O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 3,3% no ano passado, o maior aumento da economia paranaense desde 2014. O avanço consolida a recuperação econômica após os impactos da pandemia de Covid-19 e é resultado principalmente da recuperação da indústria – em especial da construção civil e setor automotivo – e dos serviços. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

O PIB do Paraná, de R$ 579,3 bilhões, equivaleu a 6,6% do PIB brasileiro no período. A ampliação de 8,5% no valor adicionado da indústria e de 2,2% no de serviços foram determinantes para o bom resultado no ano. A estiagem prolongada, que provocou quebras nas safras de soja, milho e cana-de-açúcar, combinadas à diminuição no processamento de carne bovina, provocaram retração de 9,5% na agropecuária. O diretor-presidente do Ipardes, Daniel Nojima, explica que a recuperação iniciou já no último trimestre de 2020 e foi constante ao longo do primeiro semestre do ano passado. No ano anterior, o PIB paranaense fechou em queda de 1,8%, com o impacto da pandemia em todos os setores, além das consequências da estiagem já naquele período.

Ao longo de 2021, os diferentes ramos que compõem a indústria da transformação expandiram de forma disseminada, com destaque para a indústria automotiva e fabricação de máquinas e equipamentos. Também contribuiu para o resultado do setor industrial o bom desempenho da construção civil. O resultado positivo dos serviços levou em conta a recuperação das atividades de seus segmentos, que estavam entre os mais afetados pela pandemia. “O PIB paranaense avançou no ano passado mesmo com as adversidades. Além da Covid-19, inflação e alta de juros, o clima afetou muito a produção de energia e da agricultura, que tem um peso grande na economia paranaense”, explica Nojima. “Houve aumento também no número de empregos, ajudando na recuperação de parte do setor de serviços”, completa.

No primeiro trimestre de 2021, o PIB paranaense caiu 0,4% com relação aos primeiros três meses do ano anterior – o único trimestre de 2020 que fechou em alta. O desempenho foi revertido já no trimestre seguinte, com crescimento de 4,5% entre janeiro e junho. No resultado acumulado até setembro, o PIB do Paraná foi a 4,4%. No último trimestre do ano, o PIB apresentou estabilidade em relação ao período correspondente do ano anterior, com variação de 0,01% e valor acumulado de 3,3%. Dentre as atividades que compõem o valor adicionado (que corresponde ao PIB subtraído de impostos), houve expansão de 0,9% na indústria e retrações de 8% na agropecuária e de 0,5% no setor de serviços.

Na comparação com o trimestre anterior, o PIB registrou contração de 0,4%, influenciado por contrações de serviços (-1,1%) indústria (-0,7%). Segundo a análise do Ipardes, o crescimento da indústria dependeu da expansão da construção civil, que mais que compensou as variações negativas na indústria de transformação e nos serviços industriais de utilidade pública, como a geração de eletricidade. O declínio da agropecuária foi resultado de reduções nos volumes produzidos de cana-de-açúcar e de carne bovina. No setor de serviços, foi observada queda acentuada no varejo, o que provocou a retração do comércio no quarto trimestre.

“O setor de serviços vinha se recuperando por conta do aumento no número de empregos. Mas a inflação em alta desde o terceiro trimestre, com aumento no preço dos combustíveis e dos alimentos, reduziu poder de compra do cidadão e trouxe consequências ao desempenho do comércio, o que fez com que o setor crescesse em um ritmo mais lento no ano”, explica Nojima.

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/economia/pib-do-parana-cresce-3-3-em-2021-maior-avanco-desde-2014

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer alcançou 77,7% do total de famílias brasileiras em abril, a maior proporção da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Apurado desde janeiro de 2010 pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice avançou 0,2 ponto percentual no mês e 10,2 p.p. em relação a abril de 2021, quando a parcela correspondia a 67,5%.

De acordo com a pesquisa, a tendência de alta no endividamento se mantém ainda com os juros de mercado mais elevados. “A inflação alta, persistente e disseminada (IPCA em 11,3% ao ano) mantém a necessidade de crédito para recomposição da renda, fazendo com que as famílias encontrem nos recursos de terceiros uma saída para a manutenção do nível de consumo”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Apesar de oferecer os custos mais elevados, o cartão de crédito segue como o tipo de dívida mais comum entre os consumidores. O endividamento no cartão de crédito foi a única modalidade que apresentou aumento em abril, representando 88,8% de famílias com dívidas e revelando que o endividamento está ocorrendo essencialmente no consumo de curto prazo.

O tempo de comprometimento com dívidas caiu novamente em abril (7,1 meses), com mais pessoas endividadas no período de até três meses (25,1% do total de endividados). Já o percentual de endividados por mais de um ano segue em queda, representando 32,9% dos endividados.

Inadimplência acelera

A parcela da população com dívidas ou contas em atraso também alcançou o maior patamar histórico, atingindo 28,6% do total de famílias, com alta de 0,8 p.p. na passagem mensal e de 4,3 p.p. acima do apurado em abril de 2021. O valor também representa crescimento de 4,4 p.p. em relação ao registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19.

Já a fração que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerá inadimplente  chegou a 10,9% e apresentou aumento mais modesto de 0,1 p.p. ante março. O percentual é 0,5 p.p. maior do que o registrado em abril de 2021 e o maior desde dezembro de 2020.

Dívidas crescem entre as famílias mais ricas

Na avaliação por faixa de renda, o endividamento seguiu crescendo nos dois grupos apurados, com destaque para o das famílias com ganhos acima de dez salários mínimos, que desde o início do ano vem apresentando avanço mais acelerado do que o da parcela com menor renda.

Com 74,5% das famílias mais abastadas endividadas, o percentual é o maior da série histórica da pesquisa, registrando alta de 0,8 p.p., na comparação com março, e 11,4 p.p. na comparação com abril de 2021, o maior crescimento anual já observado. No grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de endividados chegou a 78,6%, subindo 0,1 p.p., em relação a março, e 10 p.p. em relação a abril de 2021.

Entre as famílias de menor renda, o indicador de contas/dívidas atrasadas destacou-se ao alcançar 31,9% das famílias desse grupo, o maior nível histórico. Já entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o percentual também aumentou e alcançou 13,5% de famílias, o maior percentual desde abril de 2016.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, avalia que a alta da inadimplência nas duas faixas de renda está associada ao consumo em um pior ambiente inflacionário. “Os orçamentos mais acirrados têm levado mais famílias a atrasarem o pagamento de contas e dívidas e usarem mais o cartão de crédito, que é a modalidade de dívida para o consumo de curto prazo”.

Ainda segundo a economista, os dois indicadores de inadimplência da Peic apontam tendência positiva maior entre as famílias de menor renda. Além disso, o contínuo encarecimento do crédito e a fragilidade apresentada no mercado de trabalho devem seguir afetando negativamente a dinâmica da inadimplência.

Fonte: https://www.panrotas.com.br/mercado/economia-e-politica/2022/05/endividamento-e-inadimplencia-voltam-a-bater-recorde-em-abril_189082.html#:~:text=O%20percentual%20de%20famílias%20que,Inadimplência%20do%20Consumidor%20(Peic).

Correio Braziliense repercute a decisão do Copom de elevar a taxa de juros para 12,75% – o maior patamar desde abril de 2017. Foi a 10ª alta consecutiva da Selic. Para especialistas, a decisão mostrou que o Banco Central continua preocupado com a inflação, que não dá trégua.

Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do BC e economista-chefe da CNC, lamentou a decisão do BC. Para ele, o Copom agiu de forma diferente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que elevou, ontem, os juros básicos do país em 0,50 ponto percentual, mas descartou acelerar a alta para 0,75 ponto na próxima reunião. “O Fed foi prudente e se mostrou preocupado com a atividade. A inflação aqui não é de demanda, mas de oferta”, disse.

Celebrando 40 anos de inauguração de sua primeira fábrica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o Grupo Boticário anunciou nesta segunda-feira (18) investimento de R$ 200 milhões para ampliar a produção na cidade, no chamado Polo da Beleza paranaense. O governador Ratinho Junior acompanhou a solenidade e destacou a parceria do Governo do Estado em diversos projetos de expansão das atividades do grupo.

