REDAÇÃO  AMANHA 07/02/2024

Sete das onze atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado fecharam o ano no campo positivo

As vendas do comércio varejista no país recuaram 1,3% na passagem de novembro para dezembro. É o segundo resultado efetivamente negativo para 2023, fora da faixa de variação entre -0,1% e -0,5%, e o de maior amplitude. Apesar disso, o varejo encerrou o ano no campo positivo, acumulando 1,7%, resultado superior a 2022 (1,0%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (7) pelo IBGE. “No ano anterior, o resultado havia sido de 1,0% de crescimento, portanto, em 2023, observamos um resultado maior que em 2022, mantendo a tendência de 6 anos consecutivos de crescimento. Também setorialmente, falando em varejo ampliado, observamos uma disseminação de resultados positivos, com apenas 4 das 11 categorias no campo negativo”, avalia o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Sete das onze atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado fecharam o ano no campo positivo. Foram elas: veículos e motos, partes e peças (8,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,7%), combustíveis e lubrificantes (3,9%), e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,0%), móveis e eletrodomésticos (1,0%) e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,0%). “O crescimento em veículos e motos, partes e peças representa uma retomada do setor, que passou um tempo com poucas receitas, principalmente depois da pandemia. O setor observou uma queda muito grande e uma recuperação muito lenta após vários fechamentos nos anos anteriores. O resultado de 2023 representa uma retomada a uma certa normalidade”, destacou o gerente.

Pelo lado negativo, as quatro atividades que sofreram queda em 2023 foram outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,9%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (-4,5%) e material de construção (-1,9%). “Analisando as categorias que caíram mais, elas apresentam justificativas bem específicas. A queda de 10,9% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico é muito ligada à questão da crise contábil de grandes marcas do setor de lojas de departamento. Já em tecidos, vestuário e calçados, é uma tendência que se inicia depois da pandemia, já é o segundo ano seguido de quedas, o que também tem a ver com a mudança de comportamento de consumo”, pontua Santos. O gerente da pesquisa completa ainda que na categoria livros, jornais e papelaria já é observada uma tendência histórica de migração dos produtos físicos para os meios digitais, que também seguiu no ano de 2023.

Seis setores ficam no campo negativo frente a novembro e vendas crescem 1,3% na comparação com dezembro de 2022

A queda de 1,3% na passagem de novembro para dezembro representa o segundo resultado efetivamente negativo, ou seja, fora da faixa de variação entre -0,1% e -0,5%, e de maior amplitude no ano, após a queda de 0,8% em maio. Houve resultados negativos em seis dos oito setores pesquisados no varejo: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-13,1%), móveis e eletrodomésticos (-7,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%), tecidos, vestuário e calçados (-3,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,5%). “Pensando um pouco na lógica do comércio, novembro tem passado por concentrar ao longo do tempo a receita de outubro e dezembro, por causa da black friday. As pessoas atrasam as compras de outubro e adiantam as de dezembro por causa desse período. Ainda em comparação com os últimos quatro anos, dezembro de 2023 registrou o menor resultado negativo, com queda de 1,3%”, esclarece Santos. Apenas dois dos oito grupamentos pesquisados não registraram taxa negativa: combustíveis e lubrificantes (1,5%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). No varejo ampliado, veículos e motos, partes e peças caiu 4,5% e material de construção variou 0,4%.

Na passagem de novembro para dezembro, as vendas do comércio varejista mostraram recuo em 13 das 27 unidades da federação, com destaque para: Espírito Santo (-14,3%), Rio Grande do Sul (-2,9%) e Paraná (-1,8%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 14 estados, com destaque para Alagoas (3,5%), Amapá (3,1%) e Goiás (3,0%). Já no varejo ampliado, a variação nesse indicador teve resultados negativos em 20 das 27 unidades da federação, com destaque para: Espírito Santos (-6,9%), Paraná (-5,0%) e Tocantins (-4,7%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 7 estados, com destaque para Alagoas (2,3%), Amapá (1,8%) e Distrito Federal (1,6%).

Frente a dezembro de 2022, o volume de vendas do varejo variou 1,3%, sétimo mês consecutivo de resultados positivo nesse indicador, com quatro atividades no campo positivo: hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,8%), tecidos, vestuário e calçados (0,4%) e combustíveis e lubrificantes (0,2%). Os quatro setores restantes obtiveram resultados negativos: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-3,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,4%). No varejo ampliado, veículos e motos, partes e peças teve alta de 7,0%, material de construção caiu 2,8% e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 2,7%.

