Por  Rennan Setti 06/01/2025 o globo

Fabio Faccio, CEO da Renner — Foto: Divulgação

RESUMO

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Qual balanço o senhor faz do ano que passou?

A gente veio de um ciclo importante de investimentos. Ao longo de três anos, investimos quase R$ 1 bilhão anualmente. Depois desse ciclo, 2024 marcou uma grande virada. A necessidade de investir em infraestrutura fica menor, e a gente começa a colher os frutos. Eles começaram a ser sentidos em meados de 2024, e a expectativa é de impactos positivos nos próximos anos.

Qual foi o foco desses investimentos?

O maior deles foi no centro de distribuição em Cabreúva (SP), mas a gente investiu no negócio fim a fim. Um dos principais focos foi proporcionar maior volume de dados e ferramentas para o time de estilo da companhia, como criação em 3D e redução de amostras na confecção, além de esforços para maior integração com parceiros e fornecedores.

Qual é a expectativa para 2025, diante de juros altos e inflação ainda resistente?

A perspectiva para 2025 é positiva. Continuamos em um ambiente econômico desafiador, mas o setor vem registrando melhora. Inflação e juros altos não são bons para ninguém, há crise de confiança, o Brasil precisa reduzir gasto público, fazer reforma administrativa etc. Mas o país não está tão mal quanto se vê nos indicadores de confiança. O resultado pode até estar aquém do potencial, mas o desempenho operacional das empresas em si vem melhorando.

Qual avaliação o senhor faz das mudanças sobre e-commerces estrangeiros?

O chamado cross border continua sendo uma questão bastante complicada. A complexidade tributária do Brasil é a maior do mundo. Provavelmente temos a maior carga tributária do planeta. Mas quando você convive com essa carga de imposto elevadíssima e compete com players que pagam zero, aí se dá um absurdo. Era uma situação de flagrante falta de isonomia. Até então, nunca tínhamos visto um protecionismo às avessas, mas era justamente isso que ocorria. A gente defende o liberalismo e a competição, mas com isonomia. Dito isto, as regras que foram implementadas foram um avanço. Só que essas plataformas ainda pagam uma carga equivalente à metade do que uma empresa brasileira paga. Ainda não é justo nem isonômico. A gente teve recentemente um novo aumento (de taxa sobre os e-commerces internacionais) por meio de Fazendas estaduais. Mas, infelizmente, alguns estados estão sendo lentos na adoção, o que gera problema. Não entendemos a razão dessa ineficiência.

Qual é o impacto do fenômeno das bets?

O impacto das bets para nossa empresa é menor. Nosso público é majoritariamente feminino e das classes A-, B e C+. Já o público das bets é majoritariamente masculino e de outras classes. O maior impacto é para o país, de saúde pública. Felizmente, começou-se a olhar para o tema. A discussão está acontecendo, e precisa mesmo acontecer, porque é um problema importante.

Qual é a estratégia de expansão de lojas?

O modelo “omni” (on-line e offline) tem se provado cada vez mais importante. Nossa empresa tem que ser tão integrada quanto a vida do cliente. Hoje, temos 687 lojas (contando Camicado, Youcom e Ashua). Estamos discutindo a projeção para este ano, mas a tendência é acelerar a expansão. Enxergamos oportunidades sobretudo para as marcas Renner e Youcom, em mercados nos quais elas ainda não estão. A presença física é ainda mais importante com o avanço do e-commerce.

Por quê?

Com moda, as pessoas gostam de sentir, tocar o produto, de vez em quando querem ir à loja etc. Elas podem comprar como quiser, mas, para ter a experiencia completa, a loja física tem que estar perto. Ninguém vive só on-line. Quando a gente abre uma loja física em uma cidade, as vendas no canal on-line aumentam de forma relevante. Uma coisa suporta a outra. Por isso que a gente tem focado em chegar a cidades onda não há nenhuma loja hoje.

Por que, apesar da melhora do balanço, as ações da Renner continuam 75% abaixo do auge pré-pandemia?

Há uma crise de confiança dos investidores com relação ao país. Se o desempenho das empresas brasileiras melhora, o investidor tem inúmeras outras opções que competem com a Bolsa. E o estrangeiro, que é 89% da nossa base acionária, está especialmente receoso em investir aqui. Por isso, os ativos brasileiros em geral estão subvalorizados. A oportunidade que isso representa dependerá da retomada da confiança.

Em conversa com a coluna, o CEO da Renner, Fabio Faccio, contou que a varejista viveu uma transição de ciclo no ano que passou e que a perspectiva para 2025 é positiva, mesmo que a conjuntura econômica esteja “aquém do

Artigo de Carlos Thadeu de Freitas Gomes / site cnc / 7 de janeiro de 2025

Site CNC

O ano de 2025 traz desafios e oportunidades para o comércio, com um 1º semestre mais favorável por causa de um ambiente econômico relativamente estável. No entanto, as previsões para o 2º semestre indicam um crescimento mais modesto, ou até mesmo uma possível estagnação, diante da alta das taxas de juros e da valorização do dólar.

O aumento das taxas de juros, reflexo de uma política monetária mais restritiva, e a elevação do câmbio podem desacelerar a expansão do comércio, restringindo o poder de compra da população e afetando a confiança do consumidor.

Além disso, espera-se que a massa real de salários enfrente uma queda a partir do 2º semestre de 2025, agravando ainda mais o cenário. Com a redução da renda disponível, a desaceleração do consumo será mais pronunciada, impactando diretamente as vendas e dificultando a recuperação das empresas.

Nesse contexto, o crédito ganha relevância como um mecanismo crucial para manter o comércio em movimento, servindo como suporte essencial para os consumidores que dependem de financiamentos para sustentar seu padrão de consumo.

O mercado de crédito deve crescer 9% em 2025, o que é positivo, embora represente uma desaceleração em relação aos 10,5% projetados para 2024. Essa redução no ritmo de expansão reflete as incertezas econômicas, mas também destaca a importância do crédito como ferramenta vital para a movimentação do comércio.

Contudo, a projeção de aumento na taxa de inadimplência nas carteiras de crédito levanta preocupações. Para 2025, a inadimplência na carteira livre deve chegar a 4,7%, um aumento em relação aos 4,3% registrados em novembro de 2024. Esse aumento pode criar um cenário mais arriscado tanto para as instituições financeiras quanto para os consumidores, que poderão enfrentar dificuldades para honrar seus compromissos.

Além disso, a expectativa é que o Copom continue a elevar a taxa Selic, com a possibilidade de alcançar 15% ao ano até junho de 2025. Esse aumento no custo do crédito poderá dificultar o acesso ao financiamento, especialmente para famílias e empresas de menor porte. Já as taxas de longo prazo, as mais importantes para o comércio, ultrapassaram 16%.

A valorização do dólar também deve persistir, o que contribuirá para um cenário de inflação elevada, possivelmente superior a 5% ao final de 2025, acima da meta inflacionária estabelecida para o ano. Esse cenário pressionará ainda mais o poder de compra da população, afetando diretamente o desempenho do comércio, intensificando o processo de aperto monetário.

Com essas incertezas, o crédito continua sendo uma das principais alternativas para garantir o movimento do comércio. No entanto, a combinação de juros elevados, inflação em alta e o aumento da inadimplência exige maior cautela.

O comércio precisará se adaptar, buscando novas formas de atrair consumidores e incentivar o consumo. Já o crédito, embora essencial, exigirá uma gestão mais responsável, tanto por parte das instituições financeiras quanto dos consumidores. A sustentabilidade desse modelo dependerá de um equilíbrio delicado entre estimular o consumo e gerenciar o endividamento de maneira responsável.

Carlos Thadeu Carlos Thadeu de Freitas Gomes, 77 anos, é assessor externo da área de economia da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Foi presidente do Conselho de Administração do BNDES e diretor do BNDES de 2017 a 2019, diretor do Banco Central (1986-1988) e da Petrobras (1990-1992).

Artigo de Carlos Thadeu de Freitas Gomes, assessor externo da área de economia da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), originalmente publicado no Poder 360, em 6 de janeiro de 2025.

As operadoras de cartões de crédito e instituições de pagamento que movimentam recursos financeiros devem prestar informações à Receita Federal sobre operações financeiras de contribuintes. O envio dos dados será semestral. A regra começou a valer na quarta-feira (1º) e está prevista na Instrução Normativa 2.219, de 2024 do órgão federal. Em nota, a Receita Federal afirma que as medidas têm o objetivo de melhorar o controle e a fiscalização das operações financeiras, por meio de uma maior coleta de dados. A norma atualiza e amplia a obrigatoriedade de envio de informações à Receita Federal via e-Financeira, que é o sistema eletrônico da Receita Federal que faz parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). A e-Financeira monitora e coleta informações sobre operações financeiras. Os arquivos digitais incluem dados de cadastro, abertura, fechamento, operações financeiras e previdência privada.

As instituições financeiras tradicionais, como os bancos públicos e privados, financeiras e cooperativas de crédito, já eram obrigadas a enviar à Receita Federal as informações sobre movimentações financeiras de seus clientes, como saldos em conta corrente, movimentações de resgate e investimentos dos correntistas, rendimentos de aplicações e poupanças. Com a mudança que entra em vigor em 2025, a obrigação de prestação de informações relativas às contas pós-pagas e contas em moeda eletrônica passa a ser também de operadoras de cartões de crédito e instituições de pagamento. Estas últimas são empresas autorizadas pelo Banco Central a oferecer serviços financeiros relacionados a pagamentos, como transferências, recebimentos e emissão de cartões. Entre elas estão as plataformas e aplicativos de pagamentos; bancos virtuais; e varejistas de grande porte, a exemplo de lojas de departamentos, de venda de eletrodomésticos; e atacadistas.

As novas entidades listadas na norma da Receita Federal estão obrigadas a apresentar as informações mencionadas quando o montante movimentado no mês for superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas; ou R$15 mil, para pessoas jurídicas. Os dados deverão ser apresentados via e-Financeira semestralmente:

· até o último dia útil do mês de agosto, contendo as informações relativas ao primeiro semestre do ano em curso; e

· até o último dia útil de fevereiro, contendo as informações relativas ao segundo semestre do ano anterior.

Desta forma, dados de pagamentos via Pix e cartões de crédito superiores aos valores citados serão informados à Receita Federal – via e-Financeira – em agosto de 2025.

de Redação

 2 de janeiro de 2025

 

A atividade do comércio físico na semana do Natal de 2024 apresentou queda de 3,9%, sendo essa a maior retração para a data desde 2020, quando o índice foi de -10,3%. Os dados são do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian.

A pesquisa revela que, no fim de semana da data comemorativa, o recuo registrado foi de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Com a inadimplência em alta, a prioridade dos consumidores pode ter sido a reestruturação financeira ao optarem por utilizar o 13° salário para o pagamento e renegociação de dívidas, deixando as compras e presentes de Natal em segundo plano”, comenta a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack.

O movimento do varejo físico em São Paulo também apresentou redução, com queda de 3,7% durante a semana do Natal e de 1,7% no fim de semana, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian.

Crescimento de vendas nos shoppings

As vendas de Natal nos shopping centers brasileiros cresceram 5,5% entre os dias 19 e 25 de dezembro de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), elaborado pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). O desempenho superou o crescimento total do varejo no mesmo período, que foi de 3,4%.

