Redação com AEN

18/11/24 às 14:54

Com investimento de R$ 400 milhões, nova expansão do ParkShopping Barigüi é uma das maiores obras privadas do Paraná

 

 

 

 

 

Foto: Gabriel Rosa/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta segunda-feira (18) da inauguração da nova expansão do ParkShopping Barigüi, em Curitiba. Com investimento de R$ 400 milhões, trata-se de uma das maiores obras privadas do Paraná. O terceiro piso do empreendimento passa a contar com 75 novas lojas, 13 restaurantes, parque infantil e um centro médico completo, com 25 clínicas de diferentes especialidades.

Durante o evento de inauguração, Ratinho Junior destacou o forte crescimento do Estado e a importância do setor de serviços na geração de emprego e renda. “O Paraná foi o Estado que teve a maior movimentação da atividade econômica, com um crescimento de 7,8%, segundo o Banco Central. Cerca de 65% dos empregos no Estado vêm do setor de serviços, então além de ser mais um espaço de lazer e de entretenimento do setor, que é o que mais cresce no Paraná, é também mais trabalho para a nossa gente”, afirmou.

Agora, o ParkShopping Barigui passa a contar com cinco mil empregos. “Só nesse novo anexo, nessa ampliação, estamos falando de mais de mil empregos diretos e mais milhares de indiretos. É uma alegria poder ver os empresários do Brasil investindo aqui e gerando emprego no nosso Estado”, acrescentou o governador.

Foto: Gabriel Rosa/AEN

ESTRUTURA — Com a entrega da expansão, o ParkShopping Barigüi passa a contar com 417 lojas, com marcas nacionais e internacionais e operações inéditas em Curitiba, em mais de 200 mil metros quadrados de área construída.

O grande destaque é para o Centro Médico, uma área inteira dedicada ao cuidado com a saúde. São 25 clínicas de especialidades diversas, como pneumologia, endocrinologia, pediatria, dermatologia, cirurgia plástica, endoscopia, neurologia, ginecologia, entre outras.

De acordo com a superintendente do shopping, Jacqueline Vieira Lemos, o objetivo é facilitar a vida de quem passa pelo local. “Projetamos essa expansão há bastante tempo e nesse período nós fomos aprimorando tudo o que gostaríamos de trazer para cá. Ele está centrado num pilar que envolve gastronomia, novas lojas e um centro médico focado em bem-estar, onde o cliente vai conseguir resolver todas as suas necessidades aqui e também cuidar da sua saúde”, destacou.

Foto: Gabriel Rosa/AEN

“Também focamos muito em entretenimento, com área de jogos para crianças e adolescentes com mais de 1,5 mil metros quadrados, e o FunPark, que é um parque indoor desenvolvido para as crianças, além desse pé direito de nove metros, luz natural, e paisagismo. O consumidor vai encontrar tudo que ele deseja aqui”.

Inaugurado em 2003, o ParkShopping Barigüi já passou por outras duas expansões. No caso desta última, iniciada no ano passado, o shopping continuou operando normalmente, sem interrupções de suas atividades. Em 2023, foram mais de R$ 1,5 bilhão em vendas, sendo que desde 2017 as vendas anuais ultrapassam R$ 1 bilhão, com mais de 11,5 milhões de clientes anualmente.

A expansão foi premiada como “Melhor Projeto de Shopping Center”, do GRI Awards 2024, iniciativa do GRI Club em reconhecimento aos destaques do mercado imobiliário brasileiro.

Foto: Gabriel Rosa/AEN

EXPECTATIVA — Entre as novas operações do ParkShopping Barigüi está o restaurante Jun Sakamoto Casual, do premiado chef Jun Sakamoto. Com uma culinária tradicional japonesa, o espaço chega a Curitiba com o objetivo de levar qualidade para os amantes da culinária oriental.

“A gente já namora há muito tempo de ter uma operação minha dentro da Multiplan e aconteceu aqui em Curitiba, uma cidade que tem uma comunidade japonesa forte. Estamos trazendo a culinária japonesa tradicional, bem-feita, não aquela que só tem cara de comida japonesa, mas de fato ingredientes, modo de preparo, então acho que vai dar um match bom aqui”, comentou Sakamoto.

Foto: Gabriel Rosa/AEN

MEIO AMBIENTE — Além das obras de expansão, também foi inaugurado em outubro o Parque Viva Barigui, uma integração entre o shopping e o Parque Barigüi. O espaço conta com diversos equipamentos recreativos e áreas de convívio, ciclovias, bicicletários, equipamentos de ginástica ao ar livre, playground, parque pet, quadra poliesportiva, bancos e pergolados para descanso, uma passarela por entre as copas das árvores, mirante, espelhos d’água com fontes iluminadas e fonte seca interativa.

“São 100 novos espaços, um parque para os curitibinhas e essa grande sinergia que gerou para Curitiba, com o Parque Viva Barigüi, uma floresta nativa que moldura o nosso Barigui”, ressaltou o prefeito de Curitiba, Rafael Greca.

