de Marcos Gouvêa de Souza

 7 de agosto de 2023  Mercado & Consumo

O cenário político e econômico está se desanuviando e isso parece positivo. Só que não.

Se nos conformarmos em olhar o curto e o médio prazo, uma conjugação positiva de fatores sinaliza a perspectiva de um período melhor do que foi anteriormente previsto, contrariando as expectativas geradas especialmente no setor financeiro e retratadas nas pesquisas Focus, divulgados semanalmente pelo Banco Central.

Aliás, nesse aspecto já temos um quadro que merece reflexões, pois os indicadores considerados relevantes para muitas decisões sobre taxas de juros e outras medidas no campo econômico e financeiro são fortemente balizados pelas expectativas dos agentes que atuam nesse ecossistema, sem dúvida o mais preparado para ganhar em qualquer cenário. É quase como colocar o bode para tomar conta da horta.

Seria fundamental incorporar na base de consulta da pesquisa Focus os representantes dos setores ligados à economia real, em especial o comércio, o varejo e o consumo, aqueles que encontram os consumidores todos os dias, o dia todo e que podem e devem ter uma visão distinta dos agentes e consultores financeiros. E que poderiam trazer uma perspectiva mais transversal e real do comportamento presente e futuro dos mais diversos setores econômicos.

Mas, independentemente desse importante aspecto, está quase que contratado um processo de retomada econômica com impacto positivo no varejo, no comércio e no consumo por todas as razões mencionadas em nosso artigo “Depois da tempestade vem a bonança e o vento soprando a favor do varejo neste semestre”. E muito tem a ver com a queda da inflação e a redução das taxas de juros nominais, resultado da ação direta e consciente do Banco Central.

É razão para sorrirmos e voltarmos a considerar que Deus reassumiu sua cidadania brasileira? Definitivamente não.

Muito pelo contrário.

O bom cenário positivo de curto e médio prazo não pode nos enganar e criar uma cortina de fumaça em relação às questões mais estruturais e estratégicas que envolvem o Brasil.

Muito mais precisaria ser feito para termos razões para acreditar que temos um caminho e uma proposta para o longo prazo para o País.

Ninguém pode negar que temos um País desajustado, desigual e desequilibrado em muitos aspectos. E sem um projeto consistente de longo prazo.

Temos ao mesmo tempo o que é mais atual e visionário atuando em Ilhas de excelência global, como é o caso do Pix, só como um exemplo, e outros segmentos convivendo e dependentes das benesses do Estado.

Há setores que são benchmarking global por sua maturidade e atuação, como o financeiro e o agro, e setores que perderam o bonde da história porque se acomodaram com o protecionismo que os alavancou no passado, como ocorreu em parte do setor industrial.

Assim como outros setores, como o de comércio e varejo, que têm operadores também atuando em nível para se tornarem “the best in class” e outros, porém, convivendo com o atraso e sobrevivendo por conta da informalidade.

Da mesma forma como outros segmentos do setor de serviços, cada vez mais relevante em sua participação no PIB em linha com as tendências globais, que se dividem entre empresas com relevante crescimento e protagonismo e outras em busca de alternativas.

Sem falar no crescimento de setores ligados à tecnologia e o digital, nos quais encontramos o mesmo cenário com algumas empresas que se tornam relevantes globalmente por conta de sua visão e excelência operacional, e o exuberante ambiente de inovação, transformação e disrupção em que nossas iniciativas e visão conduzem a novas fronteiras sendo desbravadas.

É um país de contrastes cada vez mais evidentes em seus múltiplos formatos, em que existe o que de melhor se faz no mundo, adequado à nossa realidade, e o atraso se impõe onde a dependência do Estado marcou a estratégia e a falta de visão.

Por tudo isso, em especial para as novas gerações com o dever de assumirem protagonismo nesses novos ciclos que se iniciam, é tempo de um chamamento ao dever de sermos mais ambiciosos. E, de forma objetiva, tudo começa com a visão do que nos propomos no campo da educação como um dos fundamentos de um projeto estratégico para a Nação.

Para reduzir as diferenças, potencializar nossos diferenciais positivos e assumirmos um compromisso com a redução das desigualdades e não nos deixarmos cativar pelo devaneio do curto prazo sem sustentação.

Não podemos e nem devemos nos iludir com as vitórias das batalhas efêmeras e precisamos nos manter mobilizados para a transformação estrutural e estratégica da Nação. Só isso deveria nos unir.

Vale a reflexão.

Nota: Esses novos e importantes elementos que impactam a transformação do varejo e do consumo também serão apresentados e debatidos com 225 palestrantes para os mais diferentes canais, categorias, formatos e modelos de negócios do varejo e do consumo no Latam Retail Show, tendo como tema central “Back to the Future”, de 19 a 21 de setembro em São Paulo. Conheça mais clicando aqui.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

CAIO LUIZ  09.08.2023   CONGRESSO EM FOCO

Em reunião da Frente Parlamentar de Comércio e Serviço (FPC) realizada nesta quarta-feira (9), o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), sinalizou que pretende mudar o texto enviado pela Câmara dos Deputados. Entretanto, o senador não determinou quais serão essas mudanças, pois a proposta aprovada pela Câmara ainda passa por análises para ser inteiramente compreendida pelo Senado.

O senador reforçou a necessidade de uma base ampla de tributação dos impostos sobre o consumo. Em outras palavras, Braga defendeu que haja a estipulação de uma quantidade abundante de produtos e serviços a serem tributados para viabilizar a redução das alíquotas no futuro.

Braga foi designado oficialmente como relator da proposta pelo presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), com indicação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira. O senador enfatizou diversas vezes a necessidade de não aumentar impostos diante da reforma porque a população “não aguenta mais pagar imposto.”

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, João Galassi, disse que o relator considerou estender alíquota reduzida a produtos de higiene pessoal aos itens de higiene em geral, como água sanitária, por exemplo.

Frente do Comércio

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A reunião da FPC contou com a presença de deputados e dos senadores Carlos Portinho (PL-RJ), Rogério Marinho (PL-RN), Flávio Arns (PSB-PR) e Efraim Filho (União-PB), coordenador da FPC e líder do União Brasil no Senado. Os presidentes da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Leandro Severin, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS) e da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, também participaram do encontro.

Para a reunião, que ocorreu na sede do Instituto União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS) e da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços (FCS), cópias de um documento da Assessoria Especial de Comunicação Social do Ministério da Fazenda intitulado “Alíquota-padrão da Tributação do Consumo de Bens e Serviços no âmbito da Reforma Tributária” foi entregue a cerca de 30 pessoas que compunham a mesa da FPC. A Fazenda estima que a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado será de 27%.

A nota da Fazenda para as alíquotas-padrão dos novos tributos sobre o valor adicionado foram criadas no âmbito da reforma da tributação do consumo (PEC 45/2019 da Câmara dos Deputados). Os novos tributos são o imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Para que a reforma fosse melhor compreendida, ela foi apresentada em três tópicos no documento:

a – Descrição das principais mudanças introduzidas pela reforma.

b – Cálculo da alíquota-padrão atual incidente sobre o consumo de bens e serviços.

c – Estimativas das alíquotas-padrão que resultarão na adoção de novo modelo tributário.

De acordo com o documento, as estimativas não correspondem a uma previsão exata sobre quais são as alíquotas-padrão do IBS e CBS, pois essas dependem de uma série de fatores que serão definidos quando houver a regulamentação da PEC 45 por meio de legislação infraconstitucional, ou seja, as alíquotas só serão conhecidas ao longo da transição para o novo sistema e serão fixados de modo a manter a carga tributária.

Estudos e pontos

Conforme o relator Eduardo Braga, os três pontos fundamentais da reforma são equilíbrio federativo, simplificação “desse manicômio tributário que nós temos no sistema tributário nacional” com carga tributária mais transparente, neutralidade de impostos para que não haja qualquer tipo de aumento tributário.

Braga explicou à frente parlamentar que, na terça-feira (8), o governo apresentou um estudo em cima do texto da reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados em que diversos cenários, com ou sem exceções tributárias acumuladas, foram analisada para prover uma noção da variação de tamanho da carga tributária projetada pelo governo. Até então, o único estudo era do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê uma alíquota de 28%.

“Mas eu quero dizer que além do estudo do Ipea, além do estudo do governo, nós estamos trabalhando junto ao Tribunal de Contas da União [TCU], que já tem uma comissão designada a nosso pedido para assessorar a relatoria do Senado, trabalhando para ter um terceiro relatório feito pelos técnicos, agora baseado no estudo apresentado pelo governo”, disse Braga, que acrescentou que até então o Congresso estava em um voo em que não tinha números para dialogar com os prefeitos, governadores e o setor produtivo.

Para o presidente da FPC, senador Efraim Filho, um eixo fundamental para tratar da reforma é com os setores produtivos. O segundo eixo fundamental são os entes federativos. “Eu acho que entender os impactos principalmente no setor de comércio, serviços, indústria e agro, bem como nos municípios, nos estados e na União são uma largada importante para ir estruturando um pouco [a reforma]”.

AUTORIA

CAIO LUIZ Repórter. Jornalista, produtor de conteúdo e roteirista. Formado em 2010 na Universidade Metodista, com estudos posteriores em Ciências Sociais e narrativas audiovisuais no ABC Paulista. Passou por redações na TVT, ABCD Maior, DCI, IdeaFixa, Destak e Doc Films/CNN Brasil.

caioluiz@congressoemfoco.com.br

Publicado em 27/07/2023 10:30 • Por Luciana Neto /  site cnc

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 107,5 pontos em julho. Mesmo que ainda na zona do otimismo, foi registrada queda mensal de 1%, descontados os efeitos sazonais, a terceira redução consecutiva. A diminuição do otimismo também ocorreu na comparação anual, com redução de 12,7%. Os indicadores que medem a visão do varejista sobre o momento atual e as expectativas para os próximos seis meses seguem apontando tendência de queda, o que tem reduzido as intenções de investimento e contratação de funcionários. Entre os nove indicadores do Icec, oito tiveram variações negativas no mês e no ano, exceto a percepção sobre o nível dos estoques.

O destaque do mês é a percepção desfavorável sobre a dinâmica das vendas no comércio. Há cinco meses, o índice de condições atuais do comércio mergulhou na zona negativa (abaixo dos 100 pontos) e atingiu, em julho, 68,6 pontos. A maioria dos comerciantes aponta que as vendas no comércio pioraram, 60,6% do total, ou seis em cada dez lojistas consultados. Os segmentos com piores avaliações das vendas são eletroeletrônicos, móveis e decorações, cine-foto-som, materiais de construção e revenda de veículos.

A dúvida sobre o cenário global do varejo, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, preocupa a Confederação, que revisou de 1,8% para 1,5% a estimativa de alta do volume de vendas este ano. “A retomada do crescimento do endividamento e da inadimplência, o encarecimento do crédito e a dificuldade de acessá-lo impõem limites à capacidade de consumo de itens com maior ticket médio e que exigem prazo para pagamento”, afirma Tadros. Mesmo que os consumidores tenham demonstrado maior intenção de comprar bens duráveis, como mostra a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pela CNC, as vendas dos produtos mais dependentes do crédito seguem em queda.

