REDAÇÃO 05/09/2023 AMANHA

O aumento da inadimplência acende um sinal de alerta para a economia brasileira como um todo, alerta a Confederação Nacional do Comércio

Em agosto, a economia brasileira testemunhou um cenário de endividamento em declínio, mas, ao mesmo tempo, um aumento dos níveis de inadimplência. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias endividadas no país apresentou sua segunda queda desde novembro de 2022, atingindo 77,4% das famílias em agosto, o menor nível desde junho de 2022.

Por outro lado, a inadimplência preocupa, com 12,7% da população afirmando não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, um recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010. Para a CNC, a queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor suas dívidas e ajustar seus orçamentos. No entanto, a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos à melhoria da situação financeira dos brasileiros, nota a entidade. A CNC estima que a proporção de consumidores endividados continuará a diminuir nos próximos meses, chegando a cerca de 77% em setembro. No entanto, a previsão é que o endividamento volte a crescer na reta final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias em todo o Brasil.

A Peic de agosto revela que o percentual de famílias endividadas registrou uma queda de 0,7 ponto percentual, o menor nível desde junho do ano passado. Essa redução se soma a uma diminuição de 1,6 ponto percentual, no acumulado do ano. Além disso, entre os endividados, o número de pessoas que se consideram “muito endividadas” também diminuiu, alcançando seu ponto mais baixo desde abril de 2022. Por outro lado, a situação da inadimplência no país é motivo de preocupação. A pesquisa revela que o volume de consumidores com dívidas atrasadas atingiu a maior proporção desde novembro de 2022, com 30% das pessoas enfrentando algum compromisso financeiro em atraso. Para completar o cenário, o dado ainda mais alarmante é que 12,7% dos consumidores afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, marcando o ponto mais alto da série histórica.

“O aumento da inadimplência acende um sinal de alerta para a economia brasileira como um todo”, aponta a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira. Segundo ela, a inflação em queda e o aumento do emprego formal têm contribuído para melhorar os orçamentos domésticos, reduzindo a necessidade de as pessoas recorrerem ao crédito, mas as altas taxas de juros e o aumento do número de dívidas a vencer continuam a desafiar as famílias brasileiras. Os dados da Peic também destacam que o endividamento está em declínio tanto no mês quanto no ano entre os consumidores de diferentes faixas de renda, com destaque para a queda mais significativa entre aqueles com renda média (de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos). No entanto, a inadimplência cresceu em todas as faixas de renda nas comparações mensal e anual.

Publicado em 05/09/2023 10:30 • Atualizado em 05/09/2023 11:38

 Por Hellen Duarte site CNC

Em agosto, a economia brasileira testemunhou um cenário de endividamento em declínio, mas, ao mesmo tempo, um aumento dos níveis de inadimplência. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias endividadas no País apresentou sua segunda queda desde novembro de 2022, atingindo 77,4% das famílias em agosto, o menor nível desde junho de 2022.

Por outro lado, a inadimplência preocupa, com 12,7% da população afirmando não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, um recorde da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 2010. “A queda do endividamento é um sinal positivo de que mais famílias estão conseguindo controlar melhor suas dívidas e ajustar seus orçamentos”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “No entanto, a taxa de juros elevada e o crédito caro ainda são empecilhos à melhoria da situação financeira dos brasileiros”, completa.

A CNC estima que a proporção de consumidores endividados continuará a diminuir nos próximos meses, chegando a cerca de 77% em setembro. No entanto, a previsão é que o endividamento volte a crescer na reta final de 2023, encerrando o ano próximo de 78% do total de famílias no País.

Endividamento cai, inadimplência sobe

A Peic de agosto aponta que o percentual de famílias endividadas registrou uma queda de 0,7 ponto percentual, o menor nível desde junho do ano passado. Essa redução se soma a uma diminuição de 1,6 ponto percentual, no acumulado do ano. Além disso, entre os endividados, o número de pessoas que se consideram “muito endividadas” também diminuiu, alcançando seu ponto mais baixo desde abril de 2022.

Por outro lado, a situação da inadimplência no País é motivo de preocupação. A pesquisa revela que o volume de consumidores com dívidas atrasadas atingiu a maior proporção desde novembro de 2022, com 30% das pessoas enfrentando algum compromisso financeiro em atraso. Para completar o cenário, o dado ainda mais alarmante é que 12,7% dos consumidores afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores, marcando o ponto mais alto da série histórica.