Com o aporte, o Boticário deve aumentar em até 25% a capacidade produtiva sustentável em seu centro industrial, que reúne cerca de 830 fornecedores locais envolvidos diretamente na cadeia produtiva do segmento de cosméticos e beleza. A previsão é que sejam criadas mais de 500 novas vagas de emprego nos próximos dois anos.

“A modernização e ampliação do parque fabril do Boticário ratificam o bom momento que o Paraná tem vivido, graças à conjuntura de ações da iniciativa privada e do poder público, que traz bons resultados para a economia”, afirmou o governador. “O Paraná fechou o ano passado com recorde na geração de empregos, com mais de 172 mil vagas com carteira assinada, e já iniciou um ano com quase 50 mil novos postos de trabalho”.

A expansão do grupo, destacou Ratinho Junior, movimenta o setor de beleza do Estado e a cadeia produtiva da Região Metropolitana. “O Boticário é uma empresa genuinamente paranaense, que simboliza o melhor do Brasil. É uma empresa gigante, que gera muito emprego, faz produtos de alta qualidade, tem responsabilidade social e ambiental e ainda faz circular a cadeia produtiva do setor de cosméticos”, ressaltou.

POLO DA BELEZA

A empresa investiu, até o momento, R$ 700 milhões na construção do Polo da Beleza, instalado em um terreno de 150 mil metros quadrados em São José dos Pinhais, com 72 mil metros quadrados de área construída.

O complexo concentra a produção de itens de perfumaria, cuidados (cremes e hidratantes), maquiagens e estojos ou kits para presente. Somente em 2021, a fábrica foi responsável pela produção de 160 milhões de peças. O Polo da Beleza emprega cerca de 6 mil pessoas, incluindo os trabalhadores do Boticário e das empresas parceiras.

“Nosso compromisso com o Paraná é de longa data. Ao longo desses últimos anos, em que investimos no desenvolvimento da região, fortalecemos a indústria de beleza e conectamos centenas de parceiros, que juntos compõem um sustentável e inovador Polo da Beleza”, afirmou o vice-presidente de Operações do Grupo Boticário, Sérgio Sampaio.

Fonte: http://www.aroldomura.com.br/grupo-boticario-anuncia-r200-milhoes-para-ampliar-producao-na-rmc/

A prévia da carga tributária (peso dos impostos e demais tributos sobre a economia) subiu para 33,9% do Produto Interno Bruto, em 2021, divulgou o Tesouro Nacional. Em 2020, o mesmo indicador tinha atingido 31,76%, diferença de 2,14 ponto percentual. Segundo o Tesouro, dois fatores pesaram para a diminuição da carga tributária. O primeiro foi a reversão de várias isenções e reduções de tributos concedidas durante a fase mais aguda da pandemia de covid-19. Somente a restauração das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o crédito respondeu por um aumento de 0,27 ponto percentual do PIB.

O segundo fator foi a recuperação da atividade econômica após a contração de 2020. Com a alta na produção e no consumo, mais pessoas pagam impostos. Isso pode ser explicado pelo aumento de 1,28 ponto percentual do PIB na arrecadação de tributos sobre bens e serviços. A arrecadação do Imposto sobre a Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados, aumentou 0,58 ponto percentual do PIB em 2021. Além da recuperação do consumo, a alta reflete o encarecimento de produtos e serviços que subiram acima da inflação no ano passado, como eletricidade e combustíveis.

Outros tributos com destaque na subida da carga tributária foram o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), com crescimento de 0,22 ponto percentual, e o Imposto sobre Serviços (ISS), administrado pelos municípios, com alta de 0,06 ponto percentual. Os dois tributos são ligados ao consumo e refletem a alta nas vendas.

Todo mês de março, o Tesouro divulga uma estimativa própria da carga tributária do ano anterior. No entanto, por causa da operação-padrão e das paralisações dos servidores do órgão, a divulgação passou para a primeira semana de abril. Segundo o Ministério da Economia, a elaboração de uma prévia da carga tributária é necessária porque os dados são incluídos na prestação de contas da Presidência da República. O número oficial, divulgado pela Receita Federal, só sai ao longo do segundo semestre.