Desânimo no curto prazo para 20% dos lojistas

A economista da CNC responsável pelo Icec, Izis Ferreira, ressalta que, apesar da dinâmica mais favorável da inflação, a permanência dos juros altos tem levado os comerciantes a redefinir as estimativas para as vendas e investimento este ano. O índice de expectativas para o desempenho do comércio caiu 9,6% entre julho de 2022 e 2023, com dois em cada dez comerciantes considerando que as vendas no setor devem piorar, no curto prazo.

“Mesmo que o consumidor de rendas média e baixa esteja mais disposto a consumir e o calendário dos próximos meses traga datas comemorativas como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, os empresários estão moderando o otimismo”, explica Izis Ferreira. Na passagem de junho para julho, apenas os comerciantes de roupas, calçados e acessórios melhoraram as expectativas para o setor, com alta de 1,8%.

Recorde na queda da confiança dos lojistas de duráveis

A piora nas vendas e nas expectativas dos lojistas de bens duráveis fez o grau de otimismo aprofundar sua queda neste início de semestre. A confiança do varejo de produtos com baixa capacidade de reúso caiu 16% em um ano, maior queda histórica nessa base de comparação (o Icec começou a ser apurado em 2011). Entre os lojistas de roupas e calçados, a redução chegou a 13,1%; e, entre os de alimentos, medicamentos e cosméticos, a queda foi de 7,2%.

 25 de julho de 2023 no Destaque do diaNotíciasVarejo / Mercado & Consumo

Com mais de 80 unidades espalhadas pelo País, a varejista Fast Shop quer levar para as lojas um conceito de varejo figital para dar mais conveniência e ampliar a conveniência do consumidor. Para isso, a rede inaugurou, há três meses, uma unidade no formato pop-up da em São Paulo, e já tem planos de inaugurar uma outra pop-up neste ano.

A ideia é unir a curadoria de produtos e serviços que facilitam a vida das pessoas com atendimento premium e interação do consumidor com os produtos em exposição.

“Com a inauguração da pop-up store, ampliamos o conceito figital já tão presente nas nossas lojas físicas, e testamos um novo modelo de negócio, unindo cada vez mais os universos offline e online em uma só experiência para o consumidor, transformando o processo de compra em uma experiência onde o cliente aprende como a economizar tempo e deixar sua casa mais confortável com a escolha certa de produtos e serviços para seu dia a dia”, diz Eduardo Salem, diretor de Marketing e Canais Digitais da Fast Shop.

A marca quer ampliar sua aposta em conceito de lojas interativas e digitais, passando por um amplo portfólio de serviços e produtos interligados.

Entregas rápidas

A expansão da UltraFast, com entrega de itens de pequeno e médio portes em até duas horas para clientes de oito estados, é outra aposta da marca. Somente no primeiro semestre, a Fast Shop registrou um crescimento de 76% no número de pedidos com entrega rápida se comparado ao mesmo período do ano passado. A expectativa é a de que os produtos com entrega rápida representem cerca de 10% no faturamento do site ainda em 2023.

“A estratégia de ultra conveniência e o conceito de experimentação em loja, o chamado varejo figital, da Fast Shop já tiveram, inclusive, reconhecimento do Retail´s Big Show, considerado o maior evento de varejo do mundo. É não apenas motivo de muito orgulho, como também um sinal de que estamos em um bom caminho”, destaca Salem.

 de Redação 12 de junho de 2023

Depois de anunciar o fechamento de 20 unidades, sendo 13 da rede de decoração Camicado, a Lojas Renner prevê que chegará ao fim do ano com 40 lojas novas. O foco são, principalmente, unidades das marcas Renner, Youcom e Ashua.

Em maio, a varejista inaugurou cinco lojas, que se somaram às outras duas que já haviam sido abertas em 2023. As sete novas unidades (três da Renner, duas da Youcom e duas da Ashua) totalizam um investimento superior a R$ 35 milhões.

Nos próximos meses, estão previstas mais oito inaugurações: seis da Renner (duas no Estado de São Paulo, duas em Minas Gerais, uma no Ceará e uma no Rio Grande do Sul) e duas da Youcom (uma no Acre e uma no Piauí). No total, a varejista prevê abrir até o fim do ano aproximadamente 40 unidades, considerando todas as marcas da companhia, a maior parte em praças onde ainda não estão presentes.

Essas lojas estão localizadas, sobretudo, em cidades no interior do Brasil e integram o plano de expansão da Lojas Renner S.A., em linha com sua estratégia de apostar na crescente integração dos canais físicos e digitais.

Outra estratégia adotada em 2023 diz respeito à adoção de princípios de circularidade no ponto de venda. Em 2021, a marca Renner lançou a primeira loja circular do varejo brasileiro, no Rio de Janeiro.

Focado na ecoeficiência e na máxima redução dos impactos ambientais, este modelo pioneiro agora está sendo ampliado. Desde o início do ano, todas as novas lojas da marca Renner trazem atributos deste novo conceito, em consonância com os compromissos públicos de sustentabilidade da companhia.

Atualmente, o grupo mantém mais de 650 lojas em operação, considerando todos os negócios do ecossistema. Além de estar presente no Brasil com todas as suas marcas, a companhia iniciou seu processo de internacionalização ao inaugurar unidades da Renner no Uruguai a partir de 2017 e na Argentina em 2019.

A Lojas Renner S.A. é formada ainda pela Realize CFI, que apoia a atividade de varejo através da oferta e gestão de produtos financeiros; e pela Uello Tecnologia, uma logtech nativa digital focada em soluções para entregas urbanas.

