Beatriz Gomes

Do UOL, em São Paulo

06/02/2024 22h42

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O governo federal publicou na noite desta terça-feira (6) a MP (Medida Provisória) isentando do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos. Com a medida, quem ganha até dois salários, ou seja, R$ 2.824, não precisará pagar o imposto.

O que aconteceu

MP foi assinada pelo presidente Lula (PT). A medida foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) nesta noite e passa a valer a partir da data da publicação do texto. A MP altera, a partir de fevereiro, os valores da tabela progressiva mensal do IR para pessoas físicas.

Agora, o texto será encaminhado para o Congresso Nacional para análise. A votação das Casas deve ocorrer em até 120 dias.

 

 

Anteriormente, o teto para isenção estava em R$ 2.640. O valor era referente a dois salários mínimos no ano passado. Após a correção do salário mínimo, que saiu de R$ 1.320 para R$ 1.412, os trabalhadores que recebiam menos de dois salários teriam que pagar o tributo ao Leão.

Medida isentará 15,8 milhões de brasileiros, diz Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, a medida beneficiará empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e outras pessoas físicas. A Fazenda ainda esclareceu que a mudança está adequada à LDO 2024 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e à Lei de Responsabilidade Fiscal.

A pasta explicou que este é o segundo aumento na faixa de isenção de cobrança do IR desde o início do governo Lula. O primeiro ajuste em oito anos foi realizado em maio de 2023. O teto de isenção, então congelado em R$ 1.903,98 desde 2015, subiu inicialmente para R$ 2.640 e agora foi para R$ 2.824. “A falta de atualização da tabela ao longo de tantos anos, fez com que os brasileiros pagassem cada vez mais Imposto de Renda, retirando dinheiro das famílias”.

Contribuinte com renda até R$ 2.824 será beneficiado porque, desse valor, será subtraído o desconto simplificado de R$ 564,80, que resulta na base cálculo mensal de R$ 2.259,20, o limite máximo da faixa de alíquota zero da nova tabela. Segundo o governo, o desconto simplificado é opcional, ou seja, quem tem direito a maiores descontos pela legislação atual (previdência, dependentes, entre outros) não será afetado.

Tabela progressiva mensal do imposto de renda, já com desconto aplicado ao salário:

  • Quem recebe até R$ 2.259,20: Terá alíquota zero, sem dedução do IR
  • Quem recebe de R$ 2.259,21 até R$ 2.826,65: Terá alíquota de 7,5%, com parcela de dedução do IR de R$ 169,44
  • Quem recebe de R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05: Terá alíquota de 15%, com parcela de dedução do IR de R$ 381,44
  • Quem recebe de R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68: Terá alíquota de 22,5%, com parcela de dedução do IR de R$ 662,77
  • Acima de R$ 4.664,68: Terá alíquota de 27,5%, com parcela de dedução do IR de R$ 896,00
meio midia
“E o salário ó ”. Enquanto os preços de tudo aquilo que a gente compra quase dobrou ao longo dos últimos 10 anos, o salário médio ficou praticamente igual.
·  Isso quer dizer que, entre 2013 e 2023, o poder de compra dos brasileiros foi corroído quase pela metade.
O tal do “poder de compra”: Sabe aquela sensação de que se dá para comprar cada vez menos coisas com a mesma quantidade de dinheiro de antes? Então…
O estudo que revelou essa queda levou em consideração os dados oficiais da inflação e a média salarial brasileira. Hoje, o brasileiro médio ganha R$ 40 mil por ano.
·  Para se ter ideia, só nos mercados, os preços subiram em média 88% de 2013 até o ano passado. No mesmo período, o salário médio aumentou só 3%.
Como chegamos a isso? Enquanto a inflação subiu ano a ano — principalmente na crise de 2015 e durante a pandemia —, a produtividade nacional ficou em baixa como nível da educação básica estagnado.

