Correio da Semana (CE) – 5/24

Traz noticia que o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, nesta terça-feira (30), que as empresas que omitem dados sobre igualdade salarial terão “um olhar especializado” da área de fiscalização da pasta.  O texto recorda que a CNC e a Confederação Nacional da Industria (CNI) entraram, no mês passado, com uma ação direta de inconstitucionalidade — no Supremo Tribunal Federal contra a Lei de Igualdade Salarial entre os gêneros. 

  • 08/05/2024
  • às 18:09 site cnc

Com um março estável, faturamento real cresceu 5,7% nos três primeiros meses

O volume de vendas do comércio varejista brasileiro se manteve estável em março, na comparação com fevereiro deste ano, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (8 de maio) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima sua projeção de aumento do varejo para 2024, de 2% para 2,1%. No primeiro trimestre, as vendas do varejo cresceram 5,7%, graças ao desempenho dos segmentos de hiper e supermercados (que tiveram alta de 8,6%), de artigos de uso pessoal e doméstico (aumento de 11,4%) e produtos farmacêuticos (crescimento de 13,1%). Essa foi a maior taxa de variação de um primeiro trimestre desde 2012, quando a alta foi de 10,4%.

Nos três segmentos, as reações derivaram da desaceleração dos preços e da menor dependência que esses ramos historicamente têm em relação ao comportamento dos juros. Atualmente, as vendas se mantêm 7,1% acima de antes do início da crise sanitária, em fevereiro de 2020. Os dados apontam crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior pela décima vez consecutiva.

Os resultados são importantes para o setor, conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “Os esforços dos empresários e dos diversos agentes econômicos para garantir um bom ambiente de negócios vêm prosperando, uma vez que o poder de compra do consumidor brasileiro vai se mostrando gradativamente mais assegurado”, afirma. Nesse sentido, Tadros ressalta que a perspectiva da Confederação é positiva para o decorrer do ano, sem pressões significativas de inflação e com expectativa de que a taxa de juros básicos termine 2024 próxima de 9,5% anuais.

Para o economista da CNC responsável pela análise da PMC, Fabio Bentes, existem alguns fatores predominantes para o resultado favorável das vendas, como a inflação acumulada nos três primeiros meses de 2024 menor do que em 2023 (a alta foi de 1,4% contra 2,1%, respectivamente) e os indicadores favoráveis do mercado de trabalho. A taxa de desocupação para o período, de 7,9%, também foi a menor desde 2012, quando começa a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc).

  • Valor Econômico veicula que o PT e o governo posicionaram-se de forma diferente em relação ao fim da isenção de US$ 50 para importações via remessas internacionais e levaram ao adiamento do projeto de lei que cria o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) – texto onde os deputados incluíram a extinção do benefício. A reportagem menciona que a CNC e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso e acusam o benefício de provocar “distorção no mercado e concorrência desleal”.
  • A Tribuna (SP) registra que, segundo a CNC, o endividamento das famílias subiu para 78,5%, mas o nível de inadimplência se manteve estável.

Por Daniel Weterman , Alvaro Gribel e Bianca Lima

10/05/2024 | Estadao

BRASÍLIA – Os encargos trabalhistas custeados pelas empresas no Brasil superam os salários pagos para os empregados. De acordo com estudo do professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) José Pastore, o custo chega a 103,7% das remunerações.

O cálculo considera tudo que as empresas gastam com obrigações sociais, entre elas as contribuições para a Previdência, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e salário educação, e despesas com o tempo em que o empregado não está trabalhando, como férias e décimo terceiro salário.

Para a contratação de um trabalhador com salário de R$ 2.287 na indústria — remuneração média para um indivíduo com ensino médio completo — as empresas gastam R$ 2.371,62 com encargos.

Pastore observa que praticamente todos os custos são fixos e compulsórios. Na prática, os encargos representam um bloqueio à expansão do emprego formal e ao aumento de salários, além de um estímulo ao emprego informal. “O Brasil fica, assim, numa situação em que os trabalhadores ganham pouco e custam muito”, diz o especialista.

