A varejista de roupas C&A é uma das maiores redes de varejo de roupas do mundo e, claro, mais uma das vítimas da pandemia do novo coronavírus. A empresa, que abriu capital na bolsa de valores no ano passado, esperava crescer 3% em 2020. Ledo engano. No primeiro trimestre, que pegou menos de um mês da quarentena causada pela Covid-19, a empresa já apresentou uma redução de 6,1% das vendas, a R$ 975 milhões.

Atualmente, a companhia possui apenas 20% de suas 286 lojas no Brasil abertas. Para Paulo Correa, CEO da C&A Brasil, ainda é difícil prever quando todas as lojas estarão em funcionamento. No entanto, ele acredita que grande parte das unidades sejam reabertas até o fim de julho.

“Estamos muito atentos a percepção das autoridades locais de cada município”, disse Correa em entrevista ao programa CNN Líderes. “À medida em que exista o alinhamento das autoridades municipais e estaduais, começa a nossa preparação para a reabertura.”

A empresa, no entanto, sabe que precisará mudar muito a forma de atender quando a economia reabrir. Uma das questões é a questão da prova de roupas: pelo menos a princípio, a prática será proibida dentro das lojas. Inclusive, as trocas de peças passarão por uma espécie de quarentena dentro das unidades para, só depois, voltar a ser comercializada.

Além disso, a empresa também começa a acelerar mais as suas vendas online. Segundo Correa, de uma hora para a outra, 96% do faturamento da empresa sumiu dada a dependência que a companhia possui do varejo físico.

“Isso gerou uma mobilização muito grande da companhia para tentar levar a C&A às casas das pessoas”, diz ele. “Afinal, mais de um milhão de pessoas entravam em nossas lojas todos os dias, antes da pandemia.”

fonte:Do CNN Brasil Business, em São Paulo 03 de junho de 2020 às 20:16

Acrise da pandemia da covid-19 tem provocado perdas que superam R$ 150 bilhões no varejo brasileiro nos último dois meses. O volume de vendas do comércio ampliado caiu mais de 13% apenas em março, primeiro mês da crise humanitária, colocando em xeque um dos setores mais dinâmicos da atividade econômica. Ainda que haja maneiras alternativas de escoamento das vendas, como o comércio eletrônico e o delivery, o varejo no Brasil é bastante dependente da modalidade presencial. Com estabelecimentos fechados, o pessimismo se instalou entre os tomadores de decisão do varejo em maio: o Icec (Índice de Confiança do empresário do Comércio), produzido mensalmente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio), chegou à zona pessimista pela primeira vez desde março de 2017.
Os resultados de maio do Icec mostram que, na escala de 0 a 200 pontos, a confiança dos comerciantes atingiu 93,5 pontos, o menor nível desde setembro de 2016. A queda de 20,9% na passagem mensal é a maior taxa negativa da história do indicador, que teve inicio em 2011. A redução do nível de maio comparativamente ao março, com dados coletados antes da crise, chegou a 36 pontos.
Regionalmente, os empresários do nordeste e do sul são os mais pessimistas.
O ICEC é um indicador que busca detectar tendências das ações dos tomadores de decisão do setor do comércio. É composto por 9 questões divididas em 3 subíndices, Índice de Condições Atuais (economia, comércio e desempenho da empresa), Índice de Expectativas (economia, comércio e desempenho da empresa no curto prazo), e Índice de Investimentos (intenções de contratar, intenções de investir na empresa e situação dos estoques).
Com cerca de 6.000 dirigentes de estabelecimentos consultados e um peso médio de aproximadamente 95% de empresas de pequeno porte, em maio pouco mais de 67% dos comerciantes sentiram que a economia piorou.
No entanto, a questão mais afetada dentre os componentes da pesquisa são as expectativas para o curto prazo. Apesar de o índice ainda estar acima dos 100 pontos do corte de indiferença (120,5), quando se comparam os níveis de maio com os de março, a queda foi de 44 pontos. Apenas as expectativas para a economia tombaram 52,7 pontos nos 2 últimos meses. A rápida deterioração das perspectivas dos comerciantes indica que não apenas as condições correntes estão muito ruins, mas que a economia, o comércio e o desempenho da empresa tendem a piorar nos meses à frente.
Nesse contexto negativo, as intenções de contratar chegaram ao menor nível desde junho de 2016, em que 56,7% dos varejistas afirmam ter intenções de reduzir o quadro de funcionários. Além disso, quase 60% devem reduzir os investimentos no próprio negócio, já que, além da situação atual ruim e expectativas de ainda maior degeneração, as dificuldades de acesso ao crédito estão levando cada vez mais comerciantes a retrair os planos de investimentos nas empresas, como na ampliação das lojas.
Mesmo com injeção de liquidez em diferentes iniciativas do Banco Central, o crédito está “empoçado” no sistema financeiro. Os bancos estão entesourados, mas ampliaram as provisões referentes à inadimplência, e, com isso, as empresas de menor porte têm encontrado grandes dificuldades para acessar os recursos.
Nem mesmo envolevendo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o o dinheiro conseguiu chegar onde é mais necessário. Aliás, o fracasso do BNDES nas concessões é justificado em razão de não emprestar diretamente, mas por meio das instituições finaceiras que estão avessas às essas operações de crédito com empresas pequenas.
Sem crédito e nenhum tipo de auxilio emergencial, o cenário para os próximos meses é dramático para parcela expressiva dos estabelecimentos do comércio, especialmente os de pequeno porte. Acentuaram-se os riscos de encerrarem suas atividades em definitivo, pois estão no limite de suas capacidades de caixa para suportar o baixíssimo faturamento. Por isso medidas ainda mais urgentes e rápidas devem ser adotadas para preservação de pelo menos parte da atividade empresarial no varejo, considerando adicionalmente que o comportamento dos consumidores vai mudar quando passar a pandemia.
Vale ressaltar que as empresas de micro e pequeno porte possuem participação de cerca de 80% no setor terciário (comércio e serviços), de acordo com dados do Sebrae e da Receita Federal. Elas também têm participação importante na empregabilidade, porém, passadas 10 semanas da crise, não foram alvo de nenhuma medida direta de socorro, como ocorreu em outros países.

fonte: CARLOS THADEU DE FREITAS GOMES e IZIS FERREIRA
01.jun.2020 (segunda-feira) – 15h25 PODER

Loja da Via Varejo: ações das empresas ligadas ao varejo começam a despertar atenção de investidores Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
As reaberturas programadas e os aguardados fins de quarentenas, estão começando a fazer analistas enxergarem oportunidades em ações ligadas ao varejo e ao consumo na bolsa de valores. Não é que elas estejam no topo das escolhas – não estão. Porém, os riscos começam a ficar menores e as oportunidades de ganhos começam a aparecer.
A tônica dos investidores nos últimos dois meses e meio, que é o período que a quarentena se expandiu pelo Brasil, foi por ativos defensivos. Ações de empresas ligadas a serviços considerados essenciais, como energia, saneamento e telefonia, foram algumas das escolhas mais óbvias.
Porém, resultados de empresas como a Magazine Luiza, que mesmo tendo uma redução do lucro de 76% no primeiro trimestre, teve um aumento de cerca de 10% de suas ações desde a divulgação do resultado na segunda-feira (25), começam a mostrar que o setor pode trazer boas oportunidades de ganhos mais elevados – mas o risco, claro, também é mais alto.
“Acredito que o pior já passou para esse mercado, mas é bom lembrar que o ‘novo normal’ não será tão rápido: por mais que se abram shoppings, lojas e restaurantes, algumas pessoas ainda relutarão em consumir”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae Asset.
Porém, na visão de Galdi, um sinal positivo foi dado na comemoração do feriado do Memorial Day, nos Estados Unidos. Como muitos estados americanos estão reabrindo, o feriado foi marcado por lojas e restaurantes funcionando a pleno vapor – um termômetro visto como positivo por diversos especialistas.
Após o anúncio da reabertura gradual em São Paulo, anunciada pelo governador João Doria (SP), as ações de empresas ligadas ao consumo tiveram fortes altas. Na média do Ibovespa, as empresas do varejo considerado não essencial, como turismo, foram as que mais se valorizaram: alta de 5,75%. Entre os destaques está a operadora de turismo CVC, com alta de quase 13%.
Uma outra empresa que teve um bom dia foi a empresa de shoppings Multiplan, com alta de 3,5%. O setor em que a companhia se encontra, obviamente, é um dos que mais sofreram com a crise. Por não se configurarem como serviços essenciais, a maior parte das unidades foi fechada. Da Multiplan, até agora, há apenas 4 dos 19 shoppings abertos. Mesmo assim, a empresa acredita que o setor vai ter uma recuperação forte após a pandemia.
“O shopping continuará sendo um centro de conveniência, onde as pessoas podem resolver a sua vida. A essência do shopping e a essência do ser humano não se modificará com o ‘novo normal’”, diz Vander Giordano, vice-presidente institucional da Multiplan.
Riscos continuam altos
Na opinião de Galdi, da Mirae, o fundo do poço para diversas ações do setor já chegou e a recuperação dos papéis é esperada. Porém, claro, há riscos. Um deles é que a recuperação não seja em “V”, mas em “W”. Isso significa que antes da recuperação mais sólida (“V”) pode haver uma queda anterior com um possível avanço da pandemia e uma nova quarentena. Só depois viria o crescimento mais sustentável (que seria no formato “W”).
Porém, como dito, com maiores riscos também há maior possibilidade de ganhos. Não à toa, a corretora Warren já começa a enxergar ativos como Lojas Renner e Magazine Luiza com mais “carinho”. Além deles, a empresa de shoppings Iguatemi também aparece como uma boa opção, já que a maior parte de suas unidades.
A Magazine Luiza é, de fato, um exemplo disso. A empresa, que é muito elogiada pela sua transição para o mercado digital, se tornou nessa semana a décima companhia com maior valor de mercado na América Latina, segundo levantamento realizado pela consultoria Economatica. Há um ano, a empresa era apenas a 40ª maior, com valor de US$ 8,3 bilhões. No fechamento do pregão da terça-feira (26), a empresa valia US$ 19,4 bilhões.
“Estamos com uma posição defensiva dos nossos investimentos, mas estamos avaliando o comportamento das empresas para oportunidades”, diz Igor Cavaca, analista da Warren. Se o restante do setor vai acompanhar o crescimento da Magazine Luiza é uma incógnita (e relativamente bem difícil), mas oportunidades certamente aparecerão nesses momentos.