Foto: Gabriel Rosa/AEN

Publicado em 18/11/2024 às 15:01h – por Matheus Rodrigues

Lojas Americanas — Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

🚨 As ações da Americanas (AMER3) registraram uma nova disparada nesta segunda-feira (18), com valorização que chegou a ultrapassar 75% durante o pregão.

Este movimento de alta sucede a valorização de 180% na última quinta-feira (14), após a divulgação dos resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024 (3T24).

No início da sessão desta segunda, por volta das 10h21 (horário de Brasília), os papéis da varejista avançaram 40,06%, sendo cotados a R$ 13,18, antes de entrarem em leilão.

Quando retomaram as negociações, às 10h40, atingiram o patamar de R$ 16,49, acumulando alta de 75,24%. Apesar da volatilidade, o mercado continua atento ao desempenho da companhia.

O que explica a recuperação da Americanas?

A reversão dos resultados financeiros foi o principal catalisador dessa recuperação no mercado.

No 3T24, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 10,3 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,63 bilhão registrado no mesmo período de 2023.

Embora o canal de vendas online tenha apresentado queda significativa, com retração de 49% no GMV (volume bruto de mercadorias), o varejo físico mostrou desempenho robusto, com crescimento de 14% no comparativo anual.

Em teleconferência, a diretora financeira da companhia, Camille Loyo Faria, destacou que a continuidade da recuperação depende da capacidade da Americanas de entregar resultados consistentes ao mercado.

A XP Investimentos, em sua análise, reforçou que, apesar das melhorias na rentabilidade, o canal online segue pressionado, o que pode limitar o potencial de crescimento no curto prazo.

O que esperar dos próximos capítulos?

📈 Com o setor varejista enfrentando desafios como mudanças nos hábitos de consumo e alta competitividade, a Americanas busca consolidar sua posição com uma gestão mais eficiente e estratégias bem direcionadas.

A volatilidade das ações indica que o mercado ainda aguarda sinais mais concretos de estabilidade, mas o desempenho recente reacendeu o interesse dos investidores.

A recuperação da Americanas levanta um ponto de reflexão: estaria o mercado presenciando o início de uma virada definitiva ou apenas uma recuperação pontual? Os próximos trimestres serão decisivos para responder essa questão.

Fonte: https://investidor10.com.br/noticias/acoes-da-americanas-amer3-disparam-na-bolsa-apos-balanco-3t24-entenda-o-motivo-109088/

Luiz Alberto Marinho 

Sócio Diretor da Gouvea Malls- Consult. de Negocios / Linkedin  /  9.11.24

mercadoeconsumo.com.br

A concorrência dos shoppings hoje vem de todos os lados. Eles competem não apenas pelo bolso das pessoas com o digital (e até com as bets) mas também com o streaming, redes sociais e tudo o mais que ‘rouba’ o tempo das pessoas.

Mas se é verdade que o comportamento dos consumidores mudou dramaticamente, não dá para dizer que as estratégias dos shoppings tenham mudado com a mesma intensidade. O que fazer?

Os shoppings hoje competem com outros shoppings e com o varejo online, pelo bolso dos clientes. E, também, com as redes sociais e os serviços de streaming, pelo tempo e atenção das pessoas. Isso obriga a uma mudança importante nas estratégias comerciais e de marketing. Esse é o tema do novo artigo do Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, que saiu hoje no MERCADO&CONSUMO. Para ler é só clicar aqui embaixo.

mercadoeconsumo.com.br

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Coment. de Marcio Araujo / Diret da ARGO

O Estacionamento, fonte de receita importante dos shoppings , também acaba sendo diretamente afetada por uma mudança de comportamento até certo ponto recente: os aplicativos de transporte.
Em determinadas situações mais , em outras menos , os estacionamentos de shoppings registram o efeito Uber no fluxo de pagantes. Menos mal que, afinal de contas os clientes estão no mall , independente do meio de acesso

Coment. de Marco Aurelio Amaral Castelo  /Engineering Supervisor at KN Engenharia

Marcio Araujo na Europa os shoppings sobrevivem sem a receita de estacionamento, e com toda a concorrência dos marketplaces chineses. É um bom benchmark..

Comentário de Jose Roberto lopes  / Head – Marketing , Eventos , Mídia , Patrocínios e Parcerias –

Entender que são centros de entretimento com compras, e não compras com entretenimento, isso precisa mudar !!!
não há locais mais shows em SP , estudem isso … Tragam novidades nesse sentido ..
Só dar carro já era ….

Carlos Américo Freitas Pinho / Jota   11/11/2024

Ganha destaque o debate sobre a possível abolição da jornada de trabalho 6×1. Caracterizada por seis dias consecutivos de trabalho, seguidos de um dia de descanso, esta escala é utilizada especialmente nos setores de comércio, serviços e turismo. Com jornadas de 8 horas diárias e 44 horas semanais, este modelo tradicional encontra-se sob escrutínio devido à crescente preocupação com o esgotamento físico e mental dos trabalhadores – fatores constatados particularmente após a pandemia de covid-19.