 

de Rodrigo Maia dos Santos  / 7 de fevereiro de 2024  mercado & consumo

 

 

A forma como as diferentes gerações lidam com o trabalho já virou tema de artigos em revistas especializadas, discussões acaloradas na internet e embates dentro dos escritórios. De um lado, os maiores de 25 anos que acusam a geração Z de ser pouco engajada; do outro, os novos colaboradores enxergam em seus pares pessoas viciadas em trabalho.

O fato é que o mercado tem se transformado e um dos indicativos é o crescente debate sobre a redução da jornada de trabalho, especialmente entre os colaboradores do varejo.

Há alguns meses, um jovem, então balconista de uma rede de farmácias, publicou em suas redes a indignação em trabalhar na escala 6×1. De acordo com ele, o único dia de folga era a oportunidade de cuidar da saúde, questões pessoais e, no meio disso tudo, tentar abrir espaço para um momento de lazer. Horas depois, o vídeo viralizou e deu início ao movimento VAT – Vida Além do Trabalho.

O movimento tem como ponto principal a redução da jornada de trabalho para 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho e três de folga, com o intuito de priorizar o bem-estar do colaborador. A prática, que já vem sendo testada ao redor do mundo pelo programa piloto 4WeekDays, apresentou resultados diversos, a depender do país e das condições com que o programa foi implantado e respeitado.

Para os líderes, essa demanda por uma jornada de trabalho mais equilibrada representa um desafio importante, especialmente ao lidar com uma equipe composta por diferentes gerações. Compreender as motivações e expectativas de cada grupo etário é crucial para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Promover a comunicação aberta e o respeito às diferenças geracionais é essencial para criar uma cultura organizacional inclusiva. Além disso, facilitar o mentoring entre gerações pode ajudar a promover a troca de conhecimentos e experiências, contribuindo para o desenvolvimento profissional de todos os colaboradores.

Nesse sentido, os líderes devem buscar estratégias flexíveis e adaptáveis que levem em consideração as necessidades individuais de cada geração, ao mesmo tempo em que promovem o respeito mútuo e a colaboração entre os membros da equipe. Ao adotar uma abordagem consciente e inclusiva para lidar com as diferenças geracionais no trabalho, eles podem contribuir para o bem-estar e o sucesso de toda a equipe.

Rodrigo Maia dos Santos é CEO da Gonow1.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

 

Fundada há 50 anos, companhia quer expandir operação em Norte e Nordeste

Por 

Rennan Setti  o globo

09/02/2024

 

Depois de ter anunciado, na noite de quinta-feira, um lucro líquido recorde de R$ 1 bilhão para 2023 — salto de 32,6% —, a Multiplan está apostando na melhora do quadro econômico e na expansão dos seus shoppings para crescer o balanço em 2024.

Em conversa com a coluna na tarde desta sexta-feira, o CEO Eduardo Kaminitz Peres falou sobre como a companhia vem capturando as mudanças nos hábitos dos consumidores no pós-pandemia e para quais regiões quer expandir a operação daqui para frente.

Há um ano, Eduardo Peres sucedeu ao pai, José Isaac Peres, na cadeira de CEO. O patriarca fundou o negócio há 50 anos e, hoje, preside o conselho de administração da Multiplan, que vale R$ 15,9 bilhões na Bolsa.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

A Multiplan lucrou R$ 1 bilhão pela primeira vez em 2023, e os lojistas cresceram suas vendas em quase 10%. Quais decisões operacionais permitiram esse resultado?

O resultado foi muito importante, e divulgamos um ano depois de eu chegar à cadeira de CEO. (Antes, ele era vice-presidente de operações). Nesse cargo, você passa a orientar, em vez de fazer diretamente. Então o desafio foi alinhar todo o time. Outra parte do segredo foi ter um olhar muito atento à experiência do consumidor, nunca perder esse foco. “Ah, o mercado não gosta, acha que tem que ser isso ou aquilo…” Não importa.

A propósito, as ações estão caindo, embora os analistas tenham avaliado positivamente o balanço…

Eu não perco tempo com isso. Não é questão de ser esnobe, é não perder o foco. A beleza do mercado é essa: quem não gostou, vende; quem gostou, compra.