fonte: André Jankavski, do CNN Brasil Business, em São Paulo 27 de Maio de 2020

Diante do cenário desafiador vivenciado pelo segmento da moda, o Sebrae e a Lojas Renner se uniram para apoiar micro e pequenas empresas que fazem parte da cadeia produtiva da varejista. A nova parceria vai proporcionar, de maneira gratuita, um conjunto de consultorias para gerenciamento de crise e gestão financeira em 220 pequenos negócios de seis estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais).
As consultorias serão oferecidas ao longo de dois meses, customizadas para a realidade de cada empresa, no formato online, para atender às recomendações de distanciamento social devido ao coronavírus. Serão seis encontros virtuais, totalizando 12 horas de atendimento, divididos em três temáticas: gestão financeira; linhas de crédito disponíveis no mercado; e dispositivos do governo e outras ações para o enfrentamento da pandemia.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae, Bruno Quick, com o serviço individualizado, os empresários terão condições de avaliar rapidamente qual caminho seguir na gestão dos negócios, a partir da realidade e nível de preparação de cada um diante da crise. “A finalidade é um atendimento que leve clareza para esse empresário na tomada de decisão porque ele não pode esperar muito para redirecionar o seu negócio. Mais do que nunca, ele precisa de um atendimento pontual, rápido e efetivo para a gestão e sobrevivência da empresa”, explica.
Em recente pesquisa realizada pelo Sebrae que avaliou os impactos da Covid-19 nos pequenos negócios, os empresários do segmento da moda afirmaram ter enfrentado queda brusca no faturamento.
Para o diretor de produto da Lojas Renner, Henry Costa, a capacitação ajudará os pequenos empresários a se adequarem a este novo momento, permitindo que eles utilizem os recursos disponíveis da forma mais adequada. “Este projeto se soma a outras iniciativas que a Renner vem adotando para apoiar sua cadeia de fornecedores, dentro da nossa atuação de responsabilidade social e corporativa. Estamos trabalhando de maneira colaborativa com nossos parceiros, buscando soluções conjuntas que preservem a força do setor”, afirma.
Parte das empresas beneficiadas pelas consultorias também receberá da Renner um subsídio financeiro, com o objetivo de auxiliar na manutenção dos empregos e na reestruturação do negócio, podendo impactar positivamente mais de 2 mil pessoas. O investimento total da varejista é de R$ 1,5 milhão.
A relação entre o Sebrae e a Lojas Renner existe desde 2017, quando uniram esforços para apoiar a cadeia têxtil por meio do Programa Nacional de Encadeamento Produtivo. Desde então, mais de 200 micro e pequenas empresas passaram por um processo de qualificação empresarial com duração de 12 a 18 meses, recebendo capacitação em temas estratégicos para a gestão do negócio. O programa apresentou resultados gerais de aumento de produtividade de 23% e de competitividade de 55%, e se prepara para mais um ciclo de atividades no segundo semestre de 2020.
Mecânica
O trabalho está sendo efetuado com as seguintes etapas: no primeiro momento, o Sebrae e a Renner fizeram uma pré-seleção dos empresários que apresentavam um conjunto específico de critérios, como ser um pequeno negócio, um número considerável de empregados, a localização das regiões estratégicas para a Renner e com cobertura pela rede de consultores Sebrae. O contato está sendo feito pelos gestores do Sebrae nos estados comunicando que a consultoria está disponível. As instituições irão também formar lista de interessados e havendo vagas remanescentes esses empresários poderão ser atendidos.