Os shoppings movimentaram R$ 5,94 bilhões na semana, marcando o melhor Natal desde o início da série histórica do índice, em 2019, quando o montante alcançou R$ 5,5 bilhões. O ticket médio registrado foi de R$ 213,83, um aumento de 3,3% em relação ao Natal de 2023. Em comparação, as lojas de rua tiveram um ticket médio de R$ 109,47, 2,7% superior ao registrado no ano anterior.

“Os resultados de vendas de Natal reforçam a importância estratégica dos shopping centers no cenário econômico, destacando sua capacidade de adaptação às novas demandas dos consumidores. O crescimento registrado neste período simbolicamente relevante para o varejo é um reflexo da confiança do público, da melhoria da renda das famílias e da baixa do desemprego, além da diversificação de ofertas e experiências disponíveis nos shoppings”, afirmou Glauco Humai, presidente da Abrasce.

de Cecília Rapassi

 18 de dezembro de 2024 /  Mercado & Consumo

O ano de 2025 promete ser decisivo para o varejo de moda, em meio a um cenário que combina instabilidade macroeconômica, transformações geopolíticas e uma exigência crescente por parte dos consumidores em relação à sustentabilidade e personalização.

O relatório State of Fashion 2025, elaborado pela McKinsey e pelo portal Business of Fashion (BoF), aponta que o crescimento da receita global deve se estabilizar em dígitos baixos, enquanto o segmento não-luxo deverá liderar os lucros econômicos pela primeira vez desde 2010.

A pressão por preço e suas consequências

O crescimento econômico global desacelerado será um teste para os varejistas em todos os mercados. A inflação persistente, as taxas de juros elevadas e os custos das matérias-primas pressionam as margens, especialmente em categorias de moda acessível e intermediária.

Segundo a pesquisa Consumidor do Amanhã, realizada pela MosaicLab, Moda é uma das categorias mais desejadas, porém também uma das mais pressionadas pelo fator preço. O recorte da pesquisa para Vestuário e Calçados apontou que 39% dos entrevistados diminuíram seu consumo pelo aumento de preços no último ano.

 

A compra consciente, impulsionada por regulamentalções ambientais mais rígidas e pela demanda por transparência na cadeia produtiva, será cada vez mais comum e deve potencializar mudanças no consumo. Este pode ser mais um fator que pressiona os preços: a origem e qualidade das matérias-primas, a mão de obra qualificada com salários justos, além de toda a responsabilidade com a cadeia, são fatores que dificilmente contribuem para a formação de preços competitivos.

Nesse cenário, algumas tendências devem ganhar maior força: o mercado de revenda, outlets, segmentos de menor preço e os dupes. Na moda, os dupes são produtos que imitam o design ou o estilo de itens de marcas renomadas, mas são vendidos por preços significativamente mais baixos. Eles não são necessariamente falsificações (que reproduzem o logo ou a identidade visual de uma marca), mas oferecem uma alternativa acessível inspirada no original. Os dupes têm ganhado popularidade entre os  consumidores que buscam tendências e estilo sem pagar preços premium, especialmente em um cenário econômico desafiador.

Um perfil dedicado ao tema no Instagram tem mais de 34 mil seguidores e aponta essas cópias de criações por marcas nacionais:

 

 

Regina Ferreira, doutora e especialista em Fashion Law, aponta os riscos dessa tendência:

“Essas práticas podem ser verificadas em diversos segmentos do mercado de moda e da beleza e violam diversas normas jurídicas, podendo gerar consequências cíveis e criminais, por infrações de direitos intelectuais e, a depender do caso, por exposição à saúde do consumidor. Essas imitações em maquiagens e cosméticos, feitas em fábricas clandestinas ou sem a observância das normas sanitárias, utilizando matéria-prima duvidosa ou de baixíssima qualidade, podem causar alergias, dermatites, erupção na pele e queimaduras”.

Estratégias para 2025

Navegar nesse contexto exigirá estratégias resilientes e inovação contínua. Destacamos seis frentes importantes que devem nortear o foco das empresas que buscam melhor desempenho em 2025:

  1. Personalização como diferencial competitivo: No varejo de moda, a personalização pode protagonizar uma das maiores oportunidades de diferenciação, independentemente da segmentação do mercado. Em um ambiente de maior concorrência, especialmente com o avanço de grandes players como Shein e Temu, marcas precisam investir em estratégias que combinem dados do consumidor com uma narrativa de marca sólida e autêntica. Em mercados premium, que tradicionalmente já buscam por maior diferenciação, ela deve ir além do produto: está na entrega de experiências memoráveis alinhadas aos valores do público-alvo.
  2. Inovação tecnológica e digitalização: Mais do que nunca, a otimização das operações — integrando tecnologia, inteligência de mercado e uma abordagem omnicanal eficiente — terá uma vantagem competitiva clara. O uso de ferramentas digitais não se limita à eficiência operacional, mas também é uma ponte para uma conexão mais real com os clientes. Reflita: qual é o seu principal canal de comunicação com o seu cliente e quanto tempo ele espera para ter uma resposta? Marcas que investirem em inovação e automação estarão melhor preparadas para enfrentar a complexidade do cenário global.
  3. O “humano” à frente das vendas: Capacitação, desenvolvimento, reciclagem, treinamentos e mentorias. Independentemente da metodologia, invista em pessoas que vão lidar com pessoas. Não só os hard skills, mas também os soft skills que podem prevenir crises de reputação da sua empresa.
  4. Excelência na gestão de estoques e cadeia de abastecimento: Reduzir excessos, evitar rupturas e aumentar assertividade. A gestão eficiente de estoques e da cadeia de abastecimento será crucial para manter a competitividade. Investir em tecnologias de previsão de demanda e em sistemas de gestão integrados pode ajudar a minimizar desperdícios e garantir que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo.
  5. Economia circular e redução de emissão de gases: Assumir compromissos em relação à sustentabilidade deve estar na agenda de todas as empresas, que precisam estar preparadas para as regulamentações que estão por vir. Inação não é mais uma possibilidade.
  6. Todos por um: Existem grandes oportunidades a serem exploradas no setor de moda no Brasil, especialmente se os elos da cadeia de valor se unirem em torno de um objetivo comum: aumentar a competitividade. Todas as discussões que já estão em pauta, sejam elas sobre incentivos e benefícios fiscais, isonomia tributária, alternativas para práticas circulares e sustentáveis, dentre outras, teriam mais força se tivessem a cadeia toda alinhada e negociando proporcionalmente à sua relevância no mercado.