Com Agência Brasil

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/tributos/previa-da-carga-tributaria-sobe-para-33-9-do-pib-em-2021#:~:text=A%20prévia%20da%20carga%20tributária,de%202%2C14%20ponto%20percentual.

Pela primeira vez desde o começo da pandemia o volume de inadimplentes no Brasil ultrapassou os 65 milhões, segundo o mapa da inadimplência e renegociação de dívidas no Brasil elaborado mensalmente pela Serasa. O estudo registra 65,1 milhões de endividados em fevereiro, número recorde para o mês no comparativo dos últimos três anos: em 2021 foram 61,56 milhões, em 2020 63,8 milhões e, em 2019, 62,1 milhões. A Serasa só registrou índice acima dos 65 milhões de inadimplentes no começo da pandemia, em 2020, nos meses de abril (65,9 milhões) e maio (65,2 milhões).

Já a soma de todas as dívidas cresceu 1% em relação a janeiro, atingindo o total de R$ 263 bilhões, valor mais alto registrado na série histórica dos últimos 3 anos.O valor médio da dívida de cada brasileiro também aumentou, alcançando agora R$ 4.042,08, equivalente a quase quatro salários-mínimos.

Com relação aos segmentos, o estudo apontou que as finanças dos brasileiros continuam mais comprometidas com bancos e cartões, que representam 28,6% das dívidas de fevereiro. Em segundo lugar, aparecem os débitos de utilities (contas básicas como água, gás e energia) com uma pequena queda na representatividade, ficando em 23,2%, contra 23,7% em janeiro. Já as contas do varejo seguem em terceiro lugar e apresentam um leve crescimento, passando de 12,4% (janeiro) para 12,5% (fevereiro).

Entre os inadimplentes, o maior número está na faixa etária dos 26 a 40 anos (35,3%), seguida pela de 41 a 60 anos (34,9%). Os homens (50,2%) devem mais do que as mulheres (49,8%).

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/brasil/brasil-volta-a-ultrapassar-a-marca-de-65-milhoes-de-inadimplentes

A inflação fez com que quase oito em cada dez brasileiros, ou 76%, diminuíssem a compra de produtos e serviços que estavam habituados a consumir, segundo pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva. O processo inflacionário também fez com que 71% precisassem trocar de marca no último ano.

A inflação acelerou para 1,62% em março, após ficar em 1,01% em fevereiro. Esse foi o maior resultado para o mês desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Plano Real. No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

O levantamento indica que, entre os que reduziram a compra de produtos por causa da inflação, 78% disseram ter economizado com a alimentação em geral. Os principais itens que saíram do cardápio foram as carnes (64%), feijão (36%) e aves/frango (36%).

Ao todo, 68% dos brasileiros declararam que, no último ano, a qualidade dos alimentos que consomem piorou por causa da inflação. O índice é de 71% nas classes C, D e E e de 52% nas classes A e B. Além do que leva à mesa, a população também realizou cortes nos gastos com energia elétrica (62%), combustível (45%) e roupas (40%).

Maior importância ao preço

A pesquisa do Instituto Locomotiva aponta ainda que sete em cada dez brasileiros estão dando maior importância ao preço na hora de comprar produtos e serviços em comparação a um ano atrás. Mas, apesar da inflação em alta, apenas 17% aceitaram abrir mão de qualidade.

“O brasileiro enfrenta uma situação duríssima: renda estagnada diante da inflação que acelera. Aí não tem jeito. A saída é apertar o cinto para tentar fazer o dinheiro render até o final do mês”, explica o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles. “Nesse processo, o consumo prioriza preço e itens essenciais. Não há lugar para o que é considerado supérfluo.”

A pesquisa do Instituto Locomotiva foi feita a partir da análise de 1.950 entrevistas telefônicas, realizadas entre os dias 3 e 7 de março, em 78 cidades pelo Brasil.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/2022/04/11/oito-em-cada-dez-brasileiros-reduziram-compras-por-causa-da-inflacao/#:~:text=A%20inflação%20fez%20com%20que,de%20marca%20no%20último%20ano.

