Após anúncio do Ministério da Economia, conforme a Resolução CGSN nº. 158, de 24/03/2021, tendo em vista a continuidade e agravamento da crise econômica provocada pela pandemia COVID-19, ficam prorrogados o prazo de pagamento de tributos no âmbito do Simples Nacional, especificamente em relação aos pagamentos dos tributos de abril, maio e junho, os quais poderão ser feitos a partir de julho e em até 6 parcelas.

 

Com a decisão, os pagamentos dos tributos do Simples Nacional ficarão da seguinte forma:

– o período de apuração março de 2021, com vencimento original em 20 de abril de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de julho de 2021 e 20 de agosto de 2021;

– o período de apuração abril de 2021, com vencimento original em 20 de maio de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de setembro de 2021 e 20 de outubro de 2021; e

– o período de apuração maio de 2021, com vencimento original em 21 de junho de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 22 de novembro de 2021 e 20 de dezembro de 2021.

Ao todo, 17 milhões de contribuintes do Simples Nacional poderão prorrogar seus tributos. Com isso, o recolhimento de R$ 27,8 bilhões de reais devem ser postergados.

Os seguintes tributos estão incluídos no pagamento unificado que compõe o Simples Nacional: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica); IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido); Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); Pis/Pasep (Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público); CPP (Contribuição Previdenciária Patronal).

Além disso, também devem ser prorrogados o ICMS em âmbito estadual e o ISS no âmbito municipal.

Por sua vez, a Prefeitura Municipal de Curitiba já publicou nota informando que prorrogará o prazo de vencimento do pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para empresas enquadradas no Simples Nacional e ao Microempreendedor Individual (MEI).

A medida valerá para todos os contribuintes sediados no município nesses regimes – 181.606 empresas no Simples Nacional e MEIs. Com a mudança, o calendário de vencimento de abril a junho foi adiado em 90 dias. O impacto financeiro é de cerca de R$ 80 milhões.

O período de apuração do ISS de março de 2021, com vencimento original em abril de 2021, fica prorrogado para 20 de julho e poderá ser pago em duas parcelas iguais, sendo a primeira em 20 de julho e a segunda em 20 de agosto de 2021.

O período de apuração de abril de 2021, com vencimento original em 20 de maio de 2021, fica prorrogado para 20 de setembro e poderá ser pago em duas parcelas iguais, em 20 de setembro e 20 outubro de 2021.

O período de apuração de maio de 2021, com vencimento em 21 junho de 2021, fica prorrogado para 22 de novembro e poderá ser pago em duas parcelas, com vencimento em 22 de novembro e 20 de dezembro de 2021.

ISS-FIXO

A Prefeitura também determinou a prorrogação do prazo de vencimento das parcelas do ISS-Fixo. As parcelas que venceriam em 12/04/2021, 10/05/2021 e 10/06/2021 ficam prorrogadas para 12/07/2021, 10/09/2021 e 10/11/2021, respectivamente e ficam mantidos os prazos de vencimento das parcelas seguintes. Serão beneficiados com a medida 15.581 profissionais autônomos e sociedades profissionais.

Juarez Morona, presidente do Sicontiba, comentou: “Aguardamos agora que o Estado do Paraná também vá no mesmo caminho, minimizando transtornos aos profissionais da contabilidade, pois desmembrar cada parcela por município, estado e federação, sempre é um grande problema.”

Recentemente, as entidades contábeis paranaenses, entre elas o SICONTIBA, encaminharam o “Manifesto nacional em defesa da classe contábil” ao governo federal e a todos os parlamentares da bancada paranaense em Brasília, solicitando a prorrogação de prazo dos tributos em função da crise provocada pela pandemia.

Fonte: https://www.jornalcontabil.com.br/simples-nacional-pagamento-de-tributos-e-adiado-por-3-meses/#:~:text=Simples%20Nacional%2C%20pagamento%20de%20tributos%20%C3%A9%20adiado%20por%203%20meses,-Por&text=Est%C3%A1%20%C3%A9%20mais%20uma%20medida,ser%20pago%20em%20cada%20m%C3%AAs.

A Covid tem atingido a todos, claro mas nós pequenos e micros lojistas, sofremos de forma acentuada e quase irreversível os impactos de um fechamento quase do mês inteiro!

Falar em parceria e na sequencia, afirmar que tem muitos lojistas com recursos para as vagas dos que não podem pagar, é no mínimo uma grande hipocrisia.

Não nego e nem minimizo a ajuda governamental, seja pelo Pronampe ou outras ferramentas que disponibilizaram. Mas quem não sabe que isso é aquém, bem aquém da quantidade que precisa?

Se o índice de inadimplência de 2020 fechou em baixa, é por que somos parceiros, somos preocupados em manter nosso negocio como um todo.

Deploro, lamento, esse tipo de afirmativa.

Nosso momento é de somar, interagir, divulgar boas noticias, alvissareiras.

Não informar aos lojistas de pequeno porte que não terão ajuda, a não ser pontualmente.

