REDAÇÃO AMANHA 07/02/2024
Sete das onze atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado fecharam o ano no campo positivo
As vendas do comércio varejista no país recuaram 1,3% na passagem de novembro para dezembro. É o segundo resultado efetivamente negativo para 2023, fora da faixa de variação entre -0,1% e -0,5%, e o de maior amplitude. Apesar disso, o varejo encerrou o ano no campo positivo, acumulando 1,7%, resultado superior a 2022 (1,0%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (7) pelo IBGE. “No ano anterior, o resultado havia sido de 1,0% de crescimento, portanto, em 2023, observamos um resultado maior que em 2022, mantendo a tendência de 6 anos consecutivos de crescimento. Também setorialmente, falando em varejo ampliado, observamos uma disseminação de resultados positivos, com apenas 4 das 11 categorias no campo negativo”, avalia o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Sete das onze atividades pesquisadas no âmbito do varejo ampliado fecharam o ano no campo positivo. Foram elas: veículos e motos, partes e peças (8,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,7%), combustíveis e lubrificantes (3,9%), e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,7%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,0%), móveis e eletrodomésticos (1,0%) e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,0%). “O crescimento em veículos e motos, partes e peças representa uma retomada do setor, que passou um tempo com poucas receitas, principalmente depois da pandemia. O setor observou uma queda muito grande e uma recuperação muito lenta após vários fechamentos nos anos anteriores. O resultado de 2023 representa uma retomada a uma certa normalidade”, destacou o gerente.
Pelo lado negativo, as quatro atividades que sofreram queda em 2023 foram outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,9%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (-4,5%) e material de construção (-1,9%). “Analisando as categorias que caíram mais, elas apresentam justificativas bem específicas. A queda de 10,9% em Outros artigos de uso pessoal e doméstico é muito ligada à questão da crise contábil de grandes marcas do setor de lojas de departamento. Já em tecidos, vestuário e calçados, é uma tendência que se inicia depois da pandemia, já é o segundo ano seguido de quedas, o que também tem a ver com a mudança de comportamento de consumo”, pontua Santos. O gerente da pesquisa completa ainda que na categoria livros, jornais e papelaria já é observada uma tendência histórica de migração dos produtos físicos para os meios digitais, que também seguiu no ano de 2023.
Seis setores ficam no campo negativo frente a novembro e vendas crescem 1,3% na comparação com dezembro de 2022
A queda de 1,3% na passagem de novembro para dezembro representa o segundo resultado efetivamente negativo, ou seja, fora da faixa de variação entre -0,1% e -0,5%, e de maior amplitude no ano, após a queda de 0,8% em maio. Houve resultados negativos em seis dos oito setores pesquisados no varejo: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-13,1%), móveis e eletrodomésticos (-7,0%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%), tecidos, vestuário e calçados (-3,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,3%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,5%). “Pensando um pouco na lógica do comércio, novembro tem passado por concentrar ao longo do tempo a receita de outubro e dezembro, por causa da black friday. As pessoas atrasam as compras de outubro e adiantam as de dezembro por causa desse período. Ainda em comparação com os últimos quatro anos, dezembro de 2023 registrou o menor resultado negativo, com queda de 1,3%”, esclarece Santos. Apenas dois dos oito grupamentos pesquisados não registraram taxa negativa: combustíveis e lubrificantes (1,5%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%). No varejo ampliado, veículos e motos, partes e peças caiu 4,5% e material de construção variou 0,4%.
Na passagem de novembro para dezembro, as vendas do comércio varejista mostraram recuo em 13 das 27 unidades da federação, com destaque para: Espírito Santo (-14,3%), Rio Grande do Sul (-2,9%) e Paraná (-1,8%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 14 estados, com destaque para Alagoas (3,5%), Amapá (3,1%) e Goiás (3,0%). Já no varejo ampliado, a variação nesse indicador teve resultados negativos em 20 das 27 unidades da federação, com destaque para: Espírito Santos (-6,9%), Paraná (-5,0%) e Tocantins (-4,7%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 7 estados, com destaque para Alagoas (2,3%), Amapá (1,8%) e Distrito Federal (1,6%).
Frente a dezembro de 2022, o volume de vendas do varejo variou 1,3%, sétimo mês consecutivo de resultados positivo nesse indicador, com quatro atividades no campo positivo: hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,8%), tecidos, vestuário e calçados (0,4%) e combustíveis e lubrificantes (0,2%). Os quatro setores restantes obtiveram resultados negativos: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,9%), móveis e eletrodomésticos (-3,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-12,4%). No varejo ampliado, veículos e motos, partes e peças teve alta de 7,0%, material de construção caiu 2,8% e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceu 2,7%.
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