Brinquedos, produtos tecnológicos e artigos de vestuário foram os itens mais procurados para presentear

O desempenho do varejo para o Dia das Crianças foi melhor que em 2018 na maioria das cidades brasileiras. Levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) apurou que a data movimentou cerca de R$ 10 bilhões em todo o País. Em nível nacional, o índice de aumento nas comercializações frente a 2018 foi de 3,1%, segundo dados da empresa de informações sobre o crédito Boa Vista.
O aumento foi maior do que o observado no ano passado, quando as vendas cresceram 2,2% na comparação com 2017. Os resultados do período registraram inclusive desempenho superior (praticamente o dobro do crescimento) em relação às demais datas comemorativas do ano (Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais) em todo o Brasil.
No Rio Grande do Sul, a movimentação girou em torno de R$ 700 milhões, gerando fôlego aos lojistas, que há algum tempo enfrentam grandes dificuldades para manterem seus negócios. Segundo a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), no Estado os consumidores gastaram em torno de R$ 200,00 na aquisição de presentes. “Este é um valor significativo, uma vez que situação econômica do Brasil e do Rio Grande do Sul ainda não é aquela que todos nós desejamos”, avalia o presidente da entidade, Vitor Koch.
“Observamos dois fatores que ajudaram a fomentar as vendas no dia das crianças: a liberação de recursos do FGTS e a queda da Selic, que torna os investimentos menos atrativos e leva muitas pessoas a buscarem a aquisição de bens duráveis como meio de uso do dinheiro que eventualmente esteja sobrando”, completa o dirigente. Koch destaca que o Dia das Crianças é a terceira data mais importante para os varejistas, sendo superado somente pelo Natal e do Dia das Mães.
De acordo com a entidade, no Estado, as vendas do Dia das crianças cresceram em torno de 4% na comparação com a mesma data no ano passado. Brinquedos, produtos tecnológicos e artigos de vestuário foram os mais procurados pelos pais para presentear crianças e adolescentes. Os dados indicam que o desempenho do setor no Interior foi melhor que na capital gaúcha, onde o aumento médio das vendas ficou em 2,8% – aquém do esperado (expectativa era de superar 8%) pelos lojistas para a data.
Segundo dados do Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre, a movimentação financeira no comércio da Capital para o Dia das Crianças ficou estável, se comparada ao ano passado. Roupas (38,5%), brinquedos (30,8%) e calçados (10,3%) foram os produtos mais vendidos, e o ticket médio ficou em torno de R$ 108,00 em lojas dos segmentos de bazar, vestuário, brinquedos, calçados e eletrônicos que comercializam artigos infantis.
Já o levantamento da Boa Vista indica que “apesar do desemprego ainda elevado e do fraco crescimento da renda, a inflação em queda, o aumento das concessões de crédito e os resgastes dos recursos do FGTS são os principais fatores por trás do bom desempenho das vendas na data” em todo o País”. De acordo com a análise dos economistas da empresa, estes mesmos fatores devem colaborar para o aquecimento do movimento do comércio até o final do ano.
fonte: MARCO QUINTANA/JC 15.10.19 – Adriana Lampert

Extinção de multa de 10% do FGTS para empregador

Mudança prometida pelo governo será apresentada em novo Orçamento para 2020 e depende de aval do Congresso
O governo vai enviar ao Congresso uma MP (Medida Provisória) para acabar com a multa de 10% que empresas pagam ao governo sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em caso de demissão de funcionários.
Além da MP, será enviada ao Congresso mensagem modificativa para alterar as projeções no Orçamento, incorporando a mudança. A alteração deve abrir espaço para mais despesas e aliviar a regra do teto de gastos.
Hoje, as empresas pagam 50% de multa nas demissões: 40% ficam com o trabalhador e os outros 10% vão para os cofres da União. Os recursos correspondentes aos 10% apenas passeiam pelo Orçamento, pois vão para a administração do fundo.
Embora o governo não consiga usar o montante, o dinheiro repassado à administração conta para o cálculo do teto de gastos. Isso toma espaço orçamentário e reduz a possibilidade de a União fazer despesas discricionárias (como, por exemplo, investimentos).
A extinção da multa deve trazer uma folga de R$ 6,1 bilhões no Orçamento de 2020, de acordo com o Ministério da Economia.
“Essa multa já cumpriu sua função, foi constituída na década de 1970. Ela onera o empregador e traz um incentivo não desejável ao mercado de trabalho”, afirma o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Segundo ele, a medida tem um efeito fiscal positivo e ainda pode estimular o mercado de trabalho, ao diminuir o custo de contratações e demissões.
Outras medidas estão sendo estudadas pela equipe econômica para aliviar o Orçamento de 2020. Rodrigues não quis comentar quais são elas. Mas nos bastidores a equipe avalia o congelamento da progressão de cargos de servidores e suspensão de contratações do programa habitacional Minha Casa Minha Vida.
Também podem ser incluídas na mensagem modificativa do Orçamento de 2020 as receitas com o leilão da cessão onerosa. Dependendo dos valores oferecidos pelas empresas que entrarem na disputa, o montante pode ser dividido em duas parcelas (sendo uma em 2019 e outra em 2020).
 fonte:  Fábio PupoBernardo Caram  – BRASÍLIA – ESTADAO  14.out.2019 às 21h08