02/08/2024 – site CNC

 

Mais de um terço dos consumidores entrevistados deixam de comprar em empresas envolvidas em episódios de desrespeito aos empregados, de corrupção ou de prejuízos ao meio ambiente

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou uma pesquisa com mais de mil consumidores, em todas as regiões do País, para compreender de que forma aspectos ambientais, sociais e econômicos impactam a tomada de decisão do consumidor e o comportamento de compra e também a escolha de produtos educacionais e serviços turísticos. O estudo foi segmentado por gênero, classe social, idade e geolocalização.

Entre os resultados, 94% dos brasileiros declaram ter um hábito de consumo mais racional, fazendo, principalmente, pesquisa de preços, moderando as compras e evitando a compra por impulso. Os selos e certificações socioambientais são vistos como importantes para 58% dos consumidores. Para a maioria dos entrevistados, o consumo consciente está associado a questões ambientais como: redução da poluição (61%) e utilização responsável dos recursos naturais (58%).

O estudo aponta também a preocupação com questões sociais, como dar preferência a marcas não associadas ao trabalho infantil ou análogo à escravidão (56%). Mais de um terço dos consumidores entrevistados afirmam que deixam de comprar em empresas envolvidas em episódios de desrespeito aos empregados, de fraudes ou corrupção ou de prejuízos ao meio ambiente. “O resultado desta pesquisa nos mostra um consumidor cada vez mais consciente e preocupado com o impacto de suas escolhas. Isso reflete um amadurecimento do mercado e a necessidade de empresas se adequarem às novas demandas de sustentabilidade e responsabilidade social”, afirmou José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Escolhas sustentáveis por categorias de produto

A pesquisa mapeou atitudes de consumo para os segmentos do varejo: de roupas e acessórios, eletroeletrônicos, produtos de limpeza, alimentação e bebidas, higiene pessoal e beleza, lazer e turismo, e instituições de ensino. Por exemplo, no consumo de alimentos e bebidas, 25% declaram dar preferência à produção local/comunitária, 21% a embalagens recicláveis ou biodegradáveis, e 17% a produtos orgânicos. Quanto aos itens de higiene e beleza, 31% dos consumidores estão atentos a embalagens recicláveis ou biodegradáveis na hora da compra, enquanto 26% dão preferência a produtos com selos de bem-estar animal/não testado em animais.

Na categoria roupas e acessórios, 66% dos consumidores consertam ou reaproveitam as peças, e, quando esses itens não atendem mais às expectativas de uso, 73% afirmam doar para caridade. Para eletroeletrônicos, a intenção de reaproveitamento é ainda maior – 81% buscam consertar as peças antes de descartar, e mais da metade dos consumidores (55%) levam para cooperativas ou programas de logística reversa, fazendo o descarte apropriado dos equipamentos.

Na escolha dos produtos de limpeza, o valor ainda é o mais relevante para 48% dos consumidores, 47% buscam embalagens de refil, e 45% compram embalagens recicláveis. Na educação, a atitude do consumidor foca o pilar social do ESG. Na escolha de uma instituição de ensino, 45% dos entrevistados buscam programas de combate ao racismo e a outras formas de preconceito, seguidos por 38% que buscam políticas de valorização da diversidade e inclusão, e 37% se preocupam que haja ações de combate ao bullying.

Por fim, para 56% dos consumidores brasileiros, as opções sustentáveis devem ter preços comparáveis a outros produtos, e 51% querem que os rótulos sejam mais compreensíveis. “O Comportamento do consumidor impulsiona a tomada de decisão nas empresas. Por isso, o mercado precisa oferecer produtos acessíveis e informações claras para os consumidores. O desafio é transformar a conscientização em práticas concretas que promovam um desenvolvimento sustentável mais amplo”, destaca o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Turismo Sustentável

Do total de consumidores, 55% consideram as práticas sustentáveis relevantes na escolha do destino turístico. Mas, apesar de os viajantes considerarem a sustentabilidade importante, 51% não estão dispostos a pagar sobretaxas nas passagens aéreas para compensar a emissão de gases do efeito estufa, já 38% afirmaram que pagariam se obtivessem mais informações sobre os resultados das ações, e 11% já pagam a taxa extra.

 

Vandré Kramer

07/08/2024 gaz povo

 

Terceiro colocado no ranking mundial de juros reais (já descontada a inflação), o Brasil corre o risco de subir mais uma posição caso persistam as tendências recentes de alta nas expectativas de inflação e desvalorização do real.

 

No fim de julho, logo após a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 10,5% ao ano, o Brasil tinha uma taxa real de 7,36%. À frente estavam Turquia, com juros reais de 12,13% ao ano, e a Rússia, com 7,55%, segundo o site MoneYou.