Um novo ano começa em breve e as boas perspectivas abraçam quem ousa se reinventar

As mudanças climáticas continuarão a ser uma força potente para moldar a cadeia de suprimentos e o comportamento de consumo.

Em 2025, o varejo de moda terá que equilibrar a pressão por resultados financeiros com a competição cada vez mais acirrada com players que produzem mais rápido, mais barato e com mais apelo de moda. Empresas que adotarem uma mentalidade ágil e eficiente, enquanto consolidam práticas éticas e sustentáveis, não só sobreviverão, mas terão mais chances de conquistar o que realmente importa: a preferência do consumidor.

O futuro pertence às marcas que souberem fazer do desafio uma oportunidade de transformação.

Nota: De 8 a 15 de janeiro de 2025, a Gouvêa Fashion Business estará em Nova York para a 36ª NRF Retail’s Big Show com a delegação da Gouvêa Experience. Os aprendizados sobre tudo o que será visto e discutido nessa missão, traduzidos, aprofundados e comparados com a realidade brasileira, poderão ser vistos e acompanhados no Retail Trends – Pós NRF, no dia 28 de janeiro de 2025, em São Paulo, nas versões presencial e virtual, além da cobertura especial que será feita pela plataforma Mercado&Consumo.

Cecília Rapassi é sócia-diretora da Gouvêa Fashion Business.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento

Expansão do Grupo Tacla, prevê mais de 100 novas operações em 2025

 26 de dezembro de 2024

no Destaque do diaNotíciasVarejo

Apesar dos desafios econômicos enfrentados no Brasil e pelo mundo afora, a perspectiva do varejo para 2025 parece promissora. O Grupo Tacla anunciou um investimento de R$ 520 milhões para a expansão de três empreendimentos e a construção de um novo shopping center.

Esse é o plano de crescimento da companhia com o objetivo de consolidar a presença no mercado e atrair mais consumidores. Com a expansão, a previsão é de mais de 100 novas operações no grupo todo em 2025.

Em São Paulo, o Shopping Cidade Sorocaba receberá um investimento de R$ 20 milhões para a expansão e modernização do empreendimento, que ganha uma nova área gourmet com seis restaurantes.

Já no Sul do país, o investimento será nos dois outlets do Grupo Tacla e na construção de um novo shopping. O Porto Belo Outlet Premium, em Santa Catarina, e o City Center Outlet Premium, no Paraná, colocam em prática os planos de expansão, com novos espaços para lojistas. Em Ponta Grossa (PR), onde o grupo já administra o Palladium, a companhia está construindo o Plaza Campos Gerais, com inauguração prevista para outubro de 2025.

O investimento anunciado será feito com recursos próprios, sem tomar dívidas. Fundado na década de 1930 por Mounif Tacla, o Grupo Tacla é um dos dez maiores do país, com 12 empreendimentos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, 400 mil metros quadrados de área bruta locável e mais de 2 mil lojistas.

Em 2023, a empresa registrou crescimento de 17,5% nas vendas.

Imagem: Divulgação

Líder do maior grupo de moda da América Latina, fruto da fusão da Arezzo&Co com a Soma, fala sobre trajetória empresária, estilo de liderança e planos para o futuro

José Vicente Bernardo / 23/12/2024  / FORBES

Alexandre Birman está na Lista Forbes Melhores CEOs de 2024

No dia em que completava 48 anos, em 1º de agosto, Alexandre Birman e amigos comemoravam o início das operações do Azzas 2154 na B3, no Centro de São Paulo. Um dia antes, era formalizada a união da Arezzo&Co (da família Birman) com a Soma (dos Jatahy), dando à luz um grupo com receita bruta da ordem de R$ 12 bilhões, 34 marcas (da sesquicentenária Hering à “adolescente” Schutz), 24 mil colaboradores diretos, mais de 2 mil lojas e 22 mil pontos de venda multimarcas, oferecendo calçados e roupas femininas e masculinas. Birman está na lista Forbes Melhores CEOs de 2024.

 

 

Alexandre passava, a partir daquela data, a comandar o maior grupo de moda da América Latina. O empresário, designer de sapatos e triatleta Alexandre Birman nos recebeu em sua sede, na Zona Sul paulistana, e logo enfatizou outra efeméride: no dia seguinte, a Arezzo, empresa fundada por seu pai, Anderson, e pelo tio Jefferson em Belo Horizonte em setembro de 1972, completaria 52 anos – quase todos eles acompanhados de perto por nosso anfitrião. “Quando eu nasci, em 1976, a fábrica era na garagem da casa do meu avô”, conta. “Meu carrinho de bebê era uma caixa de sapato”, brinca.

