Por Guilherme Grandi / 10/02/2025 / Gazeta do Povo

 

 

Expectativa de inflação se mantém acima do teto da meta, o que leva ao aumento da taxa básica de juros.

 

Os agentes do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram pela 17ª semana seguida a expectativa de inflação para este ano, de acordo com o Relatório Focus desta segunda (10).

 

A publicação semanal da autarquia aponta que os analistas esperam uma inflação de 5,58% no final de 2025, 0,07 ponto percentual acima do previsto na semana passada e de 0,58 do esperado há um mês (veja na íntegra). Com isso, a expectativa para o ano é de continuar acima do teto da meta, de 4,5%.

 

Isso influenciou também a expectativa para os próximos anos, em que a inflação deve chegar a 4,3% em 2026, 3,9% em 2027 e 3,78% em 2028. No entanto, ainda longe do centro da meta, de 3%, que é o objetivo do Banco Central segundo reiterou diversas vezes o economista Gabriel Galípolo, que preside a autarquia.

 

O aumento da expectativa de inflação influencia diretamente na taxa básica de juros, que se mantém com a expectativa de alcançar 15% neste ano segundo os analistas do mercado financeiro. Atualmente está em 13,25% com perspectiva de um novo aumento na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom).

 

Apesar disso, o mercado financeiro espera que a Selic comece a ser reduzida no ano que vem, quando deve chegar a 12,5%, passando a 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

 

Na primeira ata do Copom deste ano sob a presidência de Galípolo, o Banco Central manteve o tom de alerta sobre os riscos da política fiscal do governo que afetam diretamente a inflação.

 

“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação […], das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, disse no texto.

 

PIB cai

Por outro lado, apesar das sucessivas expectativas de alta do PIB neste ano, os analistas preveem uma pequena queda de 2,06% para 2,03%, que pode ser um reflexo do aperto monetário pelo aumento da taxa básica de juros. A queda se repete no ano que vem, passando de 1,72% para 1,70%, e se mantendo em 1,96% em 2027 e 2% em 2028.

 

Os agentes do mercado financeiro também mantiveram as expectativas para o câmbio do dólar neste ano e no próximo, a R$ 6, de R$ 5,93 em 2027 e R$ 5,99 em 2028.

 

Fonte: Gazeta do Povo.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *