Otávio Augusto Economia23/08/23 10:35 antagonista
Um levantamento da Genial/Quaest aponta que 56% dos entrevistados já foram para o SPC/Serasa por causa do endividamento. Desses, 51% afirmaram que não limparam os nomes.
Os dados mostram que 31% admitem ter muitas dívidas, sendo que 46% estão com muita dificuldade para pagar. Em 46% dos casos, mais da metade do salário é para pagar dívidas.
Cartão de crédito (31%); prestação de imóvel, aluguel ou financiamento (14%); e empréstimos (11%) são as principais causas do endividamento.
O cartão de crédito se mostra vilão até mesmo para aqueles com maior renda. Segundo a pesquisa, o endividamento com cartão chega a 37% das pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos; 35% entre os que ganham dois e cinco salários mínimos; e 31% para quem ganha até dois salários mínimos.
A pesquisa mediu a avaliação do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal. Para 70% dos entrevistados a iniciativa é positiva.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.029 pessoas entre 10 e 14 de agosto com 16 anos ou mais. O nível de confiança é de 95%. O levantamento foi realizado com a aplicação presencial de questionário.
Nesta semana, reportagem de capa de Crusoé destacou como a estagnação da renda leva o Brasil a um recorde de famílias que não conseguem pagar suas dívidas. Quase um terço dos lares brasileiros perdeu a capacidade de honrar seus compromissos.
O governo federal busca combater os sintomas agudos dessa doença. Em julho, lançou o programa Desenrola, para permitir a renegociação de dívidas e a retirada de nomes dos cadastros de maus pagadores. Inicialmente, o programa foi liberado para pessoas com renda entre R$ 2,6 mil e R$ 20 mil. Mais de R$ 8 bilhões já foram renegociados e 5 milhões de pessoas limparam seus nomes.
Neste momento, dá-se um embate a respeito dos juros do cartão de crédito, hoje amplamente difundido entre todos os grupos de renda no Brasil. Quem não consegue pagar uma fatura tem duas opções: parcelar ou entrar no rotativo. Os juros no primeiro caso são altíssimos: cerca de 9% ao mês, ou 181% ao ano. No segundo caso, os juros são estratosféricos: 437,25% ao ano, na medição de junho.
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