 

O Copom está pronto para puxar o gatilho, avaliam economistas do Itaú. Segundo o banco, a ata da última reunião, publicada na terça-feira (6), aponta que “ficou claro que todo o comitê, não apenas alguns membros, está pronto para aumentar a taxa Selic caso as tendências nas expectativas de inflação e na dinâmica da taxa de câmbio persistam”.

 

 

Alta temperatura no mercado de trabalho torna mais difícil a queda dos juros

 

Melhora condição financeira do brasileiro, o que pode ajudar consumo e afetar inflação

O estrategista-chefe da corretora Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que a ata reforçou o desconforto com a ampliação da desancoragem das expectativas e a depreciação cambial. E citou outros fatores, como o dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho, e a existência de mais riscos para cima no IPCA.

 

O conteúdo da ata agitou o mercado de juros, com uma forte elevação nas taxas de curto prazo. A taxa do DI para janeiro de 2026 passou de 11,23% na segunda-feira (5), para 11,55% no encerramento da terça, o que sinaliza para uma alta de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro.

 

As probabilidades de alta na taxa de juros no próximo mês cresceram, de acordo com as negociações de contrato de opção do Copom, na B3. A expectativa de uma alta de meio ponto percentual era de 22,74% na sessão desta terça, contra 16% na segunda. A probabilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual passou, nos dois dias, de 12,5% para 14%. A de manutenção caiu de 72,5% para 58,5%.

 

“Se o Copom decidir aumentar a Selic, isso poderá encarecer o crédito, desacelerar o consumo e os investimentos, e impactar negativamente o crescimento econômico. No entanto, se optar por não aumentar, o risco é de uma inflação mais alta, o que comprometeria a estabilidade econômica”, destaca André Colares, CEO da Smart House Investments.

 

 

Preocupação com a inflação é cada vez maior na discussão sobre juros

As preocupações com a inflação e suas expectativas são cada vez maiores. Na ata, o BC ressaltou que o cenário global incerto e o doméstico, marcado por maior resiliência na atividade econômica, elevação nas projeções do IPCA e expectativas desancoradas “demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela.”

 

As projeções do mercado financeiro para o índice de preços vêm aumentando a cada semana. O boletim Focus mais recente, divulgado na segunda-feira pelo Banco Central, mostra que o ponto médio das expectativas para a inflação em 2024 está em 4,12%, cada vez mais próximo do teto da meta, que é de 4,5%. No início do ano, a projeção mediana era de que o IPCA fosse de 3,9% em 2024.

 

Não são só as expectativas para 2024 que estão avançando. O mesmo ocorre com as de 2025, que começaram o ano em 3,5% e agora estão em 3,98%.

 

“A manutenção dos juros em 10,5% sinaliza um esforço da política monetária para ancorar as expectativas, mas podem ser necessários ajustes adicionais caso as expectativas de inflação se deteriorem nas próximas semanas”, destacam o analista de inteligência de mercado Victor Arduin e o head da mesa de câmbio Felipe Schukar, ambos da Hedgepoint Global Markets.

 

 

Atividade econômica e mercado de trabalho aquecidos pressionam preços

Um fator que ajuda a alimentar a inflação é o aquecimento da economia brasileira. “Os dados de atividade econômica e de mercado de trabalho seguem com maior dinamismo do que era esperado”, destaca a ata do Copom.

 

O ponto médio das projeções para o crescimento do PIB em 2024, no Focus, está em 2,2% – maior nível desde outubro de 2021. O Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que a taxa acumulada de crescimento da atividade econômica nos 12 meses encerrados em maio foi de 2,4%.

 

A ata do Copom também aponta que indicadores de alta frequência, como os de comércio e serviços, reforçam o diagnóstico de resiliência da atividade econômica e sustentação do consumo ao longo do tempo, em contraste com o cenário de desaceleração gradual originalmente antecipado pelo comitê.

 

 

Estudo realizado pelo banco Daycoval aponta que a alta temperatura no mercado de trabalho, marcada pelo baixo desemprego e alta demanda em alguns setores, pode se tornar um obstáculo à redução da taxa Selic.

 

O desemprego fechou o trimestre móvel encerrado em junho em 6,9%, a taxa mais baixa desde dezembro de 2014. O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 46,8 milhões, também em junho, o maior número desde o início da série histórica. No primeiro semestre, segundo dados do Novo Caged/MTE, o país abriu 1,3 milhão de postos formais de trabalho, 26,2% mais que na mesma época de 2023.

 

Segundo o projeto Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os salários tiveram um reajuste mediano de 5% em 12 meses até junho, o que assegurou um ganho real de 1,7% acima da inflação medida pelo INPC. Já são 19 meses consecutivos de aumentos reais.

 

“A resiliência da atividade econômica, somada a um mercado de trabalho cada vez mais apertado, que não tem perspectiva de dar margem para alívio das principais métricas de inflação acompanhadas pelo Banco Central (serviços subjacentes e intensivos em trabalho), deve impedir a retomada do ciclo de afrouxamento monetário e forçar a autoridade monetária a deixar aberta a possibilidade de voltar a elevar a taxa Selic caso necessário”, diz José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos.

