O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Esse avanço recuperou as perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia. Já o PIB per capita alcançou R$ 40.688 no ano passado, um avanço de 3,9% em relação ao ano anterior. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo IBGE.

O crescimento da economia foi puxado pelas altas nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos representam 90% do PIB do país. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,2% no ano passado. “Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). O transporte de passageiros subiu bastante, principalmente, no fim do ano, com o retorno das pessoas às viagens. A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais”, explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Outras atividades de serviços (7,6%) também tiveram alta no período. “São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço”, acrescenta Rebeca. Cresceram ainda o comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que, após cair 6,3% em 2020, subiu 9,7% em 2021. Tal expansão foi corroborada pelo aumento da ocupação na atividade. As indústrias de transformação (4,5%), com maior peso no setor, também cresceram, influenciadas, principalmente, pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva. As indústrias extrativas avançaram 3,0% devido à alta na extração de minério de ferro. A única atividade que não cresceu foi eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que teve variação negativa de 0,1%, o que indica estabilidade. “A crise hídrica afetou negativamente o desempenho da atividade em 2021”, explica Rebeca Palis.

Estiagem e geadas prejudicaram o resultado da agropecuária
Já a agropecuária, que havia crescido em 2020, recuou 0,2% em 2021, em decorrência da estiagem prolongada e de geadas. “Apesar do crescimento anual da produção de soja (11%), culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana-de-açúcar (-10,1%), o milho (-15%) e o café (-21,1%). O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite”, detalha Palis.

Ao contrário do que aconteceu em 2020, todos os componentes da demanda avançaram em 2021, contribuindo positivamente para o crescimento do PIB. O consumo das famílias avançou 3,6% e o do governo subiu 2%. No ano anterior, esses componentes haviam recuado 5,4% e 4,5%, respectivamente. “Houve uma recuperação da ocupação em 2021, mas a inflação alta afetou muito a capacidade de consumo das famílias. Os juros começaram a subir. Tivemos também os programas assistenciais do governo. Ou seja, fatores positivos e negativos impactaram o resultado do consumo das famílias no ano passado”, afirma Rebeca. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) avançaram 17,2%, favorecidos pela construção, que no ano anterior teve uma queda, e pela produção interna de bens de capital. A taxa de investimento subiu de 16,6% para 19,2% em um ano.

A balança de bens e serviços registrou alta de 12,4% nas importações e de 5,8% nas exportações. Em 2020, tinham recuado 9,8% e 1,8%, respectivamente. “Como a economia aqueceu, o país importou mais do que exportou, o que gerou esse déficit na balança de bens e serviços. Isso puxou o PIB um pouco para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia”, explica Palis. Entre os produtos da pauta de exportações, os destaques foram extração de petróleo e gás natural; metalurgia; veículos automotores; e produtos de metal. No caso dos serviços, as viagens subiram mais. Já entre as importações, os destaques positivos foram produtos químicos; máquinas e aparelhos elétricos; indústria automotiva e produtos de metal.

PIB cresce 0,5% no quarto trimestre
No quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 0,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano (-0,1%), registrando resultado positivo nessa comparação, depois da alta de 1,4% no primeiro trimestre e do recuo de 0,3% no segundo trimestre. Em valores correntes, isso corresponde a R$ 2,2 trilhões. Quando comparado ao quarto trimestre de 2020, o PIB teve alta de 1,6%.

“A agropecuária cresceu 5,8%, mas o fator determinante para o crescimento do PIB no quarto trimestre foram os serviços (0,5%), que têm peso maior na economia. Nos serviços, os destaques foram as mesmas atividades que cresceram no ano: informação e comunicação (3,4%), transporte, armazenagem e correio (2,6%), outras atividades de serviços (2,1%)”, destaca Rebeca. Também avançaram administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1%). Por outro lado, houve queda no comércio (-2,0%), seguida pela variação negativa nas atividades imobiliárias (-0,4%) e estabilidade nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,0%).

Já a indústria recuou com a queda nas indústrias de transformação (-2,5%), principalmente na atividade de bens de consumo duráveis. As indústrias extrativas (-2,4%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,2%) também recuaram. O único resultado positivo foi na construção (1,5%). A agropecuária cresceu porque acabou a safra do café e do milho, cujas estimativas eram negativas. Isso acabou puxando o resultado do trimestre para cima em relação ao anterior.

