de Gabrielly Mendes

 26 de julho de 2024

A taxação de compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 277), que começa a ser feita, a partir deste sábado, 27, pelas plataformas de comércio eletrônico Aliexpress, Shein e Shopee representa um novo capítulo da queda de braço entre o varejo nacional e internacional. No final de junho, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei que determinou a taxação de 20% de imposto de importação sobre as compras internacionais de até US$ 50 a partir do dia 1º de agosto. A taxa foi inserida no projeto de lei do Mover pelos deputados.

Para Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, a nova taxa beneficia o varejo nacional, mas não sobrepõe a competitividade dos produtos asiáticos. “Nossa tributação interna é muito alta, então a mercadoria brasileira se torna muito cara. Às vezes o produto já nasce com um imposto tão alto que já torna ele não competitivo. Enquanto isso, a maioria dos marketplaces asiáticos recebe subsídios fiscais nos países de origem que viabilizam custos muito baixos. Por isso é que mesmo sendo taxados, eles ainda são bastante competitivos.”

Procurada pela reportagem da Mercado&Consumo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) explica o novo cálculo: “Um produto que vem do exterior ao custo de R$ 100 passa a ter, inicialmente, um acréscimo de 20% de imposto de importação e passa a custar US$ 60 dólares para o consumidor final. Após essa majoração, ocorre a incidência de 17% do ICMS sobre os US$ 60, passando ao valor final de US$ 70,20 (ou R$ 381,89, considerando a cotação do dólar americano em 21 de junho de 2024).”

Hoje, considerando a isenção do imposto de 20%, a mesma compra seria de R$ 318,24, o que representa uma diferença de R$ 63,65. O novo imposto não vai incidir sobre remédios que forem importados por pessoas físicas, segundo o governo federal.

“Para quem tinha zero, o imposto de importação de 20% é um primeiro passo. Ajuda, mas não resolve. Se importarmos o mesmo produto do exemplo pela importação regular, regida pela Receita Federal, a carga tributária será em torno de 80% a 90%. O produto custará então R$ 190. Veja que ainda estamos na metade do caminho”, afirma Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais. 

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C. Na plataforma chinesa, é possível comprar roupas femininas a partir de R$ 3,89.

“O aumento vai gerar um impacto para o consumidor e vai provocar desistências de compras, afinal não vai ser mais aquele preço ultracompetitivo. Eu penso que ele vai olhar de forma crítica: se antes ele comprava uma blusa por R$ 20, agora ele vai pagar R$ 24, R$ 28. Às vezes, comparando com o mercado nacional, ele vai ver que outras blusas custam R$ 40, R$ 50, então ainda vai estar valendo a pena. Uma alíquota de 20% não é motivo para um recuo agudo”, Wajnsztok opina.

Apesar da sanção presidencial, Lula sinalizou ser contra o imposto. Em entrevista concedida à Rádio CBN no dia 18 de junho, o presidente disse achar equivocada a taxação. “Por que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai ao free shop e gasta US$ 1 mil? É uma questão de consideração com o povo mais humilde.”

Na época, Lula destacou que a sanção seria feita pela “unidade do Congresso e do governo, das pessoas que queriam”. “Mas eu, pessoalmente, acho equivocado a gente taxar as pessoas humildes que gastam US$ 50”, comentou.

O que é o Projeto Mover?

A cobrança de taxa para produtos que custam até US$ 50 comprados em sites internacionais foi incluída dentro do Projeto de Lei 914/24, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa.

O imposto é uma demanda do setor varejista nacional, que vê competição desleal com a isenção às empresas estrangeiras, uma vez que hoje são cobrados apenas 17% de ICMS sobre o e-commerce internacional.

Em agosto do ano passado, no âmbito do programa Remessa Conforme, o governo federal isentou do Imposto de Importação as compras internacionais de pessoas físicas abaixo de US$ 50, no caso de empresas que aderirem ao programa, uma espécie de plano de conformidade que regularizou as transações.

