Site CNC – 30/04/2025

Número representa crescimento de 1,9% em relação ao ano passado, mas crédito mais caro preocupa o varejo!

Com projeção de aumento de 1,9% em relação às vendas do ano passado, o Dia das Mães de 2025 deve movimentar R$ 14,37 bilhões, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do avanço, o número é considerado tímido para a segunda data comemorativa mais importante do varejo e pode ser explicado pelo encarecimento do crédito.

O ramo de vestuário, calçados e acessórios deve liderar mais uma vez o ranking da preferência do consumidor, com previsão de faturamento de R$ 5,63 bilhões, o que representa um crescimento de 6,2% no comparativo com 2024. Em seguida, aparecem os segmentos de farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (R$ 3,02 bilhões) e estabelecimentos especializados na venda de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,85 bilhão). Informática e comunicação, móveis e eletrodomésticos e utilidades domésticas, segmentos mais dependentes de crédito, devem apresentar retração, com quedas de 2,9%, 4,4% e 6,0%, respectivamente.

“O cenário econômico tem exigido mais cautela dos consumidores, que estão mais seletivos neste Dia das Mães. Com isso, o varejo teve de se adaptar com rapidez e criatividade, investindo em promoções, itens de maior giro e mais alternativas de pagamento. Isso comprova o nível de comprometimento dos empresários com a retomada sustentável do consumo no País”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Atualmente, a taxa média de juros das operações com recursos livres destinados às pessoas físicas se encontra no maior patamar desde agosto de 2023, em 56,3% ao ano, de acordo com o Banco Central. “Segundo a autoridade monetária, há uma tendência de crescimento do comprometimento da renda com dívidas no Brasil que já representa 30,6% do orçamento médio das famílias. Este é o maior patamar em quase dois anos”, avalia o economista da CNC Fabio Bentes.

Cesta mais cara

A inflação também pesa no bolso do consumidor. A cesta típica de consumo da data comemorativa deverá apresentar alta de 5,8% este ano, frente aos 2,5% registrados em 2024. Produtos como joias (+33,7%), chocolates (+21,5%) e perfumes (+9,8%) lideram o aumento de preços. Em contrapartida, eletrodomésticos como fogões e refrigeradores devem ficar até 2,8% mais baratos.

Vendas nos Estados

São Paulo, com R$ 4,77 bilhões de faturamento, Minas Gerais, com R$ 1,79 bilhão, e Rio de Janeiro, com R$ 1,59 bilhão, devem concentrar 57% do volume total de vendas no País. Espírito Santo, Goiás e Distrito Federal também se destacam por aparecerem com expectativas de crescimento acima da média nacional (5,6%, 5,5% e 5,1%, respectivamente), impulsionadas pelo maior dinamismo econômico observado nesses estados.

Temporários no período

A data comemorativa ainda deve gerar 29,73 mil vagas temporárias, superando os 28,36 mil postos criados em 2024. Entretanto, a taxa de efetivação dos trabalhadores deve cair de 29% para 20%, acompanhando o ritmo mais lento de crescimento das vendas. Os Estados de São Paulo (8,6 mil), Minas Gerais (3,3 mil) e Rio de Janeiro (2,3 mil) devem ser os maiores demandantes por temporários.

No ranking estadual, Curitiba lidera com o maior número de CPFs inadimplentes, seguido por Londrina (159.619), Ponta Grossa (115.596), Maringá (108.845) e São José dos Pinhais (106.216)

Redação com ACP 07/04/25  – Portal N0osso Dia

A Associação Comercial do Paraná (ACP), por meio do seu Setor de Inteligência de Mercado em parceria com a Equifax, divulgou os dados mais recentes sobre inadimplência no estado do Paraná e na capital, Curitiba.

 

Considerando os dados atualizados no mês de março, a inadimplência de pessoa física diminuiu. Atualmente, o estado do Paraná possui 3.110.950 CPFs com restrições financeiras, o que significa 0,5% a menos do que no mês de fevereiro. Já a capital registrou 0,4% de inadimplentes a menos do que no mês de fevereiro, totalizando 570.314 CPFs.

 

 

Os bairros de Curitiba com maior índice de inadimplência entre pessoas físicas são: Cidade Industrial (63.062 inadimplentes), Sítio Cercado (41.332), Cajuru (33.558), Uberaba (23.060), Boqueirão (22.731), Tatuquara (21.896), Pinheirinho (19.463), Xaxim (17.989), Centro (17.927) e Alto Boqueirão (16.503).

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Já no ranking estadual, Curitiba lidera com o maior número de CPFs inadimplentes, seguido por Londrina (159.619), Ponta Grossa (115.596), Maringá (108.845) e São José dos Pinhais (106.216).

O levantamento da ACP tem como objetivo revelar o impacto financeiro na população e no setor empresarial, trazendo informações detalhadas sobre as dívidas registradas em nome de consumidores e empresas. Além da inadimplência, os dados também abordam o número de abertura e fechamento de empresas desde janeiro até 06 de março.

“Queremos levar à população dados que demonstrem a realidade do cenário econômico. Estamos em um momento delicado em que é necessário tomar cuidado a fim de evitar problemas como restrições de crédito, seja para Pessoa Física ou Jurídica”, detalha o Presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone.

Inadimplência pessoa jurídica

 

Ao contrário dos CPFs, no setor empresarial a inadimplência aumentou no mês de março em comparação ao mês anterior. O estado do Paraná registrou 3% a mais de CNPJs em situação irregular (26.956) e a cidade de Curitiba aumentou 2,5% (68.301).

No ranking das dez cidades paranaenses com mais empresas inadimplentes, Curitiba desponta com 68.301, seguida por Londrina (14.723), Maringá (13.700), Ponta Grossa (8.833), Cascavel (8.554), São José dos Pinhais (8.076), Foz do Iguaçu (6.684), Colombo (4.584), Guarapuava (4.042) e Pinhais (3.590).

