Os setores de comércio e serviços já sentem o peso da inflação no Brasil. O índice se aproxima de 11% em doze meses (10,73%), o que alerta o mercado para possíveis restrições na política monetária do Banco Central.
Nos Estados Unidos, apesar de a inflação também estar em alta, os dados de varejo de outubro surpreenderam novamente e vieram acima do esperado, crescendo 1,7%. Na China, destaque para a recondução de Xi Jinping ao poder com o objetivo de “salvar a China da “decadência da civilização ocidental”.
Esses e outros temas são tratados no “Panorama Mercado&Consumo” desta semana, produzido pelo time da Gouvêa Analytics, integrante da Gouvêa Ecosystem. Confira, a seguir, os principais pontos de atenção nos próximos dias na economia.
Cenário econômico nacional
O IBC-Br teve queda de 0,27% em setembro. O índice é usado como uma aproximação do PIB mensal e medido pelo Banco Central. O trimestre teve queda, na margem, de 0,14%, confirmando números ruins de indústria, comercio e serviços. Inflação, mercado de trabalho e juros altos são as principais causas da queda, além dos problemas nas cadeias globais de suprimentos.
O IPCA-15, que é medido entre os dias 15 de cada mês e mostra a tendência para o IPCA “cheio”, veio coma alta de 1,17% e se aproxima de 11% em doze meses (10,73%). Esse numero alerta o mercado para restrições ainda maiores na política monetária do BC.
Os números do setor industrial já mostram queda de 3,9% entre de setembro de 2020 e setembro de 2021. No terceiro trimestre, a queda é de 1,7% em relação ao segundo trimestre. Cadeias globais prejudicadas, pressão de custos de matéria prima e energia pelo lado da oferta e demanda desacelerando são as principais causas.
Comércio e serviços já sentem o peso da inflação. As pessoas são compelidas a gastar em produtos mais básicos, afetando as quantias dispensadas parar varejo e serviços, principalmente os não essenciais. Os dois números vieram negativos em setembro. O 13º salário deve ser direcionado para pagamentos de dívidas, pois o endividamento em São Paulo já atinge 71% das famílias, segundo a FecomercioSP. Demanda final fraca e aumento do custo de mão de obra devem fazer com que mercado de trabalho não reaja em 2022.
Cenário econômico internacional
Nos Estados Unidos, os dados de varejo de outubro surpreenderam novamente e vieram acima do esperado, crescendo 1,7%. O otimismo só não é maior porque parece haver um efeito muito pronunciado das ofertas pré-Black Friday e não foi sentido ainda o efeito da inflação mais alta. Eletrodomésticos lideraram o crescimento, com 3,8%; restaurantes permaneceram constantes e vestuário caiu 0,7%.
O pacote de infraestrutura de US$ 1,3 trilhão foi provado na Câmara. Apesar de ser dividido em um maior período, 10 anos, o mercado teme que ele coloque ainda mais gasolina na fogueira da inflação, que já está em 6,2%. Nesse contexto, o presidente do banco central americano (FED) Jerome Powell, foi reconduzido ao cargo com a missão de fazer essa inflação baixar em 2022.
O número de seguros-desemprego da última semana bateu o recorde mais baixo em 52 semanas. Os 199 mil pedidos mostram um mercado de trabalho superaquecido e que deve gerar custos ainda maiores para produção.
Na China, o presidente Xi Jinping foi reconduzido ao poder. Além disso, ele escreveu a terceira resolução sobre a história e rumos do partido, o que antes só havia sido feito pelos dois mais emblemáticos líderes dos ultimo tempos: Mao Tsé Tung e Deng Xiaoping. O texto tem uma perspectiva mais atual, ao contrário dos anteriores, mais teóricos, e mostra o atual o líder como a personificação do salvador do futuro da China. Ele irá usar, segundo o próprio, todos os meios possíveis para salvar a China da “decadência da civilização ocidental”.
Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/2021/11/29/panorama-mercadoconsumo-comercio-e-servicos-ja-sentem-o-peso-da-inflacao-no-brasil/