Após negociações, a aprovação do Imposto de Importação se deu em acordo entre o Congresso e o governo federal. A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro foi um “meio-termo” e substituiu a ideia inicial de aplicar uma cobrança de 60% sobre mercadorias que vêm do exterior e custam até US$ 50. O porcentual será de 60% para produtos mais caros, mas foi incluído também um desconto de US$ 20 nas compras acima de US$ 50 e de até US$ 3 mil.

 

 
NEGÓCIOS the News 26/0/2024
O único lugar em que uma Louis Vuitton está com 50% OFF
Como fala liquidação em mandarim? Grandes marcas de luxo estão fazendo descontos de até 50% nos seus principais produtos para tentarem reconquistar o público chinês.
O movimento é no mínimo raro para esse tipo de empresa. As palavras “desconto” e “promoção” não são associadas ao luxo — ao contrário de “caro” e “muito caro”. risos.
Isso acontece no momento em que a classe média chinesa, que antes comprava muito, agora está gastando cada vez menos e deixando as lojas com estoque acumulado.
·  A LVMH, maior grupo de luxo no mundo, viu as vendas na China caírem 6% no 1T e 14% no 2T;

·  Os negócios da Burberry no país despencaram 20% no último tri;

·  As ações da dona da Gucci chegaram ao patamar mais baixo em 7 anos depois da previsão de baixas nas vendas na China.

 Novos players na área: As restrições da pandemia geraram o timing perfeito para empresas de e-commerce conquistarem os consumidores no gigante asiático.
Enquanto o mercado fashion de vendas online deve movimentar mais de US$ 230 bilhões na China, as marcas de luxo devem ter um faturamento não muito maior do que US$ 55 bi.

26/07/2024 / site cnc

 

As empresas do setor de comércio no Brasil precisaram de 3 anos para retomar o nível de emprego pré-pandemia da covid-19. A constatação está na Pesquisa Anual de Comércio, divulgada nesta quinta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento traz dados de 2022, quando o comércio brasileiro empregou 10,3 milhões de pessoas. Esse número supera em 157,3 mil o contingente de 2019, último ano antes da pandemia surgir. O ponto máximo da série iniciada em 2007 é 10,6 milhões, em 2014.

“Estamos longe do valor da máxima histórica, mas houve crescimento, depois de 2020, em todos os anos, aumento do número de pessoas ocupadas”, avalia o pesquisador do IBGE Marcelo Miranda Freire Melo.

A pesquisa é feita com empresas de 22 setores de três grandes segmentos: comércio varejista, comércio por atacado e comércio de veículos, peças e motocicletas.

O instituto explica que a diferença entre varejo e atacado é o destino da venda. No varejo, a finalidade é o uso pessoal e doméstico; enquanto no atacado, outras empresas e órgãos da administração pública.

O comércio varejista é o carro-chefe na ocupação de trabalhadores, com 7,6 milhões de empregos em 2022. O atacado responde por 1,9 milhão, o maior da série histórica, e o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas emprega 846,2 mil.

O segmento que mais emprega individualmente é o de hiper e supermercados, com 14,8% dos ocupados, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas.

Termômetro do PIB

A pesquisa identificou 1,4 milhão de empresas que operam em 1,6 milhão de endereços. Essas companhias tiveram receita líquida operacional de R$ 6,7 trilhões. Elas apresentaram um valor adicionado bruto de R$ 1,1 trilhão – esse montante representa o quanto contribuíram para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país).

A maior parte da receita (51%) foi gerada pelo comércio por atacado, seguido pelo comércio varejista (40,2%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (8,8%).

O IBGE considera que a atividade comercial é um importante termômetro da economia, pois “tende a repercutir os ciclos das atividades econômicas, particularmente as variações na renda das famílias e nas condições de oferta de crédito”.

Remuneração

As 10,3 milhões de pessoas que trabalhavam em empresas de comércio em 2022 receberam R$ 318 bilhões em salários e outras remunerações. O IBGE mede o salário médio do setor em salário mínimo. Em 2022, o indicador chegou a dois salários mínimos, um recorde da série histórica. Entre o início da série e 2021, havia variação entre 1,8 e 1,9 salários mínimos.