fonte: portal Sebrae   25/05/2020

Segundo Fecomércio PR, os únicos setores com crescimento nas vendas foram farmácias, supermercados e, em menor proporção, combustíveis

Em março, início do isolamento social no Paraná, os únicos setores do varejo que tiveram crescimento nas vendas foram farmácias, supermercados e, em menor proporção, combustíveis. Os demais, como era esperado, tiveram perdas no faturamento. De acordo com dados da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), a atividade comercial paranaense teve redução média de 9,01% no primeiro mês da pandemia.

SUPERMERCADO E FARMÁCIA
Os registros dos primeiros casos de Covid-19 no Paraná provocaram uma corrida às farmácias e supermercados, que tiveram aumento de 21,46% e 16,33%, respectivamente, na comparação com o mês de fevereiro. Garantir o tanque cheio foi outra preocupação dos paranaenses, que levou a uma elevação de 2,47% no movimento dos postos de combustíveis.

NÃO ESSENCIAIS
Os setores que apresentaram as maiores perdas em março em relação a fevereiro foram os que comercializam bens considerados não essenciais, tais como vestuário (-43,20%), calçados (-38,92%), livrarias e papelarias (-34,70%), lojas de departamentos (-33,91%) e concessionárias de veículos (-33,15%). Isso demonstra que o reflexo inicial dos paranaenses diante da pandemia foi cortar despesas desnecessárias. O fechamento obrigatório de muitas lojas também limitou os negócios, uma vez que nem todas as empresas comercializavam seus produtos por plataformas digitais e muitas tiveram que se adaptar e migrar para novos canais de vendas.
Da mesma forma, na comparação com março do ano passado, apenas os supermercados (12,04%) e as farmácias (9,71%) apresentaram crescimento e a média geral das perdas no comércio do Estado ficou em 11,27%.No acumulado de janeiro a março o varejo estadual teve queda de 3,07%, sendo que os únicos setores que não amargaram prejuízos foram farmácias (6,86%), supermercados (6,60%) e combustíveis (2,45%).

ANÁLISE REGIONAL
Dentre as seis regiões pesquisadas pela Fecomércio PR, somente o varejo de Ponta Grossa teve crescimento de 1,82% nas vendas em março na comparação com fevereiro. Em sentido oposto, a região Oeste foi a que mais sofreu no início da pandemia, com retração de 24,87% no faturamento do comércio. Em Maringá as perdas foram de 12,20%; no Sudoeste de 9,64%; em Londrina, o varejo pereceu 8,77%, e em Curitiba e Região Metropolitana a redução foi de 3,41%.

MARÇO DE 2019
Na comparação com março do ano passado, em todas as regiões os resultados foram negativos. Novamente a região Oeste teve a maior baixa nas vendas, com -24,54%, seguida por Maringá (-21,01%), Sudoeste (-16,55%), Londrina (-11,63%), Ponta Grossa (-7,58%) e Curitiba e RM (-4,80%).
Já no acumulado do ano (janeiro a março), apenas Curitiba e Região Metropolitana manteve o volume de vendas positivo, com pequena alta de 0,59%, ainda como consequência do bom desempenho que vinha apresentando até então. Nas demais regiões, os comerciantes tiveram perdas: Ponta Grossa (-4,32%), Londrina (-4,82%), Sudoeste (-5,86%), Região Oeste (-7,43%) e Maringá (-10,19%).