Pela ótica da despesa, houve crescimento no consumo das famílias (0,7%) e no consumo do governo (0,8%). Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) avançaram 0,4% no período. No que se refere ao setor externo, as exportações caíram 2,4%, enquanto as importações avançaram 0,5% em relação ao terceiro trimestre de 2021.

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/economia/pib-avanca-4-6-em-2021-e-supera-perdas-da-pandemia

O varejo brasileiro voltou ao azul nas inaugurações de lojas em 2021. Entre aberturas e fechamentos, o saldo foi positivo em 204,4 mil novos pontos de venda e o comércio  encerrou o ano com 2,4 milhões de estabelecimentos ativos, aponta um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), obtido com exclusividade pelo Estadão. A reação na abertura de lojas ocorreu apesar da deterioração das condições de consumo ao longo do ano, com a escalada dos juros, da inflação e o desemprego em alta.

A CNC mudou a base de dados do levantamento, que anteriormente era feito a partir de informações das empresas de comércio com vínculo empregatício que constavam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Com as alterações na pesquisa do Caged, o novo estudo passou a usar a base de dados dos CNPJs de empresas comerciais ativas no Ministério da Economia, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs). Como essa série atual de dados é curta, não é possível fazer comparações com anos anteriores.

Mesmo que as pesquisas de 2020 e 2021 não sejam comparáveis por causa das bases dados diferentes, o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo, Fabio Bentes, lembra que o levantamento anterior apontou que em 2020, o primeiro ano da pandemia, terminou com saldo de 28,3 mil lojas fechadas.

A virada que houve, de um saldo negativo de 28,3 mil lojas em 2020 para um saldo positivo de 204,4 mil abertas em 2021, não indica que o varejo esteja bombando. “Essa abertura de lojas tem muito do que chamamos de empreendedorismo de necessidade”, diz o economista. São pessoas que perderam o emprego por causa da pandemia, abriram uma pequena loja virtual ou física para tentar obter renda.

Essa também é a avaliação do diretor do Sindicato do Comércio Varejista de São Paulo (Sindilojas), Aldo Macri. Um levantamento feito na capital paulista na Junta Comercial revelou que 6,1 mil pequenas e médias empresas do comércio de artigos de vestuário foram abertas em 2021. “Até fiquei surpreso com o resultado”, afirma. Macri acredita que a abertura de novas lojas físicas e virtuais no setor de vestuário tenha ocorrido por necessidade de pessoas que ficaram desempregadas.

Um resultado da pesquisa da CNC que confirma essa análise é que a maioria do saldo das empresas abertas são de micro e de pequeno porte. E nesse grupo estão as lojas online. Juntas, essas companhias responderam por 92% do total do saldo de aberturas.

César Guimarães, diretor da MMP, fabricante há 26 anos de materiais pedagógicos de matemática, como ábacos, por exemplo, conta que a empresa abriu uma loja online e ingressou num marketplace. Com a eclosão da pandemia e o fechamento das escolas, que eram seus clientes tradicionais atendidos por telefone, o faturamento da companhia de pequeno porte foi a zero. “Fiquei sem clientes: não tinha ninguém do outro lado da linha para dizer’ alô “, lembra.

A saída encontrada pelo empresário foi vender os materiais didáticos no varejo online para os pais de alunos que estavam com as crianças em casa. A loja online abriu um novo mercado para a companhia, que passou a comercializar produtos em pequenas quantidades e para todo o País. Com a reabertura das atividades, Guimarães não pretende abandonar a loja online que trouxe um faturamento extra para a empresa. “No mês que vem, pretendo colocar um colaborador para atender exclusivamente a loja online.”

Tendência

Além do “empreendedorismo de necessidade” e da abertura de lojas online, a retomada das atividades presenciais com o avanço da vacinação contra Covid-19 impulsionou as vendas no varejo e o saldo positivo de abertura de novas lojas ao longo de 2021, observa Bentes.

No ano passado, o volume de vendas do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, cresceu 4,5%, em relação ao ano anterior, descontada a inflação, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o maior avanço anual desde 2018 e ocorreu após a queda de 1,4% registrada em 2020.

Diante do cenário macroeconômico mais complicado para 2022, com inflação e desemprego e juros em níveis elevados, a perspectiva é de que tanto a aceleração das vendas no varejo como do saldo positivo de abertura de lojas percam fôlego. A CNC , por exemplo, projeta para este ano crescimento de menos de 1% para as vendas no varejo. “Pode até ser positivo, mas não será um movimento significativo como o registrado em 2021”, diz Bentes.

