O 5G vai promover experiências de consumo e ganhos de eficiência para lojas

MARCOS GRACIANI EVT DIG AMANHA 03/02/2021 Revt. Amanha Digit.

“Poderemos até mesmo entender se determinado estado de humor do consumidor resulta em melhor ou pior conversão de compra e como oferecer um atendimento baseado nisso”, prevê Vinicius Porto de Oliveira, diretor de P&D do Magalu

O 5G vai promover a revolução não só no e-commerce, mas no varejo como um todo ao habilitar casos de uso voltados a ganhos de eficiência, criação de novos modelos de negócios e melhor experiência do consumidor. Os brasileiros se sentirão dentro de um dos episódios dos Jetsons, seriado que antecipou o surgimento de tablets, TVs de tela plana e robôs que faziam limpeza. Os clientes poderão visualizar informações dos produtos usando meio de realidade virtual e aumentada pelo smartphone ou óculos próprios. O consumo de vídeos 360° e experiências holográficas, em tempo real e em qualquer lugar, será comum para conhecer um produto que se deseja comprar.

A “internet dos sentidos” é outra promessa do 5G: será possível ter experiências táteis com dispositivos que poderão ser vestidos pelas pessoas. Pelo mundo, o 5G já anda mudando a rotina de alguns privilegiados. Na China, os shopping centers vêm adotando o sistema para conectar câmeras de segurança por reconhecimento facial, gerenciar sensores para análise de fluxo de clientes e orientar campanhas de publicidade. No Brasil, há redes varejistas que já contemplam em seu planejamento estratégico a adoção do 5G. É o caso da Magazine Luiza, que, do Paraná para baixo, tem mais de 200 lojas. “As possibilidades são inúmeras, mas no fim todas convergem para oferecer uma melhor experiência aos nossos consumidores e fornecedores. A tecnologia é apenas uma camada que irá viabilizar essa experiência excepcional”, comemora Vinicius Porto de Oliveira, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento do Magalu, nome que a marca passou a adotar em suas campanhas desde meados do ano passado. Oliveira antecipa vários usos que a rede fará com a tecnologia, como a “datificação das lojas”, dados mais acurados do que aqueles encontrados atualmente no meio digital. “Poderemos até mesmo entender se determinado estado de humor do consumidor resulta em melhor ou pior conversão de compra e como oferecer um atendimento baseado nisso”, conjectura.

Aliás, a comunicação hiperlocal e totalmente customizada com o consumidor dentro da loja será uma realidade, permitindo oferecer descontos para diferentes grupos de clientes, de acordo com seu perfil de compra e localização dentro da loja, ou oferecer recomendações personalizadas a cada cliente através do reconhecimento deles. Cruzar o histórico de navegação na web com o histórico de compra e criar uma experiência mais personalizada, por exemplo, fará parte da estratégia dos vendedores. Falando neles, a conexão entre todas as equipes do ponto de venda será muito natural. “Uma prateleira autônoma poderá se comunicar com o estoquista, ou mesmo um robô de reposição, indicando o baixo nível de determinado item, providenciando a recolocação automática e evitando perda de venda por ruptura”, antevê o diretor de P&D da “Amazon brasileira”, comparação que ganhou por basear suas vendas on-line no marketplace, modelo em que não são ofertados apenas produtos vendidos pelo próprio Magazine Luiza, mas também de outras empresas.

A logística será outra ponta de lança do Magalu com o 5G. Acelerar – e melhorar – a automatização dos centros de distribuição com uso de robôs será uma das primeiras providências. Otimizar rotas e ajustá-las em tempo real, de modo que a entrega seja feita o mais rapidamente possível, também está nos planos de Oliveira. Como será possível conhecer a demanda em tempo real, ficará muito mais fácil a tarefa de adequação do mix de produtos ofertados em cada uma das mais de 1 mil lojas da rede varejista em todo o Brasil. Nem mesmo os Jetsons, em seus sonhos, imaginariam que a experiência de compra poderia ser tão assertiva – e, quem sabe, prazerosa.

Fonte:https://amanha.com.br/categoria/tecnologia/varejo-os-sentidos-na-vitrine

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