Na avaliação do Vice-Presidente Comercial da ACP, Paulo Mourão, os dados demonstram o importante papel das empresas no atual cenário. “Enquanto os dados apontam um cenário desafiador para o estado do Paraná e sua capital no que se refere à inadimplência de pessoas jurídicas, o número significativo de novas empresas abertas indica resiliência do empresariado local e movimentação da economia”, afirma.

Desde janeiro deste ano até 06 de março, foram 12.390 novas empresas abertas no Paraná, distribuídas entre MEI (Microempreendedor Individual), microempresas, pequenas empresas e médias empresas. Por outro lado, 291 empresas foram fechadas no período, considerando os setores de indústria, atacado, varejo e serviços na cidade de Curitiba.

 

Segundo o ministro do Trabalho, a proposta ainda não está pronta, mas o governo caminha para estabelecer um teto máximo na taxa cobrada

Gabriel GarciaCristiane Noberto 

CNN / 30/04/2025

 O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho • 27/11/2023 Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (30), que o governo federal vai reduzir “na dor ou no amor” as taxas cobradas pelas operadoras de vale-refeição (VR) e vale-alimentação (VA).

A taxa é cobrada pelas operadoras dos cartões de VR e VA sobre os estabelecimentos comerciais, como restaurantes e mercados, que aceitam esse tipo de pagamento.

 

A medida faz parte das discussões sobre melhorias do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

Segundo Marinho, a proposta ainda não está pronta, mas o governo caminha para estabelecer um teto máximo na taxa cobrada.

“Reduzir a taxa nós vamos, no amor ou na dor. Se for necessário na dor, será na dor. Dizem que tem taxa de até 10%”, disse o ministro.

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Hoje, essa taxa é definida livremente pelas maiores operadoras do país, como Alelo, Sodexo, Ticket e VR, que operam em arranjos fechados de pagamento.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), os percentuais variam entre 3,5% e 4,5%, mas integrantes do setor afirmam que, em alguns casos, a taxa pode ultrapassar 5%.

Outra medida discutida, segundo Marinho, é a diminuição do tempo de repasse dos valores aos lojistas. O ministro, no entanto, não especificou qual será o novo prazo.

O estudo das medidas já havia sido antecipado pela CNN na última terça-feira (29).

Segundo Marinho, a publicação das novas normas dependerá das agendas de autoridades do governo, mas “é possível” que ocorra em maio.

 de Ulisses Zamboni / 30 de abril de 2025

 

O Possible Miami é um dos principais eventos de marketing, tecnologia e inovação nos EUA, que acontece anualmente no hotel Fontainebleau, em Miami, e está sendo realizado nesta semana, de 28 a 30 de abril. Reúne líderes C-level, especialmente CMOs, e creators do mundo digital para se conectar e discutir as tendências, as novas ideias, collabs e o futuro dos negócios, incluindo transformações no varejo físico. O evento é um sucesso porque reúne 5.600 pessoas, mais do que o dobro da audiência de 2024.

Na abertura, as palestras iniciais foram bem interessantes, apesar de ter achado um pouco autoajuda demais. Na verdade, é praxe em eventos deste tamanho haver um primeiro dia de aquecimento, com palestras de visão geral sobre negócios e algumas de motivação.

Na parte da manhã, duas atletas medalhistas de ouro do atletismo norte-americano passaram pelo palco principal com testemunhos de resiliência e sucesso; logo depois, uma empresária e influenciadora brasileira de muito sucesso aqui nos Estados Unidos, Camilha Coelho, que muitos de vocês devem conhecer, e que tem mais de 11 milhões de seguidores nas plataformas das redes sociais, falou de seus negócios atuais, mas também de sua luta e de seu gerenciamento contra o mal da epilepsia.

No entanto, o mais interessante mesmo foi a palestra da tarde, de Ethan Chernofsky, SVP de Marketing da empresa de dados Placer.ai, uma plataforma de inteligência de analytics que utiliza a localização dos telefones celulares para identificar o comportamento humano atualmente.

A empresa, otimizada pela Inteligência Artificial e machine learning, analisa e fornece dados precisos sobre o tráfego de pedestres, comportamento do consumo e tendências de movimentação em locais físicos, como lojas, shoppings e restaurantes.

Eloquente e muito bem humorado, Chernofsky trouxe insights importantes sobre as mais recentes dinâmicas de consumo. Sua experiência recente na SimilarWeb deu a ele um talento inigualável para fazer diagnósticos sobre o comportamento do consumidor no varejo digital, que agora se soma à sua nova experiência na Placer.ai.

“Retail Renaissance” foi o nome escolhido para a palestra — e não poderia ser mais preciso. Um verdadeiro manifesto pela valorização do varejo físico e pela nova perspectiva que ele conquista no cenário contemporâneo. Não só isso. Ele traz dados sobre os mais recentes comportamentos de consumidor no que diz respeito à escolha de canais e à jornada de compra. Seguem alguns insights:

  • O novo valor de uma loja física: Contra todas as apostas, a pandemia acelerou as compras digitais e fez muita gente decretar o fim da era brick and mortar. O fato é que houve uma completa ressignificação do varejo físico e o desejo de visitação de lojas aumentou no pós-pandemia. Para quê? Conexões, interação com a marca e conhecimento de sua qualidade, incluindo o pós-venda. A pergunta que fica: qual o verdadeiro ROI de uma loja física? Apenas venda por metro quadrado?
  • Conveniência sendo substituída por exploração: Mais e mais consumidores saem de um supermercado para ir a outro, de porte similar, porque o tempero do Supermercado 1 não tem paralelo com o do Supermercado 2. Esse “amor” pelo produto e a exploração de sentidos têm desconstruído a máxima da conveniência como oferta única para consumidores, especialmente os de classe mais baixa. Um dado curioso: estima-se que, se 80 mil pessoas vão ver um show num estádio, ao menos outras 8 mil estarão circulando em volta do estádio “sem entrar”, apenas pela diversão de estarem explorando o evento. Ele pergunta: será que o valor da gasolina é menor que o valor pessoal de comprar o produto que o consumidor ama?
  • O fenômeno do high low no varejo físico: A ideia de que consumidores de classe média, ou aqueles que têm ticket médio mais alto, não entram em lojas populares está caindo por terra, ao menos nos Estados Unidos. O trabalho híbrido e a revalorização da família são fatores para isso. As famílias se mudaram para casas maiores e melhores — nos subúrbios americanos — e agora têm que encher de móveis. Já que o bolso não é infinito, por que não frequentar lojas como Homegoods e Marchalls, ambas conhecidas pelos preços baixos terminando em 99 centavos? Será que o consumidor está dando valor para àquilo que realmente tem valor?
  • Omnichannel é uma utopia: Ele traz uma verdade absoluta para a mesa: quantas são as marcas que você conhece que realmente têm um omnichannel impecável (sendo omnichannel o conceito de todos os canais?) Diz ele: “Não é necessário um omnichannel castiço na essência. O que é necessário é o harmonized channel (harmonização de canais). É melhor ter um modelo harmonioso de canais que funcionem em sintonia entre si do que todos os canais. Não seria melhor entender os padrões específicos dos seus usuários antes de abrir um novo canal?
  • Investimentos no portfólio por meio de parcerias: Parcerias estratégicas no varejo são fundamentais para movimento da marca. A recente parceria da marca Bath and Body Works, com o lançamento do mais recente desenho animado da Disney, movimentou a loja de forma inimaginável. Será que as collabs não são somente para o Instagram?
  • Do demográfico para os psicográficos: Imagine que você esteja começando um varejo de suplementos esportivos e decide abrir uma loja de produtos de baixo custo. Será que é melhor você anunciar em mídias de classe C, que têm menor poder aquisitivo, ou em locais próximos a academias, onde as pessoas estão mais propensas a comprar esse tipo de produto. Não subestime o bolso dos outros: a oferta e a promessa do seu produto é mais importante do que você medir o bolso deles?

Enfim, algumas boas reflexões que puseram a plateia na ponta da cadeira e com a sensação de que talvez tenham que repensar seus negócios.

Por fim, Chernofsky deixou uma mensagem importante para a plateia: a loja física, no pós-pandemia, não apenas manteve sua relevância — ela redefiniu seu papel. Deixou de ser vista apenas como um centro de despesas para se tornar um verdadeiro motor de valor para os negócios. O varejo físico é hoje um espaço estratégico de conexão, experiência e construção de marca, e não apenas de transações.

Ulisses Zamboni é chairman e sócio-fundador da Agência Santa Clara.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

Daniel Gerber

28 de abril de 2025  conjur / Civil

Uma prática disseminada e consolidada na Europa e nos Estados Unidos tem ganhado força no Brasil: a criação de associações sem fins lucrativos, por empresários. Uma forma de devolver à sociedade o que a sociedade lhes deu.

É uma prática legítima, ética e benéfica para todos. Embora o tema gere dúvidas sobre possíveis conflitos de interesse, é importante esclarecer os limites legais e a legitimidade dessa atuação — para afastar qualquer sombra de dúvidas.

Empresários podem constituir associações sem fins lucrativos. O Código Civil brasileiro (Lei nº 10.406/2002) permite que qualquer pessoa, física ou jurídica, funde uma associação, desde que ela não tenha fins lucrativos e respeite os objetivos sociais definidos em seu estatuto (artigo 53 e seguintes). Empresários, portanto, podem sim constituir associações, inclusive com finalidades sociais, educacionais, culturais, entre outras. Nada impede que, uma vez fundada, essa associação seja administrada por gestores profissionais, o que inclusive reforça a governança e a eficiência da entidade.

Do ponto de vista legal, não há impedimento para que os empresários fundadores prestem serviços para as associações que ajudaram a criar, por meio de suas empresas. O importante é que essa contratação observe princípios como legalidade, impessoalidade, moralidade e transparência, especialmente quando a associação recebe recursos públicos ou oferece serviços com interesse social.

Tudo regular

A contratação deve estar documentada, ser justificada e seguir preços de mercado. Dessa forma, não há crime nem irregularidade administrativa, conforme entendimento consolidado em pareceres de tribunais de contas e no próprio Ministério Público.

A associação também pode, ao contratar empresas ligadas aos fundadores, estar buscando uma forma eficaz de prestar serviços aos seus associados ou à comunidade, com menor custo e mais controle. Quando feita dentro dos limites da legalidade e com boa-fé, essa prática representa uma inovação na forma de organização social, promovendo impacto positivo com custos reduzidos.

A ideia de que o fundador jamais poderia prestar serviços à entidade que criou carece de respaldo jurídico. O que o ordenamento veda é a utilização da associação como fachada para enriquecimento ilícito ou desvio de finalidade, o que não se aplica em casos de contratações claras, com prestação real de serviço e benefício coletivo comprovado.

Lucro legítimo

Desde que os serviços sejam efetivamente prestados, em condições de mercado, o lucro obtido pelas empresas contratadas — ainda que pertencentes aos fundadores da associação — é legítimo. A legislação brasileira reconhece o direito à remuneração por serviços prestados, mesmo no âmbito de entidades sem fins lucrativos. O que essas entidades não podem é distribuir lucro entre seus associados ou dirigentes — mas nada impede que contratem empresas e remunerem serviços.