Essa desaceleração do varejo que houve no último trimestre do ano passado já teve reflexos no saldo trimestral de abertura de lojas. O estudo aponta que do terceiro para o quatro trimestre o saldo positivo de abertura de lojas recuou em cerca de 7 mil pontos de venda: de 57,67 mil no terceiro trimestre para 50,18 mil no quarto trimestre.

“Acredito que essa tendência deve continuar neste ano e que não haverá consumo para sustentar esse ritmo de crescimento do varejo”, prevê Bentes. Macri, do Sindilojas, também diz que tem dúvidas sobre a sustentabilidade dessa tendência, diante da perspectiva de baixo crescimento do País. “Tem o medo de uma nova onda de pandemia, da guerra, a estamos calejados. Quando os lojistas falam em abrir loja, digo para eles investirem em estoque, porque não se sabe o dia de amanhã.”

Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,abertura-de-lojas-apos-pandemia-surpreende-e-tem-saldo-positivo-em-2021,70004000206#:~:text=Além%20do%20“empreendedorismo%20de%20necessidade,longo%20de%202021%2C%20observa%20Bentes.

O varejo paranaense encerrou 2021 com alta de 7,87%. Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), que traz um balanço do comércio no ano passado e evidencia a continuidade da recuperação da economia, principalmente nos setores de calçados e vestuário e tecidos, que tanto sofreram no decorrer da pandemia. Estes foram os setores com maior crescimento nas vendas: calçados, com aumento de 17,81%; vestuário e tecidos, com 15,77%, além de óticas, cine-foto-som (15,90%), materiais de construção (15,65%) e autopeças (14,99%).

Por outro lado, os setores com desempenho negativo no acumulado do ano foram livrarias e papelarias (-5,35%) e lojas de departamentos (-6,90%).

O resultado do varejo em 2021 foi o melhor desde 2013. Em 2020, o comércio paranaense finalizou em queda de 4,57%. Em 2019 registrou elevação de 3,24% e em 2018, com aumento de 6,12%.

O Natal foi um dos grandes estímulos para as vendas, que foram 13,3% superiores a novembro na maioria dos setores, sobretudo calçados (93,49%) e vestuário e tecidos (90,44%), que comercializam os presentes mais tradicionais dessa época do ano.

Na comparação com dezembro de 2020, houve elevação de 1,28%, especialmente nos ramos de combustíveis (21,4%); vestuário e tecidos (17,07%); autopeças (15,89%) e calçados (14,75%).

VENDAS REGIONAIS

O varejo de Londrina teve o melhor desempenho do estado, com alta de 17,2% no acumulado de 2021. Na região, os destaques foram as lojas de materiais de construção (31,37%), óticas, cine-foto-som (25,21%) e calçados (23,59%).

Curitiba e Região Metropolitana registraram aumento de 7,02%, seguida pelo Sudoeste (6,62%), Maringá (5,41%), Ponta Grossa (4,43%) e Oeste (2,84%).

ABERTURA DE ESTABELECIMENTOS

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o Paraná foi o terceiro estado com maior número de lojas abertas em 2021, com 15,16 mil novas empresas. Junto de São Paulo (55,69 mil), Minas Gerais (18,38 mil) e Rio de Janeiro (14,10 mil), os quatro estados concentraram mais da metade dos novos estabelecimentos comerciais no ano passado. Ao todo, o comércio varejista brasileiro encerrou 2021 com 2.407.821 empresas ativas, revelando, portanto, um saldo positivo de 204,4 mil registros em relação ao final de 2020.

Fonte: https://www.fecomerciopr.com.br/sala-de-imprensa/noticia/varejo2021/

Nesta quinta-feira (10) foi publicado o novo decreto municipal que mantém a bandeira amarela, porém com regras mais flexíveis: com a melhora nos indicadores da pandemia da covid-19, deixa de ser obrigatória a taxa de ocupação máxima de 70% nos estabelecimentos.

A decisão foi tomada pelo Comitê de Técnica e Ética Médica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), após análise dos indicadores da pandemia (semana 3 a 9 de março). O novo decreto tem vigência até o dia 17 de março.

Máscaras

O novo decreto não traz alteração em relação às demais regras anteriormente vigentes. Assim, todos os estabelecimentos devem continuar cumprindo o Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social de Curitiba e as orientações e normas da SMS e das demais secretarias e entidades competentes em relação à prevenção à Covid-19.

