Por Cristiane Barbieri

Atualização: 

Reestruturador de empresas renomado, João Pinheiro Nogueira Batista assumiu o comando das Lojas Marisa há pouco mais de um mês, com a rede varejista enfrentando um de seus piores momentos. Afetada pela pandemia e com problemas de gestão, a empresa já tinha dificuldade em gerar caixa quando a crise deflagrada pelo calote das Americanas fechou totalmente o mercado de crédito ao setor, que já vinha sofrendo com os juros altos.

Para piorar, as importações feitas por meio das plataformas chinesas alcançaram um patamar insustentável: a Shein, por exemplo, que em 2019 não aparecia entre as maiores concorrentes do setor de vestuário, atingiu 16,1% dois anos depois, segundo o IDV. A Marisa despencou de 7,9% para 4,1% – e todas as concorrentes locais a acompanharam ladeira abaixo.

“Se economia estivesse melhor e sem esse contrabando todo, talvez eu não tivesse de fechar 90 lojas”, diz Nogueira Batista, referindo-se ao plano de recuperação que tem de executar. “É um processo extremamente doloroso, já que cada loja emprega, em média, 20 pessoas. Um período dificílimo para todos.”

João Pinheiro Nogueira Batista assumiu o comando das Lojas Marisa no momento em que a rede varejista enfrenta uma de suas piores crises

Nogueira Batista recebeu o Estadão/Broadcast na tarde de quinta-feira, 20, na sede da Marisa, que ocupa uma antiga e grande fábrica de pregos dos anos 1940 no bairro da Barra Funda, na capital paulista, com um interior moderno, aberto e com clima do coworking.

O encontro aconteceu logo após a conversa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 20 empresários do setor, entre eles, Luiza Helena Trajano, do Magalu, Sergio Zimerman, da Petz e o próprio Nogueira Batista.

“O ministro está firme na intenção de fazer com que os marketplaces (shoppings virtuais) que queiram operar no Brasil façam uma adesão ao programa de conformidade e respeitem a legislação brasileira, como a Amazon”, afirma. “Mas ele não sabia os detalhes do contrabando organizado que vem sendo praticado.”

Nogueira Batista referia-se ao fato de os empresários terem apresentado a Haddad um trabalho detalhado do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), que fez compras e constatou inúmeras ilegalidades das plataformas estrangeiras. Numa compra feita com produtos que já estavam no Brasil (a chamada cross-border com pedidos nacionais), os itens vendidos não recolhiam impostos, os pacotes feitos com sacos pretos não tinham identificação dos sete diferentes vendedores e nos quais havia declarações explícitas de que não eram contribuintes por não realizarem vendas com intuito comercial, apesar de a empresa ter CNPJ, inscrição estadual e loja física.

Num pedido internacional, o quadro era pior. Além de não haver qualquer menção a impostos (que se tornam responsabilidade do consumidor), não é cobrado o IOF (imposto sobre operações financeiras) internacional de 6,38% sobre a compra com cartão de crédito e os produtos são expedidos com valor subfaturado (no caso que exemplificou o estudo do IDV, o item de US$ 71 foi declarado por US$ 41).

Além disso, o remetente era uma pessoa física chamada Tong Fang e não uma empresa, já que a isenção de impostos é permitida apenas na transação entre pessoas físicas e em valor de até US$ 50. O pedido também é transportado em aviões dedicados e as embalagens são descaracterizadas, sem referência à plataforma chinesa, com valor declarado inferior a US$ 50, para ser liberado pela Receita Federal sem recolhimento de tributos.

Técnicos do IDV constataram que alguns detalhes tornam a situação ainda mais grave. Há posts, vídeos e contratação de influenciadores digitais que ensinam o comprador brasileiro a burlar a fiscalização e fugir da tributação, como “Foi taxado? Entenda a regra do imposto e saiba pedir reembolso” ou “Como revender produtos adquiridos sem nota fiscal”. Também foi identificada a prática de frete subsidiado pelo governo chinês, bem como a venda de produtos sem qualquer controle de agências reguladoras, como as companhias brasileiras estão submetidas. Além do uso de imagens e fotos de empresas nacionais para exposição de produtos nas plataformas.

O básico e sabido, a venda de produtos piratas, é elogiada pelos consumidores brasileiros. O IDV identificou camisas Nike do PSG vendidas por preço 81% menor do que o do site oficial da marca e boneca LOL 61% mais barata do que na Ri Happy, entre outros itens. Todos com elogios à impressão de serem “quase perfeitos aos originais”. Resultado: as importações de pequeno valor cresceram 74% ao ano entre 2018 e 2022, segundo o Banco Central. Foram quase R$ 70 bilhões só no ano passado.

“O brasileiro precisa entender que, quanto mais ele compra nesses mecanismos ilegais, mais força a empresa que está na formalidade a demitir”, diz Nogueira Batista.

Só o setor de vestuário emprega mais de 775 mil funcionários, com uma cadeia de 3,8 mil fornecedores diretos. Se a Marisa vende menos (por causa dos marketplaces chineses), são quase 4 mil empresas no Brasil que vendem menos

– João Pinheiro Nogueira Batista, CEO das Lojas Marisa

Em relação aos pequenos empreendedores que atuam na informalidade – e que foram um dos motivos para a volta atrás em relação à decisão de taxar todas as compras feitas no exterior -, Nogueira Batista é categórico: é um ato ilegal de concorrência desleal. “Não se pode basear um negócio num mecanismo ilegal”, afirma.

Agora, a intenção é correr contra o tempo junto aos técnicos da Fazenda. “A ideia é que em semanas, no máximo dois meses, esse sistema eletrônico esteja funcionando”, diz ele. “Não pode demorar muito.” O plano de recuperação da Marisa é baseado, entre outras coisas, na redução das importações ilegais.

Já sobre o anúncio da Shein, de que produzirá no Brasil e gerará 100 mil empregos em parcerias com 2 mil indústrias nacionais, Nogueira Batista não vê problemas. “Pode concorrer, desde que pague imposto”, afirma. “Concorro com a C&A, com a Riachuelo, com todo mundo, mas todo mundo paga imposto. Que vença o melhor. Faz parte do jogo. Só não pode ser nessa base que é hoje.”

Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/contrabando-fechar-lojas-ceo-marisa

Luiz Alberto Marinho de Luiz Alberto Marinho  9 de março de 2023 Mercado & Consumo

 

 

O que têm em comum a Terra do Nunca, Atlântida, Lilipute, Macondo, Pasárgada, Shangri-La e o Sítio do Pica-Pau Amarelo? Bem, esses lugares não existem, a não ser na imaginação de adultos e crianças de todo o mundo. Mas estão minuciosamente descritos no delicioso livro “Dicionário de Lugares Imaginários”, dos italianos Alberto Manguel e Gianni Guadalupi.

A maior parte destes lugares imaginários foi idealizada, segundo Manguel, “para satisfazer os viajantes enfastiados com a realidade”. É o meu caso. Mas não me limito ao mundo da fantasia. Pode parecer estranho, mas alguns cafés, livrarias, revistarias, lojas, restaurantes, funcionam para mim como lugares imaginários. Durante instantes, ou mesmo horas, me desligo da vida real e experimento uma vida sonhada, sozinho ou na companhia de pessoas queridas, para aliviar o estresse. A maioria dos lugares imaginários descritos no livro de Manguel e Guadalupi fica em ilhas. Faz sentido. Em nossos sonhos mais loucos, buscamos ilhas de felicidade, cercadas de caos por todos os lados.

Você deve estar se perguntando: o que shopping centers têm a ver com tudo isso?

Já faz tempo que os shoppings não são simplesmente centros de compras. Somente 37% dos frequentadores, em média, vão a esses locais especificamente para comprar. O que buscam por lá, então? Fácil. São pessoas à procura de momentos de prazer, apartados da realidade, das notícias angustiantes, das pressões cotidianas. Se souberem abraçar sua verdadeira vocação, que é construir ilhas de felicidade, cercadas de caos por todos os lados, os shopping centers podem até ampliar sua importância nas nossas vidas.

O bacana é que já tem gente grande apostando nessa ideia. A Ancar Ivanhoe, uma das maiores e mais importantes empresas de shoppings do País, é um exemplo. Exatamente um mês atrás, o Natal Shopping inaugurou o Alpendre, uma área de 2.200 m², localizada na entrada do empreendimento, onde, ao redor de jabuticabeiras, distribuem-se doze operações gastronômicas, dois palcos para pocket shows, brinquedos para as

Mas o Alpendre não é uma ideia isolada. Ele faz parte de uma estratégia muito bem pensada. Hoje a Ancar conta com outros espaços que vão na mesma direção: o Quintal do Ban, no Parque das Bandeiras, em Campinas, o Jardim Urbano, no Conjunto Nacional de Brasília, o Terraço Botafogo, no Rio, e o Terraço do Pan, no Pantanal, em Cuiabá.