 

AZZAS 2154 SA estreia na Bolsa de Valores do Brasil

O negócio de família evoluiu rápido: em quatro anos, eles já tinham uma indústria com 200 funcionários produzindo mil pares por dia. Alexandre acompanhava atentamente o dia a dia dos jovens pais. Aos 5 anos, aprendeu a montar as caixas; aos 12, sabia fazer um sapato inteiro, do molde à costura final; aos 18, criou uma marca própria, a Schutz. Seus conhecimentos como designer foram aprimorados em um curso de modelagem técnica de calçados na Itália. “Meu pai me ensinou que, por trás de uma grande marca, é preciso ter um grande produto, algo que faça aquela marca se tornar conhecida, icônica. Então criei uma bota tratorada, meio estilo outdoor, mais feminina, com uma plataforma. Inventei moda, literalmente”, conta Alexandre Birman, depois de cravar que seu grande mentor e guru foi, é e sempre será seu pai.

 

Curiosamente, no entanto, antes de atingir a maioridade, um consultor de gestão de empresas familiares recomendou que ele não trabalhasse com o pai, que seguisse uma carreira própria. Foi quando montou a Schutz – mas com a ajuda de Anderson. “Em 2007, nos tornamos sócios”, lembra.

 

Perguntado sobre um erro e um acerto na trajetória de gestor, Alexandre Birman conta que um grande erro de cálculo foi decidir mudar sua fábrica em Minas Gerais, que estava indo bem, para o Rio Grande do Sul, no fim dos anos 1990. “Eu achava que fechar uma fábrica e transportar todo o maquinário era um processo que eu faria em dois meses. Aproveitei as férias entre dezembro e janeiro para fazer essa mudança, com a meta de produzir 500 pares por dia.” Ele ignorou os conselhos para fazer a transição aos poucos, diminuindo a produção de um lado enquanto aumentava do outro. Descobriu da pior forma que a mudança levaria cerca de um ano. “Em maio, eu tinha que entregar os pedidos e eu não tinha quase nada, só uns sapatos malfeitos. Tive que cancelar os pedidos.”

 

Outro tombo, esse literal, foi durante um dos muitos triatlos de que participou (em novembro de 2023, foi vice-campeão latino-americano do Ironman 70.3 Fortaleza na categoria 45-49 anos, perdendo apenas para o próprio coach). “Caí da bicicleta a uns 40 km/h e tive que correr a maratona com o joelho destruído. Por pouco não tive que operar.” O acidente aconteceu no Panamá em 2012. Sobre um grande acerto, ele destaca a aposta na “capacidade omni” da empresa. “Nós criamos o aplicativo de venda (que a vendedora pode fazer digitalmente) em 2018. Não foi fácil no começo, mas investimos muito nessa ferramenta e acabamos virando um case como a empresa mais resiliente na pandemia.”

 

Sobre seu estilo de gestão como CEO, ele afirma ser baseado no exemplo e na proximidade com colaboradores e fornecedores. “Gosto de estar junto com as equipes que executam, incluindo o chão de fábrica, toda semana. É uma rotina que cumpro desde 1999.” Ele também diz se preocupar com as dificuldades dos fornecedores e dos pontos de vendas, eventualmente ouvindo o que o cliente tem a dizer de seus produtos.

 

Em relação aos planos para o futuro, Alexandre Birman elenca: “No curto prazo, é concretizar a integração da fusão e deixar a empresa funcionando como uma empresa única do ponto de vista de gestão, indicadores e planejamento estratégico, a partir do dia 1º de janeiro do ano que vem. No médio prazo, o objetivo é fomentar algumas marcas que são fundamentais para o nosso negócio, cada uma em seu estágio de vida e seu propósito. Enquanto a Hering, por exemplo, é o 10º CNPJ mais antigo do Brasil e virou sinônimo de camiseta básica no Brasil, a Farm Rio se torna um desejo nacional e internacional, com presença forte nos Estados Unidos e começando sua participação no mercado europeu.”

 

Sobre o longo prazo, o nome do novo gigante da moda dá a pista: Azzas 2154 remete à capacidade de voar alto, e 2154 é um mantra de longevidade criado por Anderson Birman para se referir ao ano em que faria 200 anos – e para dizer que ele não estará lá quando essa data chegar, mas seu legado sim.

Leia mais em: https://forbes.com.br/carreira/2024/12/trajetoria-de-alexandre-birman-ceo-azzas-2154/

Nota Oficial da CNC sobre a aprovação do PLP. 68/2024 / 17.12.24

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reconhece o esforço do Congresso Nacional ao aprovar, nesta terça-feira (17), o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/2024, que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo. O texto aprovado, fruto de um amplo debate entre parlamentares e setores econômicos, representa um passo importante na modernização do sistema tributário brasileiro.

A CNC destaca os avanços alcançados em pontos relevantes para os setores de comércio, serviços e turismo, como a redução de alíquotas para bares, restaurantes, hotéis e parques temáticos, a inclusão de novos itens na Cesta Básica Nacional e a manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) e das Áreas de Livre Comércio (ALCs), com ampliação de seus prazos até 2073. Essas medidas garantem o diferencial competitivo dessas regiões e contribuem para o desenvolvimento econômico e sustentável da Amazônia.

Contudo, a CNC reforça que o setor de serviços, um dos maiores empregadores do país e responsável por grande parte da geração de renda, segue como um setor sensível que exige atenção especial. O texto aprovado carece de mecanismos mais robustos que assegurem a não elevação da carga tributária, o que pode comprometer a sustentabilidade das empresas do setor. Também preocupa a ausência de medidas voltadas para micro e pequenas empresas, especialmente no âmbito do Simples Nacional.

Confira aqui os avanços obtidos na fase de regulamentação da reforma tributária (PLP.68/2024) e os pontos que ficaram pendentes.