O impacto no carrinho

Há 10 anos, com R$ 100 no bolso, era possível comprar 13 produtos básicos num mercado.
São eles: Carne, leite, arroz, feijão, farinha de trigo, pão, café, açúcar, óleo, banana, manteiga, batata e tomate.
Se formos para um mercado com os mesmos R$ 100 hoje em dia, só vai ser possível comprar 3 deles: pão, café e carne.
site cnc 24.1.24
  • No caderno especial Brasil-ChinaValor Econômico sinaliza que brasileiros gastaram, em 2022, mais de R$ 50 bilhões em mercadorias internacionais, especialmente de China e Vietnã, o equivalente a 20% do comércio eletrônico do Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Varejo e Consumo. O texto pontua ação da CNC e CNI no STF contra isenção de imposto de improtação em compras até US$50.
  • Também no Valor, artigo de Maria Helena Bragaglia e Luiz Gustavo Mide, respectivamente, sócia e advogado da área de Resolução de Disputas (Contencioso Cível/Arbitragem) do Demarest, comenta a redução de 2,2% no endividamento e de 1,3% na inadimplência no período de novembro de 2022 e de 2023, conforme dados da CNC.
  • Pontua que em meio ao descontentamento da CNC e da CNI com a medida provisória que reonera a folha de pagamentos e a isenção de imposto para importados de até US$ 50, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “afagou o empresário da indústria”. A coluna detalha que Lula lançou o programa “Nova Indústria Brasil”, com investimentos do BNDES. Segundo o texto, a atual direção da CNI é mais alinhada à esquerda e o novo presidente da entidade, Ricardo Alban, tem interlocução com o governo petista.

São quatro os principais fatores que condicionam o consumo no país.

O primeiro, claro, é renda. O Segundo, é emprego – afinal, sem trabalho a chance de aumentar a renda é pequena. O terceiro é inflação, que pode corroer a renda. O quarto, muitas vezes subestimado por alguns analistas, é a confiança do consumidor.

Muitas vezes podemos não ter recursos para uma compra, mas se estamos confiantes no futuro assumimos um crediário e vamos em frente. Ao contrário, se acreditamos que o cenário à frente pode ser desfavorável, mesmo tendo dinheiro adiamos uma aquisição mais importante.

Porque menciono esse assunto? Saiu essa semana uma pesquisa do Instituto Locomotiva, do meu amigo Renato Meirelles, mostrando que nada menos. do que 86% dos brasileiros estão otimistas com 2024, acreditando que a vida vai melhorar nesse ano novo. Apenas 8% estão pessimistas (os outros 6% não sabem ou não quiseram responder).

Essa é uma notícia que enche de esperança o varejo brasileiro, incluindo shopping centers, evidentemente.

A conferir, se a realidade vai confirmar a expectativa do consumidor brasileiro. Tomara que sim.

Agência Brasil/Tânia Rêgo Banco Mundial calcula que a economia do Brasil crescerá 2,6% em 2023 / 9 Janeiro 2024 Desenvolvimento econômico

Novo relatório do Banco Mundial também aponta necessidade de correção de rotas na economia global, sob o risco de os anos 2020 ficarem conhecidos como a “década das oportunidades perdidas”

A economia brasileira deve crescer 1,5% em 2024, cerca de metade do ritmo estimado em 2023, segundo o Banco Mundial.  A informação está no relatório Prospectos Econômicos Globais, GEP, na sigla em inglês. 

A queda esperada no crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, reflete dois aspectos. Um deles é a desaceleração no segundo semestre do ano passado. O outro é a expectativa de colheitas agrícolas moderadas em 2024. 

Brasil impulsiona crescimento da América Latina

No entanto, uma redução gradual na inflação deve permitir mais cortes nas taxas de juros, apoiando as perspectivas de investimento e o consumo no médio prazo. Como consequência, a previsão é de que o PIB aumente 2,2% em 2025.

O estudo também mostra que o Brasil ajudou a impulsionar a economia da região da América Latina e Caribe em 2023. O crescimento econômico regional ficou 0,7% acima das projeções anteriores. Isso se deve em grande parte a revisões para cima nas previsões de crescimento não só para o Brasil, mas também para o México. 

No Brasil, a revisão para cima do crescimento em 2023 foi resultado de aumentos melhores do que o esperado na produção agrícola, no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano.

Países de língua portuguesa

Para os demais países de língua portuguesa em desenvolvimento, as previsões são as seguintes: Angola deve ter crescimento econômico de 2,8% em 2024. Cabo Verde, 4,7%. Guiné Bissau, 5,6%. Para Moçambique, está previsto crescimento de 5%. Para São Tomé e Príncipe, 2,5%, e Timor Leste, 3,5%. A única retração prevista é para Guiné Equatorial, com uma queda de 6,1%.