 

 

Situação fiscal é “batata quente” para a definição de juros pelo Copom

Outro problema que dificulta o Brasil em ter juros mais baixos é a situação complicada das contas públicas. Dados do Banco Central (BC) mostram que, nos 12 meses encerrados em junho, o resultado primário (gastos do governo, excluídas as despesas com juros da dívida pública, menos a arrecadação) foi deficitário em 2,44% do PIB. Ao fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), em dezembro de 2022, havia um superávit de 1,25%.

 

O endividamento público também vem aumentando: em junho ele chegou a 77,6% do PIB, nível mais alto desde fevereiro de 2022. “Essa trajetória ascendente da dívida tem gerado preocupações no mercado e motivado o governo a adotar medidas de ajuste fiscal”, citam os analistas da Hedgepoint Global Markets.

 

O foco, entretanto, tem sido medidas objetivando ampliar a arrecadação e não a redução dos gastos.

 

 

Segundo a Hedgepoint, o BC vem destacando a resposta negativa do mercado à agenda fiscal do governo: os contingenciamentos anunciados são bem-vindos, mas tidos como insuficientes para cumprir a banda inferior do arcabouço fiscal. O mais recente foi de R$ 15 bilhões, anunciado em julho.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem mantendo uma postura dúbia sobre a necessidade de um ajuste fiscal via corte de gastos, mesmo após reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

 

“Não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit de 0,1% [do PIB], se é déficit de 0,2% [do PIB]. O importante é que este país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, disse Lula em entrevista à TV Record, em 16 de julho.

 

O tema estará na agenda de discussões da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em evento que faz parte da comemoração dos 80 anos da entidade, no dia 15, em Curitiba, e que conta com o apoio da Gazeta do Povo.

 

A mesa redonda contará com a participação do presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau, do economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, e do ex-presidente Michel Temer.

 

 

Preocupações com o cenário externo ganham força

Um cenário que também preocupa é o externo. A aversão ao risco se espalhou pelos mercados na segunda-feira, derrubando bolsas em todo o mundo. No Brasil, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,864, mas na sequência, com alguma normalização nos mercados externos, recuou. Por volta de 12h desta quarta-feira (7), a moeda estava cotada a R$ 5,62.

 

Os receios com uma possível desaceleração da economia norte-americana após dados mais fracos sobre o mercado de trabalho divulgados na sexta-feira (2) foram o estopim que levou à deterioração do mercado financeiro mundial. Segundo a Bloomberg, o mercado já vê chance de que o Fed (o BC norte-americano) tenha de fazer um corte emergencial nos juros antes da próxima reunião em setembro, para evitar uma recessão.

 

O estrategista-chefe da corretora Avenue, William Castro Alves, aponta que outras preocupações também estão no radar do mercado:

 

a elevação dos juros no Japão, o que pode levar a um fortalecimento ainda maior do iene. Isto afetaria as empresas japonesas, que dependem muito das exportações em seus resultados;

a realização de lucros no setor de tecnologia americano, depois das altas observadas nos últimos 12 meses; e

as tensões geopolíticas no Oriente Médio.

 

“Entendemos que o movimento exige parcimônia e calma do investidor. Vemos a reação do mercado como exagerada e repercutindo o receio de uma forte e/ou grave recessão à frente, a qual vemos como altamente incerta. Tal qual como vimos em outros momentos de estresse do mercado, seria razoável supor valorização do dólar ante o real”, diz Alves.

 

Uma maior perda de valor da moeda brasileira frente à americana poderia trazer mais inflação para o Brasil, uma vez que muitos produtos, como as commodities e os importados, são cotados em dólar. Desde o início do ano, a taxa de câmbio aumentou 17,4%.

Redação 08/08/2024  AMANHA

A fábrica paranaense terá sua capacidade elevada em cerca de 40%

O Grupo Boticário anunciou nesta quinta-feira (8) que investirá R$ 3,3 bilhões para os próximos quatro anos em todo o país. Deste total, R$ 1,8 bilhão terá como destino a construção de uma nova fábrica, que será instalada em Pouso Alegre (MG). A nova unidade deve aumentar em 50% a capacidade produtiva da companhia paranaense. Outros R$ 700 milhões serão destinados para logística de distribuição de produtos da empresa. Mais R$ 840 milhões serão usados na ampliação de sua fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Com o aporte, a fábrica paranaense terá sua capacidade elevada em cerca de 40%. A expectativa é que sejam criados cerca de 200 novos postos de trabalhos diretos e mais 300 indiretos.