“O aumento da inadimplência acende um sinal de alerta para a economia brasileira como um todo”, aponta a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira. Segundo ela, a inflação em queda e o aumento do emprego formal têm contribuído para melhorar os orçamentos domésticos, reduzindo a necessidade de as pessoas recorrerem ao crédito, mas as altas taxas de juros e o aumento do número de dívidas a vencer continuam a desafiar as famílias brasileiras.

Os dados da Peic também destacam que o endividamento está em declínio tanto no mês quanto no ano entre os consumidores de diferentes faixas de renda, com destaque para a queda mais significativa entre aqueles com renda média (de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos). No entanto, a inadimplência cresceu em todas as faixas de renda nas comparações mensal e anual.

Em relação a agosto de 2022, a alta da proporção de consumidores com dívidas atrasadas foi mais expressiva entre as pessoas com 3 a 5 salários de renda (aumento de 1,6 p.p.). Entre os que afirmaram não ter condições de quitar dívidas já atrasadas e que, portanto, permanecerão inadimplentes, o crescimento anual foi maior na faixa de renda até 3 salários mínimos (crescimento de 2,1 p.p.). Nessa faixa, 17,5% indicaram, em agosto, que não conseguirão pagar as dívidas.

Queda das dívidas no cartão

Quanto às modalidades de dívida, a pesquisa aponta uma redução do número de endividados no cartão de crédito em agosto, com 85,5% dos endividados, ante os 85,9% de julho. Essa é a segunda queda consecutiva, colocando o indicador no menor nível desde agosto do ano passado. Foi também a mais expressiva entre as modalidades de dívida. Também é possível observar uma leve redução, de 0,1 ponto percentual, do volume de endividados no cheque especial (que ficou em 4,1%) e no crédito consignado (5,1%).

13 de setembro de 2023  Mercado & Consumo

As empresas que investem em programas de fidelização contínuos e estruturados têm seis vezes mais interações (transacionais e relacionais) com os seus consumidores. A informação é do Panorama de Fidelização no Brasil 2023, produzido pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), em parceria com a Tudo Sobre Incentivos (TSI).

Divulgado durante 6º Fórum Brasileiro de Fidelização, o estudo apontou que 80,9% dos entrevistados participam de programas de fidelidade, e 53,6% deles fazem parte de até três programas.

Entre as dez características de ações de fidelização que mais causam sensações positivas surgem, em empate técnico nos três primeiros lugares: obter cashback (33%), obter cupons de desconto (31,5%) e somar pontos (31,4%).

Compartilhamento de valores e ESG

A racionalidade econômica anda lado a lado com o fator emocional: 83,2% dos respondentes concordam (totalmente ou em parte) que “os programas de fidelidade dos quais sou membro melhoraram a minha experiência e jornada de compra com a marca”.

Além disso, para 82,7% dos entrevistados, o reconhecimento (receber um obrigado, badges ou tratamento diferenciado) é um item importante na relação marca-consumidor.

Além de fatores como qualidade e preço, comodidade e experiência, e ações de Loyalty, o levantamento deste ano também mostrou o anseio dos consumidores por elementos ligados ao compartilhamento de valores, como ESG (Environmental, Social and Governance), e a recompensas aspiracionais, como realização de sonhos (viagens) e crescimento pessoal (cursos).

O levantamento traz dados atualizados sobre o impacto dos programas de fidelidade e de outras iniciativas de fidelização sobre o engajamento de públicos do ponto de vista do consumo e do relacionamento marca-cliente.

 de Roberto Wajnsztok 22 de agosto de 2023  Mercado & Consumo

 

Segundo o último Webshoppers, relatório da NIQ Ebit, lançado esse mês, tivemos entre janeiro e maio de 2023 a pior série histórica de quedas de faturamento e pedidos no e-commerce brasileiro até hoje, em junho foi a menor queda do ano: – 2,1%. Será que o pior já passou? Será um ano negativo e oscilante? Será que vamos retrair ainda mais no segundo semestre?

