O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,0% para 1,7%. A nova estimativa consta de apresentação realizada pelo diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, nesta quinta-feira, 23. Guillen adiantou algumas informações que serão divulgadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que por conta da greve dos servidores, só será publicado na próxima quinta-feira, 30.

Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 2,0% para 2,2%, enquanto a revisão para a indústria foi de recuo de 0,3% para avanço de 1,2%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de alta de 1,4% para 2,1%.

Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou alteração de 1,1% para 1,7% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 2,3% para 1,8% previsão de alta do consumo do governo.

O documento desta quinta-feira indica ainda que a projeção para 2022 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de queda de 1,5% para recuo de 2,7%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em março.

Na atualização parcial do Boletim Focus, divulgada pelo BC no dia 6 de junho, a projeção de PIB dos economistas consultados semanalmente pela autarquia estava em alta de 1,20%, enquanto a mediana para 2023 era de 0,76%.

O Banco Central estimou o hiato do produto do segundo trimestre de 2022 em -1,3%. Já o hiato no 4º trimestre de 2023 foi projetado em -1,7%.

Crédito

O Banco Central promoveu ainda ajustes em suas projeções para o mercado de crédito em 2022. A instituição alterou sua projeção para o saldo total de crédito este ano de alta de 8,9% para elevação de 11,9%.

Dentro do crédito total, a projeção do saldo de operações com pessoas físicas passou de alta de 11,2% para elevação de 14,4%. No caso das empresas, a expectativa foi de alta de 5,7% para 8,5%.

Já a projeção para o saldo de crédito livre – aquele que não utiliza recursos da poupança ou do BNDES – passou de alta de 13,0% para elevação de 15,2%. Dentro do crédito livre, a projeção para o crédito às pessoas físicas foi de alta de 13,0% para alta de 17%. No caso das pessoas jurídicas, foi mantida em elevação de 13,0%.

A projeção do BC para o saldo de crédito direcionado, que utiliza recursos da poupança e do BNDES, passou de alta de 2,8% para de 7,0%. Dentro do crédito direcionado, a projeção do saldo para as pessoas físicas foi de alta de 9,0% para avanço de 11,0%. No caso das pessoas jurídicas, a projeção passou de queda de 8,0% para estabilidade (0,0%).

Transações correntes

O Banco Central atualizou também nesta quinta suas projeções para o balanço de pagamentos em 2022. A projeção para o resultado das transações correntes do País passou de superávit de US$ 5 bilhões para resultado positivo de US$ 4 bilhões. Já a projeção para o Investimento Direto no País (IDP) neste ano foi mantida em US$ 55 bilhões.

Em relação ao saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira – incluindo ações e títulos de renda fixa -, a projeção passou de superávit de US$ 11 bilhões para US$ 7 bilhões.

Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/bc-eleva-projecao-para-a-alta-do-pib-de-2022-de-10-para-17/

 

Datafolha: 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o necessário e ter problemas financeiros

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal “Folha de S.Paulo” neste domingo (25) aponta que 63% dos brasileiros afirmam não ganhar o necessário e ter problemas financeiros em casa.

Desse total, 37% declaram que o orçamento familiar não é suficiente e que, às vezes, chega a faltar. Já uma parcela de 26% diz que ganha muito pouco.

Datafolha ouviu 2.556 brasileiros em 181 cidades na quarta-feira (22) e quinta (23). A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos.

Segundo a publicação, a pesquisa divulgada neste domingo mostra uma reversão de tendência.

A parcela de brasileiros que declarava ter limitações financeiras vinha recuando desde o seu pico, alcançado em julho de 2016, quando 67% responderam ter problemas com o orçamento. Há um ano, essa parcela havia retraído para 55%.

Veja o resultado:

Você diria que o dinheiro que você e sua família ganham:

  • Não é suficiente, às vezes falta: 37%
  • É exatamente o que precisam para viver: 32%
  • É muito pouco, trazendo muitas dificuldades: 26%
  • Mais do que suficiente: 5%

Daqui pra frente a inflação vai aumentar, vai diminuir ou vai ficar como está?

  • Aumentar: 63%
  • Ficar como está: 19%
  • Diminuir: 13%

Daqui pra frente o desemprego vai aumentar, vai diminuir ou vai ficar como está?

  • Aumentar: 45%
  • Ficar como está: 27%
  • Diminuir: 23%

E o poder de compra dos salários vai aumentar, diminuir ou ficar como está?

  • Diminuir: 34%
  • Ficar como está: 33%
  • Aumentar: 29%

Situação econômica do país – nos últimos meses, como evoluiu?

  • Piorou: 67%
  • Ficou como estava: 17%
  • Melhorou: 15%
  • Não sabe: 1%

Situação econômica do entrevistado – nos últimos meses, como evoluiu?

  • Piorou: 47%
  • Ficou como estava: 32%
  • Melhorou: 20%
  • Não sabe: 0

Nos próximos meses, a situação econômica do país vai melhorar, vai piorar ou vai ficar como está?

  • Piorar: 34%
  • Melhorar: 33%
  • Ficar como está: 29%

Nos próximos meses, a sua situação econômica vai melhorar, vai piorar ou vai ficar como está?

  • Piorar: 34%
  • Melhorar: 33%
  • Ficar como está: 29%

Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/06/26/datafolha-63percent-dos-brasileiros-afirmam-nao-ganhar-o-necessario-e-ter-problemas-financeiros.ghtml