A quarentena e o consequente crescimento do trabalho remoto expuseram a fragilidade do atual modelo, impulsionando fenômenos como o quiet quitting e o crescimento da busca por empregos menos estressantes e mais flexíveis. Esses movimentos são alimentados por uma mudança geracional na visão sobre o mercado de trabalho, com a geração Z priorizando o bem-estar e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, em detrimento de maior estabilidade e de altos salários.

Neste ínterim, o debate sobre a revisão da jornada 6×1 desponta como oportunidade para recalibrar as condições laborais às novas realidades sociais e econômicas. Proponentes de jornadas mais reduzidas, tais como de 30 ou de 36 horas semanais, argumentam que esta alteração pode aumentar a qualidade de vida dos trabalhadores, sem sacrificar a produtividade. Além disso, a adaptação de um novo modelo pode incentivar novas contratações e trazer novos contribuintes ao sistema previdenciário.

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Motivação gera ganhos

As possibilidades de benefícios no longo prazo são inegáveis. Experiências internacionais, notadamente de países como Dinamarca, Islândia e Suécia, indicam que a redução da jornada de trabalho pode resultar em equipes mais motivadas e produtivas, além de diminuir a rotatividade e os custos relacionados a recrutamento e treinamento. 

Adicionalmente, a evolução para modelos mais flexíveis pode não somente atender às expectativas da geração Z, mas também atrair e reter talentos em um mercado gradativamente mais globalizado e competitivo.

Oportunidades de reforma na legislação trabalhista, como a PEC proposta pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP) para acabar com a jornada 6×1, enfatizam a urgência de abordar a questão do Burnout. Agora reconhecido como uma síndrome, este fenômeno afeta a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. 

A comunicação digital tem desempenhado um papel fundamental na mobilização em torno dessas questões, com destaque para o apoio nas redes sociais gerado por Rick Azevedo. Criador do Movimento Vida Além do Trabalho, ele auxiliou a parlamentar a elaborar a Proposta de Emenda à Constituição, posteriormente apresentada na Câmara.

Portanto, ao discutir a abolição da jornada 6×1, o Brasil se posiciona diante de uma rara oportunidade de alinhar-se às tendências globais que promovem um equilíbrio mais saudável entre produtividade e bem-estar. 

O empreendimento nessa direção tem o potencial de transformar o mercado de trabalho brasileiro, tornando-o mais dinâmico, inclusivo e coeso com as novas exigências globais, sem negligenciar os aspectos econômicos e sociais que envolvem a transição para um novo paradigma laboral.

Desafios e cautela necessária

Para alcançar esse patamar, é necessário ressaltar o quanto esta transição requer um planejamento cuidadoso e um diálogo aberto entre governo, sindicatos e empregadores. Trata-se de movimento necessário para garantir um modelo de trabalho sustentável, capaz de aumentar a competitividade empresarial, ao mesmo tempo em que respeita as demandas emergentes da força laboral.

A transição do modelo de trabalho 6×1 para formatos mais modernos e flexíveis traz desafios significativos para o setor empresarial. A implementação desse novo paradigma requer abordagem cuidadosa e equilibrada, em que o incentivo fiscal se apresenta como elemento indispensável.

Negócios em segmentos que demandam operação contínua podem enfrentar aumentos nos custos operacionais em curto prazo, devido à necessidade de contratar pessoal adicional. Sem incentivos fiscais governamentais, como desoneração tributária, empresas operando com margens de lucro reduzidas podem se ver forçadas a diminuir investimentos essenciais – e, em casos extremos, a encerrar suas atividades. Tal cenário resultaria, inevitavelmente, em um retrocesso econômico e social, contrariando a intenção de impulsionar avanços e melhorias no ambiente de trabalho. 

Portanto, o estímulo fiscal não deve ser visto apenas como um facilitador, mas como uma condição necessária para assegurar uma transição efetiva e sustentável, beneficiando tanto as empresas quanto os trabalhadores, no longo prazo.

 

Carlos Américo Freitas Pinho

Advogado especialista em direito do trabalho e consultor da Fecomércio-RJ

Por Carolina Nalin

Ana Clara Veloso e Anna Bustamante — Rio

12/11/2024 o GLOBO

Mesmo com dólar a R$ 5,76, o varejo está confiante no aumento das vendas para Black Friday e Natal. O otimismo é embalado por estratégias de antecipação de estoques e maior renda disponível das famílias. Mas com itens importados tradicionais nesta época do ano nas alturas, o desafio é fazer caber no “inelástico bolso do consumidor” itens que vão do bacalhau, azeite e vinho, típicos da ceia, até os eletrônicos mais cobiçados para presentes, como smartphones e computadores.