Permanece também obrigatório o uso de máscaras, seguindo o determinado em lei estadual. De acordo com o Comitê de Técnica e Ética Médica de Curitiba, não faz sentido suspender o uso apenas na capital, considerando a conurbação com municípios da região metropolitana.

Nesta quarta-feira (09), durante coletiva de imprensa, o governador Ratinho Jr afirmou que encaminhará à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nos próximos dias, um projeto para alterar a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços abertos no estado.

A secretária municipal da saúde, Márcia Huçulak, comentou que, seguindo o determinado pelo Comitê, Curitiba vai aguardar a tramitação do projeto e seguirá o que for definido para todo o Paraná. “As pessoas circulam entre as cidades, então essa ação acontecerá de forma conjunta”, disse.

Cenário epidemiológico

Após a análise dos dados, a pontuação da bandeira em Curitiba ficou em 1,63, o que indica melhora com relação à análise anterior, quando estava em 1,8.

Segundo dados desta quinta-feira (10/3) do Painel Covid de Curitiba, a média móvel do número de casos ativos teve queda de 60% na última semana em relação há 14 dias. A média móvel do número de casos por data de divulgação caiu 51,6% no mesmo período, enquanto a média móvel do número de óbitos teve redução de 15,9%.  O número de resultados positivos nos testes para a Covid-19 também apresenta redução. Depois de bater recorde de 51,8% no mês de janeiro, caiu para 40,6% em fevereiro e neste mês está em 18,4%.

Já a taxa de retransmissão do novo coronavírus, que mostra o potencial de contágio de uma pessoa contaminada para outra, marcou no dia 3 de março o menor índice desde o início da pandemia: 0,55. Até então, o menor índice havia sido registrado em 16 de abril de 2020, com 0,58. “Existe uma desaceleração importante, que está combinada com a redução da positividade dos testes e do número de atendimentos”, afirma o coordenador do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SMS, o epidemiologista Diego Spinoza.

Segundo ele, porém, uma menor procura por atendimentos durante o Carnaval pode ter contribuído também na queda da taxa R(t). “Na próxima semana, poderemos analisar melhor a taxa de retransmissão, sem essa influência relacionada ao Carnaval”, explica.

A capacidade de resposta do sistema hospitalar também vem apresentando resultado positivo. A taxa de internamento em UTIs exclusivas para Síndrome Respiratória Aguda Grave fechou nesta quinta-feira (10/3) em 33% e a ocupação internamentos clínicos ficou em 47%. 

Veja como permanecem as principais atividades

– Fica suspenso o consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas, salvo em feiras livres e de artesanato.

– Fica obrigatório o uso de máscara facial para todos os cidadãos que estiverem fora de sua residência.

– Todos os estabelecimentos deverão cumprir o Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social de Curitiba e as orientações, protocolos e normas da Secretaria Municipal da Saúde, disponíveis na página www.saude.curitiba.pr.gov.br, e das demais Secretarias e entidades competentes, no que se refere à prevenção da contaminação e propagação do novo Coronavírus.

–  As instituições de ensino públicas e privadas deverão observar a Resolução n.º 860, de 23 de setembro de 2021, da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, que dispõe sobre as medidas de prevenção, monitoramento e controle da covid-19 nas instituições de ensino públicas e privadas do Estado do Paraná, inclusive no tocante à capacidade máxima de ocupação, com as alterações da Resolução SESA n.º 977, de 28 de outubro de 2021.

O Congresso Nacional decidiu nesta quinta-feira (10) derrubar o veto integral (VET 8/2022) ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 46/2021. Esse projeto institui um programa de renegociação de dívidas para pequenas e microempresas. No Senado, foram 65 votos a 2 pela derrubada do veto. Na Câmara dos Deputados, foram 430 votos pela derrubada do veto e apenas 11 votos pela sua manutenção, além de uma abstenção.

A renegociação prevista no projeto será feita por meio do Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do Simples Nacional (Relp). De autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC), o projeto havia sido aprovado no Senado em 5 de agosto do ano passado, na forma do substitutivo do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e em 16 de dezembro pela Câmara dos Deputados.

Jorginho Mello anunciou em Plenário um acordo com o governo federal para a derrubada do veto. Ele disse que o governo reconhece a importância do Relp como forma de estimular o crescimento econômico do país. Segundo o senador, a derrubada do veto pode beneficiar cerca de 650 mil pequenos negócios.