AVANÇOS E PONTOS PENDENTES NO PLP 68/2024
Reivindicação da CNC Situação no texto aprovado Contemplado?
1. Preservação dos benefícios da ZFM Benefícios mantidos, com crédito presumido de 100% para produtos industrializados e ampliação do prazo das ALCs até 2073. Sim
2. Redução de alíquota para bares e restaurantes Alíquota reduzida em 40%, excluindo gorjetas e valores de intermediação de delivery da base de cálculo. Parcialmente
3. Alíquotas diferenciadas para hotelaria e turismo Redução de 40% nas alíquotas de IBS e CBS para hotéis e parques de diversão. Parcialmente
4. Uso de créditos para bens de uso e consumo pessoal Permissão de crédito para despesas com planos de saúde, educação e transporte de colaboradores. Sim
5. Manutenção de isenção para entidades sem fins lucrativos Rejeitada a proposta de isenção total de IBS e CBS para sindicatos e associações sem fins lucrativos. Não.
6. Exclusão do limite de restituição do Tax Free Proposta aceita; limite de US$ 1.000 foi eliminado para devolução de impostos a turistas estrangeiros. Sim
7. Regras diferenciadas para setor imobiliário Redução de alíquotas: 50% para vendas de imóveis e 70% para locações residenciais; regime de caixa para locações. Parcialmente
8. Transferência integral de créditos no Simples Nacional Proposta rejeitada, mantendo a restrição atual. Não
9. Inclusão de novos itens na cesta básica nacional Produtos como farinhas, massas, erva-mate, fórmulas infantis e bolachas foram incluídos na Cesta Básica. Sim
10. Inclusão de dispositivos médicos na alíquota zero Redução a zero das alíquotas de IBS e CBS para dispositivos médicos, incluindo materiais para pessoas com deficiência (PcD). Sim
11. Pegada de carbono no Imposto Seletivo Graduação de alíquotas do IS baseada na pegada de carbono foi incluída. Sim
12. Medicamentos com alíquota zero Redução a zero para medicamentos de cuidado oncológico, doenças raras, vacinas e outros itens essenciais. Sim
13. Serviços funerários e home care Inclusão dos serviços funerários, de cremação, embalsamamento e home care na redução de 60% das alíquotas. Sim

Entre as reivindicações trabalhadas pela CNC, na fase de regulamentação, segue resumo atualizado do que foi possível avançar e do que ficou pendente:

  • Contempladas: 8 reivindicações principais (ZFM, créditos de uso pessoal, Tax Free, cesta básica, pegada de carbono, dispositivos médicos, medicamentos e serviços funerários).
  • Parcialmente contempladas: 3 (bares/restaurantes, hotelaria/turismo e setor imobiliário).
  • Não contempladas: 2 (isenção para entidades sem fins lucrativos e transferência de créditos do Simples Nacional).

 

Paulo Brenha

Sales Enablement | Estratégia de Vendas | Gente & Gestão | Gestão de Negócios | Gerente Regional | Gerente Nacional | Varejo & B2B | /16 de dezembro de 2024

O varejo brasileiro sempre foi uma verdadeira escola de inovação e resiliência. Em 2024, enfrentamos desafios e conquistamos avanços que marcaram o setor, mostrando como criatividade e adaptação podem transformar crises em oportunidades. Cada dado, cada movimento estratégico e cada escolha dos consumidores deixaram lições importantes. E agora, olhando para o horizonte de 2025, vemos um cenário ainda mais dinâmico, com tendências que prometem redefinir a maneira como as marcas se conectam com seus clientes.

Olhando um pouco para este cenário, quero compartilhar alguns dos principais aprendizados para mim deste ano e como essas transformações podem guiar nossos próximos passos no varejo. O varejo brasileiro em 2024 demonstrou uma resiliência notável, superando desafios econômicos e se adaptando rapidamente às mudanças no comportamento do consumidor. Em um cenário marcado pela recuperação econômica e pela inovação tecnológica, os varejistas traçaram novas rotas para capturar oportunidades e atender às expectativas dos consumidores.

Destaques do Varejo em 2024

 

1 – Crescimento nas Vendas

  • Em outubro de 2024, o volume de vendas no varejo cresceu 0,4% em relação a setembro, marcando o segundo mês consecutivo de alta.
  • Na comparação com outubro de 2023, houve um crescimento de 6,5%, indicando uma recuperação robusta do setor.

2 – Desempenho por Segmento

  • Móveis e Eletrodomésticos: Crescimento de 7,5% em outubro, impulsionado pela recuperação do crédito ao consumidor.
  • Equipamentos de Escritório e Informática: Aumento de 2,7%, refletindo a continuidade da digitalização nas residências e empresas.
  • Tecidos, Vestuário e Calçados: Expansão de 1,7%, indicando uma recuperação moderada no setor de moda.
  • Lojas de Conveniência e Proximidade: De acordo com a Euromonitor International, o mercado de conveniência no Brasil deverá apresentar uma taxa composta anual de crescimento de 5,5% até o final de 2025, impulsionado pela urbanização crescente e pela demanda por soluções de compras rápidas
  • Segmento de Combustíveis: Em 2024, o Brasil registrou recordes na produção e venda de combustíveis. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas de diesel totalizaram 56,7 bilhões de litros, representando um aumento de 3,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em outubro, foram comercializados 6,2 bilhões de litros de diesel, um crescimento de 7,6% em relação a outubro de 2023.
  • Demanda de Combustíveis Líquidos: A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima um crescimento de 2,6% na demanda brasileira de combustíveis líquidos em 2024, equivalente a um aumento de 4 bilhões de litros. Para 2025, projeta-se um crescimento adicional de 1,8%, ou 2,9 bilhões de litros.
  • Supermercados e Hipermercados: As vendas de hipermercados, supermercados e produtos alimentícios cresceram 5,6% até setembro de 2024, indicando uma recuperação significativa no setor.
  • Atacarejo: O modelo de atacarejo continua a expandir sua participação no mercado brasileiro, atraindo consumidores em busca de economia. Embora dados específicos de 2024 não estejam disponíveis nos resultados atuais, o crescimento desse formato tem sido uma tendência constante nos últimos anos.
  • E-commerce: O comércio eletrônico no Brasil manteve sua trajetória de crescimento em 2024, impulsionado pela digitalização e mudanças nos hábitos de consumo. Estima-se que o setor possa atingir R$ 28,6 bilhões globalmente com a adoção do comércio unificado.