Atentos ao cenário, lojistas anteciparam negociações e ampliaram fornecedores para minimizar o impacto. Redes de supermercado reforçaram a aposta em marcas próprias, um jeito de oferecer preço mais competitivo aos clientes.

No Cadeg, tradicional centro de abastecimento em Benfica, na Zona Norte do Rio, a estratégia de boa parte dos lojistas foi antecipar pedidos junto aos fornecedores para garantir preço final melhor ao cliente, com negociações em setembro.

— Muitos conseguiram pegar um dólar que não tinha explodido ainda — conta André Lobo, diretor social do Cadeg.

Em um sinal de que o consumidor busca de planejar as compras para fazer a ceia caber no orçamento, Lobo observa que o movimento nas lojas este mês está maior que o do ano passado:

— Quem fez um planejamento adequado está seguro, mas, se a demanda for ainda maior, alguns lojistas terão que fazer novas compras. Em reposição não tem como segurar preço. A gente recomenda que os clientes não deixem para comprar na última hora.

Castanha e frutas secas: Negociações com fornecedor para evitar salto de preço — Foto: Beatriz Orle/Agência O Globo

Josias Alves, que há anos trabalha no Cadeg, respondia a um cliente que pedia desconto em uma peça de filé de bacalhau. “Já está no preço”, disse, antes de explicar que a alta no dólar influenciou os valores este ano:

 

 

— Está salgado para todo mundo. O dólar aumentou e ninguém está fazendo estoque como antigamente, porque a mercadoria está cara. Ano passado comprei bacalhau por R$ 95, agora comprei por R$ 105.

Na casa de Maria da Cruz, de 60 anos, a saída foi garantir o carro-chefe da ceia logo no início de novembro:

— A gente já tá se preparando agora, comprando as coisas que pode comprar. O bacalhau está bem mais caro, mas vou ter que comprar assim mesmo. Não tem jeito, o que eu sempre faço em casa é a salada de bacalhau, que leva peixe, batatas e muito azeite.

Importação em alta

Dados compilados por Fabio Bentes, economista sênior da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com exclusividade para O GLOBO indicam que o dólar não será empecilho às vendas, já que o varejo aumentou importações em outubro, em comparação ao mesmo mês do ano passado, apesar da valorização de cerca de 5% da moeda americana no período.

“Está salgado para todo mundo. O dólar aumentou e ninguém está fazendo estoque como antigamente, porque a mercadoria está cara. Ano passado comprei bacalhau por R$ 95, agora comprei por R$ 105”, Josias Alves, vendedor de loja do Cadeg

Esse aumento se reflete nas importações de alimentos e em outras categorias de consumo.

A pesquisa da CNC mostra aumentos significativos em itens como smartphones, com alta de 97% no valor das importações, seguido por consoles de videogame (45%), brinquedos (44%) e calçados esportivos (37%). No segmento de alimentos e bebidas, a importação de nozes cresceu 34%, enquanto a de bacalhau subiu 27%, a de espumantes, 15%, e a de vinhos, 14%.

— Um fator (para o aumento da importação) é o lastro que o mercado de trabalho está dando ao consumo. Mesmo que os preços sofram algum impacto, a população está com mais recursos para consumir do que no ano passado, com aumento da massa real de rendimentos (descontada a inflação) —diz.

A pouco mais de um mês do Natal, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) afirma que variações no câmbio ainda podem impactar os preços do fim de ano. Além de celulares e computadores, o câmbio pode afetar o preço de eletrodomésticos fabricados no Brasil — geralmente, na Zona Franca de Manaus — que dependem de insumos vindos do exterior, como o aço.

“O aumento do dólar no Brasil impacta negativamente o setor eletroeletrônico nacional de várias formas, especialmente nos custos de produção, nos preços finais ao consumidor e na demanda do mercado”, informou a Eletros.

A ceia, principalmente, tende a ser impactada pelos próximos movimentos do câmbio, explica Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV:

— Alimentos costumam ter um ciclo mais curto, e o câmbio deste momento ainda pode impactar nos preços do bacalhau, do azeite e do vinho.

Azeite, o vilão

O azeite chegou em julho ao seu ápice de valorização no acumulado de um ano: 48%. Em agosto, setembro e outubro, os acumulados referentes aos 12 meses anteriores caíram, chegando a 36%. Dias prevê, no entanto, a interrupção do processo de estabilização do preço em novembro.

O bacalhau, que apresentava números negativos para os acumulados de 12 meses desde fevereiro, pode ter reaceleração no fim do ano. E o vinho, que já marcava acelerações na casa de 1%, no acumulado de 12 meses desde agosto, deve continuar neste patamar.

Consumidora compra azeite de oliva no supermercado — Foto: Divulgação Mapa

Gabriel Santos, diretor de Operações da Casas Pedro, admite que a rede já não vinha conseguindo segurar o impacto da alta do dólar desde o início deste semestre. Com a recente variação do câmbio, a preocupação com as compras de Natal cresceu. O bacalhau, importado da Noruega, e as castanha portuguesas são muito importantes para a ceia e para os negócios.