O percentual de famílias com dívidas e/ou contas em atraso apresentou, em fevereiro, o maior patamar desde março de 2010, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Alcançando 27% dos lares, o indicador de inadimplência apresentou, em fevereiro, aumento de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro e de 2,5 p.p. na comparação com fevereiro de 2021. Já a parcela que declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerá inadimplente também acirrou na passagem mensal, com aumento de 0,4 p.p., a proporção chegou a 10,5%, mesmo percentual registrado em fevereiro do ano passado.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) alcançou 76,6% em fevereiro, retomando o nível apurado em dezembro de 2021. Há um ano, a proporção de endividados era de 66,7%, 9,9 p.p. abaixo do número atual.

Sobre o cenário, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que a escalada dos juros, que encarece o crédito, dificulta a renegociação das dívidas. “O panorama mostra que, na margem, o custo do crédito mais elevado e o próprio endividamento alto entre as pessoas que vivem no mesmo domicílio dificultam a contratação de novas dívidas e o pagamento dos compromissos na data de seus vencimentos.”

Os dados do Banco Central (Bacen) mostram que as taxas de juros médias nas linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas aumentaram de 39,4%, em janeiro de 2021, para 46,3%, em janeiro de 2022. Em contrapartida, as concessões de crédito com recursos livres para pessoas físicas aumentaram 13,1% em termos reais na comparação interanual, mas caíram 2,7% em janeiro ante dezembro, na média diária.

Mais dívidas nas duas faixas de renda

Tanto o endividamento quanto a inadimplência cresceram entre os dois grupos de renda pesquisados. Nas famílias com ganhos até 10 salários mínimos, o percentual de endividados aumentou 0,4 p.p., chegando a 77,8% após ter apresentado queda na primeira leitura do ano. Já na parcela com renda acima de 10 salários mínimos, a proporção de endividados alcançou maior patamar histórico, 72,2%, com incremento anual de 10,1 pontos.

Entre os indicadores de inadimplência, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de até 10 salários mínimos atingiu o maior nível da série histórica para meses de fevereiro, 30,3%. Um ano antes, essa proporção era de 27,4%. Na parcela com maiores ganhos, o número também aumentou, chegando a 12,6%, o maior percentual desde abril de 2018.

O endividamento no cartão de crédito apresentou a primeira redução entre os endividados desde fevereiro de 2021, mas segue como o principal tipo de dívida no País. Representando 86,5% do total de famílias endividadas, o indicador está 6,5 p.p. acima do percentual de fevereiro de 2021 e ainda 7,9 p.p. maior do que em fevereiro de 2020, antes da crise sanitária.

Para a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, o encarecimento do crédito no Brasil e a fragilidade apontada no mercado de trabalho devem seguir afetando a dinâmica do endividamento e da inadimplência dos consumidores, especialmente em ano de maior incerteza pelo processo eleitoral. “Consideramos necessárias e relevantes as alternativas que suportem o pagamento dos compromissos financeiros assumidos e a renegociação das dívidas ou contas não pagas”, alerta.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Esse avanço recuperou as perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia. Já o PIB per capita alcançou R$ 40.688 no ano passado, um avanço de 3,9% em relação ao ano anterior. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, está 0,5% acima do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas continua 2,8% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado pelo IBGE.

O crescimento da economia foi puxado pelas altas nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos representam 90% do PIB do país. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,2% no ano passado. “Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). O transporte de passageiros subiu bastante, principalmente, no fim do ano, com o retorno das pessoas às viagens. A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais”, explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Outras atividades de serviços (7,6%) também tiveram alta no período. “São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço”, acrescenta Rebeca. Cresceram ainda o comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

Na indústria, o destaque positivo foi o desempenho da construção que, após cair 6,3% em 2020, subiu 9,7% em 2021. Tal expansão foi corroborada pelo aumento da ocupação na atividade. As indústrias de transformação (4,5%), com maior peso no setor, também cresceram, influenciadas, principalmente, pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva. As indústrias extrativas avançaram 3,0% devido à alta na extração de minério de ferro. A única atividade que não cresceu foi eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que teve variação negativa de 0,1%, o que indica estabilidade. “A crise hídrica afetou negativamente o desempenho da atividade em 2021”, explica Rebeca Palis.

