É com muita alegria e orgulho que celebro a conquista do Grupo Boticário, eleito a Empresa do Ano na premiação Melhores do ESG 2024 da revista EXAME. Foi uma vitória dupla, pois vencemos também na categoria Farmacêutica e Beleza.

Nossa essência se mantém a mesma desde quando começamos como uma farmácia de manipulação em Curitiba. Éramos pequenos, mas já tínhamos uma preocupação genuína em cuidar das pessoas e do meio ambiente. Quatro décadas se passaram, crescemos e seguimos pautados em fazer o certo. Reverenciamos o passado e tudo o que construímos juntos com nossos parceiros, com um olhar muito potente para o futuro.

Nossa atuação em ESG é transversal e extrapola escritórios, fábricas e centros de distribuição. Essa busca contínua por evolução e pela geração de impacto para toda a sociedade envolve colaboradores, franqueados, revendedores, fornecedores e distribuidores, chegando ao consumidor final.

Fazemos isso com treinamentos, capacitação, incentivos, melhorias nas operações, pesquisa e inovação. Isso sem mencionar o trabalho fantástico da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que nasceu antes mesmo da Rio-92.

Vamos seguir evoluindo enquanto ecossistema de beleza com um crescimento saudável. Não nos interessa crescer a qualquer custo. Temos um olhar de longo prazo para toda a cadeia e seguiremos acreditando na beleza de crescer juntos.

Obrigado a todos que estão conosco nesta jornada! Essa conquista é de todos nós.[

 

De Artur Grynbaum

21 de junho de 2024

Enquanto os EUA enfrentam um declínio nas vendas no varejo, impulsionado por preocupações inflacionárias e incertezas econômicas, o setor no Brasil projeta um cenário mais otimista, com expectativas de aumento do consumo e melhoria nas condições de vida. A conclusão é do estudo “Cenários de Vendas no Varejo”, feito pela KPMG. O documento compara o mercado de varejo do Brasil e dos Estados Unidos, citando dados e índices dos dois países.

Segundo a publicação, em janeiro de 2024, as vendas no varejo norte-americano registraram um declínio de 0,8%, o maior em quase um ano. Esse resultado foi ocasionado por quedas nas vendas de veículos automotores, postos de gasolina e lojas de materiais de construção. Por outro lado, as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos tiveram um aumento de 0,6% em 2023, em relação a 2022, aproximadamente um terço (35%) do crescimento do varejo brasileiro, o qual atingiu 1,7% no mesmo período.

“O Brasil, apesar de enfrentar períodos de volatilidade econômica, tem visto um aumento no otimismo do consumidor, que se reflete no maior entusiasmo dos potenciais investidores. Esse sentimento positivo é impulsionado por expectativas de melhoria nas condições econômicas e sociais, embora o mercado nacional também tenha enfrentado algumas dificuldades”, diz Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Outros indicadores importantes do setor analisados no estudo são a inflação e os juros dos dois países: nos Estados Unidos, a inflação medida pelo Personal Consumption Expenditures (PCE), que é um indicador importante, deve sair de 3,4% (projeção para o final de 2023) e chegar a 2,4% até o final de 2024.

Já no Brasil, a projeção para o IPCA é de 3,89% para 2024. Esse percentual está abaixo do teto da meta oficial de inflação para 2023, que é de 4,75%, e dentro da meta para 2024, que é de 3,5%. Quanto à taxa básica de juros (Selic), que é definida pelo Banco Central, a projeção é de leve declínio, devendo chegar a 9% até o fim do ano. Em dezembro de 2022, a Selic estava em 13,75%; caiu durante o ano, fechou 2023 em 11,75% e, em janeiro de 2024, decresceu meio ponto percentual, chegando em 11,25%.

“Olhando para o futuro, é crucial monitorar de perto os desenvolvimentos nos Estados Unidos e no Brasil. Nos EUA, o desempenho do mercado de trabalho e as políticas de combate à inflação terão um impacto significativo nas tendências de consumo. No Brasil, as reformas econômicas serão fatores-chave a serem considerados”, analisa Fernando.