— É para os que sofreram na pandemia que nós trabalhamos. [A derrubada do veto] é uma forma de ajudar os pequenos empresários a gerar emprego e crescimento para o Brasil — afirmou ele.

O programa concede descontos sobre juros, multas e encargos proporcionalmente à queda de faturamento no período de março a dezembro de 2020, em comparação com o período de março a dezembro de 2019. Empresas inativas no período também podem participar. 

Razões do veto

Na mensagem de veto (agora derrubado pelo Congresso), a Presidência da República havia alegado a constatação de vício de inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, pois, segundo o governo, o benefício fiscal implicaria renúncia de receita. Haviam sido consultados o Ministério da Economia e a Advocacia-Geral da União.

Fonte: Agência Senado

No último ano, a deterioração das condições de consumo impactou mais o comércio negativamente do que a covid-19. É o que aponta a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de dezembro de 2021, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números indicam que, mesmo repassando apenas menos da metade da inflação ao consumidor final, o setor não conseguiu apresentar crescimento superior a 2% (1,4%) pela sexta vez em sete anos.

Segundo o estudo da CNC, em 2020, a crise sanitária ditou predominantemente o ritmo das vendas, levando o varejo a registrar um aumento anual de 1,2%. Já em 2021, a aceleração dos preços justificou o fraco desempenho do segmento de 1,4%. Em dezembro de 2020, a taxa de inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava em 4,52%. Um ano depois, pressionada não somente pelas tarifas, mas também disseminada pelo índice, acelerou para 10,06%.

O presidente da entidade, José Roberto Tadros, avalia que o desemprego elevado e as taxas de juros em aceleração certamente contribuíram para o resultado de 2021; no entanto, o declínio das condições de consumo teve o maior impacto nas vendas, mesmo com o avanço econômico de 4,5% após queda de 3,9% em 2020. “A inflação reduziu o poder de compra e esfriou a demanda por produtos ao longo do ano. Além disso, incapazes de reter os reajustes do atacado, os varejistas se viram obrigados a repassar parcialmente a alta de custos aos consumidores finais.”

Na média, o varejo absorveu mais da metade da alta recebida do atacado (+27,6%), repassando apenas 12,2% aos compradores. Excetuando o comércio automotivo, cujos preços no varejo (+17,1%) subiram ligeiramente acima do atacado (+16,6%), os demais segmentos foram obrigados a sacrificar margens ao longo de 2021, com percentuais de retenção de repasses que chegaram a 68%, no caso do comércio de materiais de construção (+58,1% no atacado e +18,7% no varejo).

Entre altos e baixos

De acordo com a PMC, em dezembro de 2021, o volume de vendas do comércio varejista caiu 0,1% em relação ao mês anterior. Já na comparação com dezembro de 2020, a queda foi de 2,9%, a quinta retração consecutiva nesta base comparativa. E, enquanto em 2020, 18 das 27 unidades da Federação registraram aumento real das vendas, no ano passado, apenas 13 apresentaram expansão. Destacaram-se positivamente os Estados do Piauí (+9,8%), Pará (+7,1%) e Amapá (+8,5%).

Subsetorialmente, as maiores taxas positivas ocorreram nos segmentos automotivo (+14,9%); de tecidos, vestuário e calçados (+13,8%); e de artigos de uso pessoal e doméstico (+12,7%). Entretanto, nos três casos, as vendas mensais continuaram situadas abaixo do nível verificado antes do início da pandemia (-6,9%, -4,6% e-2,0%, respectivamente). O destaque negativo ficou por conta do varejo de alimentos (-2,3% ante 2020 e apenas 1,0% acima do registrado em fevereiro do ano anterior).

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que, apesar de ter sido severamente castigado pela crise sanitária em 2020, o comércio conseguiu crescer pelo quinto ano seguido e se aproximar da normalização operacional ao longo de 2021. “Esse cenário se traduziu no quase restabelecimento da circulação de consumidores ao nível pré-pandemia. Embora o ano tenha se iniciado sob a sombra da segunda onda da crise de contaminações pelo novo coronavírus, a desaceleração do número de casos graves da doença, decorrente do avanço na vacinação, viabilizou o aumento da circulação dos consumidores nos meses subsequentes”, observa.

