entre sindicatos de trabalhadores e patrões. 

A cobrança é feita por meio de desconto na folha. O pagamento, no entanto, não é obrigatório: o trabalhador poderá manifestar oposição caso não queira contribuir. O valor e a periodicidade da contribuição serão estabelecidos nos acordos ou convenções coletivos. 

Segundo Pedro Maciel, sócio do escritório Advocacia Maciel, a decisão do Supremo valoriza a negociação coletiva, os sindicatos e torna os acordos mais eficazes.

“Se o Supremo Tribunal Federal decidisse que apenas os sindicalizados teriam direito aos benefícios estipulados nos acordos coletivos, isso criaria um problema. Teríamos situações em que trabalhadores na mesma empresa, desempenhando as mesmas funções, com a mesma experiência e localização, receberiam salários diferentes e benefícios distintos”, explica o especialista. 

“A decisão busca promover a valorização da negociação coletiva, preservando sua eficácia. Caso contrário, não haveria incentivo para que os trabalhadores contribuíssem para o sindicato, uma vez que todos receberiam os mesmos benefícios independentemente de sua contribuição”, prossegue ele.

Para o professor Ricardo Calcini, colunista da ConJur e sócio do Calcini Advogados, não é possível dizer que a decisão do Supremo ressuscita o imposto sindical. 

“A contribuição assistencial, além de não ter a rejeição do imposto sindical, é vinculada a uma atuação sindical em prol da conquista de novos direitos à categoria pela formalização dos instrumentos coletivos de trabalho, enquanto o imposto não estava atrelado a nenhuma finalidade que não fosse socorrer os próprios sindicatos.” 

Calcini também destaca que o Supremo, para manter a coerência com a jurisprudência construída pela corte nos últimos anos, permitiu o direito de oposição ao pagamento. De acordo com ele, no entanto, não está claro se essa oposição será feita de modo individual ou coletivo. 

Fim da assimetria
De acordo com Tainã Góis, doutoranda em Direito do Trabalho pela USP, a decisão do Supremo abranda uma assimetria criada pela reforma trabalhista de 2017. À época, explica ela, parte dos sindicatos pleiteava uma estrutura menos burocrática e a manutenção de contribuições que garantissem o funcionamento da estrutura sindical.

Com a reforma, afirma Góis, foi mantida a estrutura burocrática, ao mesmo tempo em que o poder dos sindicatos foi esvaziado com o fim das contribuições obrigatórias. 

“Em vez de combater o modelo burocrático, a reforma acabou com o imposto ao mesmo tempo que manteve todas as restrições envolvendo a atividade sindical. Com isso, os sindicatos perderam um grande poder de barganha e de garantir direitos.” 

Com a decisão do Supremo, prossegue a especialista, a estrutura sindical pode ser fortalecida. “Com a contribuição, os sindicatos têm mais condições de buscar melhores condições de trabalho. Não se trata do retorno do imposto obrigatório, mas da recomposição de um modelo que estava juntando o pior dos dois mundos. É uma anomalia um sindicato com a limitação de categorias e base territorial e, ao mesmo tempo, sem contribuição obrigatória.”

Camilo Onoda Caldas, sócio do Gomes, Almeida e Caldas Advocacia, ressalta que a decisão do Supremo não cria um pagamento obrigatório, mas inverte o modo em que se dá a oposição do trabalhador à cobrança. 

“Trata-se da contribuição assistencial, em relação à qual havia o entendimento de que somente poderia haver cobrança se os trabalhadores da categoria autorizassem expressamente a cobrança. Agora, o posicionamento do STF inverteu-se e a regra será autorizar a cobrança, a menos que o empregado manifeste expressamente a oposição.” 

Para ele, não se trata da volta do imposto sindical, já que nessa modalidade o trabalhador não podia fazer nenhum tipo de oposição. “Esse julgamento deve aumentar significativamente a arrecadação dos sindicatos e a capacidade de ação deles, uma vez que sofreram fortes impactos com as mudanças advindas em 2017.”