Tributação perto da carga máxima de países da OCDE

Considerando apenas os impostos sobre os salários e contribuições à seguridade social, a tributação no Brasil está perto da carga máxima cobrada em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conforme levantamento do Estadão com dados de 42 nações divulgados pela instituição.

As empresas brasileiras pagam 25,8% de impostos sobre os salários dos empregados e contribuições à seguridade social, segundo a organização. Em uma relação de 42 membros da OCDE e economias parceiras, a tributação fica atrás apenas da França e supera a de países ricos e desenvolvidos como Estados UnidosReino Unido e Alemanha (veja o mapa abaixo).

É como se o Brasil cobrasse o mesmo nível ou até mais impostos do que países com renda mais alta e com maior produtividade. Para especialistas, uma tributação alta limita a criação de empregos formais e é uma das explicações para o nível de informalidade dos empregados e para o fenômeno conhecido como “pejotização” (contratação excessiva de serviços sem vínculo empregatício).

A comparação foi feita com dados de 2019, último ano em que a OCDE publicou dados sobre o Brasil. Os índices mais recentes, divulgados em 2023 e restritos a membros da organização, têm variações menores que um ponto porcentual e não alteram o cenário. O número não inclui tributação sobre a renda, impostos pagos diretamente pelo trabalhador e encargos sobre férias e décimo terceiro salário.

Em comparação ao salário médio dos trabalhadores, o que se cobra no Brasil (25,8%) fica acima da média dos países membros da OCDE (13,8%) e de nações ricas como Alemanha (16,5%), Reino Unido (9,8%), Estados Unidos (7,6%), além de países em desenvolvimento como China (22,1%) e México (10,4%). Alguns países, como Nova Zelândia e Chile, não cobram impostos sobre a folha salarial, mas focam em cobrar tributos sobre a renda do trabalhador.

“Em termos relativos, os encargos trabalhistas no Brasil são semelhantes aos de países desenvolvidos que têm mercado de trabalho mais regulado, superiores aos países desenvolvidos mais liberais e aos da maioria dos países em desenvolvimento para os quais se dispõe dessa informação”, afirma o consultor do Senado Federal e professor do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Luiz Ricardo Cavalcante. Ele observa que a tributação no Brasil se dá sobre salários mais baixos que em outros países, mas que ainda superam países como China Índia.

Segundo o economista Robson Gonçalves, professor do MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), a carga sobre os salários no Brasil fica entre 55% a 60% quando são somados custos como o décimo terceiro salário e as contribuições para o sistema S.

“O oneração da folha é um dos vetores do Custo Brasil. Produzir e empregar no Brasil é caro e não deveria ser. Deveríamos ter oneração sobre o consumo e a renda, não sobre a produção e a geração de emprego”, diz Gonçalves. “A oneração pode pressionar algumas empresas a precarizar e sonegar, adotando uma conduta de fugir dessa oneração por meio da informalidade.”

Entenda a desoneração da folha

No Brasil, empresas de 17 setores da economia contam com desoneração da folha salarial, pagando impostos menores sobre a Previdência Social. A desoneração foi criada em 2011, no governo Dilma Rousseff, tendo sido prorrogada em todos os governos posteriores.

A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Ela resulta, na prática, em redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida por milhares de empresas que empregam mais de nove milhões de pessoas.

 

No ano passado, a Câmara e o Senado aprovaram a prorrogação do benefício, até 2027, por ampla maioria: na Câmara, foram 430 votos favoráveis e 17 contrários; enquanto que no Senado o tema foi aprovado em 10 minutos, por meio de votação simbólica.

Na sequência, a lei foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o veto foi derrubado por placares igualmente folgados. No Senado, 60 senadores votaram pela derrubada, e 13 pela manutenção. Já na Câmara, foram 378 votos pela derrubada e 78 para sustentar o veto.

Na virada do ano, o governo editou uma Medida Provisória limitando o benefício fiscal. A alíquota menor ficaria restrita a trabalhadores que ganham um salário mínimo, com redução gradual até 2027.