A explicação para o recorde foi o crescimento do salário médio pago no segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas, o único dos três grandes setores a ter aumento de 2021 para 2022. “Esse valor influencia o resultado do comércio como um todo”, assinala o pesquisador do IBGE.

O comércio por atacado apresentou o maior salário médio (2,9 salários mínimos) em 2022, seguido pelo comércio de motocicletas, peças e veículos (2,3) e pelo comércio varejista (1,7).

Comércio virtual

A pandemia da covid-19, que impôs restrições sanitárias em todo o país, como isolamento social e lockdowns, que provocaram mudanças profundas na atividade econômica, é refletida, conforme deixa explícito o estudo do IBGE, nos números do comércio virtual.

O instituto identificou um crescimento no número de negócios que adotaram o comércio pela internet, seja por sites, redes sociais, aplicativos ou WhatsApp. O número passou de 1,9 mil em 2019 para 3,4 mil em 2022, acréscimo de 79,2%.

O aumento aconteceu em todos os segmentos do varejo. A pesquisa revela ainda que em 2019, 4,7% das empresas de comércio varejista vendiam pela internet. Em 2022, o percentual alcançou 8%.    

Apesar de mais empresas aderirem ao comércio virtual, o IBGE constatou que houve um recuo no percentual da receita bruta do varejo na forma de comercialização pela internet no último ano investigado pela pesquisa. Em 2019, o patamar era de 5,3%, que chegou a 9,1% em 2021, antes de cair para 8,4% em 2022.

Segundo o pesquisador do IBGE Marcelo Melo, a queda do último ano não é um indicativo de que a comercialização pela internet, necessariamente, caiu.

“É um indicativo de que as pessoas voltaram também a comprar os produtos de forma presencial”, explica.

“Como a gente está lidando com valor percentual de participação, se esse percentual cai não significa que a atividade caiu propriamente dita”,observa. Na opinião de Melo, o comércio pela internet é “uma tendência que veio para ficar”.

Regiões

A ampla observação do IBGE sobre as empresas de comércio mostra que o Sudeste lidera o setor em receita bruta de revenda, número de unidades locais, pessoal ocupado e remunerações. Em seguida aparecem as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

O Sudeste representava 50,6% do pessoal ocupado em 2022 e 54,6% do total de salários e outras remunerações. Na outra ponta, o Norte era responsável por 3,5% das vagas e 3,2% do dinheiro recebido pelos trabalhadores.

O Sudeste era também a única região com salário médio acima da média nacional, de dois salários mínimos. As empresas de comércio da região pagavam 2,1 salários mínimos. No piso do ranking figurava o Nordeste, com média de 1,5 salário mínimo. O Sul registrou remuneração média de dois salários mínimos, acima do Centro-Oeste (1,9) e do Norte (1,8).

Estados

Ao fazer uma análise dos últimos dez anos, intervalo de tempo para, segundo o IBGE, identificar mudanças estruturais, duas Unidades da Federação (UF) experimentaram alterações de destaque no ranking de receita bruta de revenda.

O Rio de Janeiro deixou a terceira posição que ocupava em 2013 e aparece na sexta colocação em 2022, com 6,2% de participação, ante 8,4%. O motivo principal para essa queda foi a perda de relevância da atividade de comércio de veículos.

O pesquisador Marcelo Melo lembra que nos últimos anos o Rio de Janeiro sofreu uma crise econômica, o que pode ser uma explicação para a perda de participação. “Isso pode gerar impacto no comércio da região”, avalia.

No outro extremo, o Mato Grosso saltou do 11º para o sétimo lugar no mesmo período. O destaque no estado foi o comércio por atacado.