Otávio Augusto / Economia14/06/23 16:38 / antagonista

O governo prepara um plano para combater a sonegação de impostos de gigantes estrangeiras que fazem comércio on-line, como Shein, Shopee e AliExpress.

A informação foi dada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio de Serviços, Geraldo Alckmin, na tarde desta quarta-feira (14), após reunião com representantes do varejo.

“É dever do governo manter uma concorrência leal. A importação de produtos, sem pagar imposto chegou a R$ 70 bilhões ano passado. Isso não prejudica só o comércio instalado, prejudica a indústria brasileira”, comentou.

Sem adiantar pontos do projeto, Alckmin afirmou que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal “vão agir”.

Redação de Redação  2 de junho de 2023

Com a aproximação do Dia dos Namorados, 61% dos consumidores já começaram a pesquisar preços e produtos disponíveis pela internet. Segundo pesquisa realizada pela YouGov, destas, 45,1% disseram que vão comprar os presentes pelos canais digitais, enquanto 26,1% vão pesquisar online e comprar nas lojas físicas. Outros 23,3% farão todo o processo no comércio tradicional.

Na média, 55,9% das pessoas preferem comprar pelo e-commerce. Entre as pessoas casadas, a porcentagem é de 57,8%. Para aqueles que estão em um relacionamento, mas não vivem juntos, o número é de 59,7%.

Presentes mais procurados

Sem muita inovação na escolha dos itens, os mais procurados para a data são roupas, calçados e bolsa: 81,7% das pessoas que costumam presentear os seus parceiros dizem que compram presentes nessa categoria. Já 77,2% dos casados e 70,9% dos que vivem com o parceiro sem serem casados ou em uma união civil também preferem esse tipo de presente.

“É claro que isso não significa necessariamente que eles também serão os mais populares para o Dia dos Namorados. Entretanto, há indícios de que as pessoas mais propensas a comemorar essa data tendem a comprar presentes dessas categorias com mais frequência do que a média”, comenta David Eastman, diretor-geral da YouGov América Latina.

MARCOS GRACIANI  REVISTA AMANHA
| Atualizado

Pesquisa de lembrança de marcas pioneira no Brasil, o Top of Mind RS tem testemunhado as mudanças de hábitos dos consumidores e suas consequências para o branding. Na opinião de André D´Angelo, titular do Blog e da coluna Sr. Consumidor em AMANHÃ, ainda está havendo uma depuração dos hábitos da pandemia. “Há aqueles que ficam ou gostaria que ficassem – trabalho e parte do lazer em casa, por exemplo – combinado com um desejo pelo retorno à vida ‘normal’: eventos fora de casa, viagens. Cinemas têm sofrido com o movimento pós-pandemia, pois as pessoas os estão trocando pelo streaming”, diagnostica. “As marcas e empresas que sobreviveram à pandemia é porque souberam se adaptar a ela. Ou seja, já fizeram um diagnóstico três anos atrás, quando ela começou, e agora ajustam o foco para o novo momento”, interpreta D´Angelo.

Nas últimas edições foi possível identificar três grandes tendências, além de movimentos de consumo que deram vantagem para algumas grifes e, em outros casos, alteraram setores (veja o box “Uma lupa no Top of Mind” ao final desta reportagem). As vertentes são: o ciclo de vida de produtos e serviços, que tem sido meteórico em algumas situações; as parceiras entre marcas e a busca por ultrapassar a relação tradicional entre empresa e cliente através de causas sociais. A tese dos produtos de ciclo de vida curto diz respeito sobre ações esporádicas capitaneadas por marcas que fazem causar surpresa aos concorrentes. Essa estratégia é catapultada por influencers digitais ou mesmo celebridades que são responsáveis por fazer um conteúdo viralizar nas redes sociais e grupos de WhatsApp. Certa vez, Juliette, a vencedora do BBB 21, apareceu usando um batom vermelho que chamava bastante atenção do público. Os usuários da web fizeram disparar no Google as pesquisas para saber qual era a marca do produto. Rapidamente descobriram que o item era o “vermelhaço”, da linha Power Stay, da Avon, cujas vendas tiveram um pico na ocasião. “As marcas devem estar sempre atentas a essas mudanças de comportamento e ondas de tendências da web para tirar proveito das situações e ajustar o ciclo de vida de seus produtos ou serviços, pois algo que pode estar saturado ou em declínio – e pode voltar ao ápice velozmente também”, aconselha Juliana Hendges, diretora da Engaje.

A Nestlé, a mais lembrada no item Chocolate do Top, é um exemplo de parceria entre marcas, segunda tendências mapeada por AMANHÃ e Engaje. A grife suíça uniu-se ao Nescafé, selecionando marcas poderosas do seu mix para criar uma linha de cappuccinos especiais. O resultado foram as criações do Nescafé Cappuccino Chocolate Dois Frades, Nescafé Cappuccino & Negresco, Nescafé Cappuccino & Moça Doce de Leite e Nescafé Cappuccino & Alpino. “As parcerias entre marcas é uma troca onde ambas saem ganhando, conquistando até mesmo um público que, não fosse essa estratégia, talvez não chegasse no produto de alguma delas. Um amante de chocolate Alpino, que não tem o hábito de tomar café, pode ficar extremamente instigado em experimentar o Cappucino de Alpino”, cita Gabriela Lucena, também diretora da Engaje.