As negociações com o Congresso então recomeçaram com a proposta de um novo projeto de lei. Parlamentares avaliaram, então, que, se quisesse votos, o governo teria de ceder e se aproximar mais da proposta original do Congresso. O projeto não avançou, e o governo passou por cima da decisão do parlamento e recorreu ao STF.

O relator, ministro Cristiano Zanin, acatou a ação protocolada pelo governo e suspendeu a desoneração. O julgamento, no entanto, foi paralisado após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que tem até 90 dias para devolver o processo. Até a suspensão, havia cinco votos favoráveis ao governo — ou seja, faltava apenas um para formação de maioria.

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Desoneração da folha: por que 20 de maio é data-chave para as empresas à espera de decisão do STF

Nesta quinta-feira, 9, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmaram que fecharam um acordo sobre a tributação dos 17 setores econômicos atendidos pela política de desoneração da folha de pagamentos.

Pelo acordo, as empresas não serão tributadas neste ano, e um escalonamento da cobrança começará a valer no ano que vem e se estenderá até 2028. A tributação sobre a folha de pagamentos do 13º salário só ocorrerá no último ano.

Veja os 17 setores afetados

  • Confecção e vestuário;
  • Calçados;
  • Construção civil;
  • Call center;
  • Comunicação;
  • Empresas de construção e obras de infraestrutura;
  • Couro;
  • Fabricação de veículos e carroçarias;
  • Máquinas e equipamentos;
  • Proteína animal;
  • Têxtil;
  • TI (tecnologia da informação);
  • TIC (tecnologia de comunicação);
  • Projeto de circuitos integrados;
  • Transporte metroferroviário de passageiros;
  • Transporte rodoviário coletivo;
  • Transporte rodoviário de cargas.

 

de Felipe Mario 10 de maio de 2024  – Mercado & Consumo

Se reinventando para fidelizar seus clientes, marcas do varejo de moda como C&A e Renner são as mais populares entre os consumidores, sendo lembradas por oito entre dez consumidores de moda na hora das compras.

A pesquisa “Consumo de Moda no Brasil“, realizada pelo Opinion Box, ouviu mais de 2 mil consumidores do varejo de moda, sendo 84% das classes C, D e E e 15%, das classes A e B. O estudo busca entender as preferências dos consumidores brasileiros deste segmento na hora de renovar seu guarda-roupas.

Em 2023, a C&A obteve um dos melhores resultados operacionais. Os números positivos foram alcançados devido ao seu foco em aprimorar a jornada do cliente e na gestão de relacionamento. Por outro lado, a Renner registrou um lucro líquido de R$ 526,9 milhões no 4° trimestre do ano passado, representando um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2022.

Cecília Rapassi, sócia-diretora na Gouvêa Fashion Business, afirma que as iniciativas das marcas para reter os clientes e fidelizá-los, oferecendo uma gama de benefícios de serviços diversificados, facilitam o fortalecimento do negócio e mantém o faturamento das companhias. “Eles fidelizam o cliente, principalmente por conta dos serviços que eles agregam e oferecem, como os cartões próprios que parcelam.”

Fenômeno Lacoste

Outras marcas figuram entre as favoritas dos consumidores, como Riachuelo e Marisa, com 81% e 75%, respectivamente, entre as preferências. Mas um destaque do ranking é a presença da francesa Lacoste, com 75%, que é consideravelmente mais cara que as demais da lista.

Cecilia explica que a presença da Lacoste na lista é realmente um fenômeno, pois é uma marca que as pessoas das classes mais baixas almejam ter. “É uma marca que vem protagonizando o desejo, principalmente das comunidades ligadas à música, ao rap e ao funk. A Lacoste é a marca de desejo dessa população”, afirma.

Em comemoração aos seus 90 anos, no ano passado, a Lacoste criou a campanha Lacosteiros, que reúne fãs da marca que são os frequentadores do baile funk da capital paulista. A ação permite que essas comunidades de entusiastas mostrem suas releituras com as peças da marca.

Varejo físico x varejo online

Os hábitos de consumo dos brasileiros foram bastante afetados pela pandemia de covid-19. Para se proteger do vírus, as pessoas passaram a fazer grande parte de suas compras no comércio eletrônico.