O pesquisador Marcelo Melo faz a ressalva de que a mudança de posição no ranking de participação não significa necessariamente que o comércio de uma UF está caindo, e o de outra está crescendo. “Isso é participação no total. Pode significar que um estado está crescendo em velocidade maior que outros”, explica. 

São Paulo (28,6% de participação), Minas Gerais (10%), Paraná (8,2%), Rio Grande do Sul (6,8%) e Santa Catarina (6,5%) lideraram a fila em 2022.

Fonte: Agência Brasil

de M&C Media Labs

 26 de julho de 2024

 

A Black Friday 2024 está cada dia mais próxima e é uma das datas mais importantes para o varejo no ano. Para a edição deste ano, 39% dos consumidores planejam ir às compras para aproveitar as ofertas. Os dados são da pesquisa Panorama do Consumo Black Friday 2024, produzida pela Globo, que é uma das 10 pesquisas exclusivas que serão apresentadas no Latam Retail Show, evento sobre varejo e consumo B2B realizado pela Gouvêa Experience, que acontece entre os dias 17 e 19 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo será media partner do evento.

Os dados da pesquisa apontam que, do total de consumidores que planejam realizar compras na data, 56% pertencem à classe AB, apresentando o maior índice entre as classes que participaram do estudo.

Também existem aqueles consumidores que podem realizar compras na Black Friday, mas não planejaram os gastos. Entre os motivos que podem levá-los a gastar na data estão:

  • Descontos acima de 50% (49% dos consumidores);
  • Frete grátis (38% dos consumidores);
  • Entrega rápida (21% dos consumidores); e
  • Pagamento flexível e facilitado (19% dos consumidores).

Com uma ampla gama de opções de ofertas, 81% dos consumidores consideram importante realizar uma pesquisa antes de comprar, a fim de encontrar os melhores preços. Quase metade do público começa as pesquisas, pelo menos, um mês antes ou mais, enquanto 17% não fazem essa busca antecipada pelas ofertas.

As pesquisas são feitas, principalmente, em sites de busca, seguidas por aplicativos das lojas e sites em que o consumidor já tem experiência em comprar. As lojas físicas são outra opção para pesquisar ofertas.

Ao serem questionados sobre os produtos favoritos, os mais citados foram:

  1. Smartphones;
  2. Roupas e acessórios;
  3. Eletrodomésticos;
  4. Calçados;
  5. Eletrônicos.

Formas de pagamento

Segundo o estudo, um dos motivos que levam os consumidores a comprar na Black Friday são os pagamentos facilitados e flexíveis. O cartão de crédito e o Pix são os preferidos, com 48% e 41% das preferências, respectivamente. O Pix apresentou um crescimento de 3% de 2023 para 2024, quando era a escolha de 38% dos consumidores.

Entre os motivos que levam os consumidores a escolherem o cartão de crédito, destaca-se a possibilidade de parcelamento (58%). Para o Pix, é o processo mais simples. No cartão de débito e dinheiro, que são 21% e 15% das escolhas, respectivamente, o principal motivo é o cashback (28% e 25%, respectivamente).

MERCADO & CONSUMO 18/07/2024

 A Centauro (moda e esporte), Vestcasa (artigos para o lar), Assaí (atacado), Boticário (cosméticos e perfumes), Ri Happy (brinquedos) e Magazine Luiza (eletrônicos e eletrodomésticos) são algumas das varejistas mais admiradas pelos consumidores, segundo o ranking do Ibevar – FIA Business School, que analisou 120 empresas do varejo nacional, que representam quase 30% do consumo de bens no País.

Neste ano, o ranking foi ampliado e passou a considerar operações de serviços: asseguradoras, bancos, cafés, fintechs, hotelarias, restaurantes e viagens, e bens de consumo: suplementos e luxo.

Segundo o ranking, o McDonald’s é a marca mais admirada de fast-food; a Oxxo, de conveniência; a Havan, de departamento; e a Cacau Show, de chocolateria. A Prada é a marca de luxo preferida entre os consumidores.