Portanto, empresários podem e devem participar ativamente da criação de soluções para a sociedade, inclusive por meio de associações. Ao prestar serviços por meio de suas empresas, contribuem com sua expertise e infraestrutura para causas sociais, desde que respeitados os princípios da legalidade, transparência e finalidade pública.

é sócio-fundador da Daniel Gerber Advogados e especialista em advocacia corporativa e área penal empresarial.

de Stéfano Willig

 15 de abril de 2025  / Cons. & Mercado

Todo lojista já sabe: o Dia das Mães é uma das datas mais importantes do ano para o varejo. Mas o que nem todo mundo percebe é que o verdadeiro diferencial está em surpreender, e não apenas vender.

Em um mercado cada vez mais competitivo, em que os produtos são parecidos e os preços muitas vezes equivalentes, é a experiência que conquista. E, quando falamos de uma data tão carregada de afeto como o Dia das Mães, entregar algo além do esperado pode transformar uma compra comum em uma lembrança inesquecível.

Mais do que pensar em promoções, essa é a hora de pensar em como encantar. Desde o momento em que o cliente entra na loja (física ou online), até a entrega do produto final, cada detalhe importa. A apresentação, o atendimento, a forma de comunicar. Tudo isso influencia a decisão de compra e a imagem que seu negócio deixa no coração de quem presenteia e de quem é presenteado.

Neste artigo, você vai conhecer cinco estratégias práticas e poderosas para surpreender seus clientes e vender mais no Dia das Mães. Não importa se você vende roupas, acessórios, cosméticos, papelaria ou itens personalizados, seu produto tem potencial de ser um presente, este conteúdo foi feito para você.

Oportunidade e visão de negócio

Todo mês pode trazer uma oportunidade de crescimento. E o Dia das Mães, com toda a sua carga afetiva e simbólica, é uma das datas mais potentes para criar conexões reais com os clientes. Mas, para isso, é preciso deixar de ver a data apenas como “mais uma campanha obrigatória” e começar a enxergá-la como uma chance concreta de transformar o negócio.

Em vez de esperar o movimento cair do céu ou depender do “cliente aparecer”, o lojista que se destaca é aquele que cria a oportunidade. Ele analisa seu estoque, identifica o que pode ser aproveitado, pensa em formas de apresentar esses produtos com mais valor e planeja ações com clareza.

Mesmo quem está com o estoque limitado ou enfrentando dificuldades financeiras pode se beneficiar, porque surpreender não exige grandes investimentos. Às vezes, o diferencial está em uma combinação de peças bem pensada, em uma embalagem especial ou em uma frase carinhosa em um cartão.

Quando o lojista encara o Dia das Mães com esse olhar estratégico, a motivação cresce, a criatividade floresce e o resultado aparece. O segredo está em sair da zona de conforto e decidir que, sim, esse mês pode ser diferente. Basta agir com intenção.

Estratégia 1 – Campanha com foco em produtos parados, mas sem cara de promoção

É muito comum que o estoque de uma loja guarde algumas peças encalhadas, produtos que parecem ter “perdido o brilho” e ficaram esquecidos no fundo da prateleira. E se esses produtos ganhassem uma nova vida como opções de presente para o Dia das Mães?

Essa é a primeira estratégia: olhar para o que já está ali e criar uma campanha com propósito, sem precisar rotular tudo como “promoção”. A ideia é reapresentar essas peças com um novo contexto, valorizando seus pontos fortes, combinando com itens atuais ou reposicionando-as como uma escolha criativa e acessível para presentear.

Por exemplo: uma caixa de sabonetes que estava encalhada pode se transformar em um “Kit Relax para Mães” ao ser combinada com uma toalhinha e um cartão carinhoso. Um acessório esquecido pode ganhar destaque como “peça-chave para um look especial”.

O mais importante é evitar usar o termo “liquidação” ou “saldão”. Quando o cliente começa a associar sua loja a descontos o tempo todo, ele tende a esperar para comprar só quando há promoção, e isso pode prejudicar suas vendas futuras. Em vez disso, fale em oportunidade, em curadoria, em ideias de presente.

Ao fazer essa “garimpagem estratégica” no estoque, o lojista ativa dois gatilhos poderosos: movimenta o que estava parado e gera uma percepção de novidade. Isso, por si só, já representa um salto no faturamento, sem precisar abaixar os preços de forma brusca.

Estratégia 2 – Criação de kits de presentes prontos para facilitar a compra

Montar kits de presente prontos é uma das formas mais eficientes de facilitar a vida do cliente e aumentar o seu ticket médio. Veja algumas ideias para aplicar agora mesmo:

Kits por perfil de mãe
Crie combinações de produtos com base em estilos e gostos diferentes. Isso ajuda o cliente a se identificar e escolher com mais segurança e agilidade (convenhamos, todos estamos com cada vez menos tempo):

  • Mãe vaidosa: cosméticos + espelho de bolsa + nécessaire
  • Mãe clássica: camisa neutra + colar discreto
  • Mãe romântica: vela perfumada + almofada estampada + cartão artesanal
  • Mãe prática: planner + caneta bonita + xícara personalizada

Kits por faixa de preço
Organize seus produtos em kits com preços acessíveis e comunique isso com clareza:

  • Kits até R$ 50: ótimos para filhos mais jovens ou presentes simbólicos
  • Kits até R$ 100: equilíbrio entre carinho e valor
  • Kits até R$ 200: presentes mais completos, ideais para filhos adultos ou cônjuges

Dica: sinalize essas faixas de preço com tags visuais na loja e nos posts nas redes sociais.