Para entendermos melhor, precisamos nos aprofundar em alguns destaques:

  • O pior mês foi março; daí para a frente as quedas foram diminuindo sensivelmente;
  • O número de online shoppers continua crescendo; atingimos 53 milhões no primeiro semestre 2023, 6% a mais que 2022;
  • Os pure digital players e os fabricantes cresceram em participação, e os brick & click perderam bastante;
  • Sudeste, apesar de também em queda, obteve os melhores resultados entre as regiões;
  • Perfumaria e Cosméticos foi a única categoria a manter crescimento: + 6,5%;
  • Telefonia sofreu a maior queda: – 43%;
  • Nos supermercados online, a única categoria que cresceu foi Higiene, Beleza e Limpeza;
  • O uso de aplicativos para compras continua aumentando, principalmente para compras de mercado e farmácia.

Ser otimista no atual contexto do varejo brasileiro chega a ser uma decisão corajosa, pois as notícias não têm melhorado. Mas existem fatores suficientes para concluirmos que de fato o pior já passou. Longe de ser uma conclusão que fecharemos no ano positivos. A queda será bem menor que os 7,3% desse primeiro semestre de 2023. Mais importante que concluir o tamanho da queda, você, leitor, deve estar querendo saber o que vai acontecer com a(s) categoria(s) e o(s) mercado(s) em que você está inserido.

O ano promete ser bom para a tríade Higiene, Beleza, Limpeza, seja para quem só trabalha com elas, seja para quem trabalha com outras categorias, mas decidir focar mais nelas. Ano também positivo para as vendas dos marketplaces, no site ou no aplicativo. O custo do frete continua sendo um grande desafio, pois as necessidades de cortes de custos dos varejistas acabaram fazendo com que a maioria priorizasse manter frete grátis só para Sudeste, diminuindo ou até cortando o benefício nas demais regiões. Se quer bancar frete grátis, que seja o mais próximo do seu centro de distribuição, para diminuir o risco. Outro ponto: chegou a hora e a vez de os fabricantes enfim irem direto ao consumidor, com parceiros de full commerce, com marketplaces ou sozinhos. O momento nunca esteve tão favorável. A dependência do varejo nunca esteve tão baixa, e o consumidor nunca esteve tão disposto a comprar direto de quem fabrica o produto.

Resumindo, de fato há contextos bem desafiadores no e-commerce. Se você pode mover seu negócio para cenários mais favoráveis, como os apresentados acima, excelente. Se não, no médio prazo reveja custos e investimentos e otimize ao máximo sua operação, pois os tempos ainda serão densos para você e seu negócio. E não esqueça do principal: continue buscando evolução do seu negócio, pois quem estiver melhor preparado, menos será impactado. Além disso, ficar no “lugar comum” tornará você dependente de mídia ou descontos para vender, e isso é insustentável.

Roberto Wajnsztok é sócio-diretor da Gouvêa Consulting.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Otávio Augusto Economia23/08/23 10:35  antagonista

Um levantamento da Genial/Quaest aponta que 56% dos entrevistados já foram para o SPC/Serasa por causa do endividamento. Desses, 51% afirmaram que não limparam os nomes.

Os dados mostram que 31% admitem ter muitas dívidas, sendo que 46% estão com muita dificuldade para pagar. Em 46% dos casos, mais da metade do salário é para pagar dívidas.

Cartão de crédito (31%); prestação de imóvel, aluguel ou financiamento (14%); e empréstimos (11%) são as principais causas do endividamento.

O cartão de crédito se mostra vilão até mesmo para aqueles com maior renda. Segundo a pesquisa, o endividamento com cartão chega a 37% das pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos; 35% entre os que ganham dois e cinco salários mínimos; e 31% para quem ganha até dois salários mínimos.

A pesquisa mediu a avaliação do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal. Para 70% dos entrevistados a iniciativa é positiva.

A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.029 pessoas entre 10 e 14 de agosto com 16 anos ou mais. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi realizado com a aplicação presencial de questionário.

Nesta semana, reportagem de capa de Crusoé destacou como a estagnação da renda leva o Brasil a um recorde de famílias que não conseguem pagar suas dívidasQuase um terço dos lares brasileiros perdeu a capacidade de honrar seus compromissos.

O governo federal busca combater os sintomas agudos dessa doença. Em julho, lançou o programa Desenrola, para permitir a renegociação de dívidas e a retirada de nomes dos cadastros de maus pagadores. Inicialmente, o programa foi liberado para pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. Mais de R$ 8 bilhões já foram renegociados e 5 milhões de pessoas limparam seus nomes.