Por sua vez, Karolen Gualda Beber também defende não ser possível falar em volta do imposto sindical, dada a natureza da contribuição assistencial e a possibilidade de oposição. 

“Mudando o entendimento anterior sobre o mesmo tema, agora os ministros entenderam que é válida a obrigação do recolhimento da cobrança. Já o trabalhador, caso não queira pagar, terá de fazer a oposição à tal cobrança. O entendimento foi no sentido de que os benefícios obtidos em uma negociação coletiva se estendem a todos os empregados de uma categoria, independentemente de serem ou não filiados.”

Para Antonio Pereira Neto, sócio da área trabalhista do escritório Terciotti, Andrade, Gomes, Donato Advogados, não houve restrição à liberdade dos trabalhadores com a decisão do Supremo. “No meu entender, o novo posicionamento não fere a liberdade individual, na medida em que a cobrança é autorizada mas o empregado passa a deter a faculdade de se opor ao pagamento. Há inversão da regra. Se antes precisava da autorização para cobrança (artigo 578 da CLT), agora o empregado passa a ter a faculdade de se opor à dita cobrança.”

Tiago Angelo é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.

Revista Consultor Jurídico, 13 de setembro de 2023, 8h49

Ulisses Silva

Apaixonado por shoppings e varejo, é superintendente de operações na NIAD e coordenador estadual da Abrasce.

Me chamou a atenção também o fato de que 35% dos respondentes possuem algum aplicativo de shopping no celular. Isso mostra que esses aplicativos são, definitivamente, um meio efetivo que temos de comunicação com os consumidores e que vai crescer cada vez mais.

Para nós, que atuamos no setor, essa pesquisa aé um documento com dados importantíssimos. Na reportagem abaixo há mais alguns insights, mas quem quiser conferir na íntegra, a pesquisa “O comportamento dos Frequentadores de Shopping Centers”, está disponível em formato pocket, gratuitamente, no APP da Abrasce.

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Pesquisa da Abrasce mapeia novo comportamento dos frequentadores de shopping centers

br.fashionnetwork.com • 3 min de leitura

Redação O Antagonista 07/09/23 07:47

Cerca de 6,55 milhões de empresas estavam inadimplentes no Brasil em julho, aponta levantamento do Serasa Experian divulgado nesta quinta-feira (7).

O estudo foi divulgado pela Globo News.

Esse é o maior número na série histórica desde 2016. O número era 6,53 milhões em janeiro deste ano e 6,18 milhões em julho do ano passado.

O setor de serviços representa 54,2% dos inadimplentes. Em seguida, vem comércio, 36,9%, e indústria, 7,6%.

Publicado em 05/09/2023 10:30 • Atualizado em 05/09/2023 11:38

 Por Hellen Duarte site CNC

Em agosto, a economia brasileira testemunhou um cenário de endividamento em declínio, mas, ao mesmo tempo, um aumento dos níveis de inadimplência. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias endividadas no País apresentou sua segunda queda desde novembro de 2022, atingindo 77,4% das famílias em agosto, o menor nível desde junho de 2022.

Por outro lado, a inadimplência preocupa, com 12,7% da população afirmando não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, um recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010. “A queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor suas dívidas e ajustar seus orçamentos”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “No entanto, a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos à melhoria da situação financeira dos brasileiros”, completa.

A CNC estima que a proporção de consumidores endividados continuará a diminuir nos próximos meses, chegando a cerca de 77% em setembro. No entanto, a previsão é que o endividamento volte a crescer na reta final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias no País.

Endividamento cai, inadimplência sobe

A Peic de agosto aponta que o percentual de famílias endividadas registrou uma queda de 0,7 ponto percentual, o menor nível desde junho do ano passado. Essa redução se soma a uma diminuição de 1,6 ponto percentual, no acumulado do ano. Além disso, entre os endividados, o número de pessoas que se consideram “muito endividadas” também diminuiu, alcançando seu ponto mais baixo desde abril de 2022.