 

E não vai parar por aí. Ainda no primeiro semestre abre mais um, o Quintal do Jóquei, em Fortaleza, ocupando 5 mil m² em terreno ao lado do North Shopping Jóquei. Até dezembro o North Shopping Fortaleza também ganha um quintal, assim como o Shopping Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A ideia da Ancar Ivanhoe é contar com um lugar desses em cada um dos seus empreendimentos.

Você com certeza reparou nos nomes, não? Quintal, jardim, alpendre, terraço, varanda. Não é por acaso. “Nosso intuito é proporcionar experiências, conexões e construir memórias afetivas. Pensando nisso, começamos a desenvolver áreas que remetessem à extensão da casa das pessoas”, disse Evandro Ferrer, CEO da Ancar Ivanhoe. O embrião de tudo isso, segundo o Evandro, foi a Rua do Rio, no Nova América, que tornou-se sucesso e referência para outros projetos quando trouxe, 20 anos atrás, o clima da rua para dentro do ambiente seguro e organizado do shopping.

Além de atender ao anseio dos clientes, o projeto, chamado internamente na Ancar Ivanhoe de “espaços proprietários”, também tem potencial para elevar as receitas dos shoppings. No Pantanal Shopping, onde um restaurante do Madero deu lugar ao Terraço do Pan, a soma do aluguel pago pelas várias operações do novo espaço superou o que era arrecadado do antigo locatário. “Essa estratégia pode ser essencial para cobrir os espaços eventualmente deixados por operadores grandes, que estão enfrentando dificuldades e podem sair”, observou Evandro, que não deu nomes aos bois, mas evidentemente está com as barbas de molho diante das crises enfrentadas por Americanas, Marisa, Tok&Stok, Amaro e outras mais.

Os eventos que acontecem nos quintais, terraços, jardins e alpendres da Ancar Ivanhoe geram ainda oportunidades para ativação de vendas nas demais lojas e ajudam a alimentar a base de clientes e a quantidade de downloads do aplicativo da companhia. “Pensar em como aumentar a base de clientes em cada ação do shopping aqui é premissa básica”, garantiu Evandro.

Assim como a Ancar Ivanhoe, há mais empresas perseguindo o mesmo objetivo, que é a construção da ideia de lugar, associado a momentos escapistas. Todas elas entenderam que vai se consolidando, aos poucos, o conceito do novo shopping. Ele é formado não apenas por um tenant mix adequado aos novos tempos, mas também por espaços semelhantes àqueles para os quais fugimos quando mergulhamos em uma boa história. São a reprodução, no mundo físico, de lugares que pertencem ao nosso imaginário, mas que podem ser experimentados, mesmo que por algumas horas, na vida real

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.

Por João Scheller

24/02/2023 | ESTADAO

Representantes do setor estimam que evasão fiscal devido à presença de sites estrangeiros no País pode chegar a R$ 14 bilhões anuais; empresas estrangeiras afirmam cumprir a legislação brasileira

Entidades do setor varejista têm pressionado o governo federal e o Congresso na tentativa de melhorar a competição com e-commerces estrangeiros que passaram a atuar no mercado de vendas online no Brasil. Empresas nacionais vêm se sentindo prejudicadas por sites como SheinShopee AliExpress, alegando que eles não pagam tributos e tampouco respeitam regulamentações de segurança e antipirataria no País.

A estimativa de representantes do setor é que a evasão fiscal por conta desse cenário gire em torno de R$ 14 bilhões anuais. Com o aumento das vendas, a situação vem piorando, dizem as entidades. Questionadas sobre a cobrança de tributos, porém, a AliExpress, a Shopee e a Shein afirmam que atuam conforme as regras e os regulamentos estipulados pela lei brasileira.

De acordo com as varejistas brasileiras, o problema ocorre, principalmente, por causa do atual esquema de tributação na importação de produtos. Compras internacionais entre pessoas físicas são isentas de taxas até o valor de US$ 50. Muitas vezes, vendas em plataformas estrangeiras são consideradas transações deste tipo.

“Nas operações B to C (business to consumer), onde você tem uma pessoa jurídica de um lado, no caso, as plataformas internacionais, e os consumidores brasileiros do outro, não é legal este tipo de operação”, defende Edmundo Lima, porta-voz da Associação Brasileira de Varejo Têxtil (Abvtex).

A situação tem feito com que representantes do setor acusem a participação dessas empresas no mercado como uma espécie de concorrência desleal. Com sites e apps traduzidos para o português e opções de pagamento iguais às das varejistas nacionais, os consumidores têm a mesma facilidade de compra em e-commerces estrangeiros do que nas versões digitais de varejistas nacionais.