 

O ranking é construído com base em modelagem sustentada por algoritmos de Inteligência Artificial (IA) e Natural Language Processing (NLP), recursos que permitem levantar e processar manifestações espontâneas dos consumidores sobre as operações de varejo.

“O ranking Ibevar-FIA utiliza recursos sofisticados para análise e identificação das menções dos usuários sobre as marcas, assim como para chegar à lista das mais admiradas”, afirma Claudio Felisoni de Angelo, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School.

Confira o ranking completo no gráfico abaixo:

 

 

 

Deu na mídia –  site CNC  19.7.24

Valor Econômico informa que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 0,2% em julho ante junho, para 101,5 pontos, segundo a CNC.

De acordo com a entidade, esse é primeiro resultado negativo desde o começo do ano da ICF. Na comparação com julho de 2023, no entanto, houve aumento de 2,3% no indicador, em julho desse ano. No entanto, essa expansão, na comparação com igual período de ano anterior, foi menor taxa desde junho de 2021.

  • 23/07/2024

O Projeto de Decreto Legislativo 169/24 suspende a aplicação do Decreto 11.795/23 e da portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (3.714/23) que regulamentam a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres (14.611/23).

Apresentado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP), o texto está em análise na Câmara dos Deputados.

Para a parlamentar, o decreto e a portaria impõem obrigações ao empregador não previstas pela lei. Entre essas obrigatoriedades, ela cita a exigência de publicar, nos sites das empresas ou em suas redes sociais, o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios produzido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Essa obrigação, critica Adriana Ventura, não está na Lei 14.611/23, foi criada pelo decreto e reproduzida pela portaria.

“Ademais, a obrigação é imposta em caráter imediato, sem oferecer às empresas qualquer prazo para adaptação ou correção de eventual desequilíbrio, ou mesmo para sistematizar o processo de levantamento, organização e transmissão de tais informações”, completa.

Anonimato em risco
A deputada alerta ainda que a publicação do relatório no site da empresa pode violar o anonimato dos trabalhadores.

“Uma empresa com 100 funcionários, delimitando as remunerações por cargo, se torna extremamente factível a identificação dos funcionários e a comparação de remuneração entre trabalhadores que eventualmente percebam salários diferentes por motivos de performance, experiência ou tempo de casa”, afirma Adriana Ventura. “Isso pode causar insatisfação e criar um clima organizacional de rivalidade e hostilidade dentro das empresas”, acrescenta.

Tramitação
A proposta será analisada pelas comissões de Trabalho; de Defesa dos Direitos da Mulher; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votada pelo Plenário. Para virar lei, a proposta também precisa ser analisada pelo Senado.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

MAIS:

  • Valor Econômico relata que a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Sindimaq) conseguiram liminares que desobrigam empregadores com cem funcionários ou mais de publicar o relatório de transparência e igualdade salarial entre homens e mulheres.
    A decisão que atende a pedido da Fiemg, em caráter liminar, 
    é aplicável a todas as empresas do país.

Em nova campanha, o grupo convida consumidores a refletir sobre o conceito de paternidade – e questiona por que cinco dias de licença paternidade é muito pouco

Letícia Furlan

Repórter Publicado em 17 de julho de 2024 exame

Neste Dia dos PaisO Boticário busca promover uma reflexão sobre o conceito de paternidade através de sua campanha publicitária. A marca faz isso destacando a licença parental universal como pilar fundamental para uma sociedade mais inclusiva. A campanha busca reduzir a diferença de tempo entre licenças maternidade e paternidade, propondo uma licença universal para pais e mães.

Atualmente, os homens têm cinco dias de licença após o nascimento de um filho – as mulheres, por sua vez, têm uma licença mais de 20 vezes maior, de 120 dias.

Para isso, O Boticário vai ampliar o significado da palavra “pai” nos dicionários. De apenas “genitor”, ele passa a ser “pessoa que cuida e oferece amor, apoio emocional e orientação no desenvolvimento pessoal dos seus filhos” nos sites Dicio, Sinônimos e Significados. O movimento busca que outros sites de busca e dicionários também apliem o significado da palavra, que reforça a importância dos 120 dias de licença.