Por  Mayra Castro O Globo 21/06/2024

 

Dados completos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IGBE nesta sexta-feira, mostram que houve um aumento da qualificação dos trabalhadores brasileiros na última década. Entre as pessoas ocupadas de 14 anos ou mais, 23,1% (cerca de 23,2 milhões de pessoas) tinham superior completo no ano passado.

Para se ter uma ideia, 11 anos atrás, em 2012, quando teve início a série histórica da atual pesquisa, apenas 14,1% contava com esse nível de instrução.

E houve redução da parcela de trabalhadores sem instrução ou com fundamental incompleto, que caiu de 32,6% em 2012 e 20,1% em 2023. A maior parte dos trabalhadores brasileiros se encontra entre aqueles que tem médio completo e superior incompleto, que representam 42,8%.

De acordo com Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV IBRE, não só a população ocupada passa a ter um percentual mais elevado de pessoas com a escolaridade mais alta, mas também a população brasileira no geral.

— Tem um fenômeno de escolarização no país, que são efeitos de políticas públicas de longo prazo. E a questão demográfica também influencia, a gente vai tendo mais pessoas em idade de trabalhar, que é aquele conjunto de 14 anos ou mais, que costumam ter escolarização mais elevada. E o mercado de trabalho acaba conseguindo absorver também essas pessoas — explica.

Trabalhar de casa segue como tendência pós pandemia: 8,3% dos brasileiros atuam assim, mostra IBGE

Tobler acrescenta que, embora muitas pessoas ainda trabalhem em cargos que não condizem com seu nível de escolarização, esse aumento de escolaridade pode ter relação com um crescimento da renda da população.

— Não é só ter pessoas mais escolarizadas que automaticamente elas vão ganhar um salário mais elevado, mas tem uma relação muito forte. Na medida em que há uma população mais escolarizada, a gente vê essas pessoas conseguindo entrar no mercado de trabalho, e isso tende a trazer também o crescimento da renda, porque as pessoas com maior grau de instrução são aquelas que têm salários mais altos também — diz ele.

População ocupada e nível da ocupação

A pesquisa também mostra que, pela primeira vez, o total de pessoas ocupadas no Brasil superou 100 milhões. Foram 100,7 milhões em 2023, alta de 1,1% em relação a 2022.

Houve recorde também no contingente de trabalhadores com carteira no setor privado, que somaram 37,7 milhões. Porém, em termos percentuais, estes representam 37,4% do total de ocupados, fatia que cresceu, mas ainda é inferior ao patamar de 2015, quando eram 39,5%.

Já o nível da ocupação, que é a parcela da população em idade de trabalhar (acima de 14 anos) que está ocupada ficou em 57,6% em 2023, mas não superou o máximo da série (58,3%, em 2013). Esse número teve uma queda de 2014 a 2017, mas começou a se recuperar em seguida, e vem crescendo desde então.

 de Cecília Rapassi  19 de junho de 2024  Mercado & Consumo

O mundo da moda sempre esteve em constante evolução, adaptando-se às mudanças sociais, culturais e econômicas. No entanto, uma questão persiste e se torna cada vez mais relevante: a discrepância entre o calendário da moda e as reais condições climáticas, especialmente em um país tropical de dimensões continentais como o Brasil.

Escrevo este texto em um belo domingo de junho em São Paulo, com o termômetro registrando 28 graus, exatamente 6 graus acima da média histórica para o período. Enquanto isso, mais de dez mensagens via SMS no meu celular anunciam o início das liquidações de inverno.

A origem do ciclo da moda e do consumo

Historicamente, a ascensão da burguesia, com seu crescente poder econômico e desejo de diferenciação social, foi um motor importante para a criação dos ciclos da moda. Esse fenômeno ajudou a estabelecer uma cultura de consumo e inovação constante no vestuário, que é a base dos ciclos de moda que conhecemos hoje.

A Revolução Industrial, que começou por volta de 1760, trouxe avanços tecnológicos que permitiram a produção em massa de tecidos e roupas. Isso tornou as roupas mais acessíveis a uma maior parte da população e ajudou a alimentar a crescente demanda da burguesia por moda e novidades. No século XIX, viu-se uma expansão significativa da classe média e da burguesia, especialmente na Europa e na América do Norte. A prosperidade econômica crescente levou a um aumento do consumo e a uma maior ênfase na aparência pessoal como um indicador de status social.