Por outro lado, a situação da inadimplência no País é motivo de preocupação. A pesquisa revela que o volume de consumidores com dívidas atrasadas atingiu a maior proporção desde novembro de 2022, com 30% das pessoas enfrentando algum compromisso financeiro em atraso. Para completar o cenário, o dado ainda mais alarmante é que 12,7% dos consumidores afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, marcando o ponto mais alto da série histórica.

“O aumento da inadimplência acende um sinal de alerta para a economia brasileira como um todo”, aponta a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira. Segundo ela, a inflação em queda e o aumento do emprego formal têm contribuído para melhorar os orçamentos domésticos, reduzindo a necessidade de as pessoas recorrerem ao crédito, mas as altas taxas de juros e o aumento do número de dívidas a vencer continuam a desafiar as famílias brasileiras.

Os dados da Peic também destacam que o endividamento está em declínio tanto no mês quanto no ano entre os consumidores de diferentes faixas de renda, com destaque para a queda mais significativa entre aqueles com renda média (de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos). No entanto, a inadimplência cresceu em todas as faixas de renda nas comparações mensal e anual.

Em relação a agosto de 2022, a alta da proporção de consumidores com dívidas atrasadas foi mais expressiva entre as pessoas com 3 a 5 salários de renda (aumento de 1,6 p.p.). Entre os que afirmaram não ter condições de quitar dívidas já atrasadas e que, portanto, permanecerão inadimplentes, o crescimento anual foi maior na faixa de renda até 3 salários mínimos (crescimento de 2,1 p.p.). Nessa faixa, 17,5% indicaram, em agosto, que não conseguirão pagar as dívidas.

Queda das dívidas no cartão

Quanto às modalidades de dívida, a pesquisa aponta uma redução do número de endividados no cartão de crédito em agosto, com 85,5% dos endividados, ante os 85,9% de julho. Essa é a segunda queda consecutiva, colocando o indicador no menor nível desde agosto do ano passado. Foi também a mais expressiva entre as modalidades de dívida. Também é possível observar uma leve redução, de 0,1 ponto percentual, do volume de endividados no cheque especial (que ficou em 4,1%) e no crédito consignado (5,1%).

11/09/2023 às 21:50

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Estado, que normalmente ficava na primeira posição no ranking nacional de endividados, ocupa a segunda posição por três meses consecutivos

O número de paranaenses endividados baixou em agosto segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Enquanto em julho 95,1% das famílias do estado possuíam algum tipo de dívida, em agosto esse percentual caiu para 94,6%, colocando o Paraná, pelo 3º mês consecutivo, no 2º lugar do ranking nacional de endividados. Normalmente o estado ficava na primeira posição, posto agora ocupado pelo estado do Rio Grande do Sul.

A média nacional de endividados ficou em 77,4% em agosto, com redução de 0,7 pontos percentuais (p.p.) em relação a julho.

A parcela de famílias com contas em atraso se manteve estável no Paraná e registrou 18,1%. O estado ocupa o 24º lugar do ranking nacional de inadimplentes, demonstrando que os endividados paranaenses têm conseguido quitar seus débitos, ainda que o número de famílias sem condições de pagar suas dívidas tenha sofrido ligeiro acréscimo, passando de 5% em julho para 5,7% em agosto. Neste aspecto, o Paraná se encontra na 21ª posição entre os estados com famílias que não terão condições de pagar suas contas em atraso.

Segmentação por renda

Após quatro meses de crescimento, o endividamento voltou a cair, puxado pelas famílias com renda superior a dez salários mínimos, geralmente as mais endividadas. Nesta faixa de renda, o indicador baixou de 97,6% em julho para 95,8% em agosto.

Entre as famílias com renda até dez salários mínimos o endividamento caiu de 94,5% para 94,3% na variação mensal.

Tipo de dívida

O principal motivo para endividamento foi o cartão de crédito, com 86,7%, mesmo patamar registrado em julho. As dívidas para a compra de veículo aumentaram de julho para agosto, passando de 5,9% para 7,1%. Já o financiamento imobiliário correspondeu a 5% das dívidas em agosto, percentual semelhante a julho, quando concentrava 5,3% dos débitos dos paranaenses.