Mas, além da questão de time e do foco, como o cenário macro influenciou no balanço?

Ano passado foi marcado por muita incerteza, juro alto e endividamento. Mas as vendas seguiram crescendo e já abriram janeiro deste ano crescendo forte. A expectativa para 2024 é muito otimista. Vai haver queda de juros, a inflação está comportada, e, pelo que vemos, há cada vez mais marcas buscando os shoppings. É, sem dúvida, um cenário mais fácil de navegar que o de 2023.

O balanço mostra que serviços e alimentação são os segmentos que mais cresceram, 17,1% e 10,5%, respectivamente. Por quê?

É uma tendência que vem desde a pandemia. O confinamento trouxe essa urgência de viver, as pessoas viram a proximidade da morte, todo mundo conhecia alguém que morreu. A relação com o dinheiro mudou, ninguém mais quer ficar preso em casa, e o consumidor está agindo de modo diferente. Apenas 32% do nosso mix são vestuário. A tendência da busca por experiências vai continuar crescendo.

Por que a companhia decidiu retirar as cancelas dos estacionamentos? Como está a implementação disso?

Quando comecei a defender isso na companhia, antes mesmo de ser CEO, quase apanhei (risos). Hoje, a implementação tem sido um sucesso, porque é uma facilidade desejada. Já fizemos isso em sete shoppings, mas até abril estará em toda a rede.

Como funciona?

O sistema é baseado na leitura de placa quando o veículo entra no shopping. O cliente entra no aplicativo Multi, registra a placa e pode escolher o método de pagamento. No caso de veículos com tag, a tag vira apenas um meio de pagamento. E o cliente que preferir pode continuar retirando o tíquete e pagando no caixa, ou no app etc. Não vamos forçar ninguém a usar. Pra gente, além de melhorar a experiência para o consumidor, é uma forma de conhecê-lo melhor.

A receita com estacionamentos vem crescendo, em parte porque ficou mais caro, mas também porque o fluxo está maior. Por que mais gente está frequentando o shopping?

Nosso shoppings são mais de 50% experiência, apenas 30% loja de roupa. A pessoa usa o shopping como parte da sua rotina. No Barra Shopping, por exemplo, o cliente vai ao médico, ao boliche, ao cinema e até faz compras (risos). A vida acontece cada vez mais ali dentro.

Como está o processo de expansão dos shoppings atuais da Multiplan?

Temos sete em expansão, sendo três já em construção: DiamondMall (MG), ParkShoppingBarigüi (PR) e MorumbiShopping (SP). Outros dois projetos vão entrar em construção este ano, os de Maceió e Brasília; em 2025, será a vez dos de Jundiaí e São Caetano (ambos em SP). Isso tudo equivale a quase 70 mil metros quadrados de ABL (área bruta locável). As expansões são um vetor de crescimento da companhia.

Mas e quanto a novos shoppings?

A gente segue prospectando algumas regiões, em áreas onde o setor agro é forte e no Nordeste, por exemplo. Norte e Nordeste são uma grande oportunidade para a gente explorar. A gente quer estar nas cidade onde a Multiplan não está, mas ainda não encontramos o terreno ideal.

O último grande projeto foi o ParkJacarepaguá, inaugurado no Rio no fim de 2021. Como vem sendo seu desempenho?

Ele está surpreendendo a gente. No primeiro ano, cresceu acima de 20%. Todo shopping tem um período de maturação nos primeiros cinco anos, moldado pelas pessoas que o frequentam. Ele está nesse momento. Tem uma vacância um pouco maior que os outros, então é a hora de corrigir o que não está funcionando e ir ajustando o mix.

Além das expansões, a companhia também vem apostando em revitalização…

Sim. Estamos começando, por exemplo, a revitalização do Barra Shopping, que vai terminar no fim de 2025. O que você vê hoje é um shopping de 40 anos atrás. A gente quer diminuir a quantidade de materiais, neutralizar os corredores, trazer mais conforto. A Feu Arquitetura está à frente do projeto. E é um shopping que ainda tem espaço para crescer. Nos próximos anos, devemos fazer uma expansão ali.

A Multiplan está fazendo 50 anos. Como vocês enxergam o futuro no longo prazo?