Neste momento, dá-se um embate a respeito dos juros do cartão de crédito, hoje amplamente difundido entre todos os grupos de renda no Brasil. Quem não consegue pagar uma fatura tem duas opções: parcelar ou entrar no rotativo. Os juros no primeiro caso são altíssimos: cerca de 9% ao mês, ou 181% ao ano. No segundo caso, os juros são estratosféricos: 437,25% ao ano, na medição de junho.

 Por Hellen Duarte  site CNC

Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que as importações de produtos chineses de até US$ 50 por unidade tiveram um crescimento expressivo de 38% no decorrer deste ano, totalizando aproximadamente 1,3 bilhões de unidades. A valorização do real, aliada à alta carga de impostos internos, incentivou as importações, reduzindo a competitividade dos produtos nacionais. Diante dessa tendência, a CNC lançou a campanha “Comércio Justo”, que advoga pela isonomia tributária nas importações de bens de consumo de baixo valor.

O levantamento da CNC analisou os dados de importação de dez mil tipos de bens de consumo de 145 países, classificados pela Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No período de janeiro a julho de 2023, a quantidade de itens de bens de consumo importados com valor de até 50 dólares por unidade aumentou em 11,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

As remessas provenientes do Uruguai (aumento de 46,7%), China (crescimento de 38%), Vietnã (alta de 31,5%), Paraguai (21,2%) e Estados Unidos (10,8%) lideraram as encomendas. Os principais exportadores de bens de consumo de baixo valor foram China, Argentina e Paraguai, sendo responsáveis por 59% do total importado.

Os produtos que apresentaram os maiores aumentos nas quantidades importadas durante os primeiros sete meses deste ano foram lapiseiras (220%), brinquedos (195%), guarda-chuvas (172%), luminárias (111%) e camisas femininas (67%). “A conjuntura atual só reforçou a tendência de aumento da importação de produtos, especialmente de países asiáticos”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Ele lembra que, nos últimos 20 anos, a importação de bens de consumo provenientes da China ao valor médio de 50 dólares cresceu 575%, contra um avanço médio de 155% nos demais países.

“A diferença na carga de impostos sobre o consumo no Brasil e no exterior foi um fator crucial para o aumento das importações de bens de consumo”, explica o economista responsável pelo estudo, Fabio Bentes. Ele ressalta a importância da isonomia tributária nesse contexto, pois a disparidade cria uma situação evidente de desigualdade competitiva para os comerciantes baseados no Brasil.

 de Luiz Alberto Marinho  3 de agosto de 2023 Mercado & Consumo

A Associação Brasileira de Shopping Centers investiu em uma ampla pesquisa para entender o comportamento dos frequentadores de shopping centers no País. Foram feitas 4.300 entrevistas em 26 estados e no Distrito Federal. O último estudo desse tipo havia sido realizado sete anos atrás. Do extenso relatório, com mais de 100 páginas, sete pontos emergiram como os mais relevantes para quem trabalha ou opera lojas em centros comerciais, na nossa visão. Vamos a eles:

1.     Paraíso da Classe B

A maioria dos usuários de shopping centers, 51% para ser mais exato, pertence à Classe B. Isso não é exatamente novo. Na pesquisa de 2016, o percentual era parecido (50%). A Classe A contribui hoje com 18% do fluxo dos shoppings, o que significa que cerca de 7 em cada 10 clientes desses locais são AB.

O cenário, porém, não é igual em toda parte. A Classe C representa nacionalmente 31% do público dos centros comerciais. No Norte, onde esse número sobe para 53%, e no Nordeste, onde fica em 41%, os shoppings tendem a ser mais populares. Não foi registrada presença significativa das classes D e E, segundo o estudo.

Esses números reforçam a ideia de que uma mesma estratégia pode funcionar bem em determinadas regiões e não tão bem em outras, dada as diferenças entre o poder aquisitivo e características do público de cada lugar.

2.     Menos visitas por mês

A frequência de ida aos shoppings não é a mesma que era sete anos atrás. Hoje, 44% dos visitantes vão a um shopping center semanalmente – em 2016, esse índice era de 63%. Outros 44% marcam presença quinzenal ou mensalmente.