Para o incremento na capacidade industrial da fábrica, o novo investimento contempla a instalação de novas linhas de produção, modernização de linhas já existentes e ampliações logísticas e administrativas. Este é o segundo investimento de grande porte anunciado pelo Grupo Boticário no Paraná em dois anos. Em 2022, a empresa já havia anunciado R$ 200 milhões para aumentar o polo produtivo da empresa em São José dos Pinhais. “O Grupo Boticário é uma empresa paranaense, e nossa operação no estado está em constante evolução. O novo investimento reforça nosso compromisso com a região e com os paranaenses”, afirmou o vice-presidente do conselho administrativo do Grupo Boticário, Artur Grynbaum.

 

Essa é a maior obra de Expansão que eu já fiz na Multiplan”, revelou o CEO da Multiplan Empreendimentos S.A., Eduardo Peres, com exclusividade à coluna Paraná S.A, da Gazeta do Povo, durante evento de Entrega das Chaves da maior Expansão do ParkShoppingBarigüi.

Novembro de 2024 será um marco para a Multiplan e também será um marco para a cidade de Curitiba. É nessa data que a expansão do PkB será aberta ao público, com 75 novas operações de diversos segmentos e um centro médico com 25 diferentes especialidades.

 

Os números da expansão chamam a atenção. O investimento foi de R$ 400 milhões para levantar 50 mil metros quadrados no terceiro andar do empreendimento. Agora são mais 15 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). Só na obra são 1,6 mil pessoas trabalhando. Após o início da operação, serão 1,5 mil empregos a mais na operação do shopping — hoje 4 mil pessoas trabalham no ParkShoppingBarigüi — e 417 lojas, clínicas e espaços de serviços.

 

O tamanho do shopping, porém, não deslumbra o executivo da Multiplan. Segundo Peres, o objetivo não é pensar em tamanho. É sobre querer ser o melhor. “É melhor fazer bem feito, olhar para cada detalhe, escolher cada operação e operar o shopping da maneira correta”, conta. “Com a expansão, a cidade vai conhecer o que é a Multiplan hoje. Aqui está toda a nossa maneira de fazer e promover um shopping.”

 

Integração com a cidade e com o Parque Barigui

A expansão do ParkShoppingBarigüi não se limita ao terceiro andar. Ela vai além até mesmo dos portões do empreendimento. Isso porque a Multiplan, em parceria com a prefeitura de Curitiba, vai criar o Viva Barigui, um parque linear com 600 metros de extensão, ligando o Parque Barigui ao shopping por meio de caminhos e travessias para pedestres e ciclistas.

 

O projeto vai requalificar as margens do rio em uma área de mata nativa preservada. No espaço haverá áreas de convívio, ciclovias, bicicletários, equipamentos de ginástica ao ar livre, playground, parque pet, quadra poliesportiva, bancos e pergolados para descanso, uma passarela por entre as copas das árvores, mirante, espelhos d’água com fontes iluminadas e fonte seca interativa.

 

Para o executivo da Multiplan, o Viva Barigui é contribuição para Curitiba, uma forma de agradecer a cidade. É também o resumo de uma relação que começou em 2003, quando o ParkShoppingBarigüi foi inaugurado. “Quando esse shopping nasceu, essa região mal existia”, lembra Peres. “Agora é um prazer poder proporcionar tudo que estamos proporcionando para a cidade. E é recíproco porque essa busca por mais espaço foi criada pela própria população. É uma relação muito prazerosa com a cidade”, contou.

  • 22/07/2024 site CNC

Com variação de preços menores, vendas no varejo devem crescer 4,7% em relação ao ano passado. Contratação de temporários pode ser a maior em 10 anos

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas para o Dia dos Pais de 2024 deverá alcançar R$ 7,7 bilhões. Se confirmada, a projeção representaria um avanço de 4,7% em relação à mesma data de 2023, já descontada a inflação. O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa mais importante em movimentação financeira do calendário do varejo brasileiro.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destaca a importância dessa data para o comércio. “Com a taxa de desemprego no menor patamar dos últimos 10 anos e sinais positivos para o consumo, esperamos que as vendas para esta data comemorativa aumentem significativamente”, afirma Tadros. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação está 7,1% da força de trabalho, o menor patamar para esse período desde 2014.

Roupas e perfumes lideram lista de presentes

De acordo com a estimativa da CNC, as lojas de vestuário deverão faturar R$ 3,07 bilhões com a data. Em seguida, devem vir as movimentações esperadas nos ramos de produtos de perfumaria e cosméticos (R$ 1,51 bilhão) e de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,19 bilhão). Somados, esses três segmentos devem responder por quase 75% das vendas totais no varejo com a data deste ano.

Regionalmente, São Paulo (R$ 2,321 bilhões), Minas Gerais (R$ 792 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 681 milhões) tendem a responder por quase metade (49,3%) da movimentação financeira esperada. Os Estados com maior aumento em relação ao ano passado são Bahia (aumento de 8,2%), Santa Catarina (crescimento de 5,7%) e Rio de Janeiro (incremento de 5,6%).