Eu imagino a companhia explorando caminhos que ela ainda não percorreu. Pode ser no digital? Pode, ali não há limite. O app Multi já está entre os dez mais baixados das lojas de aplicativos… Agora, nunca vamos perder a veia de construir shoppings e empreendimentos residenciais. Estar em mercados em que não estamos hoje será uma prioridade daqui pra frente.

O app Multi tem alguma pretensão de colocar um pé no e-commerce?

Não temos essa intenção. Queremos ampliá-lo, investir em fidelidade, desconto etc. Mas não e-commerce.

No auge da pandemia, chegou-se a publicar obituários da indústria de shoppings… Como o sr. avalia aquelas percepções, em retrospecto?

Em futurologia, tudo cabe. É fácil, no meio de um cataclismo, falar o que vai acontecer, mas ninguém nunca sabe. Hoje, o setor de escritórios está sofrendo, mas, graças a Deus, estamos concentrado no setor de shoppings, cuja demanda só cresce.

  • O Estado de S. Paulo informa que a CNC e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vão ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação conjunta contra a isenção nas compras de até US$ 50 em plataformas internacionais de comércio eletrônico. A reportagem detalha que o argumento é de que a isenção do Imposto de Importação, permitida pelo programa Remessa Conforme, seria inconstitucional por violar princípios como isonomia, livre concorrência e desenvolvimento nacional.
  • 79,9% das pessoas estão endividadas no Distrito Federal, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), de dezembro de 2023. Felipe Tavares, economista-chefe da CNC detalha que o prazo médio de atraso das contas do DF é de 69 dias, sendo o maior grupo de inadimplentes tendo contas em atraso com mais de 90 dias.
  • Que o turismo brasileiro deve ter um crescimento de 2,8% em 2024, segundo projeção da CNC. A nota frisa que o desempenho modesto reflete a alta de preços das passagens aéreas.

Site cnc 19.1.24

Publicado em 18/01/2024 site cnc

 

Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mediu o impacto da isenção do imposto de importação em produtos adquiridos por pessoas físicas com valor até US$ 50 sobre o varejo nacional. Para cada 1% de diferença de preços em relação ao produto importado pelo regime Remessa Conforme, há perda média de 0,49% no faturamento. Os mais afetados são os setores de farmácia e perfumaria, com o maior impacto (0,87%), seguidos por vestuário e calçados (0,64%).

O estudo indica que, para um empresário importar o mesmo produto anunciado até US$ 50 (aproximadamente R$ 250) em lojas de comércio eletrônico, o custo tributário varia entre 63% e 90%. Isso elevaria o preço de venda ao consumidor desse mesmo produto a R$ 546, no mínimo.

Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada no STF

Por conta dos prejuízos provocados à competitividade do setor produtivo brasileiro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) protocolaram na noite desta quarta-feira (17 de janeiro) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a isenção do imposto de importação para bens de pequeno valor, destinados a pessoas físicas no Brasil. A ADI pede que o Remessa Conforme seja suspenso enquanto o mérito não for julgado.

Na ADI, as Confederações apontam que os artigos 2º, inciso II, do Decreto-Lei nº 1.804/80 (com redação conferida pelo artigo 93 da Lei nº 8.383/91) e 2º, inciso II, alínea “c”, da Lei nº 8.032/90 estabelecem isenção apenas entre pessoas físicas para remessas internacionais de bens sem caráter comercial. A interpretação do Ministério da Fazenda teria, nesse sentido, sido equivocada, reduzindo a zero a alíquota do imposto de importação para bens objeto de remessa postal internacional de até US$ 50, destinados a pessoas físicas, sejam eles remetidos por pessoas físicas ou jurídicas de fora do País, conforme a Portaria MF nº 612/2023, que alterou a Portaria MF nº 156/99.

Assim, por força da interpretação conforme a Constituição, a ADI requer a declaração da inconstitucionalidade das medidas que possibilitam a isenção do imposto de importação, já que configuram violações aos princípios da isonomia, da livre concorrência, do mercado interno como patrimônio nacional e do desenvolvimento nacional. Conforme dados da CNI, em 10 anos, entre 2013 e 2022, as importações de pequeno valor saltaram de US$ 800 milhões para US$ 13,1 bilhões, montante que representou 4,4% do total de bens importados em 2022.

  • • Publicado em 17/01/2024 m site CNC

Perspectiva para o setor de serviços é de aumento de 2,1%, e no turismo a alta deve ser de 2,8% neste ano

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo sua previsão de crescimento das vendas no varejo, em 2023, de 2% para 1,8%. A inflação mais baixa em novembro não foi o bastante para garantir o avanço no consumo das famílias e impulsionar o setor.