Charles Frederick Worth, considerado o pai da alta-costura, abriu sua casa de moda em Paris, na década de 1850. Ele introduziu a ideia de coleções sazonais e desfiles, marcando um ponto de virada na forma como a moda era percebida e consumida.

Hoje, o calendário de lançamentos de coleções no varejo de vestuário é resultado de uma combinação de fatores históricos, econômicos e culturais que evoluíram ao longo do tempo. Os principais fatores são:

  • Estações do ano: Tradicionalmente, as tendências de vestuário e suas respectivas cartelas de cores são lançadas com base nas mudanças sazonais, com coleções de primavera/verão e outono/inverno. O clima tem forte impacto no consumo de moda;
  • Datas comemorativas: A criação de coleções sazonais também foi uma estratégia de marketing para estimular as vendas, gerar senso de novidade e urgência entre os consumidores e manter as lojas constantemente atualizadas com novos produtos. No Brasil, as principais datas que regem o calendário do varejo de moda são o Dia das Mães e o Dia dos Namorados no primeiro semestre; e o Dia dos Pais e o Natal no segundo semestre.

Segundo Marília Piccinini da Carvalhinha, consultora estratégico-financeira e coordenadora de pós-graduação em Negócios de Moda na Faap, no varejo de moda, os fatores abastecimento e controle de estoques tornam essa dinâmica um caso peculiar:

“O ciclo de produção de moda envolve lotes mínimos, não tão baixos, e tempo de produção, que varia entre, no mínimo, 20 dias e, muito comumente, em torno de 45 a 60 dias. Esse ciclo torna muito difícil repor produtos dentro de uma mesma estação. Quando o produto começa a vender e o estoque começa a desfalcar, a probabilidade de vendas cai bastante. A solução para que esse estoque desfalcado tenha mais chances de vender é a liquidação.”

Desafios do inverno brasileiro

Tendo entendido a dinâmica e o ciclo de produção da moda, cabe uma reflexão a respeito do calendário. No entanto, grande parte das marcas de vestuário, sobretudo as femininas, segue um movimento de antecipação de lançamento de coleção e, consequentemente, das liquidações de final de estação:[

Não é incomum encontrar marcas que iniciam suas liquidações de inverno logo após o Dia das Mães, em maio, ou após o Dia dos Namorados, ainda na primeira quinzena de junho. Um descompasso, já que a estação oficialmente começa em 22 de junho.

As coleções de inverno no Brasil são historicamente mais desafiadoras, fato que vem se agravando pelo aquecimento global. Com temperaturas recordes, 2023 foi o ano mais quente da história. E o mês de abril de 2024 foi o décimo primeiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra, segundo o observatório europeu Copernicus.

Em maio deste ano, analistas da XP rebaixaram as recomendações das ações das lojas Renner, apontando que as temperaturas elevadas para o período deveriam resultar em antecipação das liquidações e, consequentemente, na diminuição das margens de lucro.

Os impactos desse descompasso afetam o próprio ciclo da moda, além de prejudicar a saúde financeira dos varejistas.

Caminhos possíveis

O varejo de moda é pulverizado, altamente competitivo e com questões de abastecimento complexas. Um setor pouco unido em torno das questões em comum, mas que tem grandes oportunidades para se tornar mais competitivo frente à concorrência global. Algumas frentes de reflexão:

  • Estratégias de vendas: O varejista que tem a performance de vendas dependente do clima enfrenta sérios problemas, afinal a crise climática não deveria ser novidade para ninguém. A compra por impulso em dias frios, de fato, existe, mas é crucial desenvolver estratégias mais sólidas para fidelizar e manter a frequência de compra, além de conhecer profundamente o seu cliente, seus desejos e motivações, para criar estímulos genuínos.
  • Revisão dos calendários: A instabilidade do clima é um fator incontrolável, mas o alinhamento do setor em busca de colaboração e proteção de margens é viável e possível, em um cenário em que a competição ocorre no âmbito das criações e experiência para os clientes, e não sobre quem liquida antes.
  • Desenvolvimento das coleções: A busca por coleções mais híbridas, menos perecíveis e que transitem melhor em todos os climas. A tecnologia em tecidos inteligentes e matérias-primas mais versáteis, como algodão, linho e lã fria também, são um grande diferencial.
  • Abastecimento: Talvez seja este o ponto principal dessa reflexão: ter um bom planejamento baseado em dados confiáveis (internos e externos). Ao investir em análises preditivas, que ajudem a prever melhor a demanda, otimizar os recursos, melhorar a oferta e experiência do cliente e  identificar oportunidades a serem exploradas, teríamos em essência o produto certo, no momento adequado e com menores chances de sobras ou excessos de estoque.