Desde 2021 o grupo oferece a Licença Parental Universal a seus colaboradores, e a ideia é que a reflexão extrapole o quadro de funcionários do Grupo O Boticário e alcance também consumidores e parceiros.

“Foi a partir de muita escuta ativa que decidimos ampliar essas histórias de transformação para uma narrativa de impacto social em nossas campanhas de Dia dos Pais. O ponto de partida foi em 2023, mas um ano depois, seguimos vendo essa como uma discussão propositiva e necessária para construção de uma sociedade mais equânime”, explica Marcela de Masi, diretora de Branding e Comunicação do grupo.

Para amplificar o alcance da mensagem, a marca lança no dia 24 de julho o filme conceito, criado pela agência AlmapBBDO. Nele, um dado da pesquisa Datafolha realizada em março de 2024 é evidenciado: para 69% dos brasileiros, as mulheres devem ser as principais responsáveis por cuidar de filhos recém-nascidos.

Por meio do filme que será veiculado em diversos canais e plataformas digitais, a marca convida a sociedade a refletir sobre a licença parental universal.

“O Boticário segue abordando esse tema, pois ainda é necessário continuar chamando a atenção das empresas e da sociedade. No entanto, este ano mudamos a abordagem. Enquanto no ano passado discutimos como cinco dias é pouco tempo, agora queremos provocar uma reflexão sobre a mensagem que uma licença de apenas cinco dias, comparada à de 120 dias das mães, passa para a sociedade e, principalmente, para os pais”, comenta Fernando Duarte, diretor executivo de criação da AlmapBBDO.

Com projeto totalmente novo e exclusivo, a Arena Neon Fun conta com quatro andares e traz novidades como tirolesa, parede de escalada, cama elástica suspensa, pontes panorâmicas a 10 metros de altura e escorregadores em espiral.

O parque gigante, localizado na praça central, tem 650 metros quadrados e comporta até 200 pessoas simultaneamente. Além das novas atrações, a Neon Fun conta com trampolins de diversos formatos, piscina de bloco de espumas, tobogãs, gangorra de bola e um circuito incrível nas alturas – tudo em cores vibrantes que proporcionam alegria e muita diversão, além de uma mega painel de led que dá vida e movimento ao parque.

Foram seis meses para produzir a nova versão da Arena, com mais de 1.500 metros cúbicos de cenário, 25 toneladas de estruturas, 80.000 leds, milhares de blocos de espumas e molas e 200 metros quadrados de camas elásticas.

 

Rebeca Ribeiro

03/Jul/2024 Diario do Comercio

As mudanças nos hábitos dos consumidores obrigaram os shoppings a se adaptarem, deixando de ser apenas centros de compras para se transformarem em espaço de convivência, segundo Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce)

Hoje, no shopping é possível fazer academia, frequentar igreja, resolver problemas no Poupatempo, cortar cabelo, ir ao mercado e, claro, visitar as lojas preferidas.

A ascensão do e-commerce tem acelerado essa mudança, o que leva a um questionamento: O shopping vai se dedicar cada vez mais ao lazer ou ainda haverá espaço para as compras?

Humai explica como está o cenário para o setor em entrevista ao Diário do Comércio. Confira:

Diário do Comércio – Com o avanço do e-commerce, as pessoas ainda compram nos shoppings?

Glauco Humai – O ano de 2023 teve o maior volume de vendas da história dos shopping centers, R$ 194 bilhões, o melhor resultado da história do setor. Isso é a prova de que as pessoas continuam comprando nos shoppings. Ainda mais com a integração do físico com o digital, que permite ao cliente comprar no shopping e receber em casa, ou comprar on-line e retirar o produto no shopping, ou ainda comprar em um shopping e retirar em outro. Então, continua sendo muito relevante para as pessoas realizarem compras e otimizarem o tempo.

Qual é o perfil atual da loja de shopping?