Desaceleração em nível global 

Em nível global, o novo relatório do Banco Mundial aponta um risco: o de que, no fim de 2024, o mundo registre a pior meia década em termos de crescimento do PIB em 30 anos. Calcula-se que o crescimento vá desacelerar pelo terceiro ano consecutivo, de 2,6% em 2023 para 2,4% em 2024.

Segundo o estudo, o risco de uma recessão global diminuiu, muito devido à força da economia norte-americana. Mas as crescentes tensões geopolíticas podem criar novas ameaças a curto prazo. Além disso, até o fim de 2024, cerca de 40% das pessoas dos países de baixa renda ainda serão mais pobres do que eram em 2019, antes da pandemia da Covid. 

Para os autores do relatório, se não houver uma grande correção de rumo, os anos 2020 serão conhecidos como a “década das oportunidades perdidas”, mas é possível corrigir o rumo. O estudo fala na importância de implementar políticas públicas que melhorem os marcos fiscal e monetário, expandir o comércio transnacional e fortalecer a qualidade das instituições. 

Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil

 Publicado em 11/01/2024  site CNC

 

Pesquisa mostra que nível de instrução é um dos fatores mais relevantes para determinar a capacidade de pagamento das dívidas

Em 2023, a taxa anual de endividamento caiu pela primeira vez em quatro anos. A queda, no entanto, foi de apenas 0,1 ponto percentual em relação a 2022, o equivalente a aproximadamente 108 mil pessoas. A conta fechou em 77,8% da população, longe dos 58,3% de 2012, o menor da série histórica, iniciada em 2010. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o endividamento no cartão de crédito também caiu na mesma proporção e chegou a 86,5% dos endividados – porcentagem que, em 2010, era de 70,9%. Já o uso de cheque especial ficou em 4,4% e é o menor desde o começo da pesquisa, quando era usado por 8,3% dos endividados. A média de comprometimento da renda com pagamento de dívidas em 2023 ficou em 30%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao ano passado.

O endividamento das famílias começou a cair em julho, quando diminuiu 0,4 ponto percentual no mês e alcançou 78,1%. Embora as famílias tenham terminado o ano menos endividadas do que começaram, a última variação mensal voltou a subir, registrando alta de 1 ponto percentual. Dezembro encerrou com 77,6% de endividados.

Já o número de inadimplentes chegou a 29,5% dos brasileiros e é o maior desde 2010, quando o número era de 24,9%. Destes, 41,2% afirmam não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, 4 pontos percentuais a mais que em 2022. A maior parte dos inadimplentes, 46,2%, está com mais de três meses de atraso, 3,2 pontos percentuais acima do ano passado.

“A Peic mostrou que, pela primeira vez em dez anos, as famílias brasileiras terminaram o ano menos endividadas do que começaram”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Conforme ele, as melhorias ocorridas no mercado de trabalho ao longo do ano e a trajetória de queda dos juros básicos da economia influenciaram as condições de crédito ao consumidor, o que resultou diretamente na redução, mesmo que tímida, do indicador.

Inadimplência aumentou entre os que ganham mais

Para o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, é importante distinguir os conceitos de inadimplência e de endividamento. “Endividamento é algo fundamental para o desenvolvimento econômico, pois o crédito é o trampolim do sistema capitalista”, ressalta o economista. “A inadimplência é um resultado adverso do endividamento, causado pela renda baixa do brasileiro e pela volatilidade da economia do País”, explica Tavares. 

A média anual do endividamento das famílias com renda até três salários mínimos ficou no mesmo patamar de 2022, em 78,8%. Nas famílias com renda entre três e cinco salários, no entanto, houve uma ligeira queda, de 0,6 ponto percentual; e, entre as que ganham até 10 salários, foi registrado um pequeno aumento, de 0,1 ponto percentual. “Os dados confirmam que as famílias de menor renda estão mais vulneráveis às variações da economia, especialmente das taxas de juros, do que aquelas de maior renda”, indica Felipe Tavares.

Já a inadimplência aumentou em todas as faixas de renda: são 37,3% entre as que ganham até três salários mínimos, contra 36,7% no ano passado; 27,4% entre as que ganham entre três e cinco salários, contra 26,6% em 2022; e 22,3% entre as que ganham até dez salários, contra 20,8%, a maior alta dos três grupos (1,5 ponto percentual).