fonte: blog prof. Aroldo,  27 maio , 2020

Empresas envolvidas em questões sociais, como é o caso do Magazine Luiza, são mais elogiadas pelas pessoas.
O Magazine Luiza (MGLU3) é a empresa com a melhor imagem durante a crise, revelou um estudo da ESPM Rio sobre as mudanças de comportamento e consumo em tempos de isolamento social.
A pesquisa, realizada entre 28 de abril e 1º de maio com 300 participantes, mostrou que as restrições de locomoção geraram um nível de consciência maior.
“O comportamento do consumidor está mais racional, alterando suas percepções sobre marcas, pessoas, sentimentos”, afirmou Karine Karam, pesquisadora do think tank cRio ESPM.
Empresas envolvidas em questões sociais, como é o caso do Magazine Luiza, são mais elogiadas pelas pessoas. Logo no começo da pandemia de coronavírus, a varejista anunciou medidas para reduzir os impactos causados pela covid-19, preocupando-se com a segurança de funcionários e clientes e a saúde dos negócios.
A Madero, por outro lado, é a empresa mais criticada pelos consumidores. O levantamento relembrou o vídeo do fundador, Júnior Dursk, no qual ele afirmava que a economia não poderia parar, mesmo que mortes ocorressem.
Produtos mais consumidos
A demanda por material para escritório e artigos de limpeza se destaca durante o período de isolamento, reflexo da adoção do home office. 44% dos entrevistados, inclusive, estão trabalhando em casa por decisão da empresa. Há ainda 83% que irão aderir ao regime de trabalho remoto com mais frequência após o isolamento.
Compras online foram realizadas pelo menos uma vez por 45% dos entrevistados, dos quais 70% compraram produtos para melhorar o conforto da casa, com destaque para máquinas de lavar louça e itens relacionados ao trabalho ou ao estudo.
A pesquisa também mostrou que sete em cada dez entrevistados estão preocupados com a qualidade dos produtos de limpeza.
fonte: Por Diana Cheng 27/05/2020 – 9:00 Money Times

com 2,5 mil lojas abertas no País, executivo vê retomada lenta da economia após crise do coronavírus; ele participou da série ‘Economia na Quarentena’, do ‘Estadão’

O setor de cosméticos, em tempos de crise, é visto geralmente como um privilegiado porque é beneficiado pelo que os economistas chamam de “efeito batom”. Como o custo dos produtos é relativamente baixo, mesmo em cenários de retração, os cosméticos acabam tendo um bom desempenho. Não é o que está ocorrendo durante a pandemia de coronavírus, segundo o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum. “Nessa crise o efeito batom não apareceu, porque o convívio social ficou prejudicado”, disse o executivo, que participou da série de entrevistas ao vivo Economia na Quarentena, do Estadão.