— Fizemos as compras em outubro, fechamos os preços em dólar, mas muitos pagamentos são no momento do embarque, em novembro. Então estamos sofrendo o efeito do câmbio. Nos dois casos (bacalhau e castanha), temos preços na moeda de origem parecidos aos do ano passado, mas, quando importamos, a desvalorização do real pressiona os preços — explica Santos.

Em produtos como castanha de caju e aperitivos, as altas variam de 10% a 12%. A Casas Pedro afirma ter repassado apenas 6% aos clientes.

Para evitar uma escalada de preços na ceia, a estratégia da Casas Pedro é ampliar sua rede de fornecedores e negociar com os parceiros a redução dos preços. A rede ainda procura introduzir novas opções de produtos de qualidade similar, com tamanhos e especificações mais acessíveis.

Marcas próprias

Maior importador de vinhos, o GPA (Grupo Pão de Açúcar) está adotando para o Natal uma estratégia focada nas tendências de mercado e nas expectativas dos clientes. Segundo informações ao GLOBO, a rede tem realizado negociações específicas para itens de categorias sazonais, como panetones, carnes e aves natalinas, vinhos, espumantes e frutas típicas da época.

Ao lado do Extra, que pertence ao mesmo grupo, o Pão de Açúcar aposta em marcas próprias de panetones, carnes e aves para alavancar as vendas no Natal, uma forma de garantir preços mais competitivos ao consumidor. A projeção das redes é vender 10% mais que no ano passado. Só em panetones, o grupo espera comercializar 700 mil unidades até dezembro.

“Fizemos as compras em outubro, fechamos os preços em dólar, mas muitos pagamentos são no momento do embarque, em novembro. Então estamos sofrendo o efeito do câmbio”, Gabriel Santos, diretor de Operações da Casas Pedro

Para minimizar o impacto do dólar, muitos consumidores partiram para as trocas por similares mais em conta. Lobo, do Cadeg, diz que as famílias não deixam faltar o bacalhau na mesa, mas muitos clientes acabam trocando o lombo pelas lascas.

— Outra opção é comprar o bacalhau inteiro, e aí aproveitar parte para fazer bolinho de bacalhau, por exemplo. As famílias não ficam sem o bacalhau na mesa, mas há algumas alternativas para driblar o preço.

A Empório Gourmet, no Cadeg, oferece, entre outras opções, cestas prontas com produtos selecionados para a ceia. Neste ano, segundo Verônica Batista, gerente da loja, os compradores pediram a troca de quatro itens por outros de qualidade inferior.

— Tenho um cliente que compra 35 cestas anualmente. Neste ano ele pediu a troca de produtos porque senão teria um aumento de 15% nos gastos. O azeite, tive que diminuir a quantidade. Ia o de 500ml e agora teve que ser o de 250ml. (*Anna Bustamante, estagiária, sob a supervisão de Danielle Nogueira)

  • 12/11/2024

 

Setores dependentes de crédito decepcionam em setembro, e o aumento das apostas on-line afeta orçamento familiar

O comércio varejista brasileiro registrou um crescimento modesto de 0,5% em setembro, conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (12 de novembro). O resultado ficou aquém das expectativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que previa uma alta de 1,4% para o mês. Setores dependentes de condições de crédito, como móveis e eletrodomésticos, apresentaram desempenho fraco, reforçando as incertezas para 2025 em um cenário de juros elevados, inflação pressionada e orçamento familiar impactado pelo aumento das apostas on-line.

“Acreditamos que o varejo ainda enfrenta desafios estruturais que limitam um crescimento mais robusto, especialmente nas áreas que dependem fortemente de crédito”, comenta José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac. “No entanto, ainda há sinais positivos e acreditamos que, com uma gestão equilibrada das taxas de juros e da inflação, é possível seguir em um ritmo de recuperação sustentável”, pondera Tadros.

Em setembro, os segmentos com menor dependência de financiamento, como combustíveis e lubrificantes (elevação de 2,3%) e artigos farmacêuticos (alta de 1,6%), impulsionaram a leve recuperação do setor. Em contrapartida, móveis e eletrodomésticos registraram recuo de 2,9%, enquanto materiais de escritório, informática e comunicação caíram 1,8%, ambos afetados pelo ambiente de crédito restrito.

Segmentos em destaque e pressão sobre o crédito

Itens essenciais, como hiper e supermercados (aumento de 5,1%) e farmácias e drogarias (expansão de 16,3%), continuam sendo os principais responsáveis pela expansão acumulada de 4,8% no ano, em relação a 2023. Desde fevereiro de 2020, esses segmentos acumulam crescimentos de 12,9% e 49,9%, respectivamente, sustentados pela demanda por produtos essenciais. No entanto, no varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, o cenário é mais volátil, com crescimento de apenas 3,2% em setembro.