Nesse sentido, o indicador que mais chama a atenção é o relacionado às famílias que não têm condições de pagar dívidas atrasadas: foram 17% das que recebem até três salários mínimos, contra 15,6% em 2022, um aumento de 1,4 ponto percentual. Em relação às que ganham de três a cinco salários, a taxa subiu de 8,8% para 10,3% (1,5 ponto percentual a mais); e, de cinco a dez, o aumento de 0,9 ponto percentual de um ano para outro levou a taxa a 7,5%.

Quanto maior a escolaridade, menor a inadimplência 

A relação entre nível de escolaridade e inadimplência é direta, de acordo com a Peic. Em 2023, 33% dos consumidores que atrasaram dívidas não haviam concluído o ensino médio. Essa taxa diminui para 27,6% quando se trata de pessoas com ensino médio completo. O volume de inadimplentes com atrasos acima de 90 dias também é maior entre quem tem menos instrução. No comparativo anual, 49,8% dos inadimplentes com menor escolaridade atrasaram os pagamentos por mais de três meses em 2023.

“A Peic mostra que o nível de instrução é um dos fatores mais relevantes para determinar a capacidade de pagamento das dívidas”, destaca Felipe Tavares. Segundo ele, essa condição influencia mais o atraso de dívidas, em maior ou menor grau, do que outras características associadas aos consumidores, como o gênero e a faixa etária.

Endividamento e inadimplência aumentam mais na Região Norte

Embora a Região Sul tenha a maior parcela de endividados do País, com 91,6%, a maior taxa de crescimento anual foi verificada na Região Norte, onde o aumento de 3,7 pontos percentuais levou o indicador a 75%. No sentido oposto, houve queda de 1,3 ponto percentual na Região Sudeste, onde o índice ficou em 79,2%. Os cinco Estados mais endividados foram Paraná, Minas Gerais, Roraima, Espírito Santo e Ceará. Os menos endividados foram Alagoas, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pará, Goiás e São Paulo.

Já a Região Norte tem duplo destaque: o maior número de famílias inadimplentes e o maior aumento de um ano para outro. O indicador saltou de 28,6% para 33,2%. A Região Sudeste, no entanto, concentra o maior percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas: foram 14,3%, volume que aumentou 2,5%, de 2022 para 2023. O Rio Grande do Norte manteve a liderança de inadimplentes, com aumento de expressivos 9,8 pontos percentuais. Lá, 55,9% da população tem contas em atraso. Seguem-no os Estados de Minas Gerais, Amazonas, Roraima e Ceará. Os Estados com menor índice de inadimplência são Paraíba, Tocantins, Paraná, Sergipe e o Distrito Federal.

Site CNC /  Publicado em 14/12/2023

Maior alta do ano foi no segmento de combustíveis, enquanto maior queda foi nas vendas de artigos de uso pessoal e doméstico

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mantém uma perspectiva otimista para os números do varejo brasileiro, projetando avanços de 1,8% para 2023 e 1,5% para 2024. A entidade revisou para baixo o crescimento deste ano – era de 2% – por conta do desempenho de outubro. Isso porque a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou queda de 0,3% nas vendas, em outubro.

Apesar desses desafios, a CNC mantém um viés otimista, baseando-se na consolidação do recuo na inflação, mudanças na condução da política monetária, recuo na taxa de câmbio e sinais positivos do mercado de trabalho. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar da revisão, a expectativa ainda é de um 2023 positivo. “À medida que as condições de consumo da população vão melhorando por conta da queda das taxas de juros e do controle da inflação, as perspectivas dos comerciantes são de um bom fechamento de ano”, afirma. Pesquisa divulgada nesta semana pela CNC aponta que as compras de Natal devem ser 5,6% maiores do que em 2022.

Essenciais seguem em alta

As vendas acumulam um crescimento de 1,6% no ano, impulsionadas pelas altas de segmentos essenciais, como combustíveis e lubrificantes (4,9%); farmácias, drogarias e perfumarias (4,3%); e hiper e supermercados (3,8%). Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, o desempenho positivo no acumulado do ano revela uma suave tendência de recuperação em relação ao início da crise sanitária, em 2020: em relação àquele período, o varejo teve variação positiva de 3,9%. Mesmo diante da desaceleração de outubro, o volume de vendas registrou avanço pelo quinto mês consecutivo em comparação com outubro de 2022, com leve alta de 0,2%.