Kits que misturam novidades e estoque parado
Estes casam com a dica que demos anteriormente. Combine peças que acabaram de chegar com itens que estavam parados. O cliente vê novidade, você gira o estoque:

  • Look prático para o fim de semana → nova blusa + calça esquecida no estoque + brinde.

Kits para aumentar o valor por atendimento
Ao sugerir kits completos (ex: roupa + acessório + embalagem), você multiplica as chances de vender mais de um item por venda. Se o cliente entrou para comprar uma única peça, ele pode sair com um combo irresistível.

Olhe para sua loja e tente identificar produtos que combinem, e monte os kits ou treine seu time de vendedores para sugerir a compra casada.

Kits com storytelling e embalagem personalizada
Vá além do produto: conte uma história. Nomeie os kits com algo afetivo, como “Mãe que me inspira” ou “Presente com afeto”.

Capriche na embalagem: papel kraft, laço, tag com frase. Quando a experiência encanta, o presente ganha valor e o cliente volta.

Bônus: não esqueça de divulgar os kits com constância nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp. Quanto mais visibilidade, mais chances de venda.

Estratégia 3 – Comunicação voltada para o verdadeiro consumidor: quem vai presentear

Quando pensamos em Dia das Mães, é natural imaginar uma vitrine cheia de produtos femininos e postagens dizendo “Você, mãe, merece isso”. Mas pare para refletir: quem realmente faz a compra nesse período?

Na maioria das vezes, quem está com o cartão na mão são os filhos, maridos, genros, noras ou netos. E muitos deles não têm familiaridade com o seu produto, nem segurança para escolher. É por isso que o sucesso da sua campanha depende de você se comunicar com quem vai presentear, e não apenas com quem vai receber.

Como adaptar sua comunicação para este público:

  • Fale com clareza e emoção. Use frases como: “Quer surpreender sua mãe com um presente incrível?” ou “Presentes que mostram todo o seu carinho”.
  • Crie conteúdo educativo. Mostre “5 presentes que combinam com mães clássicas”, “Dicas de presentes para mães que amam conforto” ou “Como escolher o look ideal sem errar o estilo da sua mãe”.
  • Facilite a decisão. Explique tudo: tamanhos, como funciona a troca e quais são as combinações possíveis. Deixe claro que o cliente não precisa ser expert em moda, cosméticos ou decoração para acertar.
  • Fale sobre sentimentos. Mais do que vender, você está ajudando alguém a demonstrar amor. Frases como “Um presente que abraça” ou “Demonstre o quanto ela é importante” tocam o coração.
  • Prepare sua equipe para acolher e orientar. Quando alguém entrar dizendo “Quero um presente para minha mãe, mas não sei o quê”, sua equipe deve brilhar com escuta ativa, paciência e sugestões certeiras.

Esse cuidado na comunicação transforma o processo de compra em algo leve, prático e afetivo. E o melhor: gera confiança. Um cliente que se sentiu seguro ao comprar para o Dia das Mães tem grandes chances de voltar em outras datas especiais.

Estratégia 4 – Embalagens encantadoras: a experiência começa no visual

Sabe aquele brilho nos olhos de quem recebe um presente bem embalado? Isso não é à toa. A embalagem é o primeiro contato emocional com o produto e, quando ela é bem pensada, já transmite cuidado, carinho e valor.

No Dia das Mães, esse detalhe faz toda a diferença. Afinal, não se trata apenas de dar um presente. Trata-se de mostrar amor. E o seu papel, como lojista, é ajudar o cliente a entregar essa emoção do jeito mais bonito possível. Isso é sucesso do cliente.

E não se preocupe: você não precisa gastar muito para fazer isso. Veja algumas ideias simples, acessíveis e que encantam:

  • Use papel kraft com laços de fita e adesivos personalizados. Rústico e elegante ao mesmo tempo.
  • Crie tags com frases afetivas. Exemplos: “Com amor para a melhor mãe do mundo” ou “Escolhido com carinho para te ver sorrir”.
  • Monte cartões personalizados. Pode ser algo feito no Canva, impresso em casa ou até escrito à mão.
  • Inclua um recadinho da loja. Algo como: “Esperamos que esse presente traga tantos sorrisos quanto o carinho que colocamos aqui dentro.”

Esses detalhes não são só “mimos” —  são diferenciais. São eles que fazem a sua loja ser lembrada, fotografada e indicada. São eles que fazem um simples produto virar uma experiência. E se quiser ir além, você pode até criar uma “embalagem especial da campanha”, com uma identidade visual própria para o Dia das Mães. Use elementos florais, palavras doces, cores suave e tudo que remeta ao afeto.

Quando a embalagem emociona, ela valoriza ainda mais o presente. E o seu cliente sai da loja sentindo que ofereceu algo muito além do material.

 

Estratégia 5 – Atendimento construtivo e emocional

Um atendimento encantador pode ser o que separa uma visita casual de uma venda concreta, especialmente quando o cliente está inseguro, como costuma acontecer no Dia das Mães.

Muitos chegam com dúvidas: “Será que minha mãe vai gostar?”, “Qual o tamanho ideal?”, “Posso trocar depois?”. O segredo está em acolher essas perguntas com empatia e transformar cada contato em um momento de confiança.

