Redação 14 de outubro de 2024         – Mercado & Consumo

 

Imagem: Divulgação

A Renner tem avançado na promoção de uma moda sustentável, aproximando o tema dos consumidores de forma acessível. Atualmente, 8 em cada 10 peças de roupa vendidas pela marca são feitas com matérias-primas e processos que reduzem o impacto socioambiental.

Para chegar a esse resultado, a varejista de moda tem trabalhado com seus fornecedores para redesenhar o processo de criação de produtos, integrando conceitos de sustentabilidade em toda a cadeia produtiva. “Nossas coleções não apenas seguem as últimas tendências da moda, como também possuem atributos de menor impacto ambiental”, explica Juliana Frasca, diretora de Estilo da Renner.

Entre as iniciativas está o uso de algodão certificado, que promove práticas agrícolas de menor impacto ambiental e melhores condições de trabalho. A empresa também investe em matérias-primas como viscose certificada e fio reciclado, que reduzem o consumo de materiais virgens e prolongam o ciclo de vida dos tecidos. Outro exemplo é o projeto de algodão agroecológico, que apoia mais de 300 famílias em comunidades rurais, promovendo o empoderamento feminino.

Mais da metade das peças de jeans e sarja da marca são produzidas com baixo volume de água. Outra frente é a transição energética do ecossistema de fornecedores. Hoje, 40% deles já migraram para energias renováveis de baixa emissão.

 

A Renner também tem evoluído na eficiência produtiva, com mais da metade das peças de jeans e sarja sendo fabricadas com baixo consumo de água. Além disso, 40% dos fornecedores já migraram para o uso de energias renováveis, contribuindo para a redução das emissões de carbono.

Guia de Moda Circular

Em uma nova etapa dessa jornada, a Renner lançou o Guia de Moda Circular, um material prático que visa aplicar os princípios da economia circular ao setor têxtil. O guia foi desenvolvido para orientar fornecedores e parceiros sobre práticas que reduzem o consumo de matérias-primas e a geração de resíduos, fomentando um ciclo mais responsável na produção de moda.

“A aplicação da economia circular ao universo da moda vem avançando rapidamente e será fundamental para o futuro. Entendemos que a Renner pode e deve desempenhar o papel de facilitadora nessa jornada, estimulando a mudança não só no nosso negócio, mas no nosso setor e na própria sociedade”, diz o gerente Geral de Sustentabilidade, Eduardo Ferlauto.

Dentre os períodos de descanso prolongados do ano que vem, são 6 feriados nacionais e 2 pontos facultativos.

Por Redação / estadão / 15.10.24

O Brasil terá dez feriados nacionais no próximo ano, dos quais oito serão “feriadões” prolongados, seja por caírem em uma segunda ou sexta-feira, próximos ao fim de semana, ou por serem na quinta ou terça-feira, para aqueles que conseguem “emendar” as datas de descanso.

Somam-se à conta dois pontos facultativos: carnaval e Corpus Christi, em que as empresas podem decidir se tiram o dia de folga ou se mantém as atividades normalmente. Ambas as datas também costumam “emendar” com o final de semana.

Para aqueles que desejam se programar para viajar ou mesmo terem tempo maior para descanso, os feriados prolongados estão concentrados principalmente no primeiro semestre.

Já no segundo semestre, de julho a a outubro, não há feriados em dias úteis. Em novembro e dezembro, há um feriado em cada mês.

Veja o calendário de feriados prolongados em 2025:

  • 1/1 (quarta-feira): Confraternização Universal (costuma emendar com o dia 31 de dezembro, apesar de a véspera do ano-novo não ser considerada feriado nacional)
  • 3/3 e 4/3 (segunda e terça-feira): carnaval (ponto facultativo)
  • 18/4 (sexta-feira): Paixão de Cristo/”Sexta-feira Santa”
  • 21/4 (segunda-feira): Tiradentes
  • 1/5 (quinta-feira): Dia do Trabalho
  • 19/6 (quinta-feira): Corpus Christi (ponto facultativo)
  • 20/11 (quinta-feira): Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra
  • 25/12 (quinta-feira): Natal

Já os feriados nos finais de semana estão em quatro datas:

  • 7/9 (domingo): Independência do Brasil;
  • 12/10 (domingo): Nossa Sr.ª Aparecida – Padroeira do Brasil;
  • 2/11 (domingo): Finados;
  • 15/11 (sábado): Proclamação da República.

Daniel Knopfholz  • 2ºVice-presidente de Novos Negócios no Grupo Boticário | LinkedIn Top VoiceVice-presidente de Novos Negócios no Grupo Boticário | LinkedIn Top Voice

Uma construção que tive a honra de liderar nos últimos 5 anos junto com um time incrível e que agora continua sendo muito bem representado pelo Renato P. e as milhares de pessoas que hoje fazem Tech conosco.

Como sempre dizemos, a tecnologia e a inovação estão no core do negócio – tanto quanto a fabricação de batons e fragrâncias! Esse foco na evolução contínua nos leva a mais essa conquista destacada no Panorama do Mercado de Produto 2024-2025, relatório elaborado pela Escola PM3 em parceria com a Bain & Company e que ouviu mais 1,6 mil profissionais de Tech.

Continuo acompanhando essa história de perto, vibrando com cada entrega e confiante que seguiremos na vanguarda como uma das empresas mais inovadoras do Brasil!

  • 24/10/2024  site cnc

Índice recua mais entre famílias de maior renda, com destaque para bens duráveis

Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), diminuiu 0,6% em outubro, marcando o quarto mês seguido de retração. A principal causa foi a visão negativa sobre o momento para adquirir bens duráveis, com queda de 1,8%, além da percepção do nível de consumo atual, que caiu 1,2%. Apesar disso, o índice se mantém acima do nível de satisfação, com 103,2 pontos, o menor valor desde março, quando alcançou 104,1 pontos.

A desaceleração econômica, o aumento da Selic e o encarecimento do crédito têm enfraquecido o consumo, especialmente entre as famílias de maior renda. Quase todos os componentes da ICF apresentaram queda, exceto a perspectiva profissional, que permaneceu inalterada. A percepção sobre a renda atual, embora tenha tido uma leve queda de 0,6% no mês, ainda registra crescimento anual de 3,7%. “Os consumidores estão cada vez mais cautelosos em relação ao futuro. Com a Selic em alta e possivelmente subindo ainda mais, além da pressão inflacionária em alguns setores, o crédito deve se tornar ainda mais restrito, o que impacta diretamente o consumo”, comenta José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Essa conjuntura levou a uma redução de 0,9% no subindicador de acesso ao crédito, marcando o segundo mês consecutivo de retração. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também conduzida pela CNC, indica que o nível de endividamento das famílias permanece elevado, afetando de forma mais expressiva a intenção de consumo, especialmente de bens duráveis, que recuou 1,8% em outubro.

Famílias de maior renda demonstram maior cautela no consumo

A análise por faixas de renda revela que as famílias com ganhos superiores a 10 salários mínimos registraram uma redução de 1% na intenção de consumo, enquanto aquelas com renda inferior a esse valor apresentaram uma queda menor, de 0,8%. A perspectiva de consumo entre os mais ricos caiu 1,5%, refletindo os impactos do cenário econômico e do aumento do custo de crédito. Em comparação, para as famílias de menor renda, a perspectiva recuou 0,5%.

Quanto ao momento para compra de bens duráveis, a retração foi mais pronunciada entre as famílias de maior renda, com queda de 2,7%, enquanto as de menor renda registraram uma redução de 1,6%. Isso reflete a maior cautela das famílias mais abastadas, que são mais sensíveis às mudanças das condições de crédito e ao ambiente econômico instável.

“As famílias com maior renda estão mais cautelosas, especialmente em relação ao crédito para bens duráveis. Com a perspectiva de novas elevações da Selic, a tendência é uma retração ainda mais acentuada nesse setor”, ressalta Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.

Insegurança no mercado de trabalho evidencia desaceleração econômica

Os indicadores de mercado de trabalho mostraram um leve recuo em outubro, com o indicador de emprego atual caindo 1,1%, refletindo a cautela dos consumidores em relação à estabilidade no emprego. Em termos anuais, esse indicador permaneceu estável, sem variação significativa. No entanto, a perspectiva profissional apresentou uma queda de 4,1% em comparação ao ano anterior, revelando a crescente insegurança dos trabalhadores em relação ao futuro, em um cenário de desaceleração econômica e incertezas sobre a geração de novos postos de trabalho.