“Entretanto, alguns fatores desafiadores persistem, como a dificuldade de reação do setor por causa do mercado de crédito restritivo”, avalia Fabio Bentes. Atividades mais dependentes das condições de crédito registraram quedas ao longo do ano, como artigos de uso pessoal e doméstico (que tiveram redução de 11,3%); tecidos, vestuário e calçados (redução de 6,7%); e materiais de construção (queda de 2,1%). Ele lembra, ainda, que o endividamento das famílias, que compromete pelo menos 30% da renda média desde setembro de 2021, é outro obstáculo que limita o ganho de tração das vendas no comércio.

 

REDAÇÃO / amanha 02/01/2024 

Ao descontar a inflação pelo INPC, o salário mínimo terá ganho real de 5,77% em relação a maio de 2023

A partir desta segunda-feira (1º), o salário mínimo oficial será de R$ 1.412. O valor, que será pago a partir de fevereiro referente à folha de janeiro, é 6,97% maior que o salário de R$ 1.320, que vigorou de maio a dezembro de 2023. Aprovado no Orçamento Geral da União de 2024, o valor de R$ 1.412 corresponde à inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos 12 meses terminados em novembro, que totalizou 3,85%, mais o crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Enviada pelo governo em maio, a medida provisória com a nova política de valorização do salário mínimo foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em agosto.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o reajuste do salário mínimo beneficiará 59,3 milhões de trabalhadores e resultará em um incremento da renda anual no montante de R$ 69,9 bilhões. A entidade estima que o governo – União, estados e municípios – arrecadará R$ 37,7 bilhões a mais por causa do aumento do consumo atrelado ao salário mínimo maior. Ao descontar a inflação pelo INPC, o salário mínimo terá ganho real de 5,77% em relação a maio de 2023, quando passou a vigorar o mínimo de R$ 1.320. Se considerar o salário mínimo de R$ 1.302, que vigorou de janeiro a abril, o ganho seria menor, de 4,69%. Isso porque o INPC, índice que mede a inflação das famílias de menor renda (até cinco salários mínimos), estava mais alto no início de 2023. De 2007 a 2019, vigorava a política semelhante à atual, em que o salário mínimo era corrigido pelo INPC do ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos antes. Caso o PIB encolha, havia a reposição apenas pela inflação. De 2020 a 2022, o salário mínimo passou a ser corrigido apenas pelo INPC, sem ganhos reais.

o ano passado, houve dois aumentos. De janeiro a maio, o salário mínimo foi reajustado para R$ 1.302, com ganho real de 1,41%. A partir de maio, quando o governo editou a medida provisória retomando a política salarial anterior, o salário passou para R$ 1.320, com valorização real de 2,8% em relação ao mínimo de 2022. O projeto de lei do Orçamento de 2024 estimava salário mínimo de R$ 1.421. No entanto, com a queda do INPC ao longo do segundo semestre, o valor final ficou em R$ 1.412, conforme a lei orçamentária aprovada pelo Congresso Nacional em 22 de dezembro. Por causa dos benefícios da Previdência Social atrelados ao salário mínimo, o novo valor, de R$ 1.412, aumentará os gastos da União em R$ 35 bilhões neste ano. Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), cada R$ 1 a mais no salário mínimo eleva as despesas do governo em R$ 389 milhões. Os cálculos, no entanto, não consideram os ganhos de arrecadação decorrentes do aumento do consumo.

Com Agência Brasil

Redação Bem Paraná | 11/12/2023

Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de realPrograma Desenrola (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

Mesmo com redução do endividamento em novembro, os paranaenses voltaram a ocupar o primeiro lugar no ranking dos mais endividados do país, com 92,4% da população relatando ter algum tipo de dívida a pagar.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

Desde agosto o indicador vem caindo no estado e a partir da metade do ano os paranaenses haviam deixado a liderança da lista do endividamento, posição que passou a ser ocupada pelo Rio Grande do Sul. A média nacional ficou em 76,6%.