O descompasso entre o calendário da moda e o clima representa um desafio significativo, mas também uma oportunidade de melhoria para o setor. Investir em tecnologias preditivas, coleções versáteis e um conhecimento profundo do consumidor pode transformar essa adversidade em uma vantagem competitiva. O resultado pode trazer maior eficiência operacional, melhores margens e ainda mais assertividade na oferta de produtos.

Em um mundo em constante mudança, a moda deve evoluir para continuar sendo uma expressão relevante e prática do nosso dia a dia. Adaptar-se ao clima é, portanto, não apenas uma necessidade, mas uma oportunidade para redefinir e fortalecer a relação entre moda e consumo no Brasil.

Cecília Rapassi é sócia-diretora da Gouvêa Fashion Business.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado & Consumo.

Brasil tem o 2º maior juro real do mundo após decisão do BC; país fica atrás apenas da Rússia em lista com 40 economias. Copom manteve Selic em 10,5%, interrompendo ciclo de queda iniciado em agosto do ano passado

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em manter os juros em 10,5% coloca o Brasil na segunda colocação com o maior juro real entre 40 países. A taxa fica em torno de 6,79% ao ano, segundo pesquisa do economista Jason Vieira e divulgada na plataforma MoneYou. O país fica atrás da Rússia, com juros reais de 8,91%. Os juros reais são a conta considerando a taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa bruta, é o número que de fato afeta a economia. A medida do comitê recebeu críticas do setor produtivo. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom foi inadequada e excessivamente conservadora.

20/06/2024  site CNC

 

Em 19 de junho, o Comitê de Política Monetária do Brasil (Copom) definiu por manter a taxa Selic estável a 10,5 pontos, decisão que preocupa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em linha com os demais setores produtivos do País, a CNC entende que esse é um movimento equivocado, já que ainda haveria espaço para uma redução de 0,25 ponto nesta reunião.

A estabilização da Selic gera um cenário de menor atratividade para o crédito e, consequentemente, para o setor de comércio e serviços, pois a tendência é que as famílias diminuam seu ritmo de consumo. Além disso, o freio na queda da Selic ocasiona prejuízos no setor do comércio com o encarecimento do financiamento para as empresas, o que dificulta o desenvolvimento do País como um todo.

A Confederação acredita que, com essa postura mais conservadora do Banco Central, nas próximas janelas de decisão seja aberto espaço para uma nova temporada de redução nos juros básicos da economia brasileira.

·    Danilo Vital / Cons. Jurid.

17 de junho de 2024, 19h11

Essa conclusão é da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu parcial provimento ao recurso de uma mulher que teve o nome negativado pelo Serasa.

A posição oferece maior proteção aos consumidores ao facilitar o conhecimento sobre o tempo da dívida, inclusive porque a negativação do nome não pode durar mais de cinco anos.

O resultado do julgamento foi por maioria de votos, conforme a posição do relator, ministro Antonio Carlos Ferreira. Ficou vencida a ministra Isabel Gallotti, que afastou a imposição dessa obrigação aos cadastros.

Informações incompletas

O caso julgado foi o de uma mulher que descobriu que tinha o nome no Serasa ao ser impedida de efetuar uma compra no comércio local.

Ao consultar o cadastro, ela só descobriu o valor da dívida, o cartório onde o título judicial foi protestado e a data do protesto. Não havia informações completas sobre o credor, nem a data de emissão e o vencimento do título.

A ação foi ajuizada para obrigar o Serasa a fornecer essas informações. O pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo porque caberia à devedora procurar o cartório onde o protesto foi feito para obtê-las.