“Gera uma concorrência desleal com os e-commerces situados aqui no Brasil, que estão regulados, que têm estoque e têm de cumprir com a legislação tributária e trabalhista”, afirma Mauro Francis, presidente da Associação Brasileira de Lojistas Satélites (Ablos), que reúne os principais varejistas brasileiros.

Segundo ele, conversas já vêm sendo realizadas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tentar chegar a um acordo.

AliExpress existe desde 2010 e tem uma versão de seu site em português desde meados de 2013

“A gente tinha uma perspectiva de avançar isso com o governo anterior, que acabou colidindo com o período eleitoral. Nossa expectativa é que um novo governo tenha uma atenção especial com relação ao tema”, afirma Edmundo Lima.

Além disso, mesmo operações que, por lei, deveriam ser taxadas, muitas vezes escapam do esquema de tributação por conta do alto volume de produtos na alfândega, dizem as varejistas. Assim, parte considerável das transações de sites com marketplaces localizados no exterior não pagam nenhum tipo de imposto para vender para o público brasileiro.

A situação não é nova. A chinesa AliExpress, por exemplo, opera desde 2010 e tem uma versão de seu site em português desde meados de 2013. A Shopee, de Singapura, opera no País desde 2019, e a chinesa Shein comercializa seus produtos no Brasil desde 2020.

Com a chegada da pandemia e o boom de compras on-line, porém, o volume de vendas explodiu, assim como as reclamações dos varejistas.

Para se ter uma ideia, um estudo de 2021 do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) coordenado pela consultoria McKinsey estima que a evasão tributária do varejo digital em 2020 girava em torno de R$ 20 bilhões anuais. Destes, 70%, ou cerca de R$ 14 bilhões, eram somente de e-commerces estrangeiros.

A situação ganhou ainda mais força após a chegada da gigante de fast fashion chinesa Shein. A empresa começou a operar no País em 2020 e, desde então, tem visto as vendas saltarem entre os consumidores brasileiros.

Nos últimos meses, a empresa tem feito ações com lojas físicas, no formato pop-up (temporário), tentando conquistar um maior número de clientes. Este ano, a Shein pretende inaugurar cinco lojas no mesmo formato.

Para além dos tributos

“Se fosse uma empresa, haveria todo um procedimento de importação. Você tem de ter as licenças, inscrição na Receita Federal, uma série de coisas. Independentemente do valor”, explica o advogado Francisco Lima, sócio da Gasparini, Nogueira de Lima e Barbosa Advogados.

Ele diz que varejistas localizados no Brasil têm de cumprir com toda a legislação vigente no País, além de pagar tributos sobre toda a cadeia de produtos comercializados. E cita que uma calça que custe R$ 100 em um site chinês teria de ser vendida por cerca R$ 150 por um varejista nacional para incluir todos os impostos estaduais e federais.

Além dos problemas tributários, os varejistas alegam que os e-commerces internacionais também não respeitam as normas técnicas para venda de produtos, além de abrirem espaço para a comercialização de produtos falsificados nas plataformas.

“Afeta a concorrência, já que as empresas têm uma preocupação em relação à origem dos produtos, não comercializam produtos falsificados, além de todo o cumprimento da legislação vigente em relação à etiquetagem e à saúde e segurança do consumidor”, explica Edmundo Lima, da Abvtex.

Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, afirma considerar que a situação atual é uma “evolução tecnológica do que a gente tinha antigamente com o camelô”. “Agora, o consumidor consegue comprar diretamente da China. Ficou muito fácil comprar”, complementa.

Em relação às normas técnicas para a venda de produtos, a AliExpress diz que monitora “qualquer produto suspeito que possa desrespeitar os direitos intelectuais”.

Já a Shopee diz que toma “medidas proativas para impedir que tais produtos sejam listados no marketplace”.

Também em nota, a Shein afirma exigir que seus fornecedores “cumpram todos os parâmetros legais, sigam estritamente nosso Código de Conduta, bem como a política da empresa, certificando-se que seus produtos não infrinjam a propriedade intelectual de terceiros”.

Problema global

Apesar de a discussão sobre a tributação de produtos importados estar relacionada à legislação nacional, o problema não está restrito ao Brasil. Outros países enfrentam dilemas relacionados à era digital com leis pensadas para um mundo analógico.

“Não existe ainda uma resposta clara e óbvia, porque você está envolvendo a importação de pessoas físicas, o leque aumenta muito e dificulta a fiscalização”, explica o advogado Marcos Maia, sócio do escritório Maneira Advogados.

“Um dos principais pontos diz respeito à definição da responsabilidade pelo pagamento dos tributos, ou seja, quem será o responsável por recolher os tributos específicos sobre a venda aos cofres públicos”, explica.