A taxa de desocupação, que se encontra em 6,4% – o menor índice em doze anos -, e a expansão da massa real de rendimentos (crescimento de 7,7%) trouxeram um alívio temporário para o setor, sustentando o consumo. Porém, a CNC observa que os altos juros e a inadimplência, que chegou a 5,62% em setembro, elevam o risco de uma desaceleração ainda maior em 2025.

Inflação, juros e apostas on-line: obstáculos ao orçamento familiar

As pressões econômicas, como o aumento do câmbio e os ajustes inflacionários, lançam uma sombra sobre as perspectivas do varejo. A taxa de câmbio teve uma valorização acumulada de 19,3% ao longo de 2024, encarecendo bens importados e pressionando o consumo interno. O cenário inflacionário, junto do aumento das taxas de juros ao consumidor final, cria um ambiente desafiador para setores que dependem de crédito.

Adicionalmente, o crescimento das apostas on-line, que têm atraído cada vez mais brasileiros, está se tornando uma preocupação para as finanças pessoais. Com anúncios massivos e facilidades de acesso, as plataformas de apostas virtuais têm afetado o orçamento de milhares de famílias, especialmente entre os jovens e trabalhadores com renda média. Estudos e dados de entidades de defesa do consumidor mostram que uma parcela significativa dos orçamentos familiares está sendo comprometida com apostas, o que reduz a capacidade de consumo em outros setores do varejo.

“A preocupação central é que o consumo de produtos financiados sofra ainda mais nos próximos meses, especialmente se as taxas de juros continuarem em alta e a prática das apostas on-line não for devidamente regulada”, analisa Fabio Bentes, economista da CNC. “Setores essenciais podem manter um desempenho razoável, mas aqueles que dependem de crédito ou de um orçamento familiar mais estável sentirão os impactos”, completa.

Apesar das incertezas, o setor deve encerrar 2024 em terreno positivo, com um crescimento moderado. Para 2025, no entanto, a combinação de juros altos, inflação, apostas on-line e incertezas no cenário econômico coloca em risco um avanço sustentável no varejo.

Aditivo na CCT arquivado no Mediador!

Vamos abrir dia 20 de novembro próximo e também em 1 de maio de 2025!
Pagamento das diferenças em parcelas como abono!
Acesse ali em cima, no arquivo “CCT” a íntegra do aditivo ou através do link a seguir: Termo Aditivo CCT 2023-2025!

  • 31/10/2024

Enquanto algumas taxas de juros médios nas concessões de crédito caem, os juros do rotativo do cartão de crédito subiram 11,5 pontos percentuais para as famílias em setembro, chegando a 438,4% ao ano. Mesmo com a limitação do rotativo em vigor desde o início do ano, os juros seguem variando sem uma queda expressiva ao longo dos meses.

A medida visa reduzir o endividamento, mas não afeta a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito, aplicando-se apenas a novos financiamentos. Nos 12 meses encerrados em setembro, os juros da modalidade caíram 2,7 pontos percentuais. Os dados são das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta quarta-feira (30), em Brasília, pelo Banco Central (BC).

O crédito rotativo dura 30 dias e é tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar. A modalidade é uma das mais altas do mercado.

Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito. Nesse caso do cartão parcelado, os juros subiram 3,8 pontos percentuais no mês e caíram 8 pontos percentuais em 12 meses, indo para 185,8% ao ano.

Crédito livre

No total, a taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias teve aumento de 0,5 ponto percentual em setembro, mas acumula redução de 4,9 pontos percentuais (p.p.) em 12 meses, chegando a 52,4% ao ano. Contribuindo para a queda dos juros médios no acumulado, houve reduções em crédito consignado, aquisição de veículos, desconto de cheques e arrendamento mercantil.

Também compõe essas estatísticas os juros do cheque especial, que subiram 4,2 pontos percentuais no mês e 3,2 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 137,1% ao ano. Desde 2020, a modalidade tem os juros limitados em 8% ao mês (151,82% ao ano), mas o fim da queda da taxa Selic (juros básicos da economia) e o aumento da inadimplência se refletem na alta dos juros médios do cheque especial.

Nas operações com empresas, os juros médios no crédito livre tiveram redução de 0,3 ponto percentual em setembro e de 2,2 pontos percentuais em 12 meses, indo para 20,7% ao ano. Destacaram-se as reduções das taxas de capital de giro com prazo menor a 365 dias (9,1 pontos percentuais) e de cartão de crédito rotativo (29 pontos percentuais). Por outro lado, houve alta de 6,5 pontos percentuais no cheque especial no mês de setembro.

Taxa média

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são estabelecidas pelo governo e se destinam, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito, com juros subsidiados concedidos por bancos oficiais ou com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS – ou da caderneta de poupança.

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 9,9% ao ano em setembro, redução de 0,1 ponto percentual no mês e de 0,6 ponto percentual em 12 meses. Para as empresas, a taxa caiu 1,7 ponto percentual no mês e 1,1 ponto percentual em 12 meses indo para 10,3% ao ano.