Segundo a corte, o Serasa se limita a reproduzir dados que são de domínio público, fornecidos pelos cartórios com base nos artigos 29 e 30 da Lei 9.492/1997.

A devedora recorreu ao STJ alegando ofensa ao artigo 43, parágrafo 1º, do Código de Defesa do Consumidor. Trata-se da norma que obriga que os dados exigidos pelo cadastro de devedores sejam objetivos, claros, verdadeiros e de fácil compreensão.

Vencimento da dívida

Relator da matéria na 4ª Turma, o ministro Antonio Carlos Ferreira afastou a maior parte do pedido da devedora. Isso porque, de acordo com o CDC, não há obrigação alguma de o Serasa fornecer todas as informações que constam no título protestado no cartório.

Dados como nome do credor, tipo de título protestado, data de emissão e outros não estão intrinsicamente ligados à análise de risco de crédito e não são relevantes para o serviço fornecido por esses cadastros de crédito.

A data de vencimento da dívida, por outro lado, é essencial para a análise do risco, de acordo com o relator, pois ela contribui para preservar a integridade dos registros dos cadastros de inadimplentes. Isso porque o mesmo artigo 43, parágrafo 1º, do CDC determina que esses cadastros não mantenham informações negativas referentes a período superior a cinco anos.

Saber quando a dívida venceu, portanto, é importante para a contagem desse prazo e para informar aqueles que consultam o cadastro do tempo de inadimplência.

A 4ª Turma não se debruçou sobre a definição do momento em que os cinco anos de negativação começam a correr, se a partir do vencimento da dívida ou do protesto do título. A maioria dos ministros indicou que o prazo começa mesmo com o vencimento.

Não está na lei

Abriu a divergência e ficou vencida a ministra Isabel Gallotti, para quem os cadastros de inadimplentes não precisam fornecer a data de vencimento da dívida que levou à negativação. Isso porque, segundo a lei, o órgão de proteção ao crédito só precisa apresentar as informações relativas ao protesto da dívida: o cartório onde foi feito, a data e o valor.

Assim, caberia ao devedor, sabendo que houve um protesto em determinado cartório, procurar a serventia e descobrir os detalhes. Além disso, a magistrada se manifestou no sentido de que o prazo de cinco anos de negativação começa com o protesto da dívida no cartório.

Caso contrário, isso reduziria muito o tempo que os devedores poderiam permanecer nesse cadastro. Ele só seria de cinco anos se o protesto do título fosse feito no dia seguinte ao do vencimento da dívida, sem dar nenhuma chance de pagamento.

“Se um credor tolerante demorar mais tempo, para tentar negociação com o devedor, o prazo de manutenção no registro de proteção de credito nunca poderá ser cinco anos”, pontuou a ministra.

  • 05/06/2024   site CNC

 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em nome do varejo nacional, vê como positiva a aprovação pelo Senado do Projeto de Lei (PL) nº 914/2024, que contempla o fim da isenção do imposto de importação para produtos de até US$ 50. A isenção teve um impacto significativo no varejo brasileiro, gerando preocupações quanto à competitividade do setor nacional. Estudos da Confederação indicam que a não taxação ocasionava uma queda de até 57% no volume de vendas do varejo, considerando efeitos diretos, indiretos e induzidos. Com o início da cobrança de 20% de imposto de importação, o prejuízo estimado deve cair para 7%.

Diante desse cenário, a CNC reitera a importância da aplicação da alíquota de 20% de imposto de importação como forma de minimizar os danos à economia brasileira e proteger os empregos e a renda gerada pelo comércio. A medida garante uma competitividade mais justa entre produtos nacionais e importados, promovendo um ambiente mais equilibrado para o desenvolvimento do varejo brasileiro.

A Confederação destaca que a taxação não se configura como um aumento de impostos para o consumidor final, mas sim como uma ação necessária para garantir a sustentabilidade do comércio nacional. A CNC seguirá na defesa irrestrita de ações que promovam a competitividade das empresas nacionais e a geração de emprego e renda para o País.

A CNC acompanha com atenção a sanção presidencial do PL nº 914/2024 com o dispositivo que cria a alíquota de 20% de imposto de importação aos produtos de até 50 dólares.