O estudo da Opinion Box mostra que esse hábito não foi deixado de lado mesmo após o fim do isolamento social. O varejo online é o canal de compra onde 66% dos consumidores costumam fazer suas compras, mas isso não quer dizer que o varejo físico ficou obsoleto, pois mais de metade dos compradores de moda (53%), optam por realizar suas compras em lojas físicas.

“Podemos concluir que eles [consumidores] têm comprado online e também na loja física. É comprovado que o consumidor omnichannel, ou seja, o que compra nos dois canais, ele compra mais do que aquele que é exclusivo da loja física ou aquele que é exclusivo do site”, explica Cecilia.

Baixa aderência às marcas de luxo

Outro ponto que chama a atenção na pesquisa é a baixa aderência dos consumidores de moda às marcas de luxo, o que pode ser explicado por apenas 15% dos entrevistados serem das classes A e B. O estudo mostra que apenas 8% dos entrevistados costumam realizar suas compras de moda em lojas físicas de luxo.

“Há alguns estudos, como o da Vogue Business, apresentado na última edição da NRF, que mostram que o consumidor de luxo prefere comprar presencialmente, porque ele é muito mais exigente pela experiência e pelo atendimento personalizado”, reforça a executiva.

No ano passado, a Bain & Company mapeou o ecossistema de luxo no Brasil e demonstrou que o segmento movimentou R$ 74 bilhões em 2022, com previsão de crescimento entre 6% e 8% ao ano até 2030. A perspectiva é a de que o varejo de luxo brasileiro alcance um faturamento de R$ 133 bilhões nos próximos seis anos.

Imagens: Shutterstock e Reprodução

  • 30/04/2024site cnc

Quase 26 mil trabalhadores temporários devem ser contratados para dar conta da segunda data mais importante do varejo

Uma estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo aponta que o volume de vendas no comércio varejista voltado para o Dia das Mães deve atingir R$ 13,2 bilhões em 2024. O valor representa aumento de 3,5% em relação à movimentação financeira real observada no ano passado. Diante da magnitude e da variedade de segmentos impactados, essa data comemorativa é considerada o Natal do primeiro semestre pelo varejo brasileiro.

Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o momento é positivo. “As duas pesquisas realizadas pela Confederação que medem as perspectivas do comércio tanto do ponto de vista dos varejistas quanto dos consumidores apontam crescimento do setor”, afirma Tadros. Ele lembra que o indicador que mede a confiança dos varejistas em relação às condições atuais de suas empresas aumentou 6,4% em relação a março e a intenção de consumo teve a primeira alta em quatro meses, com avanço de 0,4%. “O orçamento menos apertado das famílias deve favorecer as compras em praticamente todos os segmentos”, ressalta.

São Paulo (R$ 3,9 bilhões), Minas Gerais (R$ 1,4 bilhão), Rio de Janeiro (R$ 1,1 bilhão) e Rio Grande do Sul (R$ 967 milhões) devem concentrar 57% das vendas. As 12 maiores Unidades da Federação deverão registrar avanços nos volumes de vendas locais, sendo Espírito Santo e Bahia os maiores destaques relativos às altas esperadas – ambos com projeção de 6,3%.

Roupas e calçados são os preferidos

A maior previsão de faturamento é do segmento de vestuário, calçados e assessórios: R$ 5,1 bilhões, um avanço de 2,1% na comparação com 2023. Em seguida, vem o ramo de farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos, com previsão de R$ 2,6 bilhões.

Os estabelecimentos especializados na venda de móveis e eletrodomésticos devem responder por R$ 1,8 bilhão, enquanto os de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, R$ 1,8 bilhão. A maior alta, no entanto, está prevista para o ramo de hiper e supermercados, que deve ter aumento de 6% nas vendas e chegar a aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

Presentes caros mais baratos

A desaceleração da inflação observada ao longo dos últimos meses deve refletir na cesta de consumo típica da data, cuja tendência de alta é de 2,5%, em média, a menor variação desde 2020, quando o aumento foi de 1,2%.