Thiago de Malo Furbino / Linkedin

O Same Store Sales (SSS) mede o crescimento das vendas em lojas ativas há pelo menos 13 meses, comparando com o mesmo período do ano anterior. Esse indicador abrange a receita de mercadorias tanto do canal físico quanto digital e é fundamental para avaliar o crescimento orgânico das varejistas.

Destaques das Vendas Mesmas Lojas (SSS) no 1S24:
– Lojas Renner S.A. 4,8% SSS | Receita Líquida: R$ 6,396 bilhões
– Riachuelo (RCHLO): 9,2% SSS | Receita Líquida: R$ 4,308 bilhões
– C&A Brasil Brasil: 12,2% SSS | Receita Líquida: R$ 3,285 bilhões
– GRUPO SBF SBF (Centauro e Fisia – Nike Brasil):
– CENTAURO 5,7% SSS
– Fisia: 6,9% SSS | Receita Líquida Total: R$ 3,209 bilhões
– Grupo Soma: 5,3% SSS | Receita Líquida: R$ 2,668 bilhões
– Arezzo&Co 6,5% SSS | Receita Líquida: R$ 2,305 bilhões
– TRACK&FIELD 14,2% SSS | Receita Líquida: R$ 354 milhões
– Veste (Bo.Bô e Le Lis Blanc): 5,3% SSS (2T24) | Receita Líquida: R$ 538 milhões
– Lojas Marisa -20,1% SSS | Receita Líquida: R$ 566 milhões

Análise Geral:
As maiores varejistas de moda do Brasil demonstraram crescimento expressivo nas vendas mesmas lojas, com destaque para:

– C&A, que apresentou um forte crescimento de 12,2% no SSS;
– Riachuelo, com alta de 9,2% no SSS, beneficiando-se de ações omnichannel;
– Track&Field, com um impressionante 14,2% de alta nas vendas mesmas lojas, a melhor varejista neste indicador.

Por outro lado, Marisa ainda enfrenta desafios, apresentando uma queda significativa de 20,1% no SSS, embora já esteja trabalhando em uma recuperação estratégica.

Para Renner, Riachuelo e C&A, a receita líquida inclui operações financeiras, que são uma fonte importante de funding e impulsionam o consumo. No entanto, o SSS reflete apenas a venda de mercadorias, sem considerar a receita financeira.

Perspectivas para o 2º Semestre:
Com a Black Friday e o Natal à frente, o foco será maximizar as vendas por metro quadrado por meio de coleções assertivas e integração dos canais físicos e digitais, garantindo uma experiência omnichannel fluida.

As varejistas devem avaliar estratégias de precificação para aumentar as vendas, seja por ganho de volume ou elevação do ticket médio, combinando cupons, promoções e campanhas estratégicas. Além disso, o uso de dados em tempo real permitirá ajustes rápidos de estoque e a antecipação de demandas sazonais.

Campanhas personalizadas e benefícios exclusivos para clientes fidelizados também serão fundamentais para melhorar a retenção e potencializar a conversão nas principais datas do varejo. Por fim, otimizar a gestão operacional e engajar as equipes de vendas serão essenciais para garantir um fechamento positivo do ano e fortalecer o posicionamento para 2025.

E para você, qual estratégia as varejistas deveriam adotar para aproveitar melhor o último semestre?

Luiz Alberto Marinho Sócio-Diretor da Gouvea Malls – Consultoria de Negócios e Soluções Centros Com – Linkedim



Liderando o ranking está a Natura, seguida da Vivara/Life by Vivara. Duas marcas que seguem expandindo de maneira consistente.

No degrau de baixo aparecem os quiosques da Fini Golosinas e a Milky Moo, empresas que também vêm acelerando a expansão de suas redes há tempos.

Logo depois surgem duas operações que representam a moda da vez: as máquinas de caixas surpresa. São a Box Mania e a MBOX.

Por fim, fechando a lista das 10 mais, vêm a Bagaggio (malas e itens de viagem), duas marcas de sorvetes, a Gelato Borelli e a Ice Cream Roll, e os quiosques da Touti Cosmetics Oficial.

Resumo da ópera: beleza e bem estar, produtos de indulgência, quiosques e vending machines estão em alta no momento.

Os dados são da ABRASCE – associação que reúne os shopping centers no país.

