André Martins
Publicado em 12 de dezembro de 2023 às, 09h01. Exame
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de novembro com alta de 0,28%, após registrar avanço de 0,24 % em outubro. O resultado foi divulgado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a menor para um mês desde 2018.
No ano, o IPCA acumula alta de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%, abaixo dos 4,82% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a variação havia sido de 0,41%. A expectativa do mercado financeiro era de uma alta de 0,30% no mês.
No último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 11, a expectativa para o IPCA em 2023 caiu de 4,54% para 4,51%. Um mês antes, a mediana era de 4,59%. Para 2024, foco da política monetária, 3,92% para 3,93%. Há um mês, era de 3,92%.
Considerando as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,56% para 4,51%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,91% para 3,92% considerando 112 atualizações no período.
Por que o IPCA de novembro subiu?
O resultado foi influenciado pela alta dos alimentos, que registrou a maior variação, de 0,63% e maior impacto, de 13 pontos percentuais. Em outubro, o grupo vinha de alta de 0,31%.
“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças” explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
As altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio. Entre as quedas, destacam-se o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%).
Também a alimentação fora do domicílio registrou alta em novembro, de 0,32%, mas desacelerou em relação ao mês anterior, quando teve expansão de 0,42% nos preços. A alta da refeição (0,34%) também foi menos intensa que a registrada em outubro (0,48%).
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Energia elétrica e conta de água em alta em novembro
Outro grupo item que puxou o resultado foi a energia elétrica residencial fechou o mês com preços 1,07% acima do mês anterior, por conta dos reajustes aplicados em quatro regiões:
- Goiânia (6,13%), reajuste de 5,91% a partir de 22 de outubro;
- Brasília (4,02%), de 9,65% a partir de 22 de outubro;
- São Paulo (2,80%), de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro;
- Porto Alegre (0,91%), de 1,41% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 22 de novembro.
Os preços da conta de água e esgoto também tiveram alta no mês, com expansão de 1,02%, explicado pelos reajustes de 14,43% em Fortaleza (13,41%), a partir de 29 de outubro; e de 10,23% no Rio de Janeiro (7,60%), a partir de 8 de novembro. Também o gás encanado subiu 0,29%, por conta do reajuste médio de 0,98% aplicado no Rio de Janeiro (0,94%), com vigência a partir de 1º de novembro.
No grupo de transporte, os preços das passagens aéreas subiram 19,12%, como o subitem com a maior contribuição individual de 0,14 ponto percentual no mês. Entre os combustíveis, a gasolina e o etanol caíram, 1,69% e 1,86%, respectivamente. O óleo diesel, com alta de 0,87%, e o gás veicular, com avanço de 0,05%, foram os itens do grupo que tiveram alta.
Rio de Janeiro registra maior inflação de novembro
Na análise dos índices regionais do IPCA, quatro áreas apresentaram variações negativas em novembro, com menor resultado registrado em São Luís, queda de 0,39%, pressionada pela redução de 3,92% na gasolina.
Já a maior variação foi no Rio de Janeiro, com alta de 0,57%, influenciada pelas altas da passagem aérea (21,17%) e da taxa de água e esgoto (7,60%).
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Quem calcula o IPCA?
O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
1. Amostra de produtos e serviços
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
2. Pesquisa de preços
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
3. Ponderação dos itens
Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
4. Cálculo do índice
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
O que é IPCA acumulado?
O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
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O que significa a sigla IPCA?
A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.
Repórter de Brasil e Economia
Formado na Universidade Anhembi Morumbi, com passagem pelo mercado financeiro, está na Exame desde 2020. Apresentador do Exame Agora.