Tempo comprometido com dívidas

O tempo de comprometimento com dívidas é em média de 6,4 meses, sendo que metade dos paranaenses compromete o orçamento por até três meses.

Já no cenário nacional, o tempo comprometido com dívidas é maior, em torno de sete meses, e somente 25,8% dos brasileiros envolvem o orçamento familiar a curto prazo, por até três meses.

Tempo de atraso

No Paraná, o atraso no pagamento das dívidas gira em torno de 65 dias, sendo que nas famílias de menor renda o tempo de inadimplência é um pouco maior, de 68 dias em média, mas na maior parte dos casos (54,6%) esse atraso supera os 90 dias.

Entre as famílias com rendimentos acima de dez salários mínimos o atraso nos pagamentos está na média de 49 dias, e 45% delas atrasa o pagamento das contas somente por até 30 dias.

com informações da FecomércioPR e Silvia Bocchese de Lima
Veja os gráficos no link: fecomerciopr.com.br

Redação

 4 de setembro de 2023

Realizado anualmente, o ranking Ibevar-FIA 2023 revela as empresas do varejo brasileiro com maior faturamento. Além disso, também avalia e reconhece os principais players do varejo brasileiro em diversas categorias e segmentos. Ao todo, foram 120 empresas listadas para participar do ranking.

A Centauro (Moda e Esporte) lidera a lista dos mais admirados por consumidores e colaboradores deste ano. O ranking é seguido por Kipling (Bolsas e Malas), Oxxo (Conveniência), Havan (Departamentos), Magazine Luiza (Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Móveis), Leroy Merlin (Material de Construção) e Pets (Petlove).

Foi utilizada tecnologia de Inteligência Artificial Natural Language Processing para analisar milhões de manifestações espontâneas, em textos e vídeos, nas redes sociais para chegar ao resultado. São levados em consideração 31 subsegmentos do varejo, com a revelação das mais admiradas em cada um deles.

O estudo também indica as empresas que mais cresceram no período de 2021 a 2022 nos diversos setores, levando em consideração balanços e relatórios publicados pelas varejistas. Entre os destaques estão Giassi & Cia (Supermercados), com crescimento de 62%, Lojas CEM em (Eletroeletrônicos e Móveis), com aumento de 14%, Grupo Inditex (Moda e Esporte), com mais de 200% de alta nos negócios, O Boticário (Drogarias e Perfumarias), que registrou 30% de crescimento, e a Cacau Show (Franquias), registrando aumento de 93%.

O ranking Ibevar – FIA Business School 2023 analisa 120 empresas do varejo nacional, que representam quase 30% do consumo de bens no país, desconsiderando veículos. De acordo com o levantamento, que teve como base o balanço divulgado pelas empresas, além de publicações especializadas sobre o segmento, as três maiores varejistas do Brasil são Carrefour, R$108 bi, Assaí, quase R$60 bi, e Magazine Luíza, com mais de R$45 bi.

Na avaliação do retorno sobre o capital investido, a empresa com o melhor índice é a Track & Field, que chegou a 19,6% de retorno.

“Aportamos recursos analíticos sofisticados para identificação e análise das posições. Com isso, são evidenciadas surpresas, como por exemplo, pequenas empresas varejistas muito bem avaliadas pelo público consumidor” afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School.

13 de setembro de 2023  Mercado & Consumo

As empresas que investem em programas de fidelização contínuos e estruturados têm seis vezes mais interações (transacionais e relacionais) com os seus consumidores. A informação é do Panorama de Fidelização no Brasil 2023, produzido pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), em parceria com a Tudo Sobre Incentivos (TSI).

Divulgado durante 6º Fórum Brasileiro de Fidelização, o estudo apontou que 80,9% dos entrevistados participam de programas de fidelidade, e 53,6% deles fazem parte de até três programas.

