A alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2022, frente ao trimestre anterior, foi impulsionada pelo desempenho do setor dos serviços (+1,3%) e fez com que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisasse para cima a projeção para 2022, de +1,8% para +1,9%.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho revelaram crescimento de 1,1% na comparação com o mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Esse foi o terceiro avanço consecutivo. Com isso, a CNC revisou de +2,5% para +2,9% sua previsão para a variação do volume de receitas na comparação com o ano passado, em decorrência da aceleração de preços.

Ao contrário dos serviços, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 0,8% em julho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), também do IBGE. Em desaceleração desde o início do ano, o volume de vendas retraiu pelo terceiro mês seguido. Diante disso, a CNC revisou sua previsão para o setor em 2022, de +1,7% para +1,3%.

 Dada a desaceleração das vendas, o otimismo do comerciante recuou pela segunda vez em setembro. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), calculado pela CNC, atingiu 125,5 pontos, redução de 2,6% na comparação com o mês anterior. Frente a setembro do ano passado, contudo, houve alta de +5,2%.

 

Especificamente em relação ao desempenho do comércio no próximo feriado de Dia das Crianças (12 de outubro), a CNC projeta volume de vendas de R$ 8,13 bilhões. Esse número é 3,1% inferior ao do ano passado (R$8,39 bi), mas 9,3%     superior ao de 2020 (R$7,44 bi). O segmento de vestuário e calçados será o destaque na data deste ano, respondendo por 29% das vendas. Entre os estados, São Paulo deverá ser responsável pela maior movimentação (R$2,62 bi). Entretanto, o maior avanço estadual em relação a 2021 é esperado no Espírito Santo (+5,6%).

 A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela CNC, avançou +1,4% em setembro, mantendo a trajetória de alta iniciada em janeiro deste ano. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de +16,5%. O indicador com maior variação em setembro foi a avaliação da Renda Atual (+2,1%), reflexo do aumento do poder de compra resultante da deflação de julho e agosto.

Para os próximos meses, um dos grandes entraves ao consumo é o endividamento dos consumidores. Em agosto, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), também realizada pela CNC, mostrou que 79% das famílias estão endividadas, 1 ponto percentual maior que no mês anterior. Na comparação com agosto do ano passado, o aumento foi de 6,1 p.p. O indicador de Contas em Atraso cresceu 0,6 p.p. e atingiu 29,6% do total de famílias no país, ao passo que o indicador de consumidores que Não Terão Condições de Pagar atingiu 10,8%.

Artigo compilado por Igor Lima de Mello

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