Um dos destaques é a queda dos preços de itens usualmente mais caros, como smartphones, que tiveram queda de 8,4%; joias, com redução de 7,9%; e aparelhos de som, com diminuição de 5,1%. Por outro lado, aparelhos de ar-condicionado aumentaram expressivos 22%, livros tiveram alta de 11,5% nos preços, e tênis ficaram 9% mais caros que no ano passado.

Melhoria das condições de consumo

Conforme o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes, as condições de consumo do brasileiro favorecem um Dia das Mães mais gordo. “A expectativa mais positiva para a data neste ano se dá por conta das melhores condições das taxas de juros e do mercado de trabalho, o que melhora o poder de compra tanto à vista como a prazo”, explica Bentes.

O economista destaca que a taxa média de juros para pessoas físicas atingiu um pico de 59,87% ao ano em maio do ano passado e, depois disso, assumiu uma trajetória de queda, o que influencia diretamente o planejamento das famílias para este Dia das Mães. Em fevereiro deste ano, a taxa estava em 52,46% ao ano, o menor patamar desde junho de 2022, de acordo com o Banco Central. Completam o cenário a menor taxa de desocupação do mercado em 10 anos e a desaceleração da inflação, que fechou o primeiro trimestre em 1,4%, o menor percentual dos últimos quatro anos.

Contratação de temporários em alta

Com a expectativa real de aumento do volume de vendas, a contratação de trabalhadores temporários para atender à demanda deverá ser maior do que no ano passado (25,9 mil vagas em 2024 contra 23,7 mil vagas no ano passado). A expectativa é que o salário médio de admissão fique em torno de R$ 1.794, uma alta de 7,1% do valor médio pago na mesma data em 2023.

São Paulo (6,7 mil) e Minas Gerais (2,9 mil) devem ser os maiores demandantes por trabalhadores temporários. A expectativa da CNC é que 6,8 mil trabalhadores temporários sejam efetivados no varejo após o fim da segunda data comemorativa mais importante do varejo nacional.

Banco aumentou em 50% projeção de faturamento da chinesa em 2023

Por Rennan Setti 23/04/2024 06h00  Atualizado há uma semana / o globo

Pactual revisaram pra cima — e bastante — a projeção do faturamento da Shein no Brasil. O banco, que estimava em janeiro que a chinesa teria vendido R$ 10 bilhões em 2023 no país, agora calcula que o número tenha sido superior a R$ 15 bilhões.

A cifra supera a receita operacional líquida da Renner, que foi de R$ 13,6 bilhões no ano passado. Como o banco manteve a estimativa de faturamento da Shein em 2022 em R$ 7 bilhões, o resultado teria mais que dobrado no ano que passou — a despeito do vai-vem tributário das compras importadas no e-commerce.

“O Brasil é um lugar desafiador para players estrangeiros fazerem negócios. Mas, à medida que Shopee e Shein adotaram mais sabor local, testando lojas temporárias e estratégias de marketing locais, e atraindo vendedores locais, seu impulso deve persistir — também esperamos que a Temu amplie sua operação no Brasil”, explicaram os analistas do BTG Pactual.

O banco estima que a Shopee — outra asiática (de Cingapura), mas com sortimento de produto mais amplo — vendeu cerca de R$ 20 bilhões no Brasil em 2023.

 de Luiz Alberto Marinho / 11 de abril de 2024 / Mercado & Consumo

A frequência de visitas aos shopping centers fechados, nos Estados Unidos, registrou queda de 5,8% no ano passado, ante 2019. Índice parecido com o declínio de 8% apurado pela associação que congrega os shoppings no Brasil, no mesmo período.

Os clientes estão voltando aos poucos. Em 2021, a quantidade de visitas nos malls americanos foi quase 16% menor. Natural que o número próximo de 6% em 2023 seja motivo de comemoração. Os dados são da Placer, empresa de pesquisas estadounidense.

Tudo indica que os profetas do apocalipse, que decretaram precocemente a morte dos shoppings, erraram feio. Alguns comportamentos voltaram ao padrão pré-pandemia. Por exemplo, 60% das idas aos shoppings americanos foram em dias de semana, assim como acontecia em 2019. Esse programa voltou a fazer parte do cotidiano das pessoas.