Entre as dez características de ações de fidelização que mais causam sensações positivas surgem, em empate técnico nos três primeiros lugares: obter cashback (33%), obter cupons de desconto (31,5%) e somar pontos (31,4%).

Compartilhamento de valores e ESG

A racionalidade econômica anda lado a lado com o fator emocional: 83,2% dos respondentes concordam (totalmente ou em parte) que “os programas de fidelidade dos quais sou membro melhoraram a minha experiência e jornada de compra com a marca”.

Além disso, para 82,7% dos entrevistados, o reconhecimento (receber um obrigado, badges ou tratamento diferenciado) é um item importante na relação marca-consumidor.

Além de fatores como qualidade e preço, comodidade e experiência, e ações de Loyalty, o levantamento deste ano também mostrou o anseio dos consumidores por elementos ligados ao compartilhamento de valores, como ESG (Environmental, Social and Governance), e a recompensas aspiracionais, como realização de sonhos (viagens) e crescimento pessoal (cursos).

O levantamento traz dados atualizados sobre o impacto dos programas de fidelidade e de outras iniciativas de fidelização sobre o engajamento de públicos do ponto de vista do consumo e do relacionamento marca-cliente.

ESTÚDIO JOTA   16/08/2023

Na esteira das declarações dadas pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (15/8), reforçando que o governo busca com os bancos alternativas para diminuir os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito, entidades que defendem os interesses dos setores do comércio e de serviços se manifestaram pelo real engajamento em torno da manutenção do parcelamento de compras sem juros nessa modalidade.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por exemplo, é contrária ao fim do parcelamento sem juros. De acordo com a Entidade – que lidera empresas do comércio, serviços e turismo no estado de São Paulo –, a medida não serve como antídoto para o problema e pode prejudicar milhares de negócios, em especial os micro e pequenos. A Federação listou uma série de propostas e, entre elas, sugere um teto para o rotativo, a exemplo do que já ocorre com o cheque especial.

A preocupação da FecomercioSP é que o limite, ou o impedimento, da utilização do parcelamento sem juros cause reverberações adversas na economia. O crédito, aliado ao emprego e à renda, é um dos pilares essenciais na determinação dos padrões de consumo da população.

A Entidade ainda lembra que o instrumento desempenha papel imprescindível no desempenho econômico do varejo nacional, atuando como um propulsor das inclusões financeira e social. Além disso, a medida poderia comprometer, ao invés de melhorar, a saúde financeira dos consumidores, exacerbando a inadimplência.

O presidente do BC disse que é “preciso achar um equilíbrio”, referindo-se ao rotativo, discorrendo sobre a possibilidade de os bancos retirarem cartões de circulação caso haja limitação de juros nessa modalidade. “Por outro lado, a função do parcelado sem juros é muito importante para a economia e consumo”, pontuou durante almoço promovido pela Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo (FPE) e representantes do Instituto Unidos Brasil (IUB), em Brasília.

Para a FecomercioSP, a ideia pode ficar apenas no discurso e foi ostentada apenas para acalmar os ânimos do mercado. E é nessa busca de soluções compensatórias que se instala o risco de aleijar o parcelado sem juros, quando concretamente esta modalidade não é a maior responsável pela inadimplência.

Alavanca

Para o comércio, esse mecanismo não só funciona como uma alavanca do valor médio das transações como também aprimora, significativamente, a administração do estoque, já que ao oferecer a possibilidade de parcelamento, os consumidores podem adquirir outros produtos. Além disso, é importante reconhecer que o rotativo no cartão e o parcelamento sem juros são instrumentos diferentes.

No primeiro caso, os juros incidem sobre o valor da fatura quando o consumidor não paga dentro do prazo. Já no segundo, um acordo é firmado entre consumidor, lojista e administradoras de cartões para viabilizar as vendas do varejo. A mistura dos conceitos, alerta a FecomercioSP, pode gerar grandes problemas à economia caso o fato não seja levado em conta nas propostas.