Apoiar causas sociais de impacto é outra providência a ser tomada para uma marca ganhar envergadura com os clientes. Um levantamento do Ibope, realizado em São Paulo, mas que já reflete a tendência como um todo, aponta que 62% dos consumidores dizem estar dispostos a abrir mão de uma marca a que estão acostumados por outra que estimule melhorias no bem-estar, por meio de projetos culturais, de lazer ou de saúde gratuitos, por exemplo. E metade deles aceitariam pagar um pouco mais caro pelos produtos ou serviços de grifes envolvidas em causas importantes. Já 26% dos participantes da pesquisa afirmaram que sentem admiração por organizações que tenham esses propósitos. O Prato Fino, marca que destronou a invencibilidade do São João em Arroz, levanta bandeiras sociais. Recentemente a Pirahy Alimentos, beneficiadora do Arroz Prato Fino, lançou a campanha “Fazer o bem tem um gostinho especial”, para combater o câncer infantil. Parte do valor dos produtos Prato Fino Branco, Parboilizado e Integral vão ser destinados ao prêmio criado em parceria com o Instituto do Câncer Infantil, que vai distribuir R$ 1 milhão para instituições em todo Brasil. As embalagens do produto também defendem causas como essa.

Outra referência é o AppJusto, delivery de impacto social que carrega um grande propósito juntando os interesses de todas as pontas envolvidas com o aplicativo. O serviço tem duas taxas: enquanto uma é paga pelo usuário para o AppJusto, a outra é paga de forma conjunta, pelo usuário e pelo restaurante, para o entregador. O valor dessa segunda taxa, contudo, é definido coletivamente pelos integrantes das frotas, impedindo que a competição diminua a remuneração e precarize o trabalho dos entregadores. “O AppJusto é único justamente por ser um objeto tecnológico que entende não estar resolvendo um problema tecnológico, mas um problema social, desdobramento de um olhar complexo sobre a tecnologia e o impacto das ferramentas”, destaca Juliana. Iniciativas como essas demonstram que os valores das empresas estão alinhados com a expectativa do consumidor em fazer o bem.

“A Renner entendeu como funciona o universo digital e as melhores formas de estar inserida nele”, avalia Prange

Onde o seu público está
As lojas de departamento em geral, e a Renner em particular, são uma referência tanto no bom uso da defesa de importantes temas sociais, como na atuação da marca em diferentes redes sociais e plataformas. Essas são algumas das conclusões de vários estudos pela Zeeng, startup que monitora a repercussão e a reputação de empresas no ambiente digital. A Zeeng criou um score que consolida a performance das marcas em relação ao mercado competidor em uma única nota, que é gerada através de mais de 60 indicadores de redes sociais, conteúdos noticiosos e web analytics. Entre as dez grifes de moda com o melhor desempenho, a atual líder é Lojas Renner, com 8,56 pontos. “A Renner entendeu como funciona o universo digital e as melhores formas de estar inserida nele. A marca tem uma capacidade incrível de entender movimentos e adaptar-se aos novos canais que surgiram com a linguagem e formato apropriados para aquele meio”, analisa Eduardo Prange, CEO e fundador da Zeeng.

Em outra pesquisa feita pela Zeeng foi possível captar o envolvimento genuíno da Lojas Renner com o tema de sustentabilidade. A consultoria queria entender como as redes sociais das empresas do setor de moda, vestuário e acessórios do mercado brasileiro comunicam suas ações nesse campo. A rede gaúcha teve boa performance especialmente no Facebook, Twitter e YouTube. De modo geral, as grifes reforçaram as características de suas roupas que ajudam a cuidar do meio ambiente, como tingimentos naturais e orgânicos, ou até mesmo não tingidos. Por causa da campanha Selo Re, da Renner, a marca comunicou sua sustentabilidade de maneira resumida e direta, o que ajuda na criação das descrições de seus produtos e publicidades em geral, pois poupa espaço. Além das redes sociais tradicionais, a varejista também tem usado o Metaverso como um laboratório de testes. Como demonstra a Renner, não basta estar “em todo o lugar ao mesmo tempo” sem levar em conta uma bem azeitada estratégia de marketing. “Ela não deve priorizar estar em todo o lugar, mas, sim, estar em todo o lugar onde o público de interesse dela está”, ensina Prange. Para CEO da Zeeng, a presença é definida, nesse caso, pela demanda dos consumidores. A pandemia da Covid-19 foi responsável pela imersão das pessoas no meio digital transformando várias cadeias de negócio por meio da tecnologia e, de quebra, aumentando o grau de competitividade entre as marcas. “Qualquer fornecedor hoje está a um clique e ficou muito mais complexo do que antes competir pela atenção do consumidor, seja ele um cliente comum ou mesmo na relação B2B, entre empresas”, garante Prange.

O diagnóstico é compartilhado pela Engaje, empresa contratada por AMANHÃ para realizar a pesquisa Top of Mind no Rio Grande do Sul. No entendimento de Juliana e Gabriela, o fato de as pessoas terem se tornado mais ansiosas no pós-pandemia faz esse cenário ainda mais desafiador para todas as marcas. De acordo com o último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Cerca de 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade. Em seguida, aparecem o Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%) e Nova Zelândia (7,3%). O uso excessivo de smartphones é uma das explicações. Um estudo do Canadian Journal of Psychiatry comprovou que, quanto maior o uso de telas, maior o nível de ansiedade. Um relatório da empresa de análise de mercado digital App Annie revelou que o Brasil lidera o pódio dos países com pessoas que mais passam tempo conectadas. O brasileiro passa, em média, quase cinco horas e meia por dia diante de seus aparelhos.