Os paranaenses podem até ter muitas dívidas a vencer, mas são bons pagadores. O estado ocupa o 25º lugar na inadimplência, com apenas 16,1% de famílias com contas em atraso. E as que não terão condições de pagar seus débitos representam somente 5,8%.

Os altos índices de empregabilidade no Paraná e a melhora das condições econômicas do país dão segurança financeira aos consumidores para parcelar suas compras, sobretudo no cartão de crédito, que é o principal tipo de dívida dos paranaenses, com 83,9%.

Outros motivos que levam as famílias do estado a se endividarem são o financiamento de veículo (8,1%) e o financiamento imobiliário (6,1%), aquisições mais dispendiosas e que em geral são pagas em prestações mensais.

As famílias com renda superior a dez salários mínimos são as mais endividadas, com 93,5%, permanecendo no mesmo patamar de outubro. Já entre as famílias com renda até dez salários mínimos, o índice de endividamento baixou de 92,6% em outubro para 92,2% em novembro.

André Martins

Publicado em 12 de dezembro de 2023 às, 09h01. Exame

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de novembro com alta de 0,28%, após registrar avanço de 0,24 % em outubro. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para um mês desde 2018.

No ano, o IPCA acumula alta de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%, abaixo dos 4,82% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a variação havia sido de 0,41%. A expectativa do mercado financeiro era de uma alta de 0,30% no mês.

No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 11, a expectativa para o IPCA em 2023 caiu de 4,54% para 4,51%. Um mês antes, a mediana era de 4,59%. Para 2024, foco da política monetária, 3,92% para 3,93%. Há um mês, era de 3,92%.

Considerando as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,56% para 4,51%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,91% para 3,92% considerando 112 atualizações no período.

Por que o IPCA de novembro subiu?

O resultado foi influenciado pela alta dos alimentos, que registrou a maior variação, de 0,63% e maior impacto, de 13 pontos percentuais. Em outubro, o grupo vinha de alta de 0,31%.

 “As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças” explica o gerente da pesquisa, André Almeida.

As altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio. Entre as quedas, destacam-se o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%).

Também a alimentação fora do domicílio registrou alta em novembro, de 0,32%, mas desacelerou em relação ao mês anterior, quando teve expansão de 0,42% nos preços. A alta da refeição (0,34%) também foi menos intensa que a registrada em outubro (0,48%).

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Energia elétrica e conta de água em alta em novembro

Outro grupo item que puxou o resultado foi a energia elétrica residencial fechou o mês com preços 1,07% acima do mês anterior, por conta dos reajustes aplicados em quatro regiões:

  • Goiânia (6,13%), reajuste de 5,91% a partir de 22 de outubro;
  • Brasília (4,02%), de 9,65% a partir de 22 de outubro;
  • São Paulo (2,80%), de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro;
  • Porto Alegre (0,91%), de 1,41% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 22 de novembro.

Os preços da conta de água e esgoto também tiveram alta no mês, com expansão de 1,02%, explicado pelos reajustes de 14,43% em Fortaleza (13,41%), a partir de 29 de outubro; e de 10,23% no Rio de Janeiro (7,60%), a partir de 8 de novembro. Também o gás encanado subiu 0,29%, por conta do reajuste médio de 0,98% aplicado no Rio de Janeiro (0,94%), com vigência a partir de 1º de novembro.

No grupo de transporte, os preços das passagens aéreas subiram 19,12%, como o subitem com a maior contribuição individual de 0,14 ponto percentual no mês. Entre os combustíveis, a gasolina e o etanol caíram, 1,69% e 1,86%, respectivamente. O óleo diesel, com alta de 0,87%, e o gás veicular, com avanço de 0,05%, foram os itens do grupo que tiveram alta.

Rio de Janeiro registra maior inflação de novembro

Na análise dos índices regionais do IPCA, quatro áreas apresentaram variações negativas em novembro, com menor resultado registrado em São Luís, queda de 0,39%, pressionada pela redução de 3,92% na gasolina.

Já a maior variação foi no Rio de Janeiro, com alta de 0,57%, influenciada pelas altas da passagem aérea (21,17%) e da taxa de água e esgoto (7,60%).

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Quem calcula o IPCA?

cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

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O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Formado na Universidade Anhembi Morumbi, com passagem pelo mercado financeiro, está na Exame desde 2020. Apresentador do Exame Agora.