Para Grynbaum, a retomada será lenta – e as dificulades irão muito além dos três ou quatro meses inicialmente previstos. “A volta é bastante lenta. Nos primeiros dias, tem um certo consumo represado. Fora isso, o movimento é lento”, afirmou o presidente do grupo de cosméticos. “Está bastante turvo o cenário, está difícil entender a dimensão da crise. A crise não é só de saúde, é econômica e aqui no Brasil ainda tem o componente político. Isso dificulta números mais assertivos de retomada.”
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Qual será o plano de construção de retomada do Boticário pós-pandemia?
O plano já está em marcha. Hoje, temos em nosso portfólio de 4 mil lojas, sendo que cerca de 2,5 mil já abertas em diversas regiões do País. Obviamente, são em cidades menores. Mas estamos orquestrando com nossos franqueados e distribuidores para retomarmos de maneira segura. Para isso, temos de ter as nossas fábricas em funcionamento e nossa distribuição. Os nossos escritórios estão em home office.
O setor de cosméticos é de experimentação. Vocês estão revendo alguns desses processos?
Estamos revisitando tudo. É muito importante a segurança dos consumidores que iremos voltar a receber. Eles precisam ter segurança para entrar em nossos ambientes. Teremos padrões de distanciamento dentro e fora das lojas. Retiramos todos os testes, foram colocados todos atrás do caixa. A consultora pegará uma fita ou um produto de forma altamente higienizada. Na maquiagem, estamos colocando instrumentos digitais no ponto de venda para que se possa fazer maquiagem virtual. Tem todo um treinamento para que não se abra mão da experiência. Nosso setor passa por cheiro, por toque e sensorial.
O grupo Boticário tem a maior rede de franqueados do País. Há algum tipo de auxílio pensado para eles?
Estamos agindo nesse momento de crise do mesmo jeito que nos últimos 43 anos de história. Muito focados na questão do consumidor, trabalhando lado a lado na nossa rede para entender suas reais necessidades. Os nossos parceiros de negócios, estamos trabalhando de maneira conjunta. Num primeiro momento, na questão de ordem financeira. Fizemos prorrogações dos títulos de março e abril para que eles tivessem mais tempo para que eles olhassem suas operações e times, além de contratos de locação. Fizemos um longo parcelamento de produtos. Temos um longo relacionamento com os franqueados, sendo que muitos estão na segunda geração de administradores.
Os setores vão se recuperar de forma desigual. Como o setor de cosméticos deve se comportar?
Num primeiro momento da pandemia, as pessoas se voltaram para as necessidades essenciais. A busca foi para álcool em gel, sabonetes. Na sequência, itens de uso rotineiro, como xampus e desodorantes – coisas que as pessoas continuaram a consumir. Nesse período, surgiu a figura do faça você mesmo. Com salões de beleza fechados, as pessoas não querem abrir mão de ter o cabelo hidratado. Então, elas estão buscando alguns produtos para fazer as aplicações em casa. Tem uma terceira questão, que é a da indulgência. Ou seja, a pessoa querer se cuidar. Então, os produtos de cosméticos e de perfumaria, por ter um baixo valor econômico, com um alto impacto de bem-estar entre as pessoas, vamos ver nos próximos tempos. Mesmo em maquiagem teve uma melhora, embora não tenha voltado aos níveis pré-crise.
Como está o movimento das lojas?
A volta é bastante lenta. Nos primeiros dias, tem um certo consumo represado. Fora isso, o movimento é lento. As lojas de shoppings ainda estão com movimento bastante baixo, assim como as das regiões centrais da cidade. Nas lojas de bairro e de hipermercados, o movimento está melhor. As pessoas associam a questão os cosméticos como um setor resiliente à crise. As pessoas associam ao ‘efeito batom’. Só que, nesta crise, o efeito batom não apareceu porque o convívio social está prejudicado. Esperamos que retorne na sequência.
O cenário econômico está muito difícil de prever? A crise política no Brasil, com a saída de vários ministros, agrava essa situação?
Está bastante turvo o cenário, está difícil entender a dimensão da crise. A crise não é só de saúde, é econômica e aqui no Brasil ainda tem o componente político. Isso dificulta números mais assertivos de retomada. A gente entende que não vai ser uma questão de três ou quatro meses. Vai demorar para voltar ao ponto em que estávamos em março de 2020. É um ledo engano pensar que vai ser rápido. Obviamente quanto mais volatilidade, mais fica difícil de prever. Temos nossas curvas de demanda, e temos de estar preparados para acelerações ou recuos. Mas está turvo, porque hoje estamos dependendo de humores. E precisamos olhar para fundamentos para tomar melhores decisões.
A empresa lançou mão de medidas do governo de suspensão de contratos ou corte de salários por causa da pandemia?
Estamos tentando o máximo possível preservar os empregos. Então lançamos mão da MP 936 e colocamos contratos em suspensão. Depois desse período, a gente espera ter uma visão melhor para termos mais condições de tomar decisões lá na frente. Mas estamos até contratando para algumas posições específicas.
E que tipo de profissionais a empresa está trazendo agora?
Não só para o nosso caso, mas para o mercado inteiro a tecnologia avançou muito. Eu tenho ouvido das empresas cinco anos em dois meses. Estávamos embarcados em transformação digital e fomos jogados, com a crise, em um movimento de esquecer os testes para partir para a escala. Nosso franqueado trabalha com e-commerce, vendas por WhatsApp, chat e outras tecnologias.
O Grupo Boticário segue apenas os decretos de Estados e municípios na hora de reabrir lojas? Ou acompanha os casos por conta própria?
Estamos fazendo um acompanhamento próprio e próximo. Estamos tendo cuidado na reabertura das lojas. O pilar essencial é a segurança das pessoas. Temos acompanhando os decretos municipais e estaduais, mas fazemos um acompanhamento separado por município: número de casos, mortes e leitos disponíveis, entre outros indicadores. E, em posse disso, vamos conversar com nossos franqueados para entender a situação de cada região. Já teve casos em que foi determinada a reabertura e nós não realizamos, por entendermos que não existia um ambiente seguro. Em Belém do Pará, nós fechamos as lojas em 22 de março. A autoridade pública só determinou o fechamento em 25 de abril, entrando oficialmente em vigor no dia 4 de maio. E nesse período todo nós já estávamos fechados, pois já víamos a possibilidade de crescimento de casos. Temos tido esse costume em várias praças. Precisamos de indicadores para tomar as nossas decisões.
Fica alguma lição para as empresas dessa crise sem precedentes?
Acho que a grande lição vem da colaboração. E também a questão de romper barreiras imaginárias. A própria questão do home office, o receio que havia de fazer. E aconteceu que fomos obrigados a fechar os escritórios e dois dias depois estávamos todos em casa. E as coisas funcionam. Nos adaptamos e fomos bem. E agora temos de planejar o retorno para inserir essa realidade. São mudanças importantes que estavam sendo semeadas, a busca por modelos de solução de problemas – e agora ele está aí. Tem sido um chacoalho bastante grande. Temos de olhar para frente para reproduzirmos esse bom comportamento no futuro.

fonte:Fernando Scheller e Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo
26 de maio de 2020 | 16h40