Estiagem e geadas prejudicaram o resultado da agropecuária
Já a agropecuária, que havia crescido em 2020, recuou 0,2% em 2021, em decorrência da estiagem prolongada e de geadas. “Apesar do crescimento anual da produção de soja (11%), culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana-de-açúcar (-10,1%), o milho (-15%) e o café (-21,1%). O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite”, detalha Palis.

Ao contrário do que aconteceu em 2020, todos os componentes da demanda avançaram em 2021, contribuindo positivamente para o crescimento do PIB. O consumo das famílias avançou 3,6% e o do governo subiu 2%. No ano anterior, esses componentes haviam recuado 5,4% e 4,5%, respectivamente. “Houve uma recuperação da ocupação em 2021, mas a inflação alta afetou muito a capacidade de consumo das famílias. Os juros começaram a subir. Tivemos também os programas assistenciais do governo. Ou seja, fatores positivos e negativos impactaram o resultado do consumo das famílias no ano passado”, afirma Rebeca. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) avançaram 17,2%, favorecidos pela construção, que no ano anterior teve uma queda, e pela produção interna de bens de capital. A taxa de investimento subiu de 16,6% para 19,2% em um ano.

A balança de bens e serviços registrou alta de 12,4% nas importações e de 5,8% nas exportações. Em 2020, tinham recuado 9,8% e 1,8%, respectivamente. “Como a economia aqueceu, o país importou mais do que exportou, o que gerou esse déficit na balança de bens e serviços. Isso puxou o PIB um pouco para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia”, explica Palis. Entre os produtos da pauta de exportações, os destaques foram extração de petróleo e gás natural; metalurgia; veículos automotores; e produtos de metal. No caso dos serviços, as viagens subiram mais. Já entre as importações, os destaques positivos foram produtos químicos; máquinas e aparelhos elétricos; indústria automotiva e produtos de metal.

PIB cresce 0,5% no quarto trimestre
No quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 0,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano (-0,1%), registrando resultado positivo nessa comparação, depois da alta de 1,4% no primeiro trimestre e do recuo de 0,3% no segundo trimestre. Em valores correntes, isso corresponde a R$ 2,2 trilhões. Quando comparado ao quarto trimestre de 2020, o PIB teve alta de 1,6%.

“A agropecuária cresceu 5,8%, mas o fator determinante para o crescimento do PIB no quarto trimestre foram os serviços (0,5%), que têm peso maior na economia. Nos serviços, os destaques foram as mesmas atividades que cresceram no ano: informação e comunicação (3,4%), transporte, armazenagem e correio (2,6%), outras atividades de serviços (2,1%)”, destaca Rebeca. Também avançaram administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1%). Por outro lado, houve queda no comércio (-2,0%), seguida pela variação negativa nas atividades imobiliárias (-0,4%) e estabilidade nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,0%).

Já a indústria recuou com a queda nas indústrias de transformação (-2,5%), principalmente na atividade de bens de consumo duráveis. As indústrias extrativas (-2,4%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,2%) também recuaram. O único resultado positivo foi na construção (1,5%). A agropecuária cresceu porque acabou a safra do café e do milho, cujas estimativas eram negativas. Isso acabou puxando o resultado do trimestre para cima em relação ao anterior.

Pela ótica da despesa, houve crescimento no consumo das famílias (0,7%) e no consumo do governo (0,8%). Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) avançaram 0,4% no período. No que se refere ao setor externo, as exportações caíram 2,4%, enquanto as importações avançaram 0,5% em relação ao terceiro trimestre de 2021.

Fonte: https://amanha.com.br/categoria/economia/pib-avanca-4-6-em-2021-e-supera-perdas-da-pandemia

No último ano, a deterioração das condições de consumo impactou mais o comércio negativamente do que a covid-19. É o que aponta a análise da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de dezembro de 2021, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números indicam que, mesmo repassando apenas menos da metade da inflação ao consumidor final, o setor não conseguiu apresentar crescimento superior a 2% (1,4%) pela sexta vez em sete anos.

Segundo o estudo da CNC, em 2020, a crise sanitária ditou predominantemente o ritmo das vendas, levando o varejo a registrar um aumento anual de 1,2%. Já em 2021, a aceleração dos preços justificou o fraco desempenho do segmento de 1,4%. Em dezembro de 2020, a taxa de inflação acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava em 4,52%. Um ano depois, pressionada não somente pelas tarifas, mas também disseminada pelo índice, acelerou para 10,06%.

O presidente da entidade, José Roberto Tadros, avalia que o desemprego elevado e as taxas de juros em aceleração certamente contribuíram para o resultado de 2021; no entanto, o declínio das condições de consumo teve o maior impacto nas vendas, mesmo com o avanço econômico de 4,5% após queda de 3,9% em 2020. “A inflação reduziu o poder de compra e esfriou a demanda por produtos ao longo do ano. Além disso, incapazes de reter os reajustes do atacado, os varejistas se viram obrigados a repassar parcialmente a alta de custos aos consumidores finais.”

Na média, o varejo absorveu mais da metade da alta recebida do atacado (+27,6%), repassando apenas 12,2% aos compradores. Excetuando o comércio automotivo, cujos preços no varejo (+17,1%) subiram ligeiramente acima do atacado (+16,6%), os demais segmentos foram obrigados a sacrificar margens ao longo de 2021, com percentuais de retenção de repasses que chegaram a 68%, no caso do comércio de materiais de construção (+58,1% no atacado e +18,7% no varejo).

Entre altos e baixos

De acordo com a PMC, em dezembro de 2021, o volume de vendas do comércio varejista caiu 0,1% em relação ao mês anterior. Já na comparação com dezembro de 2020, a queda foi de 2,9%, a quinta retração consecutiva nesta base comparativa. E, enquanto em 2020, 18 das 27 unidades da Federação registraram aumento real das vendas, no ano passado, apenas 13 apresentaram expansão. Destacaram-se positivamente os Estados do Piauí (+9,8%), Pará (+7,1%) e Amapá (+8,5%).

Subsetorialmente, as maiores taxas positivas ocorreram nos segmentos automotivo (+14,9%); de tecidos, vestuário e calçados (+13,8%); e de artigos de uso pessoal e doméstico (+12,7%). Entretanto, nos três casos, as vendas mensais continuaram situadas abaixo do nível verificado antes do início da pandemia (-6,9%, -4,6% e-2,0%, respectivamente). O destaque negativo ficou por conta do varejo de alimentos (-2,3% ante 2020 e apenas 1,0% acima do registrado em fevereiro do ano anterior).

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que, apesar de ter sido severamente castigado pela crise sanitária em 2020, o comércio conseguiu crescer pelo quinto ano seguido e se aproximar da normalização operacional ao longo de 2021. “Esse cenário se traduziu no quase restabelecimento da circulação de consumidores ao nível pré-pandemia. Embora o ano tenha se iniciado sob a sombra da segunda onda da crise de contaminações pelo novo coronavírus, a desaceleração do número de casos graves da doença, decorrente do avanço na vacinação, viabilizou o aumento da circulação dos consumidores nos meses subsequentes”, observa.

Segundo levantamento feito pela CNC, com base em dados do Google Mobility, a circulação de consumidores, que havia recuado 23% nos três primeiros meses do ano, cresceu 67% até dezembro, apesar da influência do avanço da variante Ômicron no último mês de 2021. Em dezembro de 2020, o fluxo de consumidores nas lojas estava 29% abaixo do normal e, um ano depois, 9% aquém do período pré-pandemia.

Segundo Bentes, a tendência para 2022 é que o setor sofra menos com os efeitos decorrentes da crise sanitária e da inflação. “Apesar desses alívios, a expectativa de um crescimento econômico inferior a 0,5% neste ano e a incerteza inerente a 2022 deverão limitar a retomada do mercado de trabalho, a principal fonte de recursos para consumo”, estima. Diante deste cenário, sem alterações significativas desde a sua última projeção, a CNC manteve a expectativa de alta de 0,9% nas vendas deste ano.

Fonte: https://www.fenacor.org.br/noticias/cnc-inflacao-alta-impediu-aceleracao-das-vend