Aqui vão algumas atitudes que fazem toda a diferença:

  • Escute com atenção antes de sugerir.
  • Faça perguntas que ajudem a clarear a escolha: “Como é o estilo da sua mãe?”, “Ela prefere algo mais prático ou mais sofisticado?” Mesmo que o cliente não saiba responder tudo, essas perguntas ajudam a guiá-lo e fazem com que ele se sinta bem atendido.
  • Oriente com segurança e carinho. Apresente sugestões com argumentos simples e objetivos: “Essa peça é confortável, versátil e combina com todos os estilos. Ótima opção para o dia a dia” ou “Esse kit já vem embalado e pronto para surpreender”.
  • Deixe claro que a troca é possível. Tranquilize o cliente dizendo que, caso a mãe não goste ou o tamanho não sirva, a troca pode ser feita de forma simples e sem burocracia.  Você pode até incluir um tag com a frase: “Se for preciso trocar, faremos isso com todo carinho. Sua mãe merece sair feliz.”
  • Quebre objeções com leveza. Se o cliente disser “Vou pensar” ou “Vou pesquisar”, acolha com naturalidade. Diga algo como: “Sem problemas! Pesquise com calma, o mais importante é encontrar o presente certo. E, se precisar, estarei por aqui para te ajudar.” Essa abordagem tira a pressão da venda e, ao mesmo tempo, deixa a porta aberta para o retorno.

Transforme o atendimento em consultoria

Seu papel não é só vender. É guiar, inspirar e oferecer soluções. Isso gera vínculo e aumenta muito as chances de fidelização. Afinal, quem se sente bem atendido, volta.

No final das contas, vender com empatia é criar uma ponte entre quem compra e quem recebe. E quando essa ponte é feita com cuidado, carinho e atenção, ela vira algo que nenhum concorrente consegue copiar: uma experiência inesquecível.

Dicas extras: Constância nas postagens e divulgação multicanal

Você planejou a campanha, montou kits incríveis, pensou nas embalagens e treinou sua equipe, mas está mostrando isso para o mundo com constância?

A verdade é que quem não é visto, não é lembrado, especialmente no meio de tantas lojas e ofertas. Quando o assunto é Dia das Mães, a concorrência de atenção é alta. Por isso, a sua campanha precisa aparecer com frequência, clareza e intenção.

Aqui vão algumas dicas essenciais para divulgar bem:

Crie uma rotina de postagens

Não publique uma vez por semana e ache que é suficiente. O ideal é mostrar seus produtos e ações todos os dias, nem que seja nos stories. Isso mantém o público aquecido e lembrando da sua campanha.

Dica: defina dias fixos para mostrar os kits (ex: toda terça e quinta), e outros para falar de bastidores, presentes em estoque ou frases emocionais.

Use todos os canais disponíveis

Instagram, Facebook, WhatsApp e loja física devem “falar a mesma língua”. Sua campanha precisa estar presente em todos os pontos de contato com o cliente.

Nos Stories: vídeos curtos mostrando kits e bastidores.

No feed: fotos bonitas e textos com apelo emocional.

No WhatsApp: mensagens diretas, com fotos e frases como “temos novidades lindas para o Dia das Mães, posso te mostrar?”

Lembre-se: se este cliente já comprou algo para a mãe dele, envie produtos que façam sentido com os gostos da mãe do cliente. Mensagens genéricas enviadas para todos os clientes com a mesma mensagem vão te fazer deixar muito dinheiro na mesa

Tenha constância e coerência visual

Use os mesmos elementos visuais na vitrine, embalagens e postagens. Isso reforça a identidade da campanha e passa mais profissionalismo. Se você criou uma frase especial, como “Surpreenda com amor”, use-a em todos os canais. Quanto mais repetição, mais fixação.

Antecipe a comunicação

Não espere o último momento. Comece a mostrar seus produtos e falar da campanha com pelo menos 15 dias de antecedência. Isso dá tempo para o cliente pensar, escolher com calma e se planejar para comprar.

Encoraje seus clientes a compartilhar

Peça que marquem sua loja quando presentearem suas mães. Isso gera prova social, engajamento e atrai novos olhares para sua marca. Lembre-se: mais importante do que fazer o post perfeito é manter a consistência. Todos os dias, mostre ao seu público que você está preparado para ajudar a tornar o Dia das Mães especial. Isso constrói autoridade, confiança e resultado.

Conclusão: Quando o cliente sente, ele compra.

Surpreender para vender não é apenas uma estratégia, é um posicionamento. É decidir que, em vez de competir por preço, sua loja vai competir por memórias, encantamento e conexão emocional.

O Dia das Mães é uma oportunidade única de transformar produtos em experiências, atendimentos em afeto e vendas em vínculos duradouros. Cada detalhe conta: o cuidado com a vitrine, a escolha do kit, a forma de falar com o cliente, a embalagem que emociona, o bilhetinho dentro da sacola.

E quando o cliente sente tudo isso, ele compra com o coração.

Portanto, prepare-se. Organize suas ideias, revise seu estoque, monte seus kits, treine sua equipe e, acima de tudo, coloque verdade no que você faz. Porque quando o lojista se envolve, o cliente sente.

Que essa campanha do Dia das Mães seja mais do que uma boa venda. Que ela seja uma construção de marca, de propósito e de relações duradouras com quem escolhe comprar com você.

Agora é com você. Mãos à obra e coração aberto, porque vender com emoção é o que realmente faz a diferença.

Stéfano Willig é CEO da Awise QuantoSobra.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

 de Marcos Gouvêa de Souza

 7 de abril de 2025 /  Mercado & Consumo

As estripulias que marcam o período Trump 2.0, com seus impactos em todo o mundo na economia, na política e no comércio, combinadas com a busca da pavimentação do improvável caminho para Lula 4.0, em tempos de queda acentuada de popularidade, têm gerado um cenário no qual a turbulência de moderada a forte é o quadro com o qual teremos que conviver, pelo menos, pelos próximos 15 meses.

O que tem acontecido no mundo depois dos anúncios que marcaram o logo depois da eleição, e a confirmação das medidas após a posse nos Estados Unidos, gera impactos praticamente em todos os países e tem reconfigurado as relações políticas, militares, econômicas, comerciais e sociais entre nações, inspiradas pela singela lógica de que é preciso reinventar a ainda maior potência mundial.