Com isso, considerando recursos livres e direcionados, para famílias e empresas, a taxa média de juros das concessões em setembro diminuiu 0,1 ponto percentual no mês e 2,6 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 27,6% ao ano.

“Na variação mensal, o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa) mostrou-se mais significativo que o efeito decorrente de alterações na composição das carteiras (efeito saldo). Nesse contexto, destacaram-se as reduções das taxas médias do capital de giro com prazo menor de 365 dias (9,1 pontos percentuais), no crédito às empresas e o aumento do cartão de crédito rotativo (11,5 pontos percentuais) no crédito às famílias”, informou o BC.

Saldos das operações

Em setembro, as concessões de crédito tiveram alta de 2,2%, chegando a R$ 636,4 bilhões, resultado da alta de 0,8% para as pessoas físicas e de 3,9% para empresas. As concessões de crédito direcionado caíram 7,4% no mês, enquanto no crédito livre houve alta de 3,7%.

Com isso, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$ 6,179 trilhões, um crescimento de 1,2% em relação a agosto.

O resultado refletiu aumento de 1,6% no saldo das operações de crédito pactuadas com pessoas jurídicas (R$ 2,374 trilhões) e o incremento de 1% no de pessoas físicas (R$ 3,804 trilhões). Na comparação interanual, o crédito total cresceu 9,9% em setembro.

Já o crédito ampliado ao setor não financeiro – que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos, independentemente da fonte (bancário, mercado de título ou dívida externa) – alcançou R$ 17,486 trilhões, com redução de 0,5% no mês e aumento de 12,6% em 12 meses. O principal fator desse decréscimo no mês é atribuído aos títulos da dívida pública e dos empréstimos externos, que caíram 1,5% e 3,1%, respectivamente.

Endividamento das famílias

Segundo o Banco Central, a inadimplência – atrasos acima de 90 dias – se mantém estável há bastante tempo, com pequenas oscilações. Ela registrou 3,2% em setembro. Nas operações para pessoas físicas, situa-se em 3,8%, e para pessoas jurídicas em 2,4%.

O endividamento das famílias – relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses – ficou em 47,9% em agosto, aumento de 0,1 ponto percentual no mês e queda de 0,4% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, o endividamento ficou em 29,9% no mês passado.

Já o comprometimento da renda – relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período – ficou em 26,8% em agosto, aumento de 0,4 ponto percentual na passagem do mês e redução de 0,4% em 12 meses.

Esses dois últimos indicadores são apresentados com uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fonte: Agência Brasil

 de Alexandre van Beeck  1 de novembro de 2024  Mercado & Consumo

Em função da pandemia, grande parte do varejo e dos negócios, tiveram que passar por um ciclo forte de ajustes. Tanto que o “back to basics”, o “básico bem-feito”, foi o tema da NRF de dois anos atrás. Como consequência desse cenário, a digitalização e ampliação dos canais de relacionamento foi a agenda prioritária, imposta “goela à baixo”, em busca de uma maior eficiência e por uma questão de sobrevivência dos negócios.

O movimento de digitalização foi realizado, em muitos casos, de maneira desordenada. “Temos que abrir um canal de atendimento via WhatsApp”, “temos que vender por um canal digital”, “vamos abrir um portal de serviços aos nossos clientes”. Os canais digitais foram colocados em produção, mas a cultura digital, a estrutura organizacional e a arquitetura de tecnologia não foram construídas na mesma velocidade. Vivi isso na pele.

Passado o momento mais crítico de ajustes e digitalização, o que fica mais forte é olhar para o negócio do varejo, ampliar as oportunidades e o papel das lojas físicas.

Já está claro que a jornada de compra dos clientes é influenciada por múltiplos estímulos digitais e offline. Para isso é essencial alinhar os diversos pontos de contato dessa jornada e a loja física tem a oportunidade de permitir que as marcas unifiquem a experiência, seja ela digital ou física. O cliente pode iniciar sua jornada em um canal digital, passar por uma loja física e concluir seu processo em outro canal, sem que seja perdida a consistência ou personalização no atendimento.

Hoje, a loja já cumpre um papel estratégico na jornada digitalizada do consumidor moderno, funcionando como hub logístico, agilizando a última milha de uma compra digital, otimizando a cadeia de suprimentos, reduzindo o tempo de entrega e melhorando a precisão das previsões de demanda.

A chave aqui está na integração perfeita de todos os canais, com os fios condutores do varejo moderno passando por conteúdo e por dados centralizados.

A lógica no digital está bem amadurecida: o cliente escolhe o que quer ver (e seguir) nas suas redes e os algoritmos fazem a compilação dos dados. As marcas analisam as preferências dos clientes e mostram o que interessa para ele, gerando um gatilho de compra. Isto é, o conteúdo desperta o interesse e gera impulso de compra.