Porém, tem um detalhe: 67% dos brasileiros com renda mensal superior a 15 salários-mínimos (perto de R$ 20 mil) batem ponto no mall toda semana. O percentual dos heavy users, com renda mensal entre 10 e 15 salários-mínimos (entre R$ 13 a R$ 20 mil), também fica acima da média. Os números sugerem que há relação entre a capacidade de consumo e a frequência de visita a shopping centers. Outro ponto importante: famílias com crianças vão ao shopping mais assiduamente.

Geração de fluxo recorrente, qualificado e identificado, será um dos principais desafios dos profissionais do setor. Os dados da pesquisa sinalizam, uma vez mais, que essas estratégias precisarão ser customizadas, pensando no público de cada região.

3.     Pet também faz parte da família

Nada menos do que 73% dos entrevistados possuem um animal de estimação em casa. A imensa maioria (83%) tem cães. Mas apenas 30% costumam passear com seu pet no shopping. E somente 26% dos donos de animais já usaram pet parks (locais onde os animais podem brincar soltos).

Repare no tamanho da oportunidade: entre os clientes que costumam ir ao shopping com seus pets e possuem renda mensal acima de R$ 13 mil: mais de 60% não usam pet parks ou praças de alimentação pet porque o shopping não oferece o serviço ou não comunicou devidamente a existência dele.

Se a intenção é aumentar frequência de visitas, os shoppings deveriam olhar com mais carinho para esse público, não é mesmo?

4.     Localização, localização e localização?

O povo de real estate gosta de repetir que os três fatores críticos de sucesso de um empreendimento são: localização, localização e localização. Até agora a indústria de shoppings vinha adotando esse mantra. A pesquisa que saiu do forno semana passada coloca uma pulga atrás da orelha do pessoal.

Localização continua sendo o fator principal de escolha de um shopping para 24% dos brasileiros. Vale dizer que esse número era 56%, na pesquisa de 2016. O mix de lojas segue como segundo diferencial mais relevante, com 22% de menções (em 2016 era 19%).

Mas, agora, novos atributos ganharam importância. O ambiente e a experiência proporcionada pelo centro comercial são os elementos mais valorizados por 10% das entrevistadas e as opções de lazer por 9% delas.

Tudo isso casa perfeitamente com o conceito do shopping como destino de convivência e entretenimento, onde comprar faz parte da diversão. Por isso mesmo, shopping centers podem e devem investir nessas frentes, sem moderação.

5.     Viver, comer, comprar

A pesquisa aponta que a principal motivação para ida ao shopping ainda é fazer compras – 43% dos seus frequentadores concordam com isso. O segundo motivo é lazer, citado por 31% das pessoas pesquisadas.

Em tempo: por lazer devemos entender não apenas a ida ao cinema ou parque, mas também passear, ver vitrines ou encontrar pessoas. Em terceiro aparece alimentação, com 21% de menções (na pesquisa de 2016 esse motivo recebeu 11% de respostas).

Somando lazer e alimentação, mais da metade do tráfego de um shopping é produzido por setores que há alguns anos tinham menos protagonismo no mix.

Tem mais, 74% dos brasileiros disseram que escolhem ir a um shopping porque podem aproveitar o tempo para fazer outras coisas. Que outras coisas são essas? Comer, passear e se divertir. Entendeu? Mesmo quem não vai ao shopping para passear, comer ou se divertir, escolhe o seu local favorito também pela capacidade de, além de concentrar boas lojas, proporcionar bons momentos.

6.     Food is the new fashion

A essa altura do campeonato já ficou clara a força da alimentação no mix dos shoppings, certo? Mesmo assim, vale a pena destacar que 82% dos frequentadores escolhem o shopping onde vão em função da variedade de opções de alimentação. Isso ganha ainda mais relevância porque 77% dos brasileiros costumam frequentar dois shoppings ou mais. Ter uma oferta mais ampla, pode fazer a diferença.

As operações mais procuradas são as das praças de alimentação, onde 97% das pessoas costumam comer. Porém, os restaurantes com serviço já aparecem com 81% de citações. Os restaurantes são especialmente importantes para atrair clientes de melhor poder aquisitivo. Dentre os que possuem renda mensal de 6 a 15 salários mínimos, 85% consomem em restaurantes de shoppings. Esse número sobe para 94% entre os que ganham mais de R$ 20 mil por mês.