 

3 – Black Friday e Comércio Eletrônico

As vendas online durante a Black Friday de 2024 cresceram 25,1% em relação ao mesmo período de 2023, destacando a importância do evento para o varejo brasileiro.

Para mim, os principais pontos para o varejo de 2025, serão!

  • Integração Omnichannel: Conexão fluida entre canais físico e digital, permitindo compras flexíveis e experiências integradas.
  • Humanização da Inteligência Artificial (IA): Interações mais intuitivas e humanas com tecnologias como IA, gamificação e realidade aumentada, aumentando engajamento e satisfação.
  • Sustentabilidade como Prioridade: Sustentabilidade se torna obrigação, com foco em produtos regenerativos, logística reversa e práticas transparentes.
  • Lojas Autônomas e Experiências Sem Contato: Expansão de lojas sem atendentes, utilizando tecnologias como visão computacional e sensores IoT para oferecer rapidez e conveniência.
  • Personalização em Escala: Uso de dados e IA para oferecer recomendações personalizadas, melhorando a experiência e fidelização dos clientes.
  • Social Commerce e Live Shopping: Redes sociais ganham relevância com lives interativas e campanhas gamificadas, promovendo engajamento, especialmente entre jovens.
  • Experiências de Consumo Transformadoras: Lojas físicas como espaços interativos, com workshops, eventos e tecnologias imersivas, como realidade aumentada e virtual.
  • Redefinição do Conceito de Valor: Consumidores valorizam mais do que preço, priorizando qualidade, durabilidade e alinhamento aos seus valores pessoais.

Algumas Tendências por Canal para 2025!

 

  1. Moda e Vestuário
  • Personalização e Sustentabilidade: Os consumidores buscam cada vez mais produtos que reflitam sua individualidade e valores. A personalização em massa, viabilizada por tecnologias avançadas, permitirá que marcas ofereçam produtos feitos sob medida. Sustentabilidade continuará sendo prioridade, com maior demanda por moda ética e ambientalmente responsável.
  1. Eletrônicos
  • Integração de Tecnologias Emergentes: O setor seguirá impulsionado por inovações como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e realidade aumentada. Esses avanços não só aprimoram os produtos, mas também melhoram a experiência do consumidor, oferecendo soluções mais conectadas e intuitivas.
  1. Alimentos e Bebidas
  • E-commerce e Entrega Rápida: Com o aumento da busca por conveniência, os serviços de entrega rápida e assinaturas de produtos essenciais continuarão ganhando popularidade. A digitalização dos canais de venda será essencial para atender a essa demanda.
  1. Beleza e Cosméticos
  • Experiências Personalizadas e Produtos Naturais: Tecnologias como análise de pele baseada em IA possibilitarão recomendações personalizadas, enquanto produtos naturais e práticas sustentáveis ganharão ainda mais relevância. A transparência nos ingredientes será um diferencial.
  1. Móveis e Decoração
  • Realidade Aumentada e Customização: A realidade aumentada será amplamente utilizada para permitir que consumidores visualizem móveis e itens de decoração em seus espaços antes da compra. Além disso, a customização de peças será um grande atrativo para os consumidores.
  1. Saúde e Bem-Estar
  • Produtos Funcionais e Tecnologia Vestível: A preocupação crescente com a saúde impulsionará a demanda por alimentos funcionais, suplementos e dispositivos vestíveis que monitoram indicadores de saúde em tempo real, auxiliando estilos de vida saudáveis.
  1. Canais de Conveniência e Proximidade
  • Foco em Agilidade e Digitalização: Com a urbanização crescente, lojas de conveniência e proximidade continuarão a expandir. Esses canais investirão em tecnologia para oferecer experiências rápidas e convenientes, com destaque para a integração de pagamento digital e sistemas autônomos.
  • Crescimento em Minimercados: O formato de lojas de proximidade, como minimercados, ganha força por atender consumidores que buscam agilidade e praticidade em bairros residenciais.
  1. Combustíveis
  • Transformação dos Postos de Combustíveis: Postos de combustíveis evoluirão para hubs de serviços, integrando lojas de conveniência, serviços automotivos e espaços de coworking. O foco estará em oferecer mais do que abastecimento, criando um ambiente completo para consumidores.
  • Aumento no Uso de Combustíveis Renováveis: Com a pressão por sustentabilidade, os combustíveis renováveis, como o etanol, terão maior adoção, alinhando-se às expectativas ambientais dos consumidores.
  1. Social Commerce e Live Shopping
  • Engajamento por Redes Sociais: As redes sociais continuarão sendo grandes aliadas para vendas diretas. Lives interativas e campanhas gamificadas impulsionarão o engajamento e as conversões, especialmente entre o público jovem.
  1. Lojas Autônomas
  • Tecnologia Sem Contato: Com a crescente valorização da conveniência, lojas sem atendentes, equipadas com sensores IoT e visão computacional, consolidarão sua presença, especialmente em áreas urbanas.

Acredito que não temos uma “receita de bolo” para o varejo, pois pequenas mudanças poderá mudar o ponteiro fortemente! E, 2024 foi um ano de superação e inovação para o varejo brasileiro, que pavimentou um bom caminho para um futuro ainda mais dinâmico em 2025. À medida que avançamos, tecnologia, sustentabilidade e personalização serão os pilares que definirão o sucesso no setor. Para prosperar, as empresas precisam ser ágeis e adaptar-se às expectativas de um consumidor cada vez mais exigente e consciente. 2025 será um ano bem dinâmico e acredito que teremos muitas boas novidades.