Segundo a Federação, a concepção de que os exorbitantes juros do rotativo se devem ao parcelamento sem juros carece de precisão analítica. O dilema reside, pelo contrário, nas taxas astronômicas associadas ao instrumento. Essa análise se torna ainda mais evidente quando se nota a envergadura financeira que o mercado emissor de cartões de crédito representa.

Um levantamento realizado pelo banco J.P. Morgan revela que o universo dos cartões de crédito é intrinsecamente lucrativo, e os juros rotativos não desempenham papel primordial para equilibrar os custos inerentes ao parcelamento — modalidade essa que, por sinal, configura-se como um manancial de rentabilidade para os bancos.

Em 2022, o segmento emissor de cartões de crédito mobilizou impressionantes R$ 85 bilhões. Desse volume financeiro, a Tarifa de Intercâmbio (TIC) correspondeu a R$ 23,7 bilhões (representando 28%), enquanto o rotativo abarcou R$ 26,9 bilhões (equivalente a 32%) e o parcelamento onerado com juros atingiu R$ 22,3 bilhões (ou 26% do total).

Além disso, os emissores colhem benefícios advindos de outras tarifas, como as anuidades pagas pelos portadores dos cartões. Dessa forma, conclui a Entidade, é evidente que há margem para que as instituições financeiras procedam com a redução das taxas de juros no rotativo. Para enfrentar esse desafio, a FecomercioSP propõe:

  • estabelecer limites para empréstimos de acordo com a faixa de renda do consumidor;
  • promover a competição no mercado de crédito: diminuir barreiras para encorajar novos agentes a entrar no mercado;
  • fortalecer a segurança jurídica: tornar o processo de empréstimo mais transparente e ágil;
  • adotar iniciativas de educação financeira/uso consciente do crédito: conscientizar acerca dos riscos envolvidos e disponibilizar informações com linguagem acessível aos usuários — medida reconhecida como eficaz pelo próprio Banco Central.

ESTÚDIO JOTA – Brasília

 de Roberto Wajnsztok 22 de agosto de 2023  Mercado & Consumo

 

Segundo o último Webshoppers, relatório da NIQ Ebit, lançado esse mês, tivemos entre janeiro e maio de 2023 a pior série histórica de quedas de faturamento e pedidos no e-commerce brasileiro até hoje, em junho foi a menor queda do ano: – 2,1%. Será que o pior já passou? Será um ano negativo e oscilante? Será que vamos retrair ainda mais no segundo semestre?

Para entendermos melhor, precisamos nos aprofundar em alguns destaques:

  • O pior mês foi março; daí para a frente as quedas foram diminuindo sensivelmente;
  • O número de online shoppers continua crescendo; atingimos 53 milhões no primeiro semestre 2023, 6% a mais que 2022;
  • Os pure digital players e os fabricantes cresceram em participação, e os brick & click perderam bastante;
  • Sudeste, apesar de também em queda, obteve os melhores resultados entre as regiões;
  • Perfumaria e Cosméticos foi a única categoria a manter crescimento: + 6,5%;
  • Telefonia sofreu a maior queda: – 43%;
  • Nos supermercados online, a única categoria que cresceu foi Higiene, Beleza e Limpeza;
  • O uso de aplicativos para compras continua aumentando, principalmente para compras de mercado e farmácia.

Ser otimista no atual contexto do varejo brasileiro chega a ser uma decisão corajosa, pois as notícias não têm melhorado. Mas existem fatores suficientes para concluirmos que de fato o pior já passou. Longe de ser uma conclusão que fecharemos no ano positivos. A queda será bem menor que os 7,3% desse primeiro semestre de 2023. Mais importante que concluir o tamanho da queda, você, leitor, deve estar querendo saber o que vai acontecer com a(s) categoria(s) e o(s) mercado(s) em que você está inserido.