Apesar das boas notícias, os shoppings sabem que ainda precisam recuperar terreno. E estão trabalhando duro para isso.

Uma das maneiras mais eficazes de aumentar o tráfego nos shoppings é por meio de novas operações no mix. Por isso, os americanos estão apostando em soluções como academias de ginástica, parques de diversão e outros equipamentos direcionados para o entretenimento. Algo que já fazemos há tempos, diga-se de passagem.

Novas âncoras, algumas do tamanho de um pequeno shopping brasileiro, repletas de atrações também estão sendo atraídas para ocupar o lugar das problemáticas lojas de departamento.

Bom exemplo disso é a Scheels, rede de artigos esportivos que se instalou em um mall no Arizona, ocupando cerca de 25 mil m² (praticamente a ABL de um shopping como o Villa Lobos, em São Paulo). Lá dentro os clientes encontram uma roda gigante de 13 metros de altura, aquário com 60 mil litros de água salgada, mini-boliche, parque para crianças pequenas, doceria e café, entre outros atrativos. Ou seja, a loja usa e abusa do entretenimento para vender produtos.

Outra vertente que está ganhando ainda mais espaço nos shoppings americanos é a dos restaurantes. Não é uma novidade, mas a importância do foodservice no tenant mix tem aumentado, assim como acontece no Brasil.

Dentre os diferentes tipos de restaurantes, se destacam lá os direcionados para o “eatertainment“, que unem comida e entretenimento. Na linha dos nossos “Jurassic Burger”, “Vassoura Quebrada” e, mais recentemente, o “Bob Esponja Burger & Restaurante”.

Para preencher espaços fechados pelas marcas que deixaram o mall, lojas pop up têm pipocado em terras americanas.  Algumas por um período limitado, como a Shein (que também usa essa estratégia em nosso país) e outras por mais tempo, para testar mercado.

No segundo caso encaixam-se marcas como Ikea, que está ampliando presença em shoppings nos Estados Unidos, mas apenas depois de instalar uma loja teste por cerca de seis meses, para avaliar o desempenho da praça.

Finalmente, shoppings têm procurado ampliar a participação do luxo, segmento que está tendo bom desempenho, não apenas no território americano. Cerca de 40% das aberturas de novas lojas dirigidas para o público de melhor aquisitivo, nos Estados Unidos, aconteceram em malls em 2023, segundo a Placer. Esses shoppings têm fluxo e vendas superiores à média do setor.

Não por coincidência, estudo recente, divulgado pelo Itau BBA, mostrou que redes de shopping centers brasileiras com maior exposição à marcas de luxo também têm performance superior. Faz sentido. Este consumidor é menos suscetível a oscilações da economia e privilegia o conforto e a segurança do ambiente dos shoppings.

Como podemos perceber, shoppings americanos e brasileiros estão usando armas semelhantes para enfrentar problemas comuns, como recuperar o padrão de visitas que possuíam antes da pandemia.

Todas essas mudanças evidenciam o novo conceito dos shopping centers, que ampliam suas funções para muito além de simples centros de compras.

A diferença é que os shoppings brasileiros já estão com o pé nessa estrada há mais tempo. Além disso, redes brasileiras, como Allos, Iguatemi e Multiplan, têm avançado ainda mais na evolução do próprio modelo de negócio, com seus programas de CRM e investimentos em retail media, por exemplo.

Diversificar o mix, aumentar tráfego e ainda por cima monetizar o fluxo adicional, atraído por diversão, não é tarefa fácil nem vai acontecer naturalmente. Nesse sentido, o mercado brasileiro vai se afirmando como uma referência global. Qualquer dia desses veremos americanos aportando por aqui, para aprender com nossas experiências e inovações.

Quem viver, verá.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Experimento acontece por seis meses em 22 companhias. Participantes dizem que produtividade aumentou e funcionários se sentem mais engajados

Por Ana Flávia Pilar 11.4.24 o globo

Vinte e duas empresas brasileiras estão participando de um experimento para avaliar os impactos da semana de trabalho de 4 dias, uma iniciativa da organização sem fins lucrativos 4 Day Week, que conduz testes sobre o assunto ao redor do mundo, e a brasileira Reconnect Happiness at Work. Entre aquelas que já implementaram o modelo, os resultados apontam aumento na produtividade e colaboradores mais felizes, que também se mostraram propensos a permanecer nos seus cargos.