E você, como vê o futuro do varejo? Deixe suas ideias nos comentários e compartilhe sua perspectiva sobre as tendências que considera mais impactantes para 2025!

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 19 de dezembro de 2024  / Mercado & Consumo

O ano vai terminando. Apesar de as vendas de Natal ainda não terem sido contabilizadas, não dá para dizer que 2024 foi extraordinário, mas também não foi ruim. Aliás, quem se arriscar a avaliar os últimos 12 meses usando as médias nacionais corre o risco de quebrar a cara.

Mesmo com tanta instabilidade à frente, é possível fazer algumas apostas certeiras. Não tem erro. Tem 3 movimentos que acontecerão, sem sombra de dúvida, em 2025. Vamos a eles?

1) Avanço do varejo digital seguirá impactando o mix de lojas

As vendas digitais recuperaram o fôlego neste ano. No primeiro semestre, segundo o Webshoppers, estudo da NIQ Ebit, o e-commerce cresceu 18,7% em comparação com os primeiros seis meses de 2023. E a quantidade de consumidores ativos subiu 25,7%. Não há sinal de mudança nesse cenário no segundo semestre.

Apesar da justa taxação estabelecida pelo governo, as plataformas asiáticas continuam incomodando bastante. E olha que o efeito Temu ainda nem foi medido devidamente.

Além disso tudo, a omnicanalidade domina as estratégias dos varejistas mais estruturados, que usam o digital para elevar a eficiência de suas operações.

É natural que alguns setores, como o de moda, sintam os efeitos dessa dura competição. A consequência é um reequilíbrio no mix de lojas dos shoppings, com aumento na representatividade de segmentos como alimentação (em especial restaurantes, cafés, chocolaterias, sorveterias etc.), serviços e entretenimento. Não por acaso, operações menos vulneráveis ao digital.

Em 2025, não há dúvida de que esses movimentos vão prosseguir. Tanto o avanço das vendas online quanto a evolução da mescla de lojas nos shopping centers.

2) Shoppings investirão na criação da base de clientes

Até pouco tempo atrás, os shoppings faziam vultosos investimentos para gerar fluxo de clientes, mas os dados dessas pessoas ficavam apenas com os lojistas – os mais estruturados, claro.

Mesmo companhias que possuíam programas de fidelidade longevos, como a Iguatemi, contavam com um grupo restrito de clientes cadastrados. O que fazia sentido na época. Afinal, a ideia era identificar os 20% da base capazes de produzir 80% dos resultados. Hoje, o jogo é outro.

A Allos e a Multiplan, em especial após a pandemia, pisaram fundo no acelerador e começam a colher bons frutos de seus programas de benefícios, em termos de quantidade de participantes, percentual das vendas identificadas e engajamento de lojistas. O Iguatemi One também evoluiu, incorporando um ingrediente irresistível, o Collections, promoção que, várias vezes ao ano, permite que os clientes acumulem selos e resgatem prêmios. O resultado foi um salto considerável na quantidade de cadastros e notas trocadas.

Com algum atraso, outros shoppings começam a trilhar o caminho. Certamente, se beneficiarão do aprendizado obtido a partir da observação dos equívocos normais dos pioneiros. Por outro lado, ainda levarão algum tempo até colher os melhores frutos. CRM não é corrida de tiro curto, é uma maratona.

Acho pouco provável que todos os novos entrantes consigam monetizar eficientemente a audiência, gerando novos negócios para lojistas e anunciantes. Mas a largada para a corrida da identificação da base de clientes dos shoppings foi dada e mais competidores se juntarão a ela em 2025.

3) A dança dos shoppings não vai parar no ano que vem

Haja coração. Quem pensa que as trocas de comando nos shoppings brasileiros darão uma trégua no ano que vai chegar, pode estar redondamente enganado.

A bem-sucedida operação da Iguatemi para adquirir participação no Pátio Paulista e ampliar a fatia no Pátio Higienópolis (ambos em São Paulo), no apagar das luzes de 2024, dá o tom do que podemos esperar daqui para a frente.

As principais companhias seguirão aprimorando os portfólios, em busca de uma coleção de ativos dominantes, com alto desempenho e indispensáveis para os lojistas mais importantes do País. De quebra, esses shoppings destacados são capazes de atrair bons anunciantes, interessados em promover ativações das marcas junto a consumidores potenciais. Durante a jornada, vão se desfazer de empreendimentos menos relevantes para suas estratégias.

A complexidade do mercado continuará levando shoppings independentes a buscar abrigo sob as asas de empresas especializadas na administração de ativos de terceiros. Algumas redes de médio e pequeno porte vão se debruçar sobre possibilidades diversas, incluindo fusões, vendas e aquisições.

O ano promete ser agitado. Quem viver, verá.

E a dúvida, qual é?

O alto endividamento das famílias, a concorrência feroz das plataformas asiáticas e a febre das apostas online, entre outros fatores, preocupavam o varejo em 2024. Porém, o PIB do terceiro trimestre surpreendeu. O consumo das famílias cresceu 5,5% ante 2023. A Black Friday apresentou um bom resultado. E tudo apontava para uma virada de ano tranquila.

No entanto, o dólar disparou, a taxa Selic subiu mais do que o esperado, as projeções sobre a inflação ficaram mais pessimistas e uma sombra surgiu sobre as perspectivas para a economia em 2025. Essa montanha russa de expectativas, embora típica dessa nossa Terra Brasilis, dificulta, e muito, prognósticos e planejamento para o ano que vem.

O que esperar da economia? E da política? Essa é a grande dúvida. Não há saída, a não ser seguir em frente. Mas vai ser com emoção.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.