Por essa razão, marcas que destaquem em suas campanhas o autocuidado podem ganhar vantagem com os consumidores. A Água da Pedra, campeã em sua categoria no Top of Mind RS, tem procurado disseminar essa mensagem de bem-estar em suas peças publicitárias e, também, através de campanhas sociais. Em outubro do ano passado, a Água da Pedra, em parceria com o Instituto Camaleão, associação que presta assistência a pessoas com câncer, e com a startup especializada em coleta de resíduos Trashin, espalhou coletores de garrafas PET e tampinhas por pontos estratégicos de Porto Alegre. O valor arrecadado com a venda para reciclagem integra um esforço de compra de ecografias mamárias, ajudando a ampliar a oferta do SUS. A iniciativa resultou na compra de 452 ecografias mamárias em clínicas particulares parceiras, que vão ajudar a reduzir a fila de espera pelo exame na rede pública de saúde da capital gaúcha. Ao todo, foram arrecadados aproximadamente R$ 46 mil, frutos de doações de pessoas físicas, vendas de resíduos recicláveis e aporte da empresa de bebidas. Durante a campanha realizada pelas marcas envolvidas, dez coletores de resíduos ficaram expostos em locais estratégicos da capital, como o Instituto Caldeira e a Orla do Guaíba. Todo o resíduo recolhido foi vendido por meio da Trashin. Após essa etapa, foram mapeadas clínicas e providenciada as compras das ecografias, que começaram a ser realizadas em março, mês dedicado às mulheres. “São muitos anos de campanha pelo Outubro Rosa, disseminando informações e fortalecendo a autoestima das mulheres que enfrentam a doença. Nesta última edição, conseguimos contribuir efetivamente com a saúde pública, unindo ações voltadas a sustentabilidade, o que faz parte do propósito da empresa”, salienta Aline Eggers, diretora-presidente da Fruki Bebidas.

Dois movimentos importantes também devem ser levados em consideração na relação das empresas com as pessoas. Um deles é que os consumidores desejam ter contato com as marcas de forma híbrida – ou seja, encontrá-las nos diversos ambientes online, mas também por meio físico. A outra é que experiência não só ganhou relevância, mas agora faz parte da jornada de compra. Quem sintetiza esses dois fatores muito bem é a influencer Virgínia Fonseca. Com seu mais de 40 milhões de seguidores, ela construiu sua marca própria totalmente no ambiente digital, atingindo milhões de faturamento em tempo recorde. Sempre dando voz a seus seguidores, ela começou a abrir quiosques físicos de sua grife, a WePink. Em uma live de 12 horas, Virgínia chega a embolsar R$ 15 milhões em vendas. Ela também causa alvoroço ao marcar presença física na inauguração de seus estabelecimentos.

Ainda que o Top of Mind RS tenha antecipado muitas tendências, principalmente aquelas nascidas com a pandemia, saiba que que os hábitos seguirão mudando por algum tempo. “Creio ser necessário mais um ano ou dois para vermos uma acomodação das coisas e saber ao certo qual será a preferência do consumidor e quão novo será o seu comportamento daí em diante. Por enquanto, seguimos todos muito impactados pelos dois anos de restrição”, avalia D´Ângelo. E o Top of Mind também testemunhará essa história.

Uma lupa no Top of Mind
O que as estatísticas revelam sobre tendências em algumas categorias da pesquisa de marcas mais tradicional do país

Opções não faltam
Um olhar atento na categoria Leite revela que tanto produtos mais caros, como os mais baratos, dividem a memória dos consumidores. Ainda que Piá siga na liderança com 28,4%, seguido por Elegê (23,8%), Dália e Ninho deram um grande salto. Dália avançou 17,6 pontos percentuais e Ninho 9,3 pontos percentuais. A elevação do preço do leite foi a principal causa para tamanho embate. Em 12 meses, a bebida aumentou 22,1%, enquanto a inflação não passou de 5,8% no mesmo período. “Isso fez com que as pessoas experimentassem outras variedades do produto, pois passaram a procurar preços mais acessíveis. Assim, puderam citar um número maior de marcas deixando a categoria mais pulverizada”, explica Juliana Hendges, diretora da Engaje. “Fases como essa costumam favorecer marcas de entrada ou de value-for-money, no qual a talvez a Dália se enquadre e, muitas vezes, reforçar as top de linha, como a Ninho, pois produtos alimentícios de melhor qualidade se tornam um dos poucos luxos aos quais as pessoas se permitem em momentos de crise”, corrobora André D´Ângelo, colunista de AMANHÃ. Pela mesma razão a Adria, em Massas, saltou de 3,7% para 17,8% – ainda muito distante da líder Isabela (32,4% das citações). “Adria é uma marca tradicional, conhecida, mas pouco intensiva em publicidade, até onde sei. Ao ser reencontrada na gôndola, torna-se uma opção segura para o consumidor que eventualmente queira pagar menos e, ao mesmo tempo, não quer arriscar em matéria de qualidade”, avalia D´Ângelo.

Atenção Redobrada
De um modo geral o Top of Mind RS revela que tem havido uma queda nas menções das empresas preocupadas com o meio ambiente. No entanto, não é por pura e simples amnésia, e sim uma questão de princípios. “Os consumidores, em especial os jovens, estão cada vez mais preocupadas com causas sustentáveis. Isso torna o público cada vez mais exigente com as marcas e as ações delas nesse âmbito. Empresas que apenas levantam bandeiras sustentáveis, mas que na prática não fazem nada, não conseguem mais enganar o consumidor que está cada vez mais atento exigente”, alerta Gabriela Lucena, diretora da Engaje.