Preços sobem, mas menos que no ano passado

Ao contrário de 2021 e 2022, quando a cesta de bens e serviços relacionados a essa data acumulou aumentos de 8% e 8,4%, respectivamente, em 2023, o índice de referência do nível geral de preços desacelerou (5,3%). Essa tendência deve ser observada novamente em 2024, uma vez que a CNC projeta variação de 2,9%. Dos 13 grupos de itens analisados, quatro deverão estar mais baratos que no mesmo período de 2023, destacando-se televisores (queda de 3,1%), computadores pessoais (redução de 4,1%) e aparelhos telefônicos (diminuição de 9,4%). Por outro lado, livros (alta de 12,9%), bebidas alcoólicas (elevação de 10,1%) e alimentação fora do domicílio (crescimento de 4,8%) tendem a registrar as altas de preço mais expressivas.

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelas projeções, ressalta que “a queda dos preços de alguns itens importantes, como aparelhos eletrônicos, deve facilitar o consumo, mas os presentes mais clássicos como roupas e perfumes devem continuar sendo os preferidos”, afirma.

Maior contratação temporária em uma década

O avanço nas vendas também deverá implicar aumento das contratações de trabalhadores temporários neste ano. A CNC projeta oferta de 10,47 mil vagas temporárias no varejo para atender à demanda sazonal das vendas voltadas para o Dia dos Pais de 2024. Se confirmado, esse seria o maior contingente de trabalhadores temporários contratados dos últimos 10 anos.

Hiper e supermercados (4,97 mil), lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1,73 mil) e o ramo de vestuário (1,68 mil) são os que mais devem apostar na contratação de temporários. O salário de admissão deverá ficar em R$ 1,7 mil, na média do varejo, uma elevação de 4,7% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado. A CNC projeta, ainda, uma taxa de efetivação de 9% após o Dia dos Pais deste ano, o maior percentual desde 2021 (16%).

Site CNC – 26/07/2024

Pesquisa Anual do Comércio mostra reestruturação do varejo após pandemia, com 1,62 milhão de estabelecimentos em operação

Apesar dos desafios enfrentados desde a crise sanitária de 2020, o comércio brasileiro tem mostrado sinais de recuperação, conforme avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada, nesta quinta-feira (25 de julho), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revelou que o número de unidades locais de revenda atingiu níveis de 2019, com 1,62 milhão de estabelecimentos em operação.

Embora o comércio varejista e o setor automotivo ainda não tenham recuperado totalmente o número de postos de venda pré-pandemia, com reduções de 247 mil e 14 mil lojas, respectivamente, o crescimento do e-commerce e do atacarejo tem sido marcante. A quantidade de empresas com receitas exclusivamente on-line avançou 79,2% entre 2019 e 2022, refletindo uma mudança significativa no comportamento do consumidor. Nesse mesmo período, o faturamento nominal do e-commerce brasileiro cresceu 225%.

“O comércio sofreu um impacto severo durante a pandemia, mas estamos vendo uma recuperação gradual, especialmente no setor atacadista”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “A abertura de novas empresas atacadistas, com um crescimento de 177% em relação a 2019, foi fundamental para esse restabelecimento”, acrescenta Tadros.

A digitalização e a popularização do atacarejo, modalidade que combina atacado e varejo com preços diferenciados para compras em maior quantidade, resultaram em um aumento de 68% na receita operacional líquida do comércio atacadista entre 2019 e 2022. Pela primeira vez desde 2007, o atacado se tornou a modalidade predominante no comércio brasileiro.

Na comparação com o período anterior à pandemia, 2022 também registrou uma recuperação significativa da empregabilidade no setor. O comércio encerrou o ano com 1,034 milhão de trabalhadores formalmente ocupados, maior patamar desde 2014. A remuneração média mensal no setor alcançou dois salários mínimos, indicando ganhos reais em relação à inflação, já que o salário médio mensal cresceu 246% em 15 anos contra um avanço de 148% da inflação no mesmo período.

Desafios e perspectivas

Apesar dos sinais positivos, o comércio brasileiro ainda enfrenta desafios. A crise econômica de 2015-16 e a pandemia resultaram em uma perda significativa de pontos de venda. Em 2020, havia 112 mil empresas a menos em operação, uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Além disso, a desvalorização do real e a alta dos preços dos combustíveis podem impactar as expectativas de crescimento para o próximo ano.

“A digitalização e o crescimento do atacarejo são tendências que vieram para ficar, mas precisamos estar atentos aos desafios macroeconômicos que podem afetar o setor”, analisa o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. “Mesmo com as incertezas, a Confederação vê um potencial de avanço no volume de vendas no varejo, baseado nos recentes resultados positivos e nas tendências macroeconômicas favoráveis”, completa Bentes.