Sorveterias e cafeterias também aparecem bem na foto, respectivamente com 89% e 75% de citações.

7.     Consumo figital

Por fim, merece destaque o fato de que 91% dos usuários de shoppings no Brasil fizeram alguma compra online nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Impressiona a velocidade da evolução do consumo figital (integração do físico com o digital). Antes da pandemia, 21% dos clientes de shopping faziam compras exclusivamente em lojas físicas. Hoje, esse número caiu para 7%. Os que compravam das duas maneiras, porém, com maior regularidade no canal digital, somavam 19% antes da pandemia e agora representam 43% dos clientes. E nada menos do que 75% das pessoas pesquisam preços na internet antes de fechar uma compra, independentemente da faixa de idade.

Não à toa que os centros comerciais brasileiros buscam maneiras de intermediar vendas de seus lojistas nos canais digitais. Como resultado desse esforço, 43% dos clientes declaram já ter feito compras virtuais em algum shopping, via aplicativo, whatsapp, assistente virtual etc. Desses, 74% preferiram retirar o produto em uma loja e 34% usaram o serviço de delivery.

Esses resultados mostram que apoiar as vendas dos lojistas, qualquer que seja o canal, será um dos principais desafios dos shoppings no futuro próximo.

Esse completo raio X do perfil e comportamento dos usuários de shopping centers no Brasil revela um setor em franca evolução, no conceito, no mix e no modelo de negócios. E oferece, de quebra, um bom mapa para navegar nesses mares pouco explorados.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

REDAÇÃO AMANHA
15/08/2023

“Herdamos uma taxa de juros absurda do rotativo e vamos ter que equacionar [essa questão], mas [a solução] não passa por prejudicar o consumidor que está pagando as contas em dia”, defendeu Haddad

A solução para o rotativo do cartão de crédito não pode prejudicar o consumidor nem o comércio, disse nesta segunda-feira (14) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista a jornalistas, ele não adiantou qual seria a proposta preferida do governo para resolver o alto endividamento na modalidade, mas disse que o consumidor não pode ser prejudicado por medidas como o fim do parcelamento sem juros. “O parcelado sem juros responde hoje por mais de 70% das compras feitas no comércio. Temos de ter muito cuidado para não afetar as compras do comércio e não gerar um outro problema para resolver o primeiro”, afirmou Haddad no início da noite. “Herdamos uma taxa de juros absurda do rotativo e vamos ter que equacionar [essa questão], mas [a solução] não passa por prejudicar o consumidor que está pagando as contas em dia”, defendeu.

Sugerido pelos bancos para reduzir as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, o fim das compras parceladas sem juros opõe as instituições financeiras e o comércio. Haddad, no entanto, declarou que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento, o que ainda não foi feito. Segundo o ministro, a previsão é que um grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), da Câmara dos Deputados e do Senado encontre uma solução em até 90 dias. De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros do crédito rotativo fechou junho em 437,3% ao ano. Haddad reiterou que não há uma proposta oficial dos bancos em relação ao rotativo e reforçou que a solução virá do grupo de trabalho. “Nosso foco é o rotativo, não pode continuar como estar. Estamos levando ao Congresso Nacional, sobretudo à Câmara, um compromisso feito pelo setor privado, pelos bancos públicos e privados, de que isso tem que ter um prazo para terminar”, declarou. A Febraban emitiu nota na segunda-feira (14) afirmando que não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito.

Com Agência Brasil

Luiz Gustavo SingeskiLuiz Gustavo Singeski• 2º• 2ºArquiteto e urbanista sócio fundador no Oficina Urbana de Arquitetura.Arquiteto e urbanista sócio fundador no Oficina Urbana de Arquitetura.

Multiplan Empreendimentos S.A. anunciou a nova expansão do ParkShoppingBarigui, que engloba a implantação do trecho inicial do Parque Linear do Rio Barigui, desde o Parque Barigui até a R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, projeto que tivemos a felicidade de elaborar dentro do Oficina Urbana de Arquitetura. São mais de 46.000 m² de área a ser qualificada, incluindo espaços de estar, de lazer e de desfrute da paisagem, incentivo ao transporte não motorizado, preservação e recomposição da mata ciliar, tendo a valorização da paisagem natural do rio como foco principal da proposta. As obras do parque devem iniciar no começo de 2024.