Por Luiz Guilherme Gerbelli 04/06/2024 | estadao

Puxada pelo setor de serviços, a economia brasileira acelerou e cresceu 0,8% no primeiro trimestre deste ano na comparação com os últimos três meses de 2023. O número foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 4.

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O desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros três meses deste ano ficou dentro do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast – as estimativas variavam de alta de 0,4% a 1,2% -, e veio um pouco acima da mediana das previsões, que era de um avanço de 0,7%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 2,5%.

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A leitura dos analistas é a de que a atividade começou o ano mais forte do que o previsto, sobretudo em janeiro e fevereiro. No fim de 2023, a economia vinha dando sinais de fraqueza. Para o último trimestre do ano passado, o desempenho foi revisado pelo IBGE para uma queda de 0,1% – o número anterior era de estabilidade.

“É um crescimento um pouco melhor do que a gente estava imaginando (na virada do ano)”, diz Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências.

Com o desempenho observado nos primeiros meses do ano, os economistas foram ajustando as previsões para o PIB de 2024 ao longo do primeiro trimestre. No primeiro relatório Focus do ano, por exemplo, os analistas consultados pelo Banco Central estimavam um crescimento de 1,59%. No divulgado nesta segunda-feira, 3, a projeção estava em 2,05%.

“Foi um resultado bom (do primeiro trimestre)”, afirma Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank.

Na análise pelo lado da oferta, o setor de serviços cresceu 1,4%, puxado pelo comércio, que registrou alta de 3%. A indústria encolheu 0,1%. Tradicionalmente com resultados positivos concentrados no início do ano, a agropecuária avançou 11,3%.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5% e foi beneficiado pela força do mercado de trabalho, diante do cenário de baixo desemprego e aumento da renda, e pelos impulsos fiscais, como o pagamento dos precatórios, além do reajuste real do salário mínimo.

“Em grandes números, no ano passado, houve um aumento dos gastos públicos na casa de R$ 200 bilhões. Neste ano, o incremento está na faixa de R$ 100 bilhões”, diz Alessandra. Só o pagamento de precatórios representou um crescimento adicional de 0,2 ponto percentual nesses gastos entre janeiro e março, de acordo com a Tendências. Ao todo, R$ 40 bilhões foram para o consumo.

A formação bruta de capital fixo (FBCF, a conta dos investimentos no cálculo do PIB) também cresceu. A alta foi de 4,1%. Os investimentos foram favorecidos pelo ciclo de queda da taxa básica de juros nos últimos meses. De agosto do ano passado até maio, quando houve a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic caiu de 13,75% ao ano para 10,50%.

No primeiro trimestre de 2024, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, um número um pouco abaixo do apurado no mesmo período do ano passado (17,1%). A taxa de poupança foi de 16,2%, abaixo dos 17,5% registrados nos primeiros três meses de 2023.

Os números divulgados pelo IBGE nesta terça também mostraram que as exportações cresceram 0,2% e as importações subiram 6,5%.

O que vem pela frente

Apesar do bom início de ano, os números da economia brasileira devem ser afetados pela tragédia no Rio Grande do Sul. Uma análise ainda preliminar da Tendências indica que o impacto das enchentes que atingiram o Estado deve tirar 0,3 ponto do crescimento brasileiro em 2024.

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“Para o ano, estamos com uma projeção de (alta do PIB) de 1,8%. Se fosse apenas pelos dados do primeiro trimestre, revisaríamos o PIB do ano positivamente, mas resolvemos não fazer a revisão por causa dos efeitos da tragédia”, afirma Alessandra.

Um outro entrave para o crescimento econômico tem a ver com a expectativa de que os juros sigam num patamar mais elevado do que o esperado no início de 2024.

Com a expectativa de que as taxas de juros nos Estados Unidos fiquem num patamar elevado por mais tempo e o aumento da percepção de risco com o rumo das contas públicas do País, depois que o governo alterou as metas fiscais, os analistas passaram a projetar um patamar maior para a Selic ao fim deste ano.

Hoje, o consenso de mercado, de acordo com o Focus, é de que haja apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual, levando a Selic para 10,25%.

