A inflação fez com que quase oito em cada dez brasileiros, ou 76%, diminuíssem a compra de produtos e serviços que estavam habituados a consumir, segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva. O processo inflacionário também fez com que 71% precisassem trocar de marca no último ano.

A inflação acelerou para 1,62% em março, após ficar em 1,01% em fevereiro. Esse foi o maior resultado para o mês desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Plano Real. No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

O levantamento indica que, entre os que reduziram a compra de produtos por causa da inflação, 78% disseram ter economizado com a alimentação em geral. Os principais itens que saíram do cardápio foram as carnes (64%), feijão (36%) e aves/frango (36%).

Ao todo, 68% dos brasileiros declararam que, no último ano, a qualidade dos alimentos que consomem piorou por causa da inflação. O índice é de 71% nas classes C, D e E e de 52% nas classes A e B. Além do que leva à mesa, a população também realizou cortes nos gastos com energia elétrica (62%), combustível (45%) e roupas (40%).

Maior importância ao preço

A pesquisa do Instituto Locomotiva aponta ainda que sete em cada dez brasileiros estão dando maior importância ao preço na hora de comprar produtos e serviços em comparação a um ano atrás. Mas, apesar da inflação em alta, apenas 17% aceitaram abrir mão de qualidade.

“O brasileiro enfrenta uma situação duríssima: renda estagnada diante da inflação que acelera. Aí não tem jeito. A saída é apertar o cinto para tentar fazer o dinheiro render até o final do mês”, explica o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. “Nesse processo, o consumo prioriza preço e itens essenciais. Não há lugar para o que é considerado supérfluo.”

A pesquisa do Instituto Locomotiva foi feita a partir da análise de 1.950 entrevistas telefônicas, realizadas entre os dias 3 e 7 de março, em 78 cidades pelo Brasil.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/2022/04/11/oito-em-cada-dez-brasileiros-reduziram-compras-por-causa-da-inflacao/#:~:text=A%20inflação%20fez%20com%20que,de%20marca%20no%20último%20ano.

O volume de vendas do comércio varejista no país cresceu 1,1% em fevereiro, na comparação com o mês anterior (2,1%), segunda alta consecutiva. Com isso, o setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia, e 4,9% abaixo do pico da série (outubro de 2020). No ano, o varejo acumula variação negativa de 0,1%. Já nos últimos 12 meses, cresceu 1,7%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE.

Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas em fevereiro. Embora o setor de livros, jornais, revistas e papelaria tenha crescido 42,8%, os maiores impactos vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%). Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a atividade de livros, jornais, revistas e papelaria vem, ao longo do tempo, diminuindo. Basta observar as grandes cadeias de livrarias, por exemplo. É uma atividade que vem perdendo importância no varejo por conta dos grandes marketplaces, que vendem livros online, mas não estão inseridos nessa categoria.

“O que segurava a atividade era o mercado de livros didáticos, que foi bastante afetado pela pandemia com o ensino online e a migração do material impresso para o meio digital. Ocorre que no início deste ano houve uma retomada relacionada, principalmente, com os grandes contratos de livros didáticos. Esse avanço, porém, não foi suficiente para recuperar os níveis anteriores, já que algumas atividades didáticas continuam no ambiente online”, explica Santos.

Assim, as principais contribuições para o resultado do varejo em fevereiro vieram de combustíveis e lubrificantes (5,3%), móveis e eletrodomésticos (2,3%), tecidos, vestuário e calçados (2,1%). “No caso de tecidos, vestuário e calçados, o crescimento ocorreu após uma alta de 4% em janeiro. Foi uma atividade que não teve um Natal muito bom, com uma queda de 5,6% em dezembro. Mas em janeiro, as empresas fizeram promoções muito fortes que se estenderam até fevereiro e contribuíram com esse resultado. Já móveis e eletrodomésticos, que desde junho do ano passado não crescia, teve uma retomada com a série de promoções feitas pelas empresas. No caso de combustíveis, pela primeira vez, nos últimos 12 meses, não há uma pressão inflacionária tão clara para essa atividade”, detalha o gerente da PMC.

Também avançaram, em fevereiro, outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,4%). Vale ressaltar que os indicadores de volume de vendas têm sido impactados pela inflação dos alimentos. Já o volume de vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria recuou 5,6% frente a janeiro, depois de três altas seguidas. O setor de equipamentos e material para escritório informática e comunicação ficou estável. No comércio varejista ampliado, o crescimento de 2% no volume de vendas, em fevereiro, foi influenciado pela taxa positiva de veículos, motos, partes e peças (5,2%). Material de construção teve variação negativa de 0,4%.

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/economia/vendas-no-varejo-crescem-1-1-em-fevereiro