Diante da menor perspectiva de crescimento econômico em 2024, a CNC projeta um crescimento de 1,6% nas vendas no varejo este ano. A entidade acredita que o setor pode se beneficiar da esperada queda do custo do crédito, que deverá impulsionar as vendas de bens duráveis. Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje (17 de janeiro), novembro teve um crescimento mensal de 0,1% no volume de vendas no varejo. Na comparação com novembro de 2022, o crescimento foi de 2,2%.

Setor de serviços é menos dependente do crédito

Para o setor de serviços, a CNC estima que 2023 tenha fechado com um crescimento de 2,5%. E, para 2024, o crescimento deve ser um pouco menor, na casa dos 2,1%. A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada em 16 de janeiro pelo IBGE, o volume de receitas avançou 0,4% no penúltimo mês do ano passado, puxado especialmente pelo consumo das famílias, cuja variação no período alcançou 2,2%.

“Os serviços têm se destacado nos últimos anos como o setor mais dinâmico da economia brasileira, especialmente por ser um setor menos dependente das condições de crédito”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Turismo terá baixo crescimento em 2024

O segmento do turismo registrou queda de 2,4% em novembro – a maior retração mensal desde maio de 2022. Segundo o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, os preços específicos têm contribuído para desacelerar o nível de atividade. “Em novembro e dezembro, por exemplo, os reajustes nas passagens aéreas foram os principais responsáveis pelo avanço do índice geral de preços no País”, avalia o economista. Ainda assim, a previsão da CNC é que o turismo feche 2023 com aumento de 7,3% em relação a 2022; e, para 2024, a perspectiva é de alta mais modesta, de 2,8%.

Publicado em 19/01/2024  site cnc

Em 12 meses, aumento foi de 12,8%. No comparativo mensal, no entanto, o índice caiu 0,5%

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), iniciou o ano com queda de 0,5% em janeiro, descontados os efeitos sazonais, o segundo resultado negativo consecutivo. Mesmo assim, o nível de satisfação (acima dos 100 pontos) foi mantido. Na variação anual, o índice subiu 12,8%.

No entanto, a preocupação com o emprego e com o endividamento ainda está freando o consumo atual. O subindicador que mede a satisfação com o emprego atual está em 127,7 pontos, uma redução de 0,3% em relação a dezembro – um dos fatores que explicam isso é o fato de que nem todos os empregos temporários de fim de ano se converteram em efetivações. Ainda assim, ele aumentou 7,7% na comparação com janeiro do ano passado. Em outra ponta, o subindicador da ICF sobre a perspectiva profissional, mesmo que esteja em 117,7 pontos, na zona de satisfação, caiu 1% neste mês. Essa percepção do consumidor vem retraindo de forma mais intensa desde julho de 2023, mas continua 7,4% acima de 12 meses atrás.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que o consumo das famílias brasileiras está em recuperação, mas ainda há desafios a serem superados. “A nossa expectativa é que o cenário econômico continue melhorando nos próximos meses, o que deve contribuir para um crescimento mais robusto do consumo ao longo de 2024”, pontua.

Mais sensação de poder de compra

A desaceleração da inflação desde setembro do ano passado ajudou as famílias a serem mais positivas em relação à percepção sobre a renda atual, com uma sensação de maior poder de compra. Esse indicador atingiu 124 pontos, o maior patamar desde março de 2015. A queda da taxa básica de juros (Selic), que passou de 13,75% para 11,75% ao ano entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, também contribuiu para melhorar a percepção das famílias sobre o momento para comprar bens duráveis. O indicador que mede essa impressão alcançou 74,3 pontos em janeiro, o mais alto desde março de 2020, quando iniciou a pandemia de covid-19. Ainda assim, ele segue na zona de insatisfação – 59,5% dos consumidores apontaram que este é um mau momento para adquirir esse tipo de produto.

Consumidor comedido, mas otimista com o futuro

O subindicador que mede o nível de consumo atual ficou em 92,4 pontos, em janeiro, o que denota insatisfação. Houve queda mensal de 0,7%, mas aumento de 18,1% em comparação com janeiro do ano passado. “O início do ano exige maior controle do orçamento por conta dos gastos específicos do período, como IPTU, IPVA, material escolar e matrículas, entre outros, o que influencia muito no consumo das famílias”, explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. No entanto, a perspectiva de consumo para o futuro continua positiva. Esse indicador ficou em 109,8 pontos em janeiro, acima da neutralidade.