O ano promete ser bom para a tríade Higiene, Beleza, Limpeza, seja para quem só trabalha com elas, seja para quem trabalha com outras categorias, mas decidir focar mais nelas. Ano também positivo para as vendas dos marketplaces, no site ou no aplicativo. O custo do frete continua sendo um grande desafio, pois as necessidades de cortes de custos dos varejistas acabaram fazendo com que a maioria priorizasse manter frete grátis só para Sudeste, diminuindo ou até cortando o benefício nas demais regiões. Se quer bancar frete grátis, que seja o mais próximo do seu centro de distribuição, para diminuir o risco. Outro ponto: chegou a hora e a vez de os fabricantes enfim irem direto ao consumidor, com parceiros de full commerce, com marketplaces ou sozinhos. O momento nunca esteve tão favorável. A dependência do varejo nunca esteve tão baixa, e o consumidor nunca esteve tão disposto a comprar direto de quem fabrica o produto.

Resumindo, de fato há contextos bem desafiadores no e-commerce. Se você pode mover seu negócio para cenários mais favoráveis, como os apresentados acima, excelente. Se não, no médio prazo reveja custos e investimentos e otimize ao máximo sua operação, pois os tempos ainda serão densos para você e seu negócio. E não esqueça do principal: continue buscando evolução do seu negócio, pois quem estiver melhor preparado, menos será impactado. Além disso, ficar no “lugar comum” tornará você dependente de mídia ou descontos para vender, e isso é insustentável.

Roberto Wajnsztok é sócio-diretor da Gouvêa Consulting.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

REDAÇÃO 23/08/2023

A  CNC pontua que, ao longo do ano, todos os indicadores da pesquisa vêm demonstrando tendência de recuperação

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aumentou 1,4% no mês de agosto, considerados os efeitos sazonais, e atingiu o maior patamar desde abril de 2015, quando havia alcançado 102,9 pontos. Os resultados apontam um crescimento consistente da intenção de consumo desde janeiro de 2022, quando o índice voltou aos níveis anteriores à pandemia de Covid-19, de 99,3 pontos. Seis dos sete indicadores analisados registraram crescimento no mês, sendo que a satisfação com o nível de consumo atual e o acesso e uso do crédito foram os destaques. O CNC pontua que, ao longo do ano, todos os indicadores da pesquisa vêm demonstrando tendência de recuperação.

Ainda que os índices permaneçam abaixo dos 100 pontos, no quadrante negativo, a satisfação com o emprego atual tem fornecido maior segurança para compras a prazo. Cerca de 42,5% dos entrevistados afirmaram estar mais seguros em seus empregos, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a maior porcentagem desde março de 2015. “Isso ocorre porque o mercado de trabalho continua registrando um aumento das contratações formais, mesmo que em menor intensidade do que no início do ano”, ressalta a economista da CNC responsável pela ICF, Izis Ferreira.

Otimismo vem da queda da inflação
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam uma inflação anual cerca de quatro vezes menor do que há um ano. “Essa queda, que vem superando as expectativas, contribuiu para aumentar a disposição dos consumidores para adquirirem bens e serviços com mais frequência”, analisa Izis. No entanto, a economista pondera que, mesmo com a desaceleração dos juros de mercado, o endividamento em níveis elevados ainda limita a capacidade de consumo e os benefícios do aumento da renda disponível. Como resultado, 40% dos consumidores disseram, em agosto, que estão comprando menos do que no mesmo período do ano passado. “Nesse contexto, as vendas no varejo enfrentam dificuldades para manter um crescimento uniforme entre os diferentes segmentos”, avalia.

A pesquisa da CNC revelou ainda que aproximadamente 30 em cada 100 consumidores (28,5%) apontaram melhor acesso ao crédito, um aumento de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior e de 4 pontos percentuais no comparativo com agosto de 2022. Isso se reflete na intenção de compra de bens duráveis, que cresceu 9,9%. Por outro lado, 36,9% dos entrevistados indicaram piora no acesso ao crédito, uma queda expressiva em relação aos 41,5% do mesmo período do ano passado. A expectativa de queda dos juros nos próximos meses e a redução da inadimplência tendem a contribuir para melhorar esse indicador.