Pedro Jereissati – Linkedin / jan. 2025

O Brasil está sempre na disputa pelo titulo de País com juro real mais alto do mundo…não há dúvidas que décadas de populismo fiscal e ineficiência do gasto público pressionam por juros mais altos para frear a inflação ou financiar a dívida pública. Mas será que precisamos ter um juro real de quase 10% aa, considerando a expectativa de inflacao à frente próxima a 5% e mercado projetando que a taxa Selic ultrapassa os 15% ainda em 2025…será realista ter uma meta de inflação de 3% num país que tem histórico inflacionário e economia indexada? O salário mínimo é indexado (inflação e dependendo do gov + cresc real), salários em geral, aluguel, energia, escola, plano de saúde… o juro pode ir a 30% que ainda assim teremos uns 2-3% de inflação por uns dois anos (e nesse caso uma baita recessão). Sem dúvida o governo tem grande culpa ao não conseguir executar uma credibilidade fiscal, mas o custo do remédio, além de exagerado na economia é altamente ineficiente. O juro exorbitante só piora a situação. O gov central deve fazer um déficit primário entre 0,2%-0,5% do PIB mas o endividamento pode crescer aprox ~5% do Pib por conta do custo da divida. o juro eque eleva a divida publica. Claro que um superavit primário melhora a conta e deveria ser realizado,, mas mesmo assim o juro tem um impacto bem maior. O tema é complexo e não se pretende simplificar, mas na minha opinião há sim um exagero e uma retórica homogênea que empurra a gestão monetária nessa direção e qualquer um que questione essa solução única de juros altíssimos parece um ignorante em macroeconomia ou defensor dos erros do governo. Selic a 12% (ou ~6% real) já é restritiva. Quem não investe ou consome com juro de 15% aa já não o fazia com juro de 13%, sendo que sabemos que na ponta essa taxa é muito acima disso (20-30-50%). Selic de 15% aa pra reduzir a inflação em 1,5% parece um custo altíssimo para a sociedade e para as contas públicas, que tem no juro o seu principal ofensor.

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