Como resultado, o mundo busca entender o alcance, a profundidade, a extensão e a repercussão do que tem sido anunciado e implantado, e as consequências que se seguem também são reavaliadas em todas as suas dimensões, com um claro processo de reagrupamento e realinhamento entre países.

E haja Inteligência Artificial para combinar todos os elementos e fatores para encontrar o provável desenho da realidade futura ainda em construção, pois toda ação gera reação em alguma escala.

E, de fato, só o tempo mostrará como tudo se reorganizará, sem esquecer a real possibilidade de reversão de parte do que está sendo implantado, caso o dano seja maior do que o benefício pretendido, como no crescimento da inflação para produtos e serviços nos Estados Unidos.

Sempre lembrando que caminhamos para um cenário em que, nas economias mais maduras, os serviços predominam, e boa parte do que tem sido pretendido foca na revitalização industrial. Alguém se lembra da mesma miopia por aqui?

Mas não se pode ignorar que, no cenário global, as variáveis mutantes e mutáveis determinam um momento de volatilidade extrema e indefinições intensas.”

No ambiente interno, ainda impactado pelo cenário externo, as cartas estão colocadas. Tudo será feito para tentar viabilizar uma improvável reeleição em 2026, não importando as consequências no longo prazo.

Alternativas vêm sendo buscadas para conquistar um mínimo de adesão, em especial entre as classes mais baixas e a população menos informada, em nome dessa remota perspectiva, num cenário de dramática queda de popularidade espalhada por todo o País.

Mais programas sociais, mais bolsas, seja do que for, antecipação de benefícios futuros, crescimento dos gastos publicitários, verbas parlamentares, aumento de salários, penduricalhos e benesses para o setor público, e tudo o que a imaginação puder criar para reverter a queda generalizada.

Na essência da perda de popularidade está a combinação perniciosa e nada virtuosa que envolve o aumento da inflação, em especial de alimentos, as taxas de juros, a inadimplência, o encarecimento do crédito ao consumo, tudo isso coroado com a queda da confiança. Um coquetel amargo, com garantia de ressaca memorável.

Impactos no consumo e no varejo

Os índices de desemprego estão artificialmente baixos, pois medem o percentual de pessoas que não estão em busca de emprego porque estão empregadas, estão entre os 15 milhões de microempreendedores individuais ou entre as 21 milhões de famílias dependentes do Bolsa Família e, neste caso, só podem realizar bicos.

Esse cenário impacta de forma direta tudo que envolve o varejo de valor, que se beneficia diretamente dessa situação, estimula ainda mais o crescimento das plataformas globais atuando por aqui, mas também faz crescer a informalidade, com todas as suas consequências.

É sabido que informalidade gera informalidade no plano fiscal, tributário e também trabalhista. Falta gente para trabalhar, especialmente no plano formal, criando uma economia paralela que se realimenta da informalidade e da ilegalidade.

A perspectiva de um forte rearranjo global, com o redirecionamento de produtos que, pelas questões de taxação, se tornarão inviáveis no mercado norte-americano, sinaliza um cenário ainda mais complicado à frente, especialmente em categorias como artigos para o lar, vestuário, calçados, decoração e muitos mais.

Ao mesmo tempo, isso pode abrir boas perspectivas para a exportação de produtos agrícolas, alimentos e outros, o que podem ter reflexo nos preços desses produtos no mercado interno e no varejo nacional.

Isso apenas para citar alguns aspectos impactando diretamente o consumo, sem esquecer que a reforma tributária aprovada trará um aumento na taxação geral do comércio e serviços, seguindo a mesma lógica de gerar algum benefício ao setor industrial.

Mas importante lembrar que ao mesmo tempo precipitará uma ampla, estrutural e profunda revisão da cadeia produtiva, logística e de abastecimento artificialmente construída pelos incentivos fiscais regionais e locais.

Para quem gosta de emoção é garantia que teremos muita transformação à frente. Para quem prefere pensar o futuro, planejar e organizar para crescer em bases mais estruturadas vale apertar ainda mais o cinto pois não faltarão turbulências.

E, nesse quadro, é evidente e inadiável necessidade de repensar estratégias, mercados, negócios, produtos, categorias, marcas, modelos de gestão, estrutura de custos, desempenho e canais de distribuição. Tudo está e estará passível de revisão.

Vale refletir. Focar no racionalizar. Agir. E rápido.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

28/04/2025   / impr. cnc

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de abril apresentou forte queda no comparativo com o mesmo mês do ano passado

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou estabilidade em abril, em relação a março, mantendo-se no patamar dos 101,7 pontos, descontados os efeitos sazonais. No entanto, o resultado representa uma queda acentuada no comparativo com abril do ano passado, de 8,2%, puxado principalmente pelo baixo otimismo com as Condições Atuais da Economia, subindicador medido pelo índice que registou queda de 24,8 na variação anual.

Apesar disso, houve leve alta mensal de componentes como as condições atuais gerais (0,8%) e intenções de investimento (0,1%), que mesmo assim não foram capazes de reverter a cautela do empresariado com a atual conjuntura econômica.

“Os avanços pontuais não têm sido suficientes para compensar as perdas acumuladas, principalmente entre os comerciantes de bens duráveis, mais sensíveis ao aumento dos juros. Eles têm enfrentado maiores dificuldades, o que se reflete na redução de investimentos e na postura conservadora quanto à expansão dos negócios. O momento reforça a importância de medidas que incentivem o consumo e reduzam as incertezas”, avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

Investimentos e expectativa em baixa

Mesmo com tímidas altas mensais, as intenções de investimento caíram 2,4% em relação ao ano anterior. A projeção de contratação de funcionários caiu 2,4%, enquanto os investimentos em estoques, em 1,1%, no comparativo com abril de 2024.