 

E como funciona essa lógica dentro da loja no varejo físico? Aqui ainda existe uma grande avenida de oportunidades. Quais dados de clientes são captados nas lojas? Como são trabalhados e analisados? Além dos indicadores tradicionais de vendas, ruptura e ticket médio, quais indicadores sobre o cliente são acompanhados nas lojas físicas? Quanto custa para um cliente entrar na sua loja? Qual o custo de aquisição de sua loja? Quanto vale um cliente?

Sobre conteúdo: como dar continuidade dentro da loja na comunicação que impactou o cliente no digital? Para quem há pouco tempo teve que desenvolver canais digitais de maneira desestruturada, hoje enfrenta o desafio de manter a consistência da comunicação em diferentes canais, na geração de conteúdo e adaptação constante.

Dados e conteúdo são os maiores desafios para quem sempre esteve focado em cuidar apenas de seus produtos e deu pouca atenção a esses outros temas que permeiam seu negócio.

A digitalização empurra a evolução do modelo mental do negócio do varejo e a NRF antecipa e por vezes reflete esses movimentos. Tanto que o tema chave desta última edição foi Retail Media.

Apesar ainda novo, o tema Retail Media no ecossistema digital está mais amadurecido do que o Retail Media InStore. Mercado Livre e Amazon estão capitaneando esse movimento no digital. Mas aqui está a grande oportunidade do varejo de fato se transformar: captar os dados que passam dentro de loja, realizar a gestão da comunicação de maneira digital e otimizadas nas gôndolas, monitorar e analisar o comportamento dos clientes a partir dos estímulos de conteúdo digital in store. Retail Media In Store é a grande virada que todo negócio do varejo pode ambicionar.

O Retail Media In Store está emergindo rapidamente como uma excelente oportunidade de melhorar a experiência do cliente dentro das lojas do varejo, captar e analisar os dados que trafegam em suas gôndolas, aproximar a indústria do cliente final e gerar novas fontes de receitas. Parece uma excelente oportunidade para toda cadeia de consumo (e de fato, é!).

Alexandre van Beeck é executivo de CX, Inovação, Estratégia e Negócios.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Thiago de Melo Furbino – Lindkedin Top Voice 31.10.2024

Desde que assumiu a liderança, André Farber vem guiando a @Riachuelo em uma transformação que integra indústria, varejo e serviços financeiros, criando um ecossistema único. Parte do grupo Guararapes, a marca encontra na Midway Financeira um motor estratégico, impulsionando vendas e fidelizando clientes com crédito acessível e recorrente, enquanto o Midway Mall reforça a experiência completa do consumidor.

No primeiro semestre de 2024, a Riachuelo reportou uma receita líquida de R$4,3 bilhões (+8,6% ano a ano) e um Same Store Sales (SSS) de 9,2%, refletindo o sucesso nas lojas. A Midway Financeira teve um aumento de 282% no EBITDA, totalizando R$193,7 milhões no período, destacando-se como pilar essencial de rentabilidade para o grupo, com uma carteira de crédito de R$5,2 bilhões. Os cartões próprios da Riachuelo agora representam 33% das transações em loja, fortalecendo o funding para a operação mercantil e a fidelização dos clientes.

No segundo trimestre de 2024 (2T24), o volume de peças vendidas cresceu 18%, e o número de tickets aumentou 14%, comprovando a atratividade da marca e a força do modelo de negócios. A companhia também ampliou o market share, superando o desempenho do PMC de Vestuário (IBGE) pelo quinto trimestre consecutivo, mesmo com temperaturas mais altas no período que impactaram o consumo. A carteira de crédito ajustada da Midway apresenta uma tendência mais saudável, com a relação de perdas líquidas de recuperação sobre a Carteira de Crédito até 360 dias reduzida para 5,7% no 2T24, comparado a 6,3% no 2T23, demonstrando uma redução de risco no portfólio.

A empresa também apresentou um progresso significativo na estrutura de capital. No 2T24, a dívida líquida caiu para 0,7x o EBITDA, em comparação com 1,8x em junho de 2023. Em setembro, a Guararapes deu mais um passo importante ao amortizar R$500 milhões em debêntures, reforçando sua estrutura financeira. A eficiência produtiva foi aprimorada com a fábrica sendo usada de forma mais responsiva para atender à demanda.

O compromisso com os pilares de crescimento sustentado é evidente no 2T24: uma obsessão pelo produto, com um SSS de 9%; a democratização do acesso à moda, com aumento de 18% no volume de peças vendidas; a valorização dos ativos, com o EBITDA da Midway quatro vezes superior ao 2T23; e um foco contínuo em eficiência operacional, com o maior patamar de margem EBITDA de mercadorias em anos.

Atualmente, as ações estão cotadas a R$8,57, refletindo uma valorização de 30% no ano. Com um foco renovado em fortalecer suas coleções, otimizar a clusterização de lojas com base em dados, além de investimentos em RFID e a implementação do TOC para modernizar a fábrica, a pergunta permanece: será que a Riachuelo ainda tem espaço para crescer neste ano?