Material de construção é um dos segmentos em destaque, mas há potencial de expansão para outros mercados

de Redação 23 de setembro de 2024

As marcas próprias têm apresentado crescimento exponencial no mercado. Marcelo Bicudo, CEO da Design Bridge, afirma que que já representam entre 5% a 7% das vendas no varejo em segmentos como o de material de construção, com potencial de expansão para muitos outros mercados.

Para que uma marca própria se destaque, no entanto, Bicudo explicou que é essencial desenvolver uma estratégia de branding que vá além do produto em si, estabelecendo uma conexão emocional e de confiança com o consumidor.

Branding não é apenas sobre criar um nome e uma identidade visual, mas sobre como essa marca se comporta, comunica e se posiciona no mercado. É a criação de uma narrativa coerente e convincente que engaja tanto o consumidor final quanto os parceiros comerciais”, destacou Bicudo na palestra “Branding estratégico: construindo marcas próprias de sucesso”, no PL Connection, na última quarta-feira, 18.

A principal mensagem do executivo foi a necessidade de diferenciação em um mercado saturado. Ele destacou que, para uma marca própria ser bem-sucedida, ela deve oferecer uma proposta de valor única, por meio da inovação, da qualidade ou do preço. Entretanto, a consistência é igualmente importante.

“A marca precisa ser reconhecível em todos os pontos de contato com o consumidor, desde o produto na prateleira até as campanhas de marketing. Essa coerência cria familiaridade e confiança, elementos-chave para a fidelização”, afirmou.

Bicudo também falou sobre o potencial das marcas próprias em setores como alimentos, bebidas e materiais de construção, que estão experimentando um aumento na aceitação de produtos com marca própria.

 

“O consumidor moderno está mais aberto a testar novas marcas, desde que elas transmitam segurança e qualidade”, disse. Ele acrescentou que essa mudança de mentalidade do consumidor cria uma grande oportunidade para as empresas se destacarem com suas próprias linhas de produtos.

Embora o mercado de marcas próprias esteja em franca expansão, Bicudo não deixou de apontar os desafios enfrentados pelas empresas. A competitividade acirrada e a necessidade de inovar constantemente foram destacadas como pontos críticos.

“Criar uma marca própria de sucesso requer mais do que simplesmente colocar o nome de uma empresa em um produto. É necessário um planejamento cuidadoso, uma execução impecável e, acima de tudo, um compromisso com a qualidade e a satisfação do consumidor”, enfatizou.

PL Connection

Organizado pela Francal, o PL Connection ocorreu entre os dias 17, 18 e 19 de setembro, em uma área expositiva dentro do Latam Retail Show 2024, organizado pela Gouvêa Experience, no Expo Center Norte, em São Paulo. O LRS é o principal evento B2B de varejo e consumo da América Latina e contou com cobertura completa da Mercado&Consumo.

Por 

Thaís Barcellos

Ana Flávia Pilar

Karolini Bandeira

 e 

Sérgio Roxo

 — Brasília e São Paulo

25/09/2024 O Globo /

Segundo estudo do Banco Central, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família fizeram Pix para plataformas de jogos on-line somente em agosto

O volume mensal de transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas e jogos de azar on-line variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões neste ano, estima o Banco Central (BC). Os dados ajudam a dimensionar esse mercado no país ao apontar que cerca de 24 milhões de pessoas físicas usaram plataformas desses jogos neste ano, realizando ao menos uma transferência via Pix para essas empresas no período analisado, de janeiro a agosto.

Os dados constam de nota técnica produzida pelo Departamento de Estatísticas do BC a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM). Esta é a primeira radiografia com dados oficiais de quanto movimentam e mobilizam esses jogos on-line no país.

Em agosto, 5 milhões de pessoas de famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de apostas por Pix, sendo a mediana dos valores gastos por pessoa de R$ 100. Dessas pessoas, 4 milhões (70%) são chefes de família (quem de fato recebe o benefício), que enviaram R$ 2 bilhões (67%) por Pix para as casas de jogos.

Em agosto, o volume mensal dos jogos on-line foi de R$ 20,8 bilhões. O próprio BC fez a comparação: a arrecadação de todos os sorteios de loterias da Caixa foi de a R$ 1,9 bilhão no mesmo período.

A nota considera todos os tipos de jogos: aqueles em que há uma aposta baseada em um evento real (como uma partida de futebol, as chamadas bets) e os cassinos on-line, como o Jogo do Tigrinho. As