Segundo levantamento feito pela CNC, com base em dados do Google Mobility, a circulação de consumidores, que havia recuado 23% nos três primeiros meses do ano, cresceu 67% até dezembro, apesar da influência do avanço da variante Ômicron no último mês de 2021. Em dezembro de 2020, o fluxo de consumidores nas lojas estava 29% abaixo do normal e, um ano depois, 9% aquém do período pré-pandemia.

Segundo Bentes, a tendência para 2022 é que o setor sofra menos com os efeitos decorrentes da crise sanitária e da inflação. “Apesar desses alívios, a expectativa de um crescimento econômico inferior a 0,5% neste ano e a incerteza inerente a 2022 deverão limitar a retomada do mercado de trabalho, a principal fonte de recursos para consumo”, estima. Diante deste cenário, sem alterações significativas desde a sua última projeção, a CNC manteve a expectativa de alta de 0,9% nas vendas deste ano.

Fonte: https://www.fenacor.org.br/noticias/cnc-inflacao-alta-impediu-aceleracao-das-vend

A Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR) relativa ao mês de novembro de 2021 mostra que o varejo teve crescimento de 1,33% em relação a outubro. O bom desempenho foi movido pelas lojas de departamentos (17,13%), materiais de construção (10,58%), móveis, decorações e utilidades domésticas (7,42%), farmácias (6,70%) e vestuário e tecidos (6,16%), setores que se beneficiaram pela Black Friday.

Porém, as vendas nesta edição da data promocional ficaram aquém das registradas em 2020. Na comparação de novembro/2021 com novembro/2020 o faturamento dos estabelecimentos comerciais paranaenses teve redução de 1,75%, demonstrando que a Black Friday não foi suficiente para alavancar o varejo. As lojas de departamentos, que tradicionalmente aderem a essa campanha de descontos, registraram queda de 14,43% na comparação com novembro de 2020. Da mesma forma, as vendas de móveis, decorações e utilidades domésticas caíram 9,48%.

Mesmo assim, o comércio paranaense acumula alta de 8,23% de janeiro a novembro, consolidando a retomada dos negócios. Os ramos que mais se destacaram na parcial de 2021 foram calçados (19,50%), óticas, cine-foto-som (17,94%), materiais de construção (17,25%), autopeças (14,97%), vestuário e tecidos (14,60%) e farmácias (12,44%).

Análise regional

Somente Maringá e Ponta Grossa apresentaram resultados negativos em novembro, com quedas de 3,28% e 6,50%, respectivamente, em relação a outubro. O melhor desempenho foi registrado pela região Sudoeste, com elevação de 7,02%, seguida por Londrina (4,35%), Oeste (2,52%) e Curitiba e RM (1,03%).

No acumulado parcial de 2021 o saldo é positivo em todas as regiões: Londrina (19,88%), Curitiba e RM (6,76%), Sudoeste (6,13%), Maringá (5,05%), Oeste (3,83%) e Ponta Grossa (3,67%).

Fonte: https://www.fecomerciopr.com.br/sala-de-imprensa/noticia/pesquisa-conjuntural-nov2021/

O ano começou com expectativas positivas para o comércio, de acordo com a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de janeiro. O indicador apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alcançou neste mês o patamar de 76,2 pontos, o maior nível desde maio de 2020 (81,7 pontos). Apesar de ter permanecido abaixo do nível de satisfação de 100 pontos (o que acontece desde abril de 2015), com o ajuste sazonal, a série apresentou crescimento de 1,1%, após dois meses de retração, e elevação de 3,6%, na comparação com janeiro de 2021.

O principal destaque positivo foi o índice de emprego atual, que contou com aumento de 2,6%. O item sobre a perspectiva de consumo também mostrou expansão de 2,5%, a segunda consecutiva, além de alcançar o maior patamar desde abril de 2020 (81 pontos). Assim como o indicador de renda atual, que, apesar da alta inflação, atingiu o melhor nível desde junho de 2021, registrando 82,7 pontos, com crescimento de 0,5% este mês.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os dados indicam que, apesar das incertezas para este ano, os consumidores estão confiantes em um crescimento econômico. “Os números relativos à percepção do mercado de trabalho apontam que as pessoas se sentem um pouco mais seguras em relação à situação atual. E, apesar de ainda não representar a maior parte das famílias, a parcela que pretende aumentar seu consumo nos próximos meses alcançou o maior percentual desde abril de 2020, dando sinais favoráveis para o comércio neste início de ano”, avalia.