As empresas se inscreveram para o experimento em agosto. Entre setembro e outubro, passaram por uma fase de treinamento. Duas companhias já começaram a implementar o modelo em dezembro. A maior parte das demais empresas pretendia iniciar a semana de 4 dias em janeiro de 2024.

Essas informações constam em relatório divulgado pela 4 Day Week Brasil. Segundo o documento, as companhias cadastradas no piloto se dividem entre microempresas, com cinco colaboradores, e médias empresas, com cerca de 250 funcionários.

Há também as grandes empresas Soma, do Grupo Dreamers, e uma rede de hotéis, que preferiu não revelar sua participação no piloto. Algumas optaram por testar inicialmente departamentos selecionados, enquanto outras decidiram implementar a semana de 4 dias para todos os times.

  • São 22 empresas, em cinco estados, com 280 funcionários inscritos nos testes;
  • Mais de 70% das empresas pretendem implementar o modelo para todos os colaboradores;
  • Seis companhias concentram os testes em algum departamento, de início.

Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness At Work, disse em entrevista ao GLOBO, que as empresas estão tendo ótimos resultados:

— Os colaboradores estão mais motivados, trabalhando melhor. As empresas notaram mais engajamento e mais comprometimento com os projetos, além de maior senso de responsabilidade, porque os colaboradores precisam manter a qualidade e entregar os projetos a tempo — disse.

Segundo Renata, os funcionários também se mostraram mais propensos a permanecer nas empresas. Para ela, os resultados indicam que a produtividade não aumenta de acordo com a quantidade de horas trabalhadas, mas de acordo com o bom gerenciamento das equipes.

Embora quase todas as empresas tenham escolhido conceder folgas na sexta, Renata adiantou que uma parte delas na verdade adotou um modelo de escalas, para manter o funcionamento durante toda a semana.

As empresas destacaram quatro principais motivos para estarem no experimento. Em primeiro lugar, dizem ter problemas para atrair e reter talentos, e acreditam que a jornada de trabalho reduzida pode ser um diferencial para os colaboradores.

— Escolheram a sexta porque esse já é um dia mais lento, em que as pessoas sentem um ritmo menor e os clientes procuram menos. Cortar a sexta impactaria menos os resultados.

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Além disso, essas empresas esperam melhorar a produtividade e aumentar a qualidade de vida dos seus funcionários. Por fim, acreditam que a semana de 4 dias seria uma forma de mudar a forma como trabalham atualmente.

Como resultado, as companhias participantes esperam melhorar a saúde mental dos colaboradores, e ter resultados financeiros e desempenho melhores.

Entenda o piloto

O modelo a ser implementado nas participantes será do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.

Indicadores como estresse da força de trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, resultados financeiros e turnover (rotatividade) serão avaliados ao final do experimento.

A 4 Day Week firmou ainda uma parceria com a empresa de coworking WeWork para que as participantes contem com o benefício Work Pass, que dá acesso a mais de 30 prédios da empresa no país e mais de 500 parceiros em todos os estados brasileiros, sem taxa de adesão ou custo nos primeiros meses do teste.

A universidade americana Boston College elaborou a metodologia da iniciativa. A instituição cuida das pesquisas antes do início do experimento, assim como de análises após três meses da implementação e ao fim do piloto.

Com isso, a expectativa é garantir a acurácia dos dados para que as empresas possam definir se seguirão com a semana de 4 dias.

de Marcos Gouvêa de Souza  / Mercado & Consumo

 15 de abril de 2024

“Enquanto o Ocidente discute a provocação de Bill Gates de que com IA será possível trabalhar apenas 3 ou 4 dias por semana, na China, eles continuam na lógica 9-9-6, ou seja, das 9 da manhã às 9 da noite, 6 dias por semana.

E continuam avançando em sua determinação de serem ainda mais protagonistas no mundo presente e futuro, em especial pela liderança em tecnologia e no digital.