Efeito Residual
A Copa do Mundo, realizada em dezembro no Catar, ajudou a impulsionar os canais esportivos digitais. O narrador Paulo Brito que o diga. Atuante no YouTube com o seu Feito TV, programa que pega carona no seu bordão mais famoso, o profissional viu sua lembrança saltar de 5% para 24,6% no item Comunicador Local de TV. “O efeito residual da presença dele nas transmissões da RBS TV que pode durar anos, pois não se apaga isso de uma hora para outra. O Lasier Martins, quando senador, ainda era citado no Top of Mind. Não duvido que o Celestino Valenzuela, mesmo aposentado, tenha aparecido nas primeiras vezes que em essa categoria surgiu”, analisa D´Ângelo, lembrando ainda que Brito atuou em TV aberta por muitas décadas.

Nas ondas dos Podcasts
As emissoras de rádio de notícias têm experimentado uma diminuição de citações das principais marcas. A principal razão é que as mídias tradicionais estão perdendo muito espaço com a avalanche de canais e plataformas de streaming. E mais recentemente surgiu um concorrente parecido com as rádios: os podcasts. “Eles podem ser tanto de variedades quanto de hard news de veículos tradicionais. Fora que notícias podem ser lidas com um ritmo de atualização tão ou mais veloz que no rádio nos portais e feeds”, aponta D´Ângelo.

Sempre Coca-Cola
A poderosa marca de refrigerantes tem feito respingar nas marcas-irmãs sua força. Foi o que aconteceu com a Crystal, em Água Mineral, que saltou de 3,2% para 16,8% posicionando-a em segundo lugar, ainda 8,4 pontos percentuais atrás da Água da Pedra. “Com o final de ano e o verão, aumentam consideravelmente as festas, shows e festivais onde a Coca-Cola é a principal patrocinadora e muitas vezes a água disponível nesses eventos é a Crystal”, explica Gabriela, da Engaje. “A Crystal também é uma marca que tem mostrado que não levanta só a bandeira da sustentabilidade, mas de fato lidera ações, a começar com suas garrafas de pet reciclado”, completa.

Esta reportagem faz parte do caderno Top of Mind RS 2023 (clique aqui para acessar a publicação na íntegra, mediante pequeno cadastro). Veja como foi a cerimônia de premiação das marcas mais lembradas pelos gaúchos no canal do YouTube do Grupo AMANHÃ (clique aqui).

Da Agência Senado | 24/04/2023, 14h06

A Lei 14.554, de 2023, foi sancionada pelo Poder Executivo; um dos objetivos do Pronampe é preservação dos postos de trabalho em número igual ou superior ao que existia quando da contratação da linha de crédito
Gov. Espírito Santo

 

(Proposições legislativas MPV 1139/2022 )

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 14.554, que aumentou de 4 para 6 anos o prazo de pagamento dos empréstimos do Pronampe, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (MPEs). A nova lei também estabelece uma carência de 12 meses para o início destes pagamentos das MPEs.

O dinheiro dos empréstimos no âmbito do Pronampe pode ser usado para investimentos, como a compra de equipamentos e a realização de reformas; para despesas operacionais, como o pagamento de salários dos funcionários, o pagamento de contas e a compra de mercadorias. É proibido o uso dos empréstimos visando a distribuição de lucros.

A nova regulamentação do Pronampe é fruto da MP 1.139/2022. Essa MP foi aprovada no final de março no Senado, quando a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) foi a relatora.

— Sua edição auxilia a preservação das empresas afetadas pelas medidas de combate à covid-19; preserva empregos; reduz a demanda de amparo por trabalhadores desempregados; e corrige tempestivamente distorções nos critérios de distribuição dos recursos e no socorro às empresas endividadas no âmbito do Pronampe — disse Zenaide durante a aprovação da MP no final de março de 2022.

As micros e pequenas empresas são hoje 99% das 20 milhões de empresas do país, segundo o Mapa das Empresas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, que é atualizado quadrimestralmente. Elas são responsáveis por 62% da mão-de-obra empregada e 27% do Produto Interno Bruto (PIB).

Juros

Na votação da MP 1.139/2022, os parlamentares mantiveram o limite máximo das taxas de juros aplicadas atualmente, de taxa Selic mais 6% ao ano para os contratos firmados a partir de 2021. Mas a taxa máxima aplicável será fixada por ato do secretário de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo, órgão que é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento.

Será estendido de 5 para 6 anos o prazo de pagamento nos casos em que a empresa contratante tenha sido reconhecida pelo governo com o Selo Emprega + Mulher.

Empregos

Um dos objetivos do Pronampe é a preservação dos postos de trabalho em número igual ou superior ao que existia no último dia do ano anterior ao da contratação da linha de crédito. Os empregos devem ser mantidos entre a data da contratação e o 60º dia após o recebimento da última parcela da linha de crédito. A Lei 14.554 determina que as empresas deverão manter por igual prazo o quantitativo de empregados registrados no último dia do ano anterior ao da prorrogação.

A Lei 14.554 também torna permanente o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito na modalidade garantia (Peac-FGI), cuja vigência acabaria em 31 de dezembro de 2023. Ainda pelo Peac-FGI, o prazo de pagamento dos empréstimos passa de 5 para 6 anos. Já a carência máxima passa de 12 para 18 meses.

Fundos constitucionais

A nova lei também reabre, por mais um ano, o prazo para as empresas pedirem a renegociação de empréstimos no âmbito dos fundos constitucionais do Nordeste (FNE), Centro-Oeste (FCO) e Norte (FNO). 

A Lei 14.554 também trata da taxa de remuneração do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). A lei estabelece a volta da Taxa Referencial (TR) na remuneração dos recursos do fundo usados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A TR, que acumulou 1,78% nos últimos 12 meses, será usada para remunerar tanto os empréstimos reembolsáveis quanto os não-reembolsáveis tocados pela Finep. Até então era usada a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 7,37% ao ano.