A recuperação das vendas e o aumento da empregabilidade no setor são sinais encorajadores, mas o comércio brasileiro precisará continuar se adaptando às mudanças estruturais e aos desafios econômicos para manter o ritmo de crescimento observado em 2022.

Por

Raphaela Ribas 22/07/2024 Gaz Povo

Impostômetro de 2024 atingiu a marca de R$ 2 trilhões mais cedo do que em 2023

 

O Impostômetro, que calcula quanto o brasileiro pagou de taxas no ano, atingiu R$ 2 trilhões no domingo, às 8h20. A marca foi alcançada 40 dias mais cedo do que em 2023.

 

Nesta época do ano passado o montante era de R$ 1,7 trilhão, o que mostra um aumento de 17,6%. Mas na comparação com a primeira vez que o Impostômetro atingiu R$ 2 trilhões, em 9 de dezembro de 2015, o salto de crescimento acumulado é de 82%. Em julho daquele ano o total era quase metade do de agora, de R$ 1,1 trilhão.

 

O Impostômetro é um painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista. A ferramenta contabiliza o que os contribuintes pagam desde o início do ano para os governos federal, estadual e municipal. A conta inclui impostos, taxas e contribuições, multas, juros e a correção monetária.

 

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Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, atribui o resultado de 2024 ao aumento da atividade econômica e dos preços, bem como renda e emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.

 

“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões”, analisa Ruiz de Gamboa.

 

O Brasil tem uma das tributações mais altas do mundo, embora o retorno seja bem aquém do que é pago. A carga tributária daqui, diz ele, é comparável à da Grã-Bretanha, porém, a renda por habitante do brasileiro é significativamente inferior. Na prática, segundo ele, o contribuinte aqui paga impostos desproporcionalmente ao nível de desenvolvimento econômico.

 

Para João Eloi Olenike, presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os R$ 2 trilhões atingidos em julho refletem as diversas medidas do governo federal para aumentar os tributos:

 

 

“Como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação.”

 

Um estudo do IBPT deste ano mostrou que em 2024 o brasileiro trabalhou até o dia 28 de maio somente para pagar os tributos – ou seja, quatro meses. Um total de 149 dos 366 dias.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/brasileiro-atinge-r-2-trilhoes-de-impostos-neste-ano-marca-e-40-dias-mais-cedo-que-em-2023/?utm_source=salesforce&utm_medium=emkt&utm_campaign=newsletter-bom-dia&utm_content=bom-dia

de Gabrielly Mendes

 26 de julho de 2024

A taxação de compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 277), que começa a ser feita, a partir deste sábado, 27, pelas plataformas de comércio eletrônico Aliexpress, Shein e Shopee representa um novo capítulo da queda de braço entre o varejo nacional e internacional. No final de junho, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei que determinou a taxação de 20% de imposto de importação sobre as compras internacionais de até US$ 50 a partir do dia 1º de agosto. A taxa foi inserida no projeto de lei do Mover pelos deputados.

Para Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, a nova taxa beneficia o varejo nacional, mas não sobrepõe a competitividade dos produtos asiáticos. “Nossa tributação interna é muito alta, então a mercadoria brasileira se torna muito cara. Às vezes o produto já nasce com um imposto tão alto que já torna ele não competitivo. Enquanto isso, a maioria dos marketplaces asiáticos recebe subsídios fiscais nos países de origem que viabilizam custos muito baixos. Por isso é que mesmo sendo taxados, eles ainda são bastante competitivos.”

Procurada pela reportagem da Mercado&Consumo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) explica o novo cálculo: “Um produto que vem do exterior ao custo de R$ 100 passa a ter, inicialmente, um acréscimo de 20% de imposto de importação e passa a custar US$ 60 dólares para o consumidor final. Após essa majoração, ocorre a incidência de 17% do ICMS sobre os US$ 60, passando ao valor final de US$ 70,20 (ou R$ 381,89, considerando a cotação do dólar americano em 21 de junho de 2024).”

Hoje, considerando a isenção do imposto de 20%, a mesma compra seria de R$ 318,24, o que representa uma diferença de R$ 63,65. O novo imposto não vai incidir sobre remédios que forem importados por pessoas físicas, segundo o governo federal.

“Para quem tinha zero, o imposto de importação de 20% é um primeiro passo. Ajuda, mas não resolve. Se importarmos o mesmo produto do exemplo pela importação regular, regida pela Receita Federal, a carga tributária será em torno de 80% a 90%. O produto custará então R$ 190. Veja que ainda estamos na metade do caminho”, afirma Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais. 

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C. Na plataforma chinesa, é possível comprar roupas femininas a partir de R$ 3,89.

“O aumento vai gerar um impacto para o consumidor e vai provocar desistências de compras, afinal não vai ser mais aquele preço ultracompetitivo. Eu penso que ele vai olhar de forma crítica: se antes ele comprava uma blusa por R$ 20, agora ele vai pagar R$ 24, R$ 28. Às vezes, comparando com o mercado nacional, ele vai ver que outras blusas custam R$ 40, R$ 50, então ainda vai estar valendo a pena. Uma alíquota de 20% não é motivo para um recuo agudo”, Wajnsztok opina.