O shopping tem um mix muito variado. Existem shoppings que têm um perfil mais voltado para roupas, outros para móveis, mais múltiplos, para pessoas mais jovens ou um perfil mais conservador com a idade. Nos 639 shoppings existentes no Brasil, você encontra perfis diferentes, mas o shopping pode abrigar qualquer tipo de loja, seja uma grande rede, uma franquia que deseja expandir seu negócio ou um lojista pequeno que deseja entrar no empreendimento através de quiosque. O shopping é muito democrático neste sentido, pode abrigar diferentes categorias e formatos de lojas para se adequar ao público.

Existe um segmento que funciona melhor em shopping?

Nos últimos anos os shoppings tiveram bons resultados em todos os segmentos, mas eu destacaria perfumaria, telefonia e joalheria. Não que sejam os melhores, mas são segmentos que performam muito bem há bastante tempo.

A Abrasce divulgou uma pesquisa que mostra que 79% das marcas operam apenas uma loja dentro do shopping. O cenário está mais favorável ao pequeno empreendedor?

O cenário não mudou, mas o shopping é um ambiente mais seguro e controlado para o empreendedor. Ir para o shopping, ou abrir uma loja na rua, depende da visão estratégica do empreendedor. Na rua, o empreendedor corre um risco maior em relação à segurança, chuva, falta de energia… pode aparecer uma obra na frente da loja impedindo o consumidor de estacionar. No shopping, o custo de operação é maior, porém, ele não tem nenhum desses riscos, funciona de domingo a domingo, tem estacionamento, segurança, o fluxo de pessoas é constante. É uma escolha. Com a criação de modelos de lojas menores, como pop-ups e quiosques, foi possível a entrada de pequenos lojistas que viram o shopping como uma solução para seus problemas. Nos últimos anos aumentou a presença desses lojistas, e essa é a essência do nosso negócio: 75% do mix dos shoppings é composto por pequenos negócios.

Como está a relação dos shoppings com os lojistas? 

É uma relação saudável. Desde a pandemia, quando o shopping abriu mão de cobrar aluguel para o lojista, a relação melhorou ainda mais, o lojista percebeu que somos parceiros de negócio. Se não fosse uma relação saudável, não iríamos crescer mais que o PIB e que outros setores. E a quantidade de lojistas só aumenta. Há cinco anos tínhamos menos de 100 mil, agora temos 120 mil.

Por que os shoppings antigos estão muito movimentados e os novos perderam público?

A vacância média dos shoppings está saudável, em 5,2%, a mais baixa dos últimos anos. Mas há alguns com vacância menor, outros com maior. Entendemos que existe um processo de maturação nos shoppings. Quando é inaugurado, ele leva algum tempo para adequar o seu portfólio, mix, consumidor, logística. Então, demora alguns anos para amadurecer, por isso geralmente há uma vacância maior entre os novos. Além disso, há uma mudança geracional e paradigmática na sociedade, com o trabalho remoto, diferenças de locomoção, entre outras. Shoppings que eram voltados ao corporativo estão se adequando a esse novo cenário, pois a dinâmica mudou, trazendo assim mais serviços para aumentar esse movimento. É um momento de transição natural, que estamos enfrentando há algum tempo. Porém, não é um fator negativo.

O shopping ainda é um bom lugar para se fazer compras?

O shopping é o melhor lugar para se fazer compras. No entanto, ele vai muito além de compras. O shopping passa por uma transformação que se intensificou com a pandemia, uma evolução no mix para abrigar outras atividades e serviços. Hoje o shopping é muito mais um centro de conveniência do que de compras, onde é possível tirar passaporte, levar as roupas à lavanderia, ir aos correios, etc. O consumidor tem acesso a tudo o que precisa em um lugar centralizado. E ainda é o melhor lugar para se fazer compras porque geralmente está conectado a alguma mobilidade, tem fácil acesso a transporte público, estacionamento, segurança, funcionários para auxiliar e é possível encontrar uma variedade de produtos sem precisar se locomover muito.