Representantes do setor, por exemplo, defendem que empresas estrangeiras com nível operacional relevante no País tenham de abrir escritórios no Brasil para que possam cumprir com a legislação tributária. Outros defendem uma maior fiscalização e rastreamento do processo de compra.

“As transações são feitas através de um meio de pagamento digital, ou é Pix, ou cartão de crédito, ou uma transferência. Então, precisamos achar um caminho para seguir esse dinheiro e poder taxar da forma correta a transação”, defende Gonçalves Filho, do IDV.

Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/negocios/sites-asiaticos-brasil-varejistas-competicao-nao-justa/

No ano passado os shoppings brasileiros faturaram pouco mais de R$ 191 bilhões, o que representa crescimento nominal de 20% sobre 2021. Esse valor é praticamente o mesmo de 2019, quando as vendas em centros comerciais brasileiros chegaram perto de R$ 193 bilhões. Se considerarmos a inflação do período, na prática, o faturamento ainda não voltou aos níveis pré pandemia.

O mesmo acontece com o tráfego de pessoas. Em 2019 o fluxo médio nos shoppings brasileiros foi de 502 milhões de visitas mensais. Em 2022 esse número ficou em 443 milhões, índice 12% menor, portanto, do que na época em que a economia andava melhor e o home office não havia se tornado tão presente.

Ao final do ano passado havia no país 628 shoppings, contando com as 8 inaugurações ocorridas em 2022.Para esse ano são esperadas aberturas de 15 novos empreendimentos.

A Abrasce projeta crescer neste ano menos, algo como 14,6%!

(Todos esses dados são da ABRASCE – Associação Brasileira de Shopping Centers / 07/02/23)

MINUTO VAREJO

 – Publicada em 17 de Janeiro de 2023 às 21:20  JC P.Alegre

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

Um tema pediu espaço no palco da NRF Retail’s Big Show em Nova York em 2023. Em meio a estratégias, trunfos e dores de grandes marcas com produtos novos, a revenda (resale, em inglês) despontou e demarcou terreno como segmento que deve ganhar mais e mais relevância, com exemplos de empresas que estão crescendo surfando uma onda de adoção pelos consumidores. Da gigante sueca Ikea a startups de varejo, exemplos de operações e inclusão de usados no modelo de negócio desfilaram na feira, que se encerra nesta terça-feira (17) no Jacob Javits Center. “Foi a principal novidade da NRF 2023”, atesta o vice-presidente da CDL Porto Alegre, José Resende, atentando para atrativo para fluxo e para elevar a receita, além do fator sustentabilidade.

A projeção é que o resale movimente US$ 300 bilhões até 2031 no mundo. Empresas que atuam no modelo foram provocadas a explicar o modelo e a responder o que os consumidores estão dispostos a comprar. Lee Peterson, vice-presidente da WD Partners, mostrou que 74% das pessoas compram devido ao preço. Mas um foco para lojistas é o fluxo para pontos de venda e consequentemente mais caixa, em novas vendas. Sarah LaFleur, fundadora e CEO da La Fleur, que atua com roupas, diz que clientes recebem bônus ou dinheiro na venda do usado. “Cerca de 70% usam o dinheiro para compra e, quando gastam, o valor é quatro vezes maior que o crédito que receberam”, diz Sarah.

Antes disso ainda, a CEO da La Fluer disse que é mito que os mais jovens que mais se interessam pelo resale e dá uma dica: “Ao comprarmos de alguém que compra a nossa marca, isso gera empatia”. Relacionamento com os shoppers (consumidores) e ainda atuar no lado da cadeia de suprimento. Liz Hershfield, gerente de sustentabilidade do Crew Group e vice-presidente de abastecimento da Madewell, reforçou o foco em gerar processos sustentáveis. A marca abriu uma loja física para reforçar a educação das pessoas. “Como cuidar da roupa, fazemos parceria com as marcas, colocamos alfaiate para ensinar. O sucesso não é só na venda, mas para gerar engajamento”, resume Liz. A empresa também atua com fábricas para melhorar desde condições de trabalho à remuneração. Mas observou a marcas que analisam entrar no resale: “Precisa fazer a pergunta do por quê?”

Porto Alegre subiu 15 posições e lidera ranking elaborado pelo Ministério da Economia

REDAÇÃO 10/01/2023  AMANHA   Revista Digital

Os melhores quesitos de Porto Alegre foram infraestrutura, seguido por empreendedorismo e segurança jurídica

Porto Alegre tem o melhor ambiente de negócios do Brasil. A capital gaúcha ficou em primeiro lugar no Índice de Concorrência dos Municípios 2022 (ICM), divulgado na segunda-feira (9). A pesquisa, realizada pelo Ministério da Economia, apresenta uma análise do ambiente de negócios das cidades baseada em leis e práticas municipais. A pontuação final de Porto Alegre chegou a 654,2, o maior índice entre as cidades participantes, 38% a mais que a média nacional e 29% acima da média da região Sul. Com o resultado, a cidade subiu 15 posições em relação a 2021.

Nesta edição, participaram 119 municípios, grupo formado pelas capitais, cidades com mais de 250 mil habitantes e os municípios que se voluntariaram. Ao todo, eles representam 43% da população nacional. Ponta Grossa (PR), Florianópolis (SC), São José dos Pinhais (PR) e Curitiba (PR) também fazem parte do Top-10 do ranking (veja a lista das dez primeiras colocadas ao final desta reportagem). A região poderia ter mais uma representante já que Santa Maria (RS) ficou na 11ª posição com 566,14 pontos, 2,53 pontos a menos que Fortaleza (CE).

Os melhores quesitos de Porto Alegre foram infraestrutura (76,5), seguido por empreendedorismo (74,8) e segurança jurídica (74,9). na pontuação geral, em segundo lugar ficou Belo Horizonte (MG), com 618,64, e, em terceiro, Ponta Grossa (PR), com 603,13. Foram respondidas mais de 600 questões, relacionadas a nove áreas diferentes: empreendendo no município, infraestrutura, construindo no município, qualidade da regulação urbanística, liberdade econômica, concorrência em serviços públicos, segurança jurídica, contrato com poder público e tributação.

ICM
O principal objetivo do ICM é analisar o ambiente concorrencial municipal por meio da coleta e geração de dados e informações, de forma a promover o avanço contínuo da qualidade regulatória, assim como as melhores práticas entre as cidades. Para fins de cálculo do resultado final, todas as notas obtidas em cada um dos capítulos foram somadas e normalizadas no intervalo de zero a mil pontos, sendo considerados mais bem avaliados aqueles municípios com nota mais próxima a 1000, e mais mal avaliados aqueles mais próximos a 0.

 

Cidade Pontos
Porto Alegre (RS) 654,21
Belo Horizonte (MG) 618,64
Ponta Grossa (PR) 603,13
Recife (PE) 583,62
Brasília (DF) 578,40
Florianópolis (SC) 576,79
São José dos Pinhais (PR) 575,61
Curitiba (PR) 571,80
Sorocaba (SP) 571,43
Fortaleza (CE) 568,67

 Luiz Alberto Marinho  29 de dezembro de 2022  – Mercado & Consumo )

 

 

Alexandre Birmann, CEO da Arezzo&Co, parecia particularmente animado no dia 6 de maio, quando apresentou aos investidores e analistas os resultados da companhia no primeiro trimestre do ano. Não era para menos. A receita bruta passou de R$ 1 bilhão no período, as vendas cresceram 66% em relação a 2021 e o lucro líquido foi 320% maior do que o do início de 2019, antes da pandemia.

Os números da Arezzo estavam bons e alguns dados chamaram ainda mais a atenção. O faturamento do online chegou a 24% do total e as vendas influenciadas pelo digital representaram 42% do sell out das marcas. Isso aconteceu, em grande parte, porque o exército de 10 mil vendedoras, espalhadas por todo o País, fez em média 2 milhões de contatos ativos por mês com suas clientes, por meio do App do Vendedor. Isso dá algo em torno de seis contatos por dia para cada funcionária. Na prática, essa iniciativa amplia dramaticamente a produtividade das equipes de loja, com ajuda de uma base estruturada de dados, que já conta com mais de 3,8 milhões de clientes cadastrados.

Durante a conversa, Birmann destacou o expressivo crescimento de peças vendidas, concluindo que, neste começo de ano, a Arezzo&Co havia não apenas conquistado um desempenho positivo, mas também ampliado sua participação de mercado. Se considerarmos que as vendas de vestuário, calçados e acessórios aumentaram 24% no primeiro trimestre, de acordo com o IBGE, o avanço de 66% reportado pela Arezzo confirma que a marca de fato teve melhores resultados do que o setor como um todo, roubando vendas dos seus concorrentes.

O exemplo da Arezzo tem se repetido em outros segmentos, com diferentes protagonistas. O aumento da concentração de mercado é fenômeno global, impulsionado pela maior complexidade do cenário competitivo e pela necessidade dos varejistas de investir no envolvimento de clientes e na venda ativa, com uso mais intenso da tecnologia, dados e digital. Naturalmente, as grandes redes possuem maior capacidade de fazer esses investimentos do que lojistas pequenos e locais.