Quero acreditar que aqui em Curitiba, onde nossos históricos e sempre parceiros Salomão Soifer, Anibal Tacla e Vilmar Gaden, irão agir diferente. Pelo seu passado!

Há confiança de todos nós que esses empreendedores locais e vitoriosos, não irão comungar desse procedimento das grandes redes!

 

Que se insistirem nesse comportamento, conhecerão a força dos pequenos. Irão encarar enxurradas de ações judiciais!

O varejo brasileiro tem grandes líderes, grandes nomes e irá convencer essas redes de que a hora é de negociação, não de ameaça!

Parceria, de verdade!

 

Ericoh Morbiz

Ex Presidente do Sindicato dos Lojistas de S.Centers de Curitiba

Focado em acompanhar o futuro das atividades presenciais de comércio, o Boticário inaugura no dia 4 de março no shopping Praia de Belas sua nova unidade conceitual, com influência de novas tecnologias e tendências socioambientais.

“A gente aposta muito na evolução física do varejo”, diz Juarez Meneghetti, que gerencia as mais de 20 franquias da rede na Capital. Segundo ele, a expectativa é que a nova loja proporcione maior aproximação entre os clientes com a marca através do uso inteligente da tecnologia para contar a história da loja e também propiciar uma experiência mais individualizada, pois, por meio de um equipamento celular portado por cada vendedora, será possível acessar o cadastro de cada cliente no Clube Viva O Boticário, no qual está registrado o histórico de compras. “A loja física é um relacionamento mais complexo com o cliente”, sustenta Meneghetti.

A unidade tem como inspiração as antigas boticas, que já inspiraram a própria rede Boticário em sua origem na década de 70, mas com ares contemporâneos. Esteticamente, a fachada será feita com um gradil metálico formado pelos traços de ânforas. Este modelo de vasilhame, além de ser uma das marcas informais da loja do Praia de Belas, também batiza o estabelecimento, que se chamará Ânfora Top.

Segundo Meneghetti, a exposição de perfumaria seguirá critérios que priorizem pontos como as matérias primas e a técnica de produção de cada fragrância. Os típicos caixas serão substituídos por uma “mesa de relacionamento” onde estarão embalagens e outros itens, nas quais a própria consultora realiza todos os passos da venda, tornando o balcão de caixa irrelevante na transação. Outro destaque é uma bancada apenas para produtos de maquiagem. Para ele, a meta é “uma jornada mais agradável para o cliente na loja”.

Além disso, a loja tem a sustentabilidade ambiental como meta. Para diminuir a quantidade de resíduos sólidos, parte do material publicitário normalmente utilizado em lojas, como papel e plástico, será substituído por telas multimídia. O mobiliário do local é modular, evitando intervenções de obra civil e diminuindo o uso de acrílico. “A busca por uma operação mais sustentável dentro da O Boticário é uma constante”, diz Meneghetti. Somado às mudanças estruturais, a loja vai ter um espaço na entrada para receber embalagens de produtos de beleza para descarte, não apenas da Boticário, para encaminhar à reciclagem.

O projeto será o primeiro no Estado, e a iniciativa foi proporcionada também pelo advento da pandemia de Covid-19, e todo o processo de repensar relações físicas vindo com a doença. “A ideia é que cada cliente que passe pela loja saia muito melhor do que entrou”, diz. “O futuro do varejo vai passar por esses ajustes no tamanho das lojas físicas, em função dos Custos Totais de Ocupação (CTO) e pelo crescimento das vendas nos canais digitais”, diz Juarez. Assim, se foca no melhor acolhimento e na experiência do consumidor.

Nos últimos anos, o Boticário vem desenvolvendo suas lojas conceituais em diferentes cidades do Brasil focando na experiência do consumidor. Em São Paulo, por exemplo, se desenvolveu a loja-laboratório O Boticário Lab, onde é possível para o cliente fazer o teste de fragrâncias únicas e encontrar qual mais combina com sua personalidade através de inteligência artificial.

Fonte: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2021/02/779266-boticario-vai-inaugurar-loja-conceito-no-praia-de-belas.html

RESUMO DA NOTÍCIA

· Economia brasileira neste ano depende principalmente do desempenho das atividades de serviços, dizem especialistas

· Mas para crescer, comércio, restaurantes, transportes e outras áreas de serviços precisam da vacina ou do auxílio emergencial, segundo economistas

· Agropecuária e mineração devem ir bem em 2021, mas participação desses setores no PIB é menor

O Brasil depende do setor de serviços em 2021 para retomar o crescimento sem tropeços, dizem economistas. Segundo eles, o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do país só avança neste ano se houver retomada firme de vendas e emprego em comércio, salões de beleza, restaurantes, bares, transportes e outros segmentos de serviços.

O problema, afirmam economistas, é que essas atividades precisam da população imunizada contra o coronavírus, ou, caso a vacinação seja lenta, do auxílio emergencial prorrogado. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz isso. Segundo os especialistas, os setores da agropecuária e da mineração, que vendem grãos, carnes e metais para o exterior, devem ir bem neste ano. Mas são atividades que não possuem participação suficiente na economia brasileira para atuarem como motor de arranque nessa volta da pandemia.