“Os dados de abril até foram positivos, mas como tem a questão do Rio Grande do Sul, maio e junho serão afetados”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. “Com o Rio Grande do Sul e os juros, que vão ficar mais altos do que se imaginava, especialmente, no segundo semestre, o cenário é de um PIB que vai ficar na casa de 2% (em 2024) . O ano começou bem, mas, ao passar do tempo, foi perdendo fôlego.”

 

  • 28/05/2024  site cnc

Após quatro altas consecutivas, desafios da economia provocam queda de 0,2% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, caiu 0,2% no mês de maio, em comparação com abril deste ano. Ainda assim, o índice permanece na zona de satisfação, aos 106,9 pontos. Essa foi a primeira queda após quatro altas consecutivas, descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 1,4%.

O principal destaque é a avaliação do comerciante sobre as condições atuais, que caiu 2,1% e chegou a 79,9 pontos, na zona de insatisfação, o menor patamar desde junho de 2021 (quando estava em 66,8 pontos). Na variação anual, o indicador caiu 6,1%. Os três subindicadores que compõem esse indicador – economia, setor e empresa – também diminuíram praticamente na mesma medida. Houve redução de 2,1% no otimismo em relação ao setor, o que levou o subindicador aos 77,3 pontos (em junho de 2021, eram 70,3 pontos). A confiança na economia atual caiu 2,3%, derrubando esse subindicador para os 65,3 pontos, também o menor patamar desde junho de 2021, quando estava em 53,9 pontos. O terceiro subindicador, que mede a avaliação do comerciante sobre sua própria empresa, chegou a 97,1 pontos, o mais baixo desde julho de 2021 (quando estava em 89,6). A queda o levou para a zona de insatisfação, o que não ocorria desde dezembro do ano passado, quando marcava 97,7 pontos.

Conforme o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o momento é de expectativa para as decisões macroeconômicas dos próximos meses. “A redução do ritmo de cortes da taxa Selic deste mês e a incerteza em relação aos próximos passos tanto sobre a redução dos juros quanto da inflação fazem com que o varejo adote movimentos cautelosos”, afirma Tadros. Ele lembra que a queda do volume do comércio varejista ampliado, que reduziu 0,3% em março na comparação com fevereiro e 1,5% na variação anual, desperta ainda mais atenção para o momento atual.

Varejo de bens semiduráveis quer contratar

Apesar de o mercado de crédito não estar totalmente favorável e ter afetado a percepção das condições atuais, o indicador da intenção de investimentos foi o destaque positivo, tanto na comparação mensal, com alta de 0,9%, quanto em relação a maio de 2023, com crescimento de 1,0%. Entre os subindicadores que compõem este indicador, a intenção de investir na contratação de funcionários teve o maior crescimento mensal, de 1,9%. A alta foi puxada pelo segmento de bens semiduráveis (roupas, calçados, tecidos e acessórios), que aumentou em 4,6% sua intenção de novas contratações.

Por outro lado, houve queda de 0,8% na pretensão de contratar nos segmentos de venda de itens de primeira necessidade (supermercados, farmácias e lojas de cosméticos) e redução de 0,9% no segmento de comercialização de bens duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis e decoração, material de construção e veículos).

Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, o crescimento da intenção de contratar mais funcionários corrobora o otimismo em relação ao mercado de trabalho, demonstrado pelos consumidores na pesquisa que detecta a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de maio, também mensurada pela Confederação. Ele aponta que a maior parte (63,7%) dos varejistas quer aumentar seu quadro de empregados, o que indica que os resultados positivos observados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho devem continuar.

Expectativas ainda em ligeira alta

Para Felipe Tavares, o otimismo dos consumidores mantém positivo o indicador que mede as expectativas dos comerciantes. Maio apresentou o quinto aumento consecutivo desse subindicador, mas o menor do período, de 0,2%. “Apesar de tímido, o aumento indica que há esperança dos varejistas na melhoria das condições econômicas, nos próximos meses”, aponta. A expectativa em relação à própria empresa cresceu 0,4% e, no que diz respeito à situação da economia, o otimismo aumentou 0,1%. Sobre o setor, não houve variação mensal, apenas anual (uma queda de 0,7% no comparativo com maio de 2023).