Equipamento já foi vendido a academias e salões de beleza. Setor mira na descontaminação para retomar atividades
Depois do álcool em gel, das máscaras, óculos de segurança e luvas, outro “acessório” tende a ganhar força Brasil afora. Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, um fabricante de purificador de ar e uma empresa de balões infláveis se uniram para produzir túneis de descontaminação.
O objetivo da criação é mitigar a proliferação do coronavírus e ajudar o comércio na adaptação do processo de abertura da economia, ainda sem data para ocorrer.
Embora tenha sido criada há apenas um mês, o empreendedor Guilherme Costa, diretor comercial da Astech, fabricante do purificador de ar, diz que já foram vendidos cem túneis para salões de beleza, academias e restaurantes para o Brasil inteiro.
— Temos capacidade para produzir oito produtos por dia. Nosso objetivo é elevar a nossa capacidade para doze equipamentos diários. Agora, estamos desenvolvendo uma cabine de descontaminação, que ocupa metade do espaço de dois metros do túnel.
Segundo ele, o túnel utiliza ozônio em pequenas proporções (entre 0,02 e 0,08 partícula por milhão) que elimina vírus e bactérias presentes na pele e na roupa após uma exposição de dois minutos. Iniciativas semelhantes já são adotadas na Europa e Ásia.
Por usar ozônio, Costa diz que não é necessário autorização da Anvisa.
— Eu tive a ideia de fazer essa solução após ver que as pessoas estavam confundindo túnel de descontaminação com túnel de desinfecção, que usa produtos químicos e precisa de autorização da Anvisa e é usado em hospitais, por exemplo. É importante que as pessoas saibam a diferença. Muito empresário me liga sem saber que existem esses dois produtos — afirma Costa.
De olho na proteção, o comércio vem apostando na iniciativa para proteger seus clientes assim que a abertura for possível. O salão Care Ipanema, na Zona Sul do Rio, já instalou em sua entrada o túnel de descontaminação do produtor da região Serrana do Rio.
Segundo Ivani Werneck, dona do salão, a solução vai proteger seus funcionários e clientes. Além disso, ela lembra que o produto é ecologicamente correto, uma vez que não há emissão de gases poluentes.
— Esse é mais um item que vamos usar para a proteção. É preciso apostar em tudo para aumentar a prevenção. Quero estar pronta quando tudo voltar ao seu ritmo normal — disse ela, listando itens já obrigatórios na nova rotina como álcool em gel e máscaras.
A empresária que comanda o salão de 450 metros quadrados reclama da falta de sintonia entre o governo federal e municipal:
— Confesso que ficamos perdidos. Abrir como quer o presidente Jair Bolsonaro ou seguir a determinação do governo local. É muito confuso. Estamos à deriva.

fonte: Bruno Rosa 22/05/2020 – exame

Mesmo sendo de um dos setores mais afetados pela crise do coronavírus, a Riachuelo entendeu que poderia ajudar seus funcionários e mudou o foco de sua produção: saem as peças de roupas, entram as máscaras de proteção individual, que segundo o CEO da empresa, Oswaldo Nunes, estão ajudando pequenos produtores do sertão do Rio Grande do Norte a manter sua renda e fazer girar a economia da região.
“Os itens saem de nossas oficinas de corte para serem levados a pequenas oficinas que integram nossa cadeia produtiva, e que por meio destas máscaras estão conseguindo manter o sustento de suas famílias. Isso vem de encontro a nosso propósito de transformar vidas através da moda.”

A rede de pequenas oficinas faz parte do projeto PróSertão, que atua na região do Seridó (RN) e que até agora já doou mais de 957 mil máscaras de proteção, 28 mil jalecos hospitalares, mais de 12 mil aventais para pacientes, 9 mil propés, 15 mil toucas e 17.500 toalhas e mantas.
“A Riachuelo está ciente do seu papel na sociedade e se movimentou para ajudar a população no momento da pandemia. Fomos a primeira empresa do setor a doar peças de EPI para profissionais da linha de frente.”

fonte: Da CNN, em São Paulo 21 de Maio de 2020 às 23:20

Os shoppings centers de Curitiba garantem que estão prontos para reabrir a qualquer momento. Após uma paralisação inédita na história de 60 dias, ocasionada pela Covid-19, uma série de medidas foram adotadas e serão colocadas em prática assim que o Poder Público liberar o funcionamento.

A expectativa é que tudo volte a funcionar na próxima segunda-feira (25) e de forma gradual, com a adoção, por exemplo, de apenas um turno de funcionários, medição de temperatura corporal na entrada e reforço na higienização. Os shoppings seguem um “Protocolo de Operação após Reabertura dos Shoppings“, elaborado pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce).