O projeto multiuso do PkB inclui opções de saúde e bem-estar com Centro Médico, parques e áreas de lazer, mix de lojas renovado e diversidade de restaurantes e ampliando as fronteiras do shopping.

A expansão vai inaugurar um terceiro piso inteiro com um boulevard suspenso e iluminado, 75 novas lojas, um Park Gourmet mais diversificado, com 13 restaurantes, um Centro Médico com 25 diferentes especialidades, uma nova HotZone e o inédito FunPark, parque indoor permanente repleto de atrações, que serão garantia diversão para toda a família o ano todo.

O ParkShoppingBarigüi abre suas portas ao Parque Barigui com o projeto do Viva Barigui, um espaço arborizado e corredor ecológico que vai ligar o PkB ao cartão portal de Curitiba.

🔗 Conheça mais sobre o projeto em https://lnkd.in/ddyVWNsB )

REDAÇÃO AMANHA
28/06/2023 11:13 | Atualizado 28/06/2023 11:19

Crédito caro, endividamento, inadimplência e juros altos criaram cenário desafiador para o varejo

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 106,4 pontos em junho, uma queda mensal de 0,6%, descontados os efeitos sazonais. O otimismo dos varejistas caiu pela segunda vez consecutiva, levando o Icec ao menor nível desde junho de 2021. Assim, o indicador mantém a tendência de queda registrada nos últimos dois meses. Na comparação anual, a redução da confiança caiu 13,1% – a maior retração nesse comparativo desde abril de 2021, quando a queda foi de 20,7%. O destaque do mês foi a percepção desfavorável da situação vigente. Há três meses, o índice de condições atuais mergulhou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos), com quedas intensas da avaliação dos varejistas sobre o desempenho da economia e do comércio. A maioria dos comerciantes, 61,2%, aponta que as vendas no comércio pioraram. Essa proporção também é a mais elevada desde junho de 2021.

Segundo o CNC, o resultado do Icec de junho mostra que os empresários do comércio estão cautelosos com a situação econômica atual do país, que afeta diretamente o consumo das famílias. Ainda de acordo com a entidade, a queda da confiança é um sinal de alerta, pois o setor vem sofrendo com as altas taxas de juros e as dificuldades que os consumidores têm de acessar crédito e pagar dívidas. Embora os consumidores indiquem maior intenção de compra, como tem apontado a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também realizada pela CNC, o nível de endividamento e inadimplência elevado e o crédito caro e restrito limitam a capacidade de consumo. “O otimismo do consumidor, com maior segurança no emprego e melhora da renda disponível pela inflação mais baixa, não tem se traduzido em alta das vendas no varejo de forma geral e sustentada. Isso tem se refletido na redução da confiança do varejista”, analisa Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.

Outro índice que endossa o pessimismo dos empresários é o de expectativas para desempenho do comércio, que caiu 10,1% entre junho de 2022 e 2023. “Dois em cada dez comerciantes consideram que as vendas no setor devem piorar no curto prazo, mesmo com a dinâmica mais favorável da inflação nos últimos meses. A permanência dos juros altos tem levado os comerciantes a redefinirem as estimativas para as vendas deste ano”, explica Izis. Ainda que o consumidor de rendas média e baixa esteja mais disposto a consumir e com datas sazonais no calendário dos próximos meses estimulando as vendas, o otimismo é menor entre os empresários de todos os grupos do varejo. A economista da CNC destaca que, com a visão desfavorável do atual desempenho da economia e do comércio e com as expectativas para o curto prazo em queda, os comerciantes de todos os segmentos também apontam que devem reduzir os investimentos, principalmente na contratação de funcionários e no capital físico das empresas.

O Icec indicou que as perspectivas de desempenho menos favorável das vendas nos próximos meses são generalizadas entre os lojistas. As quedas no mês e no ano foram mais intensas, no entanto, para o varejo de produtos duráveis, itens que dependem mais de crédito e de prazo para pagamento. “A manutenção dos juros elevados, com endividamento e inadimplência maiores dos consumidores, tem levado os varejistas a considerarem que as vendas desses itens seguirão sofrendo com o crédito caro e cada vez mais seleto”, avalia Izis. Para 24,7% dos comerciantes de itens de maior valor agregado, os estoques estão acima do adequado diante da perspectiva das vendas, proporção que vem crescendo desde o fim do ano passado.