O indicador de acesso ao crédito apresentou a queda mais expressiva da pesquisa: 1% em relação ao mês anterior e 7,4% na comparação com janeiro de 2021. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, explica que a redução está relacionada ao encarecimento do crédito. “Isso é consequência do aumento dos juros, ocasionado pela alta inflacionária, que também reduz o poder de compra. Ambos os fatores representam maiores dificuldades para os consumidores”, detalha.

Em janeiro, o índice que mede o momento [de compra] para duráveis teve a quinta retração mensal seguida, de 0,8%, e uma queda de 5,7% na comparação anual. Entre os consumidores, 75% acreditam ser um momento negativo para compras desses tipos de produtos, percentual um pouco abaixo do 75,2% observados em dezembro de 2021.

Considerando a análise por grupos de renda, o nível de insatisfação das famílias com ganhos abaixo de dez salários mínimos mostrou crescimento mensal de 1,1% e anual de 1,7%. Já na faixa com renda superior a dez salários mínimos, as variações foram de 1% em relação ao mês anterior e de 10,5% na comparação com janeiro de 2021, revelando que as famílias com maior renda estão evoluindo mais favoravelmente em relação ao ano passado e sendo mais beneficiadas com a flexibilização do isolamento social.

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/economia/intencao-de-consumo-volta-a-subir-em-janeiro

O risco fiscal foi o principal determinante do desempenho da economia brasileira e dos preços dos ativos financeiros (câmbio, juros e bolsa) em 2021. Com as previsões de déficit primário de R$ 220 bilhões e a dívida em 100% do PIB no início do ano, os preços dos ativos financeiros mostraram forte queda no primeiro trimestre. Com desvalorização cambial e preços das commodities em alta, a inflação acelerou, forçando o Banco Central a aumentar a taxa de juros já em março e a adotar uma política monetária mais dura que o esperado.

O bom desempenho do PIB (crescimento de 1,3% t/t), e o surpreendente superávit primário do primeiro trimestre (R$ 51,6 bilhões) reverteu as expectativas e os preços dos ativos entraram em trajetória de elevação.

A mudança no teto do gasto gerou perda de credibilidade do regime fiscal e pressão negativa sobre os preços dos ativos. A economia entrou em desaceleração. O PIB recuou — 0,4% no segundo e — 0,1% no terceiro trimestre do ano.

A queda do número de casos e de óbitos, o fim das medidas de isolamento social e a mobilidade urbana, evitaram uma desaceleração mais acentuada. A demanda por serviços mostrou forte elevação. O mercado de trabalho reagiu e a taxa de desemprego caiu de 14,9% da força de trabalho no primeiro trimestre para 12,1% no trimestre encerrado em outubro. A maior queda da série histórica.

No cenário microeconômico, o governo conseguiu grandes vitórias. Reformas e novos marcos regulatórios foram aprovados. A autonomia do Banco Central, reformas do mercado de crédito e de capitais, o novo marco regulatório do mercado de câmbio. A aprovação do regime de autorização para a construção de ferrovias e o marco regulatório da cabotagem..

Concessões de 13 rodovias, 22 aeroportos, uma ferrovia, sete linhas de transmissão, sistemas de água e esgoto de várias regiões. Os leilões foram concorridos com o pagamento de ágios e investimento expressivos. O leilão do 5G na telefonia celular movimentou R$ 46,7 bilhões dos quais R$ 42 bilhões a serem investidos em infraestrutura.

O ano de 2021 foi negativo do ponto de vista macroeconômico, com o rompimento do teto do gasto e perda de credibilidade do regime fiscal, porém, do ponto de vista microeconômico, o ano foi positivo, com a volta dos investimentos privados à economia.

O que esperar para 2022?

O ano de 2022 será desafiador. Nossa projeção para 2022 é de baixo crescimento do PIB, diante da elevação da taxa de juros para combater o processo inflacionário. A mudança do teto do gasto gera desconfiança quanto à manutenção do processo de consolidação fiscal.

Projetamos desaceleração da inflação no ano diante do aumento da Selic para um terreno significativamente contracionista, visando ancorar as expectativas de inflação para o horizonte de 2023 em diante.

A importante exceção é o setor de serviços. A diminuição das medidas de restrição à mobilidade urbana e de isolamento social deverá manter a demanda por serviços em crescimento. Entretanto, o cenário para atividade é de crescimento fraco no quarto trimestre de 2021 e início de 2022 e o consumo das famílias deverá ser limitado pelo elevado endividamento.

