Por  Bernardo Lima — Brasília  o globo  13.9.24

O Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de uma alta de 2,5% para 3,2% neste ano, após dados positivos do desempenho da economia brasileira. Enquanto isso, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, também aumentou, saindo de 3,90% para 4,25% em 2024. Esse valor é próximo do teto da meta da inflação, de 4,5%.

As informações constam no Boletim Macrofiscal, divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta sexta-feira. A última revisão havia sido feita pelo governo em julho.

PIB

A estimativa de crescimento foi revisada pelo governo após um desempenho da economia brasileira acima do esperado no segundo trimestre do ano, em que o PIB cresceu 1,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“Após a divulgação do PIB do segundo trimestre, o carregamento estatístico para o crescimento do ano passou a ser de 2,5%. A projeção de 3,2% incorpora projeções de crescimento para os próximos dois trimestres, embora em ritmo inferior ao observado nos trimestres anteriores”, diz o boletim.

Segundo os técnicos do ministério, a previsão de crescimento dos principais setores da economia também foi revisada, com destaque para o setor da indústria, que passou de uma alta de 2,6% para 3,5%.

As estimativas do setor agropecuário também melhoraram apesar da seca sofrida pelo planteta e os incêndios que acometem o país desde o mês passado. A queda estimada passou a ser de 1,9%, frente a uma projeção anterior de queda de 2,5%.

O secretário de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que esse indicativo pode ser revisado caso a estiagem se prolongue nos próximos meses.

— A nossa expectativa é de que as chuvas voltem a partir de outubro e novembro e, caso isso aconteça, o impacto é bastante minorado em relação ao que poderia ser se essa seca persistir por mais meses, aí sim teremos que reavaliar o nosso cenário — disse Mello em coletiva de imprensa à jornalistas.

Inflação

No caso da inflação, o governo espera que o IPCA volte a cair no acumulado em doze meses após outubro. Essa desaceleração era esperada para o mês de agosto, no entanto, essa expectativa foi frustrada com a seca, que motivou o aumento dos preços das tarifas de energia.

“A mudança para bandeira vermelha 1 nas tarifas de energia em setembro, em função do alto percentual de acionamento do parque elétrico nacional, modificou a trajetória prevista para a inflação até o final do ano. O cenário para inflação contempla retorno para bandeira amarela apenas em dezembro”, afirma.

Próximos anos

O governo também revisou a projeção do PIB do ano que vem. A previsão de crescimento, que antes era de 2,6% passou para 2,5%.

O documento aponta que essa revisão para baixo foi feita por um possível aumento na Selic, a taxa básica de juros, fixada pelo Banco Central (BC).

“A estimativa de crescimento para o PIB de 2025 foi revisada de 2,6% para 2,5%, repercutindo a perspectiva de início de novo ciclo de alta nos juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado”, cita o boletim.

Enquanto isso, a estimativa de crescimento do PIB em 2026 foi mantida em 2,6%.

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