Para a superintendente do ParkShoppingBarigüi, Jacqueline Lemos Vieira, a intenção é fazer com que os clientes sintam que circular dentro de um shopping vai significar estar em um ambiente seguro em relação ao coronavírus.

“Estamos prontos. Já adotamos todas as medidas o protocolo da Abrasce* e da Multiplan com medidas como o distanciamento das pessoas, limpeza triplicada, eliminação de lounges, contador de pessoas nos carros e dentro do shopping, medição de temperatura corporal na entrada, uso de máscaras, alguns banheiros fechados, além de uma série de medidas. Tenho certeza que o shopping será um ambiente em que todos vão querer estar porque irão confiar que estarão num ambiente seguro e controlado”, diz Lemos.

O dono das lojas Visorama, Dionisio Wosniaki, está otimista e acredita na reabertura das lojas na segunda-feira. Ele diz que deu férias coletivas, depois suspendeu contratos de acordo com as regras do governo, mas não demitiu ninguém.

“Temos a preocupação com a vida, mas também temos a preocupação que não haja um caos social com demissão em massa. Não há dúvidas que o shopping será um local ainda mais seguro que a rua porque nas ruas, ninguém tem uma liberdade maior de falar se houver alguma aglomeração, mas dentro do shopping tudo será controlado, com fiscalização. A reabertura é uma necessidade para toda a sociedade”, diz o lojista.

A superintendente na Shopping Mueller, Daniela Baruch, garante que todas as práticas para garantir a segurança de clientes, lojistas e funcionários foram adotadas.

“Estamos preparados para abrir. Temos 200 operações que estão paradas há mais de dois meses com uma série de encargos como folha de pagamento, manutenção, tendo que bancar tudo com faturamento zero, com exceção de algumas lojas de alimentação que oferecem delivery. Todos irão se sentir seguros com as medidas tomadas”, afirma Baruch

Entre as medidas tomadas estão a adoção de apenas um dos turnos de funcionários com horário de funcionamento reduzido, distanciamento de mesas nas praças de alimentação, redução do número de entradas, entre outras medidas com recomendações fundamentais para um ambiente seguro, baseadas em referências internacionais e no Comitê de Operações da Abrasce.

“Desde o início da crise, a Abrasce tem se posicionado e atuado em conjunto com autoridades e representantes de diferentes grupos empreendedores para discutir medidas preventivas e cuidados com a saúde e higiene de clientes e colaboradores, assim como melhores práticas relacionadas às operações dos empreendimentos. Com este material pretendemos contribuir para a higienização correta dos ambientes e a retomada segura e organizada das operações”, garante Glauco Humai, presidente da Abrasce.

Saúde está analisando
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, analisou em entrevista à Banda B o pedido da Associação Comercial do Paraná (ACP) para reabertura dos shoppings. Ao radialista Geovane Barreiro, na tarde desta quinta-feira (21), ele afirmou que a pasta tem analisado todos os pedidos de retomada de serviços não essenciais, mas admitiu que o momento é “muito difícil”.

“Estamos trabalhando nisso há muito tempo e temos a obrigação de analisar tudo que chega até a gente. Estamos analisando também outras demandas, como é o caso dos treinos de times de futebol, o trabalho em frigoríficos e a retomada de igrejas. Tudo o que pudermos agilizar a liberação, com devidas restrições, vamos fazer para possibilitar a retomada de um pouco do cotidiano normal. É um momento muito difícil para fazer isso agora, porque estamos vendo o aumento do número de casos, mas de maneira restrita é possível voltar a trabalhar pelo menos em uma margem pequena”, disse.

De acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, o Paraná registrou 194 novos casos da Covid-19 em 24 horas. É o terceiro dia seguido que o alto número chama a atenção do Governo do Paraná. Na terça-feira (19) foram 120 novos casos. Já na quarta, 136.

Beto Preto, porém, acredita que é possível retomada de trabalho pelo menos em uma margem pequena. “O que não pode haver é aglomeração de pessoas, o que não pode haver é a falta de respeito com higiene. Se for possível, vamos opinar pela reabertura, mas eu insisto, se houver aumento abrupto do número de pessoas infectadas, podemos voltar atrás em algum momento”, disse.

Veja o que deve mudar na reabertura dos shoppings, segundo o protocolo dos shoppings, elaborado pela Abrasce:

fonte:  Banda B, Por Denise Mello e Rafael Torquato em 22 de Maio, 2020 as 11h53.