Apesar da sanção presidencial, Lula sinalizou ser contra o imposto. Em entrevista concedida à Rádio CBN no dia 18 de junho, o presidente disse achar equivocada a taxação. “Por que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai ao free shop e gasta US$ 1 mil? É uma questão de consideração com o povo mais humilde.”

Na época, Lula destacou que a sanção seria feita pela “unidade do Congresso e do governo, das pessoas que queriam”. “Mas eu, pessoalmente, acho equivocado a gente taxar as pessoas humildes que gastam US$ 50”, comentou.

O que é o Projeto Mover?

A cobrança de taxa para produtos que custam até US$ 50 comprados em sites internacionais foi incluída dentro do Projeto de Lei 914/24, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa.

O imposto é uma demanda do setor varejista nacional, que vê competição desleal com a isenção às empresas estrangeiras, uma vez que hoje são cobrados apenas 17% de ICMS sobre o e-commerce internacional.

Em agosto do ano passado, no âmbito do programa Remessa Conforme, o governo federal isentou do Imposto de Importação as compras internacionais de pessoas físicas abaixo de US$ 50, no caso de empresas que aderirem ao programa, uma espécie de plano de conformidade que regularizou as transações.

Após negociações, a aprovação do Imposto de Importação se deu em acordo entre o Congresso e o governo federal. A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro foi um “meio-termo” e substituiu a ideia inicial de aplicar uma cobrança de 60% sobre mercadorias que vêm do exterior e custam até US$ 50. O porcentual será de 60% para produtos mais caros, mas foi incluído também um desconto de US$ 20 nas compras acima de US$ 50 e de até US$ 3 mil.

 

 
NEGÓCIOS the News 26/0/2024
O único lugar em que uma Louis Vuitton está com 50% OFF
Como fala liquidação em mandarim? Grandes marcas de luxo estão fazendo descontos de até 50% nos seus principais produtos para tentarem reconquistar o público chinês.
O movimento é no mínimo raro para esse tipo de empresa. As palavras “desconto” e “promoção” não são associadas ao luxo — ao contrário de “caro” e “muito caro”. risos.
Isso acontece no momento em que a classe média chinesa, que antes comprava muito, agora está gastando cada vez menos e deixando as lojas com estoque acumulado.
·  A LVMH, maior grupo de luxo no mundo, viu as vendas na China caírem 6% no 1T e 14% no 2T;

·  Os negócios da Burberry no país despencaram 20% no último tri;

·  As ações da dona da Gucci chegaram ao patamar mais baixo em 7 anos depois da previsão de baixas nas vendas na China.

 Novos players na área: As restrições da pandemia geraram o timing perfeito para empresas de e-commerce conquistarem os consumidores no gigante asiático.
Enquanto o mercado fashion de vendas online deve movimentar mais de US$ 230 bilhões na China, as marcas de luxo devem ter um faturamento não muito maior do que US$ 55 bi.

26/07/2024 / site cnc

 

As empresas do setor de comércio no Brasil precisaram de 3 anos para retomar o nível de emprego pré-pandemia da covid-19. A constatação está na Pesquisa Anual de Comércio, divulgada nesta quinta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento traz dados de 2022, quando o comércio brasileiro empregou 10,3 milhões de pessoas. Esse número supera em 157,3 mil o contingente de 2019, último ano antes da pandemia surgir. O ponto máximo da série iniciada em 2007 é 10,6 milhões, em 2014.

“Estamos longe do valor da máxima histórica, mas houve crescimento, depois de 2020, em todos os anos, aumento do número de pessoas ocupadas”, avalia o pesquisador do IBGE Marcelo Miranda Freire Melo.

A pesquisa é feita com empresas de 22 setores de três grandes segmentos: comércio varejista, comércio por atacado e comércio de veículos, peças e motocicletas.

O instituto explica que a diferença entre varejo e atacado é o destino da venda. No varejo, a finalidade é o uso pessoal e doméstico; enquanto no atacado, outras empresas e órgãos da administração pública.

O comércio varejista é o carro-chefe na ocupação de trabalhadores, com 7,6 milhões de empregos em 2022. O atacado responde por 1,9 milhão, o maior da série histórica, e o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas emprega 846,2 mil.

O segmento que mais emprega individualmente é o de hiper e supermercados, com 14,8% dos ocupados, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas.

Termômetro do PIB

A pesquisa identificou 1,4 milhão de empresas que operam em 1,6 milhão de endereços. Essas companhias tiveram receita líquida operacional de R$ 6,7 trilhões. Elas apresentaram um valor adicionado bruto de R$ 1,1 trilhão – esse montante representa o quanto contribuíram para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país).

A maior parte da receita (51%) foi gerada pelo comércio por atacado, seguido pelo comércio varejista (40,2%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (8,8%).

O IBGE considera que a atividade comercial é um importante termômetro da economia, pois “tende a repercutir os ciclos das atividades econômicas, particularmente as variações na renda das famílias e nas condições de oferta de crédito”.

Remuneração

As 10,3 milhões de pessoas que trabalhavam em empresas de comércio em 2022 receberam R$ 318 bilhões em salários e outras remunerações. O IBGE mede o salário médio do setor em salário mínimo. Em 2022, o indicador chegou a dois salários mínimos, um recorde da série histórica. Entre o início da série e 2021, havia variação entre 1,8 e 1,9 salários mínimos.

A explicação para o recorde foi o crescimento do salário médio pago no segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas, o único dos três grandes setores a ter aumento de 2021 para 2022. “Esse valor influencia o resultado do comércio como um todo”, assinala o pesquisador do IBGE.

O comércio por atacado apresentou o maior salário médio (2,9 salários mínimos) em 2022, seguido pelo comércio de motocicletas, peças e veículos (2,3) e pelo comércio varejista (1,7).

Comércio virtual

A pandemia da covid-19, que impôs restrições sanitárias em todo o país, como isolamento social e lockdowns, que provocaram mudanças profundas na atividade econômica, é refletida, conforme deixa explícito o estudo do IBGE, nos números do comércio virtual.

O instituto identificou um crescimento no número de negócios que adotaram o comércio pela internet, seja por sites, redes sociais, aplicativos ou WhatsApp. O número passou de 1,9 mil em 2019 para 3,4 mil em 2022, acréscimo de 79,2%.

O aumento aconteceu em todos os segmentos do varejo. A pesquisa revela ainda que em 2019, 4,7% das empresas de comércio varejista vendiam pela internet. Em 2022, o percentual alcançou 8%.    

Apesar de mais empresas aderirem ao comércio virtual, o IBGE constatou que houve um recuo no percentual da receita bruta do varejo na forma de comercialização pela internet no último ano investigado pela pesquisa. Em 2019, o patamar era de 5,3%, que chegou a 9,1% em 2021, antes de cair para 8,4% em 2022.

Segundo o pesquisador do IBGE Marcelo Melo, a queda do último ano não é um indicativo de que a comercialização pela internet, necessariamente, caiu.

“É um indicativo de que as pessoas voltaram também a comprar os produtos de forma presencial”, explica.

“Como a gente está lidando com valor percentual de participação, se esse percentual cai não significa que a atividade caiu propriamente dita”,observa. Na opinião de Melo, o comércio pela internet é “uma tendência que veio para ficar”.

Regiões

A ampla observação do IBGE sobre as empresas de comércio mostra que o Sudeste lidera o setor em receita bruta de revenda, número de unidades locais, pessoal ocupado e remunerações. Em seguida aparecem as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

O Sudeste representava 50,6% do pessoal ocupado em 2022 e 54,6% do total de salários e outras remunerações. Na outra ponta, o Norte era responsável por 3,5% das vagas e 3,2% do dinheiro recebido pelos trabalhadores.

O Sudeste era também a única região com salário médio acima da média nacional, de dois salários mínimos. As empresas de comércio da região pagavam 2,1 salários mínimos. No piso do ranking figurava o Nordeste, com média de 1,5 salário mínimo. O Sul registrou remuneração média de dois salários mínimos, acima do Centro-Oeste (1,9) e do Norte (1,8).

Estados

Ao fazer uma análise dos últimos dez anos, intervalo de tempo para, segundo o IBGE, identificar mudanças estruturais, duas Unidades da Federação (UF) experimentaram alterações de destaque no ranking de receita bruta de revenda.

O Rio de Janeiro deixou a terceira posição que ocupava em 2013 e aparece na sexta colocação em 2022, com 6,2% de participação, ante 8,4%. O motivo principal para essa queda foi a perda de relevância da atividade de comércio de veículos.

O pesquisador Marcelo Melo lembra que nos últimos anos o Rio de Janeiro sofreu uma crise econômica, o que pode ser uma explicação para a perda de participação. “Isso pode gerar impacto no comércio da região”, avalia.

No outro extremo, o Mato Grosso saltou do 11º para o sétimo lugar no mesmo período. O destaque no estado foi o comércio por atacado.

O pesquisador Marcelo Melo faz a ressalva de que a mudança de posição no ranking de participação não significa necessariamente que o comércio de uma UF está caindo, e o de outra está crescendo. “Isso é participação no total. Pode significar que um estado está crescendo em velocidade maior que outros”, explica. 

São Paulo (28,6% de participação), Minas Gerais (10%), Paraná (8,2%), Rio Grande do Sul (6,8%) e Santa Catarina (6,5%) lideraram a fila em 2022.

Fonte: Agência Brasil