Se país não melhorar já, só em 2024, pois eleição para tudo, diz agência

O crescimento do Brasil em 2021 deve ficar na casa de 3,5%, segundo o boletim Focus, levantamento semanal feito pelo Banco Central com economistas. Mas considerando que o PIB brasileiro deve ter fechado 2020 com uma retração de 4,5%, o avanço neste ano nem sequer recupera o terreno perdido no ano da pandemia.

E o crescimento econômico do Brasil vai desacelerar em 2022, para 2,5%. O que se torna ainda mais grave levando em consideração que o mundo vai crescer, na média, mais de 5% neste ano, destaca o economista PhD pela University of Kent at Canterbury, Reino Unido, e diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília, Reginaldo Nogueira.

Por que o setor de serviços é fundamental para a economia em 2021? O setor de serviços representa mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, por isso, dizem economistas, tem a capacidade de espalhar uma retomada de crescimento econômico mais rapidamente para o restante dos setores.

Ele está em cada quarteirão de todas as cidades, grandes ou pequenas, do salão de beleza ao grande shopping center, passando pelos transportes, operadoras de telefonia, bares, restaurantes, educação e saúde. Por isso, é uma área que emprega muita gente, também com vagas para pessoas com as mais diferentes qualificações e formações. Quando o setor de serviços vai bem, o emprego aumenta, a renda cresce, o consumo anda e a roda da economia gira.

Não tem como gerar crescimento e empregos se o setor de serviços não crescer de forma acelerado em 2021 e também em 2022. Mas esse setor é o que mais sofre quando temos que voltar atrás com as restrições da pandemia.
Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília

Por que setor de serviços precisa da vacinação ou do auxílio emergencial? O setor de serviços é o que mais sofre com as medidas de isolamento social e restrição à circulação das pessoas.

Shopping centers, escolas, bares, restaurantes, hotéis, academias, entretenimento – tudo fecha ou tem que trabalhar com atendimento limitado enquanto a população não for vacinada, afirma o economista Nelson Marconi, coordenador executivo do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da Fundação Getulio Vargas. Por isso, diz, a retomada do crescimento neste ano depende tanto da vacinação.

Mas aparentemente a pandemia vai se estender, e a vacinação no Brasil vai demorar este ano todo. Ou seja, o impacto da pandemia sobre a retomada das atividades de serviços vai ocorrer durante todo o ano. Assim, nosso PIB deve crescer pouco, algo como 1% ou 1,5%. Mas, se houver uma extensão do auxílio emergencial, isso pode ajudar os setores de serviços e até o da construção civil.
Nelson Marconi, coordenador executivo da FGV-SP

O agronegócio pode ajudar o Brasil em 2021? O setor do agronegócio deve manter em 2021 o ritmo de crescimento alcançado em 2020, apontam economistas. A retomada da atividade no exterior, em especial na China, vai garantir compradores para produtos brasileiros, como soja, minério de ferro e carne.

O campo é um dos setores mais fortes da economia brasileira, líder mundial na produção de grãos e metais, e também um dos menos afetados pelas medidas de isolamento social. Mas a participação dessas atividades no PIB brasileiro é pequena, na casa de 10%.

Se tivesse que apostar em um setor que vai ter desempenho acima da média e ajudar o PIB, eu iria com agricultura. Mas levando em conta o tamanho da participação dessa atividade na economia, o crescimento do PIB em 2021 terá que vir mesmo do setor de serviços.
Sillas de Souza Cezar, professor da Faap

Indústria pode ajudar o PIB brasileiro em 2021? O dólar valorizado, estacionado acima de R$ 5,00, pode ajudar a produção da indústria brasileira que usa poucos componentes e insumos importados.

Mas para setores que dependem de itens comprados do exterior para fabricar o produto final, o real fraco segue sendo um problema. O fechamento de empresas aqui, como a Ford, são exemplos disso, diz o economista Nelson Marconi, da FGV.

Indústria de bens de capital deu sinais positivos em 2020, muito em cima da demanda da agricultura, mas teremos um baque forte no setor automobilístico, em especial por conta da Ford.
Nelson Marconi, economista da FGV

Construção civil não tem força para puxar o PIB? A construção civil é parte da indústria que não depende de insumos importados, ou seja, não sofre tanto com o dólar caro. Além disso, os juros baixos estão ajudando o setor. Isso explica por que a construção civil conseguiu retomar as vendas em 2020, apesar da pandemia, que fechou stands de vendas e restringiu lançamentos.

O problema do setor da construção civil em 2021 é que ele precisa agora de mais consumidores – e isso depende da volta do emprego, afirma o economista Otto Nogami, professor do Insper, economista pela FEA/USP.

A construção civil cresceu por causa dos juros baixos e dos preços que estavam defasados depois de dois anos de recessão, o que gerou a demanda. Mas esse é um movimento de fôlego curto, se a base de compradores não crescer. E isso depende do aumento do emprego no país.
Otto Nogami, professor do Insper

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/02/06/brasil-vai-patinar-em-2021-se-setor-servicos-nao-decolar-dizem-economistas.htm#:~:text=O%20Brasil%20depende%20do%20setor,crescimento%20sem%20trope%C3%A7os%2C%20dizem%20economistas.&text=O%20problema%2C%20afirmam%20economistas%2C%20%C3%A9,lenta%2C%20do%20aux%C3%ADlio%20emergencial%20prorrogado.

Segundo IBGE, varejo teve em dezembro maior retração em 20 anos, mas avançou 1,2% no acumulado de 2020. Só que a queda livre contiua em 2021

RIO – As vendas no varejo tiveram uma queda forte de 6,1% em dezembro do ano passado, na comparação com novembro, frustrando expectativas.

Embora no acumulado de 2020 o comércio tenham registrado alta de 1,2% num ano marcado pela pandemia, o setor está longe de se recuperar da crise. O resultado divulgado ontem pelo IBGE reflete a montanha-russa vivida pelo setor no ano passado.

Auxílio emergencial: Governo planeja anunciar volta do benefício depois do carnaval, fora do teto de gastos

Este ano, a queda livre continua. Indicadores de janeiro apontam que o consumo continua em baixa. Para analistas, o setor só deve reagir a partir do segundo semestre, com o avanço da vacina e possíveis novas medidas do governo para enfrentar a crise.

No curto prazo, melhora só com a retomada do auxílio.

Analítico: Volta do auxílio ganha respaldo com dados do IBGE sobre comércio e serviços

Boletos chegam com caixa ainda fraco:

Um dos agravantes da situação desfavorável no início do ano é que os comerciantes têm que começar a pagar dívidas feitas no ano passado sem ainda ter recuperado caixa. Com a segunda onda da pandemia, muito menos gente circula no comércio.

Um levantamento realizado pelo Sebrae, em novembro, mostra que pelo menos 4% dos pequenos negócios não aguentaram e fecharam as portas no país em janeiro. No Rio, esse número sobe para 5%.

Sérgio Obeid, dono da loja de roupas Obeland, no Centro do Rio, teve de adotar diversas medidas ao longo de 2020 para conseguir manter seu negócio, como a redução de 70% da jornada de trabalho e salário de funcionários permitida pela medida provisória (MP) 936, que expirou em dezembro.

PUBLICIDADE

Agora, sem o alívio na folha de pagamentos, ele sente a queda no seu faturamento. Para o comerciante, a continuação de programas assistenciais do governo ajudaria estebelecimentos como o dele.

“O auxílio emergencial movimenta a economia. As pessoas recebem o dinheiro e vão para o consumo. Isso gira a economia como um todo. Acho que a manutenção dos programas do ano passado já seria suficiente”, diz Sérgio Obeid, lojista.
O gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, afirmou que o resultado do varejo em dezembro é um reposicionamento natural de desempenho do setor, já que o patamar estava muito alto com a recuperação das vendas em outubro e novembro.

No momento em que houve alguma flexibilização das medidas de isolamento, o comércio chegou a ultrapassar o patamar pré-pandemia, de fevereiro. Agora, mergulha de volta na crise.

Números de janeiro apontam queda mais forte
Os dados do IBGE para o varejo em janeiro só serão divulgados no mês que vem, mas, bancos e consultorias já trabalham com prévias bem negativas.

O Índice Getnet de Vendas do Comércio Varejista Brasileiro (iGet), desenvolvido pelo Santander em parceria com a Getnet, empresa de meios de pagamentos controlada pelo banco, apontaram queda de 12,6% e de 10,9% em janeiro no varejo restrito e no ampliado, respectivamente, descontados os valores sazonais.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou de 3,9% para 3,5% sua expectativa quanto ao crescimento das vendas em diante do quadro do fim do ano e da inflação ainda elevada.

Sem benefício:desempregados contam como o fim do auxílio dificulta a busca por uma vaga

Também pesa na conta a perspectiva de alta nos juros pelo Banco Central e a indefinição quanto à retomada da auxilio emergencial em 2021.

Segundo o vice-presidente de Finanças da Getnet, Gustavo Bahia, os números reforçam as previsões de que as vendas sofreriam os efeitos do fim do auxílio emergencial, que desacelerou o consumo das famílias.

Nos últimos quatro meses do ano, o benefício de R$ 600 foi reduzido para R$ 300 mensais, o que já impactou os números do comércio.

“Alguns fatores poderão contribuir para reversão deste cenário, como o avanço da vacinação, o fim das restrições a atividades e um possível retorno de incentivos fiscais que está em discussão”, avalia Gustavo Bahia, da Getnet
Para analistas, reação só no 2º semestre
Analistas esperam uma reação do comércio no segundo semestre, mas avaliam que, até lá, só uma retomada do auxílio poderá impulsionar o varejo, além de reformas e incentivos pontuais a setores específicos.

Lisandra Barreto, economista da XP Investimentos, acredita que o maior desafio para o comércio é este primeiro trimestre de 2021. Para ela, microreformas ensaiadas pelo governo para estimular empregos, como desburocratizar e reduzir custos de contratações seriam bem-vindas.

“O que sustentou (o varejo) no ano passado foi a manutenção de renda e outros estímulos. Para 2021 como um todo, porém, ainda temos um cenário de recuperação, por causa do ciclo de normalização, da vacinação em grande escala e da retomada gradual do emprego”, diz Lisandra Barreto, da XP
A XP Investimentos antecipou de agosto para maio sua previsão de alta da taxa da Selic, que está atualmente em 2%. Antes, a projeção da corretora era de uma alta para 3%. Agora, prevê 3,5%.

Varejo depende de ‘empurrão’ do governo
O Itaú Unibanco espera que os dados de janeiro venham levemente melhores, seguidos por desaceleração em fevereiro e março.

O motivo, segundo o economista do banco Luka Barbosa, é que as taxas de juros ainda baixas favorecem o crédito, compensando parte do efeito do fim do auxílio. O Itaú espra que os juros subam para 2,25% já em março.

Para o economista do Itaú, a retomada do auxílio emergencial não é o melhor caminho para estimuar a economia por causa do impacto fiscal. Ele sugere a retomada de reformas como a melhor saída:

— Em uma nova rodada do auxílio, talvez as pessoas tenham mais dinheiro em mãos. Por outro lado, a dívida pública vai subir, o que pode trazer um cenário de juros altos, e isso vai afetar negativamente o crédito.

PUBLICIDADE

“O melhor seria fazer reformas, porque abriria espaço nos gastos obrigatórios e reduziria a dívida. Assim, os juros poderiam ser mantidos em um patamar mais baixo”, diz Luka Barbosa, do Itaú Unibanco
Claudio Considera, pesquisador associado do Ibre/FGV, concorda que o governo precisa evitar o desequilíbrio das contas públicas, mas vê o auxílio emergencial como um elemento importante neste momento para a atividade econômica se o governo conseguir encontrar brechas fiscais:

— O crescimento da economia e do comércio não será espontâneo. O governo tem que dar um empurrão.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/sem-auxilio-emergencial-vendas-do-comercio-despencam-so-devem-melhorar-no-2-semestre-entenda-por-que-24876661

“Vamos ter que conviver com esse vírus, não adianta falar que passando o tempo vai resolver. Estão vendo que não vai”, disse Bolsonaro.

Em encontro com prefeitos realizado na manhã desta quarta-feira (10) o presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer um apelo para que os municípios evitem o fechamento generalizado do comércio para conter a disseminação da Covid-19. Ele repetiu que é preciso conviver com a doença e voltar a trabalhar. “Vamos ter que conviver com esse vírus, não adianta falar que passando o tempo vai resolver. Estão vendo que não vai. Novas cepas estão aparecendo. Agora, o efeito colateral do tratamento inadequado mata mais gente do que o vírus em si”, afirmou o Bolsonaro. “A economia não voltou ainda. Por isso eu apelo: quem puder abrir, abra o comércio. Vejo alguns municípios até protestando contra o respectivo governador”, acrescentou.

 

Fonte:  https://www.gazetadopovo.com.br/republica/breves/bolsonaro-prefeitos-fechamento-comercio/

Crescimento foi de 1,2% no ano, diz IBGE; analistas esperavam alta de 5,5%

10.fev.2021 Diego Garcia UOL

O varejo brasileiro terminou 2020 com crescimento de 1,2% nas vendas, mesmo com o impacto da Covid-19, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).

O dado, no entanto, veio abaixo da expectativa do mercado, que esperava que o setor encerrasse o ano com alta de 5,5%, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg,

O resultado foi influenciado pela queda de 6,1% em dezembro —mês que tradicionalmente tem alta ans vendas, relacionadas ao Natal.

Foi o maior recuo para o mês de toda a série histórica, iniciada em 2000, e o segundo pior quando se leva em consideração todos os meses do ano, ficando atrás apenas de abril de 2020, quando o setor sentiu o maior impacto da pandemia (-17,2% nas vendas).

A expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg era de um recuo de apenas 0,7% em dezembro

Regressão da quarentena para a fase amarela do Plano São Paulo endurece as regras para o comércio, mas movimento é grande na 25 de março Rivaldo Gomes/Folhapress

Com a retração observada em dezembro, o varejo voltou ao mesmo patamar de fevereiro, último mês antes da eclosão da pandemia no Brasil.

Cristiano Santos, gerente da pesquisa, afirmou que houve um crescimento acelerado desde abril que levou o setor a bater recordes de vendas. A base comparativa elevada, portanto, explica em parte o tombo de dezembro.

Na prática, isso significa que uma empresa média tinha em dezembro o mesmo nível de vendas de fevereiro, diz Santos.

O resultado do ano foi o menor nos últimos quatro anos. As vendas no varejo registraram altas de 2,1% em 2017, 2,3% em 2018 e 1,8% em 2019.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/02/varejo-encerra-ano-com-crescimento-de-12-aponta-ibge.shtml

Só comércio salva 2021, mas precisa de vacina ou auxílio, dizem analistas
João José Oliveira / Do UOL, em São Paulo /06/02/2021 04h00

RESUMO DA NOTÍCIA

· Economia brasileira neste ano depende principalmente do desempenho das atividades de serviços, dizem especialistas

· Mas para crescer, comércio, restaurantes, transportes e outras áreas de serviços precisam da vacina ou do auxílio emergencial, segundo economistas

· Agropecuária e mineração devem ir bem em 2021, mas participação desses setores no PIB é menor

O Brasil depende do setor de serviços em 2021 para retomar o crescimento sem tropeços, dizem economistas. Segundo eles, o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do país só avança neste ano se houver retomada firme de vendas e emprego em comércio, salões de beleza, restaurantes, bares, transportes e outros segmentos de serviços.

O problema, afirmam economistas, é que essas atividades precisam da população imunizada contra o coronavírus, ou, caso a vacinação seja lenta, do auxílio emergencial prorrogado. Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz isso. Segundo os especialistas, os setores da agropecuária e da mineração, que vendem grãos, carnes e metais para o exterior, devem ir bem neste ano. Mas são atividades que não possuem participação suficiente na economia brasileira para atuarem como motor de arranque nessa volta da pandemia.

Se país não melhorar já, só em 2024, pois eleição para tudo, diz agência

O crescimento do Brasil em 2021 deve ficar na casa de 3,5%, segundo o boletim Focus, levantamento semanal feito pelo Banco Central com economistas. Mas considerando que o PIB brasileiro deve ter fechado 2020 com uma retração de 4,5%, o avanço neste ano nem sequer recupera o terreno perdido no ano da pandemia.

E o crescimento econômico do Brasil vai desacelerar em 2022, para 2,5%. O que se torna ainda mais grave levando em consideração que o mundo vai crescer, na média, mais de 5% neste ano, destaca o economista PhD pela University of Kent at Canterbury, Reino Unido, e diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília, Reginaldo Nogueira.

Por que o setor de serviços é fundamental para a economia em 2021? O setor de serviços representa mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, por isso, dizem economistas, tem a capacidade de espalhar uma retomada de crescimento econômico mais rapidamente para o restante dos setores.

Ele está em cada quarteirão de todas as cidades, grandes ou pequenas, do salão de beleza ao grande shopping center, passando pelos transportes, operadoras de telefonia, bares, restaurantes, educação e saúde. Por isso, é uma área que emprega muita gente, também com vagas para pessoas com as mais diferentes qualificações e formações. Quando o setor de serviços vai bem, o emprego aumenta, a renda cresce, o consumo anda e a roda da economia gira.

Não tem como gerar crescimento e empregos se o setor de serviços não crescer de forma acelerado em 2021 e também em 2022. Mas esse setor é o que mais sofre quando temos que voltar atrás com as restrições da pandemia.
Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília

Por que setor de serviços precisa da vacinação ou do auxílio emergencial? O setor de serviços é o que mais sofre com as medidas de isolamento social e restrição à circulação das pessoas.

Shopping centers, escolas, bares, restaurantes, hotéis, academias, entretenimento – tudo fecha ou tem que trabalhar com atendimento limitado enquanto a população não for vacinada, afirma o economista Nelson Marconi, coordenador executivo do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da Fundação Getulio Vargas. Por isso, diz, a retomada do crescimento neste ano depende tanto da vacinação.

Mas aparentemente a pandemia vai se estender, e a vacinação no Brasil vai demorar este ano todo. Ou seja, o impacto da pandemia sobre a retomada das atividades de serviços vai ocorrer durante todo o ano. Assim, nosso PIB deve crescer pouco, algo como 1% ou 1,5%. Mas, se houver uma extensão do auxílio emergencial, isso pode ajudar os setores de serviços e até o da construção civil.
Nelson Marconi, coordenador executivo da FGV-SP

O agronegócio pode ajudar o Brasil em 2021? O setor do agronegócio deve manter em 2021 o ritmo de crescimento alcançado em 2020, apontam economistas. A retomada da atividade no exterior, em especial na China, vai garantir compradores para produtos brasileiros, como soja, minério de ferro e carne.

O campo é um dos setores mais fortes da economia brasileira, líder mundial na produção de grãos e metais, e também um dos menos afetados pelas medidas de isolamento social. Mas a participação dessas atividades no PIB brasileiro é pequena, na casa de 10%.

Se tivesse que apostar em um setor que vai ter desempenho acima da média e ajudar o PIB, eu iria com agricultura. Mas levando em conta o tamanho da participação dessa atividade na economia, o crescimento do PIB em 2021 terá que vir mesmo do setor de serviços.
Sillas de Souza Cezar, professor da Faap

Indústria pode ajudar o PIB brasileiro em 2021? O dólar valorizado, estacionado acima de R$ 5,00, pode ajudar a produção da indústria brasileira que usa poucos componentes e insumos importados.

Mas para setores que dependem de itens comprados do exterior para fabricar o produto final, o real fraco segue sendo um problema. O fechamento de empresas aqui, como a Ford, são exemplos disso, diz o economista Nelson Marconi, da FGV.

Indústria de bens de capital deu sinais positivos em 2020, muito em cima da demanda da agricultura, mas teremos um baque forte no setor automobilístico, em especial por conta da Ford.
Nelson Marconi, economista da FGV

Construção civil não tem força para puxar o PIB? A construção civil é parte da indústria que não depende de insumos importados, ou seja, não sofre tanto com o dólar caro. Além disso, os juros baixos estão ajudando o setor. Isso explica por que a construção civil conseguiu retomar as vendas em 2020, apesar da pandemia, que fechou stands de vendas e restringiu lançamentos.

O problema do setor da construção civil em 2021 é que ele precisa agora de mais consumidores – e isso depende da volta do emprego, afirma o economista Otto Nogami, professor do Insper, economista pela FEA/USP.

A construção civil cresceu por causa dos juros baixos e dos preços que estavam defasados depois de dois anos de recessão, o que gerou a demanda. Mas esse é um movimento de fôlego curto, se a base de compradores não crescer. E isso depende do aumento do emprego no país.
Otto Nogami, professor do Insper

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/02/06/brasil-vai-patinar-em-2021-se-setor-servicos-nao-decolar-dizem-economistas.htm#:~:text=O%20Brasil%20depende%20do%20setor,crescimento%20sem%20trope%C3%A7os%2C%20dizem%20economistas.&text=O%20problema%2C%20afirmam%20economistas%2C%20%C3%A9,lenta%2C%20do%20aux%C3%ADlio%20emergencial%20prorrogado.

Retomada dos gastos com cartão eleva endividamento dos que ganham mais de dez salários mínimos e favorece recuperação da economia
Cássia Almeida 21/11/2020 – o globo
RIO — A aposentada da Justiça do Trabalho Cassia Amorim, depois de seis meses de quarentena restrita para se proteger do novo coronavírus, começa, aos poucos, a voltar a sair e consumir. Ao salão preferido, ela tem ido sempre desde outubro, mas a viagem para ver o filho e os netos que moram em Nova York ficou para o ano que vem. Ela conta que reduziu os gastos em 30% durante o confinamento, mas a poupança forçada começou a diminuir com mais saídas. Ela já percebeu que seu consumo está agora 15% menor que antes da pandemia.
—Voltei a almoçar com minhas amigas, a comprar uma coisa no shopping. Cinema ainda não tive coragem de ir ainda — conta. — Ia ao cinema de 15 em 15 dias com uma amiga, mas ainda não fui.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) começou a ver esse consumo maior da classe média e classe média alta em setembro. A parcela das famílias com dívidas entre as que têm renda de dez salários mínimos para cima subiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, chegando a 59,4%.
Assim que a quarentena começou, esse contingente representava 62,3%, mas caiu para 57,8% em agosto, menor patamar desde o início da pandemia. Como o gasto com cartão de crédito é considerado endividamento, acaba sendo mais um indicador de consumo do que de necessidade de financiamento.
— O aumento das dívidas entre as famílias com mais de dez salários indica que elas estão, aos poucos, retomando o consumo. Durante toda a pandemia, mês após mês, vimos queda atrás de queda do nível de endividamento. Agosto foi ponto de inflexão. Modalidades de crédito que cresceram são as mais associadas a consumo, como cartão de crédito e cheque especial — afirma Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa.
Reação lenta nos serviços
Os serviços prestados às famílias, que são divididos em alojamento e alimentação e outros serviços, são os que estão sofrendo mais com o distanciamento social desde o início da pandemia. No entanto, começam a esboçar reação e a se recuperar com a reabertura dos estabelecimentos.
Restaurantes e bares, por exemplo, faturaram mais em agosto e setembro, compensando parte das perdas desde março. Cresceram 9,1% em setembro, mas, no ano, o recuo ainda é de 38%. Já chegou a ser de 60% em maio e vem reduzindo com a alta no consumo das classes altas.
Os outros serviços, como os de cabeleireiros, tiveram desempenho um pouco melhor. Cresceram 10,9% em setembro frente a agosto e acumulam queda de 27,8% no ano, mas já tinham caído 44%.

O salão de beleza foi o primeiro lugar que Cássia foi quando começou a sair:
— Voltei ao salão com força total. Vou toda a semana.
Segundo Izis, da CNC, ainda há espaço para o consumo das classes de renda alta crescer:
— Antes da pandemia, 62,3% desse grupo estavam endividados. Chegou a 59,4%, ainda há margem para crescer.
Nas favelas. Há R$ 159 bilhões para consumir
Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria que estuda mobilidade entre as classes de renda, diz que a recuperação recente da economia tende a favorecer os que ganham mais em momentos seguintes a retrações do Produto Interno Bruto (PIB):
— Nas classes A e B, há participação maior de empregadores, os primeiros a sentir efeitos de reação econômica, antes de outros trabalhadores. Há participação grande também da elite do funcionalismo público. A flexibilização das medidas de isolamento contribuiu para um ritmo mais positivo da economia, o que acaba beneficiando o consumo das classes sociais mais altas.
Mais gente no topo
Bancos e consultorias têm melhorado projeções do desempenho da economia brasileira. A previsão de queda do PIB chegou a 6,6% no fim de junho. Caiu para -4,66% na semana passada, de acordo com o Boletim Focus, pesquisa do Banco Central com mais de cem instituições financeiras.
A classe A, com renda superior a R$ 19.257 mensais, vai crescer 4% em 2021, pelas previsões da consultoria, maior alta entre as faixas de renda.
O diretor da FGV Social, Marcelo Neri, com outra metodologia, identificou um aumento na classe AB (renda familiar acima de dois salários mínimos per capita). Em julho, 5,8 milhões de pessoas da Classe AB tinham descido para Classe C (de meio a dois salários per capita). Em agosto, 1 milhão já tinha voltado ao patamar de renda superior, indicando que os ganhos melhoraram mais para esse grupo com a flexibilização da quarentena:
— A renda do trabalho está voltando para esse grupo.
Outro indicador de que o consumo começa a voltar é a captação da poupança. Continua recebendo mais depósitos do que saques, só que num ritmo menor. No início do isolamento social, em meados de março, os depósitos superaram os saques em R$ 12,1 bilhões.
Em maio já pulara para R$ 37,2 bilhões. No mês passado, essa captação líquida diminuiu para R$ 7 bilhões, já refletindo esse consumo maior com o relaxamento da quarentena e pela redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 em setembro.
Assis diz que parte da economia forçada com a quarentena para combater a Covid-19 está sendo destinada ao consumo. Isso era uma dúvida logo no início da pandemia.
— Mas, as incertezas sobre a evolução da doença e do cenário fiscal podem voltar a inibir esse consumo — diz o economista sobre o risco de uma segunda onda forte de infecções.
Cássia espera que, no ano que vem, possa voltar a visitar o filho e os netos nos EUA. Por enquanto, já voltou a caminhar na praia.

 

Por conta do descasamento da indústria com o varejo, muitos produtos estão em falta e a demanda em alta. João Appolinário, CEO da rede varejista, afirma que isso deve afetar a Black Friday e a volta ao normal deve acontecer só em 2021
Carlos Sambrana •28/08/20 • 07h43 / neofeed
No início da crise do coronavírus no Brasil, em março deste ano, o principal problema de João Appolinário, CEO e fundador da rede varejista Polishop, foi o fechamento abrupto de suas 278 lojas espalhadas pelo País. Ali, naquele momento, ele via 78% de seu faturamento desaparecer de uma hora para a outra.
Passados três meses, num esforço de guerra, numa batalha para a conversão digital e com a abertura gradual das lojas, Appolinário contou ao NeoFeed que a Polishop conseguiu atingir o mesmo faturamento de antes da pandemia com 90% de suas lojas abertas atualmente. Mas agora surge um novo desafio para a empresa e para um setor como um todo.
“Estão faltando produtos. O grande problema agora é o descasamento entre o varejo e a indústria. O consumo voltou e a indústria parou”, diz Appolinário, explicando que, muita gente que ficou em casa nos últimos meses, resolveu trocar aparelhos como liquidificador, aspirador de pó, entre outros. “Haverá falta de produtos nesta Black Friday e durante o ano todo. Essa questão só será resolvida em 2021.”
De acordo com o empresário, produtos como eletroportáteis estão em falta, com a produção atrasada em até cinco meses. “Os varejistas pararam de fazer pedidos e as indústrias pararam de fabricar. Agora que o consumo, que estava represado, voltou com mais força, não estamos conseguindo vender”, diz ele.
Appolinário acredita que, se não houvesse problemas de abastecimento, hoje a Polishop estaria faturando mais do que no mesmo período do ano passado. E, além dos problemas de abastecimento da indústria, principalmente a chinesa, ele também vê barreiras no transporte. “Estamos com problemas para embarcar os produtos para o Brasil.”
O empresário afirma que categorias como as de panelas elétricas e panelas antiaderentes, por exemplo, estão sofrendo com o desabastecimento. “O eixo do consumo mudou e muita gente passou a comprar produtos que antes não compravam, como essas panelas elétricas”, afirma.
A saída tem sido focar em equipamentos fitness, cujas vendas cresceram 300%, e são fabricados aqui em Manaus. “Acabou todo o nosso estoque dessa linha fitness, mas estamos trabalhando em dois turnos e contratando mais gente para aumentar a produção”, diz Appolinário.
O NeoFeed conversou com o CEO de uma grande empresa de eletroportáteis e ele confirmou o problema. “Existe sim problema de supply chain e falta de produtos. Mas é porque a demanda está alta. Não dá para dizer que é uma ruptura da cadeia de fornecimento”, diz ele. E prossegue. “O varejo está louco por produtos. E a indústria não está estocada.”