É aí que entram os shoppings. Pequenos lojistas precisam, mais do que nunca, de apoio para serem competitivos. Os shopping centers precisam dos pequenos lojistas. Logo, investir parte importante dos recursos dos centros comerciais no desenvolvimento dos negócios dos lojistas é algo meio óbvio, não?

De fato, há diversas iniciativas muito bem construídas em andamento. O Shopping Cidade, em Belo Horizonte, é um exemplo. Para apoiar os lojistas, especialmente os menos estruturados, foi criado o Lab Cidade, espaço que presta serviços gratuitos com o objetivo de gerar oportunidades de negócios e elevar vendas. Com um ano de vida, os resultados são expressivos: 99% dos lojistas declararam estar satisfeitos com os serviços oferecidos e 91% atestaram a contribuição do programa para seus resultados. Não é à toa. As vendas cresceram em média 25% nas lojas que receberam a consultoria do Lab Cidade.

A JCPM, rede com empreendimentos concentrados no Nordeste, é outra que tem investido bastante nos lojistas. Para isso criou o shopping digital, um canal de vendas e divulgação das lojas na web. No momento nenhuma taxa é cobrada. O serviço inclui ainda a produção de conteúdo para as redes sociais. Para a queijaria Campo da Serra, pequeno operador com loja no Riomar Recife, o serviço foi a salvação durante o lockdown. Mesmo depois da pandemia, a lojista seguiu usando a plataforma de vendas online, que foi responsável por 5% das suas vendas totais nos primeiros meses deste ano. No entanto, acesso ao e-commerce não é o único benefício do shopping online: muitos lojistas ganham exposição nas lives dos shoppings da JCPM e na própria plataforma, o que acaba gerando conversão na loja.

Há vários outros exemplos. No interior de Minas Gerais, o Shopping Uberaba criou o U36, plataforma de conexão digital entre seus clientes e os lojistas. Grandes redes, como Multiplan, Ancar, Aliansce Sonae e brMalls também têm programas interessantes.

No entanto, diante dos novos desafios do varejo, será importante ampliar a gama de serviços prestados. A maior parte dos programas para lojistas está baseada apenas em treinamento e conteúdo. É pouco. Para que mais recursos sejam alocados para este fim, é necessário que os shoppings entendam que sua evolução passa mais por desenvolver varejistas do que por alugar lojas simplesmente.

Vivemos tempos desafiadores, marcados por mudanças estruturais no consumo e nos canais de venda. Além disso, convivemos com desemprego, inflação alta, endividamento das famílias e corte de despesas não essenciais em muitos lares. Nesse cenário, é natural que as pessoas que ainda preservaram seu poder de compra sejam disputadas a tapa pelos varejistas nacionais. Na briga pela preferência e pelo bolso desses consumidores, saem na frente, é claro, os que são capazes de acessar essas pessoas mais frequentemente, de maneira relevante, em diversos pontos de contato. Hoje, os grandes varejistas levam vantagem sobre os pequenos, neste quesito.

Está mais do que na hora dos shoppings elevarem suas apostas em programas mais ambiciosos de apoio aos pequenos empresários.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.

( Este artigo foi publicado originalmente no dia 9 de junho )

 30 de dezembro de 2022 no Destaque do diaEconomiaNotícias / Mercado & Consumo

O Ministério da Economia editou portaria que estabelece os dias de feriados nacionais  no ano de 2023. A medida é para cumprimento pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, sem prejuízo da prestação dos serviços considerados essenciais.

A Portaria nº 11.090 foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 29.

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Relação dos feriados e pontos facultativos de 2023:

– 1º de janeiro, Confraternização Universal – domingo

–– 21 de fevereiro, Carnaval – carnaval 3ª. feira

– 22 de fevereiro, quarta-feira de cinzas / ate 12,00 hs 4ª.feira

– 7 de abril, Paixão de Cristo 6ª. feira

– 21 de abril, Tiradentes 6ª,feira

-1º de maio, Dia Mundial do Trabalho 2ª.feira

– 8 de junho, Corpus Christi  5ta.feira

– 7 de setembro, Independência do Brasil  5ª.feira

– 8 setembro – Padroeira Curitiba – feriado  – 6ª. feira

– 12 de outubro, Nossa Senhora Aparecida  – 5ª.feira

– 2 de novembro, Finados  – 5ª,feira

– 15 de novembro, Proclamação da República – 4ª.feira

– 25 dezembro Natal 2ª.feira

 

(Com informações de Agência Brasil)

Gazeta do Povo 02/12/2022 08:14

O Grupo Tacla, que administra os shoppings Palladium e Jockey Plaza em Curitiba, inaugurou nesta sexta-feira (2) o City Center Outlet, o primeiro outlet de grandes marcas no Paraná. O empreendimento foi construído em um terreno de 290 mil metros quadrados em Campo Largo, à margem da BR-277 no sentido interior do Paraná.

 

O outlet vai oferecer produtos com desconto mínimo de 30%, podendo chegar a 70% em algumas lojas. No mix de lojas estão mais de 100 lojas, entre elas grandes nomes da moda nacional e internacional, como Nike, Fila, North Face, Tommy Hilfiger, Lacoste, Hurley, Lindt, Venum e Homem SA. No segmento calçados algumas como Crocs e Bottero, além das fabricantes de roupas de cama, mesa e banho M Martan, Karsten e Trussardi entre outras.

 

 

Na praça de alimentação o visitante tem diversas opções entre marcas de lanchonetes de fast food. Serão ainda cinco salas de cinema da rede Cineplus e estacionamento com milhares de vagas rotativas.

 

“O Grupo Tacla atua em muitas áreas do varejo brasileiro. Buscamos oportunidades em regiões que têm alto potencial para que as marcas possam fazer bons negócios e a população em geral tenha acesso a serviços de ponta. Para nós é um prazer poder entregar ao Paraná o seu primeiro outlet”, diz o empreendedor do Grupo Tacla, Anibal Tacla.

 

Neste formato de varejo do City Center Outlet, o lojista tem a vantagem de poder girar o estoque, uma vez que no vestuário, por exemplo, coleções duram no máximo dois meses. Já para o consumidor o principal benefício é comprar um produto de marca, com alta qualidade a preço mais acessível.

 

Outlet fica à margem da BR-277 sentido interior.

City Center Outlet conta com marcas internacionais e nacionais.

Arquitetura privilegia a iluminação natural e os espaços abertos.

Arquitetura e área verde

O projeto arquitetônico e de paisagismo do outlet, responsabilidade dos escritórios HL Arquitetura e Porus, e da paisagista Renata Tilli, oferecem ambientes a céu aberto os quais prezam pelo bem-estar e conforto das pessoas. É um dos maiores empreendimentos no Brasil neste segmento e segue a mesma linha do projeto do Grupo Tacla construído em Santa Catarina, o Porto Belo Outlet.

 

Uma das vantagens deste tipo de arquitetura é a economia de energia na iluminação e na utilização de ar condicionado, por exemplo, pois a estrutura é a céu aberto. O projeto privilegiou também o ambiente verde ao entorno da construção, que possui 177 mil metros quadrados, sendo possível observá-lo de dentro do empreendimento.

 

“Segue os moldes americanos, mas certamente será mais bonito que o deles. Trabalhou-se muito o paisagismo, utilizando-se do plantio de árvores nativas, frutíferas e flores por exemplo, todo projeto está em harmonia com o visual da mata ao entorno, o que deixa o ainda mais gostoso”, descreve a diretora de marketing do Grupo Tacla, Cida Oliveira.

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/parana-sa/primeiro-outlet-de-grandes-marcas-do-parana-e-inaugurado-em-campo-largo/#:~:text=O%20Grupo%20Tacla%2C%20que%20administra,no%20sentido%20interior%20do%20Paraná.

Gazeta do Povo 02/12/2022

Os comerciantes paranaenses estão mais confiantes para este fim de ano. É o que indica o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), aferido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).

 

O índice marcou 134,1 pontos em novembro, o que corresponde a uma alta mensal de 1,3%. Na comparação com novembro de 2021, houve elevação de 7,2%. A soma de fatores favoráveis, como a Black Friday, Copa do Mundo, 13º salário e Natal, contribui para elevar as expectativas positivas do empresariado.

 

Entre os fatores avaliados pelos empresários paranaenses, as Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) tiveram alta mensal de 2,4% e, ao atingir 116,5 pontos, avançaram 17% em relação a novembro de 2021.

 

Já as Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) permaneceram no mesmo patamar de outubro, com 161,2 pontos. Ainda assim, apresentaram melhora de 2% sobre novembro do ano passado.

 

O fator Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC) sinaliza 124,5 pontos, com aumento de 2% ante outubro, especialmente no Indicador de Contratação de Funcionários (IC), que subiu 3,4% sobre o mês anterior, em decorrência das contratações de temporários para o fim do ano. Na comparação com novembro de 2021, o quesito investimentos é 6,1% superior.

 Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/parana-sa/comerciantes-paranaenses-demonstram-confianca-para-o-fim-de-ano/