O Instituto Riachuelo busca investir e capacitar as oficinas de costura, o bordado do sertão de Caicó e o artesanato potiguar
O berço da Riachuelo, uma das maiores redes de lojas de departamento do Brasil, fica no Rio Grande do Norte. Mais especificamente, na capital do estado, Natal. Foi em meio a suas ruas que o jovem empresário Nevaldo Rocha, nascido em Caraúbas, uma pequena cidade do interior, aprendeu a lidar com negócios e decidiu fundar sua própria empresa de vestuários.
Próximo aos anos 1970, com foco na expansão da marca no centro sul, a família inteira mudou para São Paulo, o que, certamente, influenciou na popularização da marca em âmbito nacional. Agora, com cerca de 70 anos de história, a Riachuelo retoma suas raízes com a criação de um instituto para promover o desenvolvimento econômico e social no Nordeste – principalmente, no sertão do Rio Grande do Norte.
“Para o meu avô, era importante ver a evolução da cadeia produtiva no dia a dia e enxergar oportunidades de geração de emprego”, revela Marcella Kanner, diretora de comunicação do Instituto Riachuelo. “Nós identificamos uma porta aberta para resgatar esses valores e fortalecer cada vez mais a produção nacional. Por isso, nos dedicamos a estudar mais a fundo a região, que é a nossa casa, para ajudar de maneira efetiva em diferentes ações que gerem trabalho e renda.”
O novo projeto inicia suas atividades com apoio para cerca de 150 pequenos e médios empreendedores e mais de quatro mil pessoas no sertão nordestino. Entre as iniciativas, está a capacitação de integrantes do programa Pró-Sertão – projeto de incentivo à geração de empregos no semi-árido do Rio Grande do Norte lançado em 2013 pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado em parceria com a FIERN (Federação das Indústrias) e o Sebrae/RN -, que já gerou cerca de cinco mil empregos diretos, beneficiando, indiretamente, aproximadamente 50 mil pessoas.
Além disso, o Instituto Riachuelo busca investir e capacitar as oficinas de costura, o bordado do sertão de Caicó e o artesanato potiguar, fortalecendo as produções típicas do estado, uma forma de manutenção da cultura brasileira. “Queremos desenvolver a região e preparar esses empreendedores para que o Rio Grande do Norte se torne um polo têxtil de referência para todo o país e mundo afora”, destaca Marcella.
Facilitando o contato dos artesãos com possíveis compradores, auxiliando na produção e no nivelamento da qualidade dos produtos e apoiando a operação e a logística das peças, a executiva espera incentivar a atividade local. “Nossa missão é fazer o trabalho deles serem vistos e reconhecidos, além de ajudar para que eles possam caminhar com as próprias pernas”, afirma.
Mais do que o compromisso de sustentabilidade social, Marcella também destaca os esforços do Instituto Riachuelo para conquistar uma cadeia produtiva que converse com práticas ecológicas. A utilização do algodão agroecológico, por exemplo, é uma novidade da rede em termos de matéria-prima sustentável. Quando se trata de comportamento, a circularidade das peças por meio de doações e as iniciativas de ressignificação de resíduos têxteis são as protagonistas da empresa para mergulhar na onda ESG. “Queremos evidenciar a produção nacional desde a base até o consumidor final. Por isso, escolhemos estes pilares prioritários como formação-base do nosso Instituto”, conclui Marcella.
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