Famílias de menor renda estão mais cautelosas

A queda da intenção de consumir em janeiro foi puxada principalmente pelas famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, que registraram queda de 0,8%. Já as famílias com renda mais alta tiveram aumento de 0,4%. O subindicador que mede a perspectiva de consumo futuro ficou em 107,5 pontos para as famílias com renda abaixo de 10 salários e em 121,8 pontos para as famílias com renda acima de 10 salários mínimos. Esse foi o item que mais caiu entre as famílias de menor renda (queda de 2%); porém, desde julho de 2023, essa parcela da população se encontra satisfeita com sua expectativa de consumir. Já em relação às famílias consideradas mais ricas, essa sensação de satisfação ocorre desde novembro de 2022.

meio midia
“E o salário ó ”. Enquanto os preços de tudo aquilo que a gente compra quase dobrou ao longo dos últimos 10 anos, o salário médio ficou praticamente igual.
·  Isso quer dizer que, entre 2013 e 2023, o poder de compra dos brasileiros foi corroído quase pela metade.
O tal do “poder de compra”: Sabe aquela sensação de que se dá para comprar cada vez menos coisas com a mesma quantidade de dinheiro de antes? Então…
O estudo que revelou essa queda levou em consideração os dados oficiais da inflação e a média salarial brasileira. Hoje, o brasileiro médio ganha R$ 40 mil por ano.
·  Para se ter ideia, só nos mercados, os preços subiram em média 88% de 2013 até o ano passado. No mesmo período, o salário médio aumentou só 3%.
Como chegamos a isso? Enquanto a inflação subiu ano a ano — principalmente na crise de 2015 e durante a pandemia —, a produtividade nacional ficou em baixa como nível da educação básica estagnado.

O impacto no carrinho

Há 10 anos, com R$ 100 no bolso, era possível comprar 13 produtos básicos num mercado.
São eles: Carne, leite, arroz, feijão, farinha de trigo, pão, café, açúcar, óleo, banana, manteiga, batata e tomate.
Se formos para um mercado com os mesmos R$ 100 hoje em dia, só vai ser possível comprar 3 deles: pão, café e carne.
  • Bem Paraná (PR) revela que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) alcançou 109,1 pontos em janeiro. O patamar representa uma elevação de 0,8%, se comparado ao mês anterior. O texto salienta que o resultado interrompe uma sequência de quatro quedas consecutivas, de acordo com a CNC; isso mostra que a compra de bens de consumo duráveis está, aos poucos, voltando a fazer parte dos planos dos brasileiros, conforme a mais recente pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) feita pela CNC, tendo como base o mês de janeiro de 2024. Segundo a pesquisa, o índice da população que se considera satisfeita com o momento de compra para esses bens subiu de 52,5 pontos em janeiro de 2023 para 74,3 em janeiro de 2024, um salto de 41,5%.
site cnc 24.1.24
  • No caderno especial Brasil-ChinaValor Econômico sinaliza que brasileiros gastaram, em 2022, mais de R$ 50 bilhões em mercadorias internacionais, especialmente de China e Vietnã, o equivalente a 20% do comércio eletrônico do Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Varejo e Consumo. O texto pontua ação da CNC e CNI no STF contra isenção de imposto de improtação em compras até US$50.
  • Também no Valor, artigo de Maria Helena Bragaglia e Luiz Gustavo Mide, respectivamente, sócia e advogado da área de Resolução de Disputas (Contencioso Cível/Arbitragem) do Demarest, comenta a redução de 2,2% no endividamento e de 1,3% na inadimplência no período de novembro de 2022 e de 2023, conforme dados da CNC.
  • Pontua que em meio ao descontentamento da CNC e da CNI com a medida provisória que reonera a folha de pagamentos e a isenção de imposto para importados de até US$ 50, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “afagou o empresário da indústria”. A coluna detalha que Lula lançou o programa “Nova Indústria Brasil”, com investimentos do BNDES. Segundo o texto, a atual direção da CNI é mais alinhada à esquerda e o novo presidente da entidade, Ricardo Alban, tem interlocução com o governo petista.