Na mesma perspectiva, empresas buscam o equilíbrio possível entre atuar no modelo do home office, definitivamente a opção preferencial das novas gerações, e a realidade de que o presencial traz a desejável e necessária integração cultural e o fundamental amálgama na inovação, criatividade, formação e difusão dos valores de cada empresa ou negócio.”

A recente declaração do CEO da Nlke, John Donahoe, de que é difícil criar algo inovador e disruptivo via Zoom, reforça os dilemas de que as organizações em todo o mundo enfrentam em buscas de modelos e respostas de como conciliar esses dois universos: a conveniência, conforto e menos estresse dos deslocamentos da realidade presencial, com a necessária interação humana e conceitual proporcionada pelo relacionamento da proximidade presencial.

Em verdade, empresas em todo o mundo e aqui no Brasil estão em busca de modelos que permitam conciliar essas duas realidades. Na própria China, o avanço do home office é marcante, tendo crescido de perto de 200 milhões de trabalhadores em junho de 2020, em plena crise do covid, para 537 milhões em dezembro de 2023.

De fato, não existem respostas absolutas.

Cada realidade, cada modelo de negócio, cada segmento ou categoria ou mesmo cada geografia suscita alternativas distintas. E estamos todos aprendendo e buscando a conciliação virtuosa.

Está claro que o absolutismo do presencial em todos os momentos, se aceito, reduz a atratividade fundamental para as novas gerações.

Assim como o virtual permanente inibe a interação, criatividade e difusão de valores e a produtiva proximidade com pessoas, entre outras coisas.

Existem funções e competências, como em especial em tecnologia e outras relacionadas ao digital, em que o home office melhor se aplica e permite a globalização do emprego e o trabalho para mais de uma empresa ou negócio ao mesmo tempo.

Nesse aspecto, o Brasil tem sido beneficiado, pois as diferenças cambiais favorecem a contratação de funcionários brasileiros por empresas globais em especial nessa área de tecnologia.

Vale recordar que as mudanças estruturais no emprego geraram um quadro de maior dificuldade em setores como o varejo físico, nas lojas e centros de distribuição, e o setor de hospitalidade, dos hotéis, bares, restaurantes e outros. A obrigação de ter funcionários presentes para os serviços reduziu o número de funcionários disponíveis e interessados, discriminando esses setores como empregadores e gerando um problemas de aumento de custos.

Não por outra razão, nos EUA as gorjetas sugeridas chegam a 25% do valor do consumo.

É sempre fundamental alertar que uma coisa é home para funcionários, colaboradores e prestadores de serviços de classe média, com o conforto de residências equipadas com direito ao isolamento para trabalhar, pensar, criar e interagir virtualmente.

Algo muito diferente é a situação da maioria absoluta de funcionários que não podem ter acesso a todos esses recursos e precisam encontrar espaço, momento e condições para trabalhar a partir de suas casas. Razão pela qual existem muitos que preferem se deslocar para ir ao escritório para terem condições melhores de produzir.

Estamos todos em buscas de respostas e alternativas, testando modelos e avaliando retornos em matérias que têm uma natural complexidade, pois o ambiente, em todas as realidades, tem mudado numa velocidade e dimensão que tornam muito mais difícil o isolamento de fatores determinantes da respostas, mais positivas ou negativas.

Esse é um tema que quanto mais for avaliado e mensurado, compartilhando aprendizados, pode beneficiar a todos.

E essa é a proposta à reflexão e ao compartilhamento.

Pois a sociedade e os negócios só têm a ganhar pelo aprendizado coletivo em um tema tão complexo. Entendermos que as legislações que regem as relações de trabalho também precisam ser revistas para contemplar essa nova e irreversível realidade.

Vale a reflexão.

Nota: No Latam Retail Show de 17 a 19 de setembro no Center Norte, em São Paulo, haverá espaço, conteúdo e programação dedicados às discussões dos melhores e mais produtivos modelos de organização do trabalho no varejo e em outros segmentos empresariais. E terá transmissão virtual de parte do conteúdo para os que não puderem participar presencialmente

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.