Com a inflação em alta, o Brasil terá, provavelmente, a maior taxa de juros entre os emergentes. Projetamos que a Selic chegue a 11,75% ao final do primeiro trimestre de 2022. Esse elevado diferencial de juros deve ser um vetor para apreciação do real. Entretanto, avaliamos que será um ano com muita volatilidade e aumento dos prêmios de risco. Projetamos uma taxa de câmbio em R$ 5,70/US$ 1,00.

Do lado positivo, vemos sinais de crescimento da economia mundial, o que ajuda as exportações brasileiras, expectativa de boas safras, a existência de um elevado caixa nos Estados, que poderá gerar investimento, o Auxílio Brasil, e volta dos investimentos privados com os leilões de concessões e privatizações, são fatores de crescimento da economia.

O arrefecimento da pandemia deverá ser o principal driver de crescimento. A normalização de setores que ainda estão muito abaixo do nível pre-pandemia implicaria em um avanço de, aproximadamente, 3% do setor serviços. O comportamento da variante Ômicron será um importante fator de risco.

A inflação deverá desacelerar para 5,3% em 2022. Nossa projeção aponta para crescimento do PIB de 0,6% sustentado pelos avanços do setor de serviços, investimentos e agropecuária.

Fonte: https://exame.com/bussola/o-que-aprendemos-com-a-economia-em-2021-e-o-que-esperar-do-futuro/

O nível de endividamento médio das famílias brasileiras em 2021 foi o maior em 11 anos. É o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, o último ano apresentou recorde do total de endividados, registrando uma média de 70,9% das famílias brasileiras, enquanto dezembro alcançou o patamar máximo histórico para os meses consecutivos, 76,3% do total de famílias. A taxa de incremento de famílias com dívidas também foi a maior já observada, revelando que as famílias recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo.

Na comparação com 2020, das cinco regiões do País, apenas o Centro-Oeste apresentou queda do índice, 0,3 ponto percentual. O Norte registrou estabilidade, e o Sudeste se destacou com aumento de 5,9 p.p., seguido pelo Sul (+5,5 p.p.) e o Nordeste (+4,5 p.p.). Contudo, considerando o total de endividados, o Sul contou com o maior percentual, aproximando-se de 82%. Já na avaliação por faixa de renda, o endividamento médio das famílias com até 10 salários mínimos mensais aumentou 4,3 p.p., chegando a históricos 72,1% do total. Na faixa de renda superior, acima de 10 salários mínimos, o indicador aumentou ainda mais, 5,8 p.p., e fechou em 66,0%.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, entre as famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos, a demanda represada, em especial pelo consumo de serviços, fez o endividamento aumentar ainda mais expressivamente, em especial no cartão de crédito. “O processo de imunização da população possibilitou a flexibilização da pandemia, refletindo no aumento da circulação de pessoas nas áreas comerciais ao longo do ano, o que respondeu à retomada do consumo, principalmente de serviços”, observa.

Inadimplência teve queda

No caminho oposto dos indicadores de endividamento, no último ano, os números de inadimplência apresentaram queda. De acordo com a pesquisa, o percentual médio de famílias com contas e/ou dívidas em atraso diminuiu 0,3 p.p. na comparação com 2020, chegando a 25,2%. Após iniciar 2021 em patamar superior ao observado no fim do ano anterior, o percentual mensal teve redução até maio, mas passou a apresentar tendência de alta desde então, alcançando 26,2% em dezembro e ficando acima da média anual.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas e/ou dívidas em atraso e que, portanto, devem permanecer inadimplentes também contou com uma redução na comparação com 2020, 0,6 p.p., totalizando 10,5% dos lares no País. Os números indicam que essa parcela de consumidores apresentou movimentos diferentes ao longo do ano. Enquanto, no primeiro semestre, o indicador de inadimplência recorrente oscilou entre baixa e alta, a partir de julho passou a registrar tendência de queda, encerrando o ano em 10% do total de famílias, abaixo da média anual.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, avalia que os números indicam que, ainda que em condições financeiras mais acirradas, os consumidores conseguiram quitar os compromissos financeiros e evitaram incremento da inadimplência até o fim do terceiro trimestre. Nos últimos três meses do ano, no entanto, o indicador de contas em atraso acirrou-se, já indicando tendência de alta para o início de 2022. “Os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período”, estima.

Fonte: https://www.poder360.com.br/economia/brasil-encerrou-2021-com-recorde-de-endividados-diz-cnc/