O levantamento demonstrou, ainda, que as expectativas para os próximos meses também retraíram (0,5% no mês e 8,9% no ano), apesar de ainda permanecerem em nível considerado otimista, com 128,4 pontos. A avaliação sugere que os empresários estão mais preocupados com o presente do que com o futuro imediato.

“O encarecimento do crédito e a perda de dinamismo do mercado de trabalho afetam diretamente a disposição do varejo em expandir. Isso pode ser explicado porque o comércio tem reagido fortemente, já no curto prazo, às condições que impactam negativamente os negócios em médio prazo”, afirma o economista da CNC João Marcelo Costa.

Pessimismo entre supermercados e farmácias

O baixo otimismo foi mais intenso entre os empresários do comércio de bens duráveis, como eletrônicos, móveis, eletrodomésticos e veículos. Este segmento apresentou a maior retração anual no índice geral (-10,2%) e liderou a queda do sentimento sobre as condições atuais (-14,8%).

Até setores tradicionalmente menos afetados pela sazonalidade, como supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, recuaram e já operam em patamar considerado pessimista pelo Icec, com 97,8 pontos.

Sobre a pesquisa

O Icec é um índice antecedente, baseado em entrevistas com cerca de seis mil empresários do varejo nas capitais brasileiras. Variando de 0 a 200 pontos, o nível de 100 marca a fronteira entre otimismo e pessimismo. O índice é composto por três blocos: condições atuais, expectativas e intenções de investimento, considerando a visão dos empresários sobre a economia, o setor e suas empresas. A partir de abril de 2025, a pontuação do índice passa a descontar os efeitos sazonais, levando à revisão da série histórica. 

08/04/2025   / site cnc

Uso de carnês cresce como alternativa ao cartão de crédito; aumento do percentual de endividados foi maior entre famílias com menor renda

Mesmo com o crescimento do número de famílias endividadas pelo segundo mês seguido, a inadimplência não avançou em março. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,1% das famílias relataram ter dívidas a vencer — maior patamar desde setembro do ano passado —, mas a parcela inadimplente ficou estável em 28,6%. Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar dívidas vencidas recuou para 12,2%.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o resultado revela esforço das famílias para manter o controle financeiro mesmo diante das pressões do orçamento. “O crédito tem papel fundamental no orçamento das famílias e no fomento ao consumo, mas precisa ser utilizado com planejamento, principalmente em um cenário de juros elevados. O avanço do endividamento com estabilidade da inadimplência sinaliza maior consciência no uso do crédito”, afirma.

A CNC projeta que essa tendência deve continuar ao longo do ano. A expectativa é de aumento de 2,5 pontos percentuais no endividamento até o fim de 2025, em relação ao início do ano, impulsionado por maior confiança no consumo e pela necessidade de reorganização financeira. A inadimplência, por sua vez, deve recuar marginalmente, com previsão de queda de 0,7 ponto percentual nos 12 meses.

O levantamento também mostra que o tempo de inadimplência está diminuindo: 47,6% dos inadimplentes estão com dívidas em atraso há mais de 90 dias — o menor nível desde maio de 2024. Ao mesmo tempo, o comprometimento da renda com dívidas se manteve em 29,9%, e 20,8% das famílias afirmam comprometer mais da metade da renda com o pagamento dessas obrigações.

Carnês avançam mesmo com juros mais altos

Embora o cartão de crédito continue sendo a modalidade mais utilizada (presente em 83,7% dos endividados), ele perdeu espaço em relação ao ano passado. Em contrapartida, os carnês voltaram a crescer e se mantêm como a segunda principal forma de endividamento das famílias. A modalidade ganhou 1,3 ponto percentual na comparação anual.

Para o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, isso reflete que as famílias estão tendo mais dificuldade de acessar fontes formais de crédito e acabam optando por modalidades alternativas, porém com juros maiores. “A alta dos carnês e do crédito pessoal mostra que o consumidor está buscando formas alternativas, porém mais caras, de conseguir empréstimos para manter o consumo ou quitar dívidas”, explica.

Outro sinal de mudança é o encurtamento dos prazos das dívidas. O percentual de famílias com compromissos superiores a um ano caiu para 34,4% — menor nível desde agosto de 2024 —, enquanto cresceu o número de dívidas com vencimento entre três meses e um ano, indicando preferência por prazos mais curtos.

Faixas de renda e gênero

Entre as faixas de renda, o maior avanço do endividamento ocorreu entre famílias que recebem até três salários mínimos (+1,0 p.p. em relação a março de 2024). Já os consumidores com renda entre 5 e 10 salários apresentaram a maior queda da inadimplência (-1,1 p.p.). Acima dos 10 salários mínimos, houve leve aumento tanto da inadimplência quanto da parcela que não conseguirá quitar dívidas vencidas.

No recorte por gênero, o endividamento cresceu entre homens (+0,5 p.p.) e mulheres (+0,9 p.p.). No entanto, os homens registraram queda da inadimplência e melhora da capacidade de pagamento. Já entre as mulheres, houve aumento da inadimplência e da percepção de que não conseguirão pagar os débitos vencidos.

Comércio em Pauta, publicada  no Correio Braziliense, destaca que a CNC, as Federações do Comércio de todos os estados e do Distrito Federal, o Sesc e o Senac promoverão, entre os dias 11 e 17 de maio, a Semana S do Comércio. O maior evento — integrado — do Sistema Comércio brasileiro levará lazer, cultura, entretenimento, conhecimento e cidadania à população, além de palestras para incentivar o desenvolvimento e a inovação do setor terciário nacional.

A Semana S do Comércio, que celebrará também os 80 anos da CNC, proporcionará uma jornada de oportunidades, com centenas de atividades diárias.