— Na prática, o FNDCT estava inviável com a TJLP. Era melhor ir ao banco comum e pedir empréstimo. Isso muda significativamente agora — destacou o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) quando a MP 1139/2022 foi votada no Senado.

Fonte: Agência Senado

Reflexões de um líder: afinal, o que faz sentido para o seu negócio e para o seu cliente no processo de busca, compra e consumo? (Reprodução/Reprodução)

Felipe Mendes, colunista  EXAME

Publicado em 10 de abril de 2023 às, 13h01. Última atualização em 11 de abril de 2023 às, 13h28.

Algo que observo nas interações com colegas líderes de empresas é que nem sempre todos eles têm tempo para organizar o pensamento sobre as principais tendências do mundo, no ponto de vista dos consumidores. 

A quantidade de informação às quais executivos são expostos é tamanha que a priorização é uma questão de “sobrevivência” mental. Mas ela normalmente é feita por influência do momento em que a empresa está vivendo ou mesmo por algum fato que executivos tenham mais interesse ou receio.

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Pensando nisso, organizei uma lista de elementos que acredito merecer alguma reflexão, seja para a construção de ações concretas, seja para que simplesmente entrem em sua matriz de riscos e oportunidades para os próximos anos. 

1. A inspiração do Smart Power

Vivemos a era das narrativas e isso confunde o brasileiro “médio”. A batalha econômica Estados Unidos e China, a encruzilhada de crescimento europeu, o papel da Rússia e, especialmente, a influência crescente da Índia no mundo, assim como o crescimento da voz árabe em questões inovadoras chegam por meio de notícias que vão construindo uma nova visão de mundo menos ocidentalizada. Como isso impactará o consumo das marcas e dos seus produtos?

2. Desafios de um mundo sustentável

É claro que todos buscamos o mesmo: um planeta sustentável. E não apenas do ponto de vista ambiental, mas também social e das relações de governança. No entanto, cada vez mais nos damos conta que a transição energética irá pesar no bolso de cada um de nós e será mais lenta que o previsto.

Cada dia vemos que algumas certezas que tínhamos são questionáveis, como por exemplo a questão dos carros elétricos versus carros movidos a etanol. A reciclagem dá vez à circularidade, isso é, usar o mesmo produto por mais tempo.

E, crescendo a velocidades quânticas, está a questão da proteção e governança de dados pessoais, bem como as barreiras e escolhas éticas necessárias para a aplicação da Inteligência Artificial, aí incluída a inteligência generativa como GPT 4, DALL-E, etc

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3. Valores pessoais em transformação

A pandemia e a crise econômica global afetaram nosso pensamento do mundo. Se até 2020 a visão era que todos precisamos apoiar uns aos outros, o medo gerado pela saúde em risco, o desemprego e o retorno da inflação, levou a um pensamento mais centrado na família e nas suas necessidades.

As discussões perderam altura e deixaram a sociedade mais pragmática, como forma de responder às externalidades negativas. Temos uma geração jovem menos sonhadora e  mais racional, e esse grupo irá dominar o consumo dos próximos anos.

Em paralelo, temos mulheres e homens de 50 anos que terão carreiras mais longevas, com mais saúde e, por consequência, mais poder de escolha por pelo menos duas ou três décadas. Em que geração eu aposto o desenvolvimento do meu negócio? Que dificuldades e oportunidades surgem do pragmatismo?

4. Um mundo totalmente digital

O Brasil se digitalizou através do acesso à internet de qualidade em todas as regiões, idades e classes sociais. Além disso, aprendemos a pesquisar de tudo na rede, porém o fazemos cada vez menos nos mecanismos clássicos de busca e cada vez mais nos sites de varejo, das marcas ou nas mídias sociais.

Encontramos diversão no mundo digital, mas, paradoxalmente, isso tem levado ao crescimento de uma nostalgia analógica em jogos e outras atividades lúdicas, inclusive a leitura. Fica muito difícil definir o que é físico ou digital, já que quase toda a atividade de consumo passa por ambos os mundos, em algum momento.

Ter um app basta? Ou é preciso criar um metaverso, quando nem a Meta mais investirá nisso? Devo apostar na realidade virtual, artificial ou aumentada? O que faz sentido para o meu negócio, para a minha/meu cliente, em seu processo de busca, compra e consumo?

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5. A reinvenção do trabalho

Com o home office, o trabalho passou a ser algo que você faz e não um lugar aonde você vai todos os dias. Isso ressignificou o trabalho, tornando-o mais portátil e monetizável. Aquilo que você sabe fazer bem, pode ocupá-lo em uma empresa formal durante o dia, e vendê-lo a outra empresa no fim de semana. Ou pode ainda realizar uma outra atividade, que te dá prazer mas (ainda) não paga as suas contas, e vendê-la através de sites como GetNinjas, Elo7 e outros.

Finalmente, com a chegada do GPT 4, há novas profissões que irão desaparecer e outras que não precisarão de profissionais sem experiência. Como aproveitar esses profissionais em sua empresa? Qual o nível de desenvolvimento constante seus funcionários irão demandar?

Como você já percebeu, esses cinco elementos afetam os negócios de maneira distinta, portanto convido que separe 20 minutos, assim que terminar de ler o texto, para imaginar como cada um deles pode impactar a sua empresa.

Escreva uma lista curta para cada elemento e envie à sua diretoria, para que juntos definam quais delas merecem uma discussão na próxima reunião de board.

 

Felipe Mendes

ColunistaFelipe é membro do YPO, e atua em Conselhos de Empresas e associações, além de ser palestrante em eventos de tecnologia, varejo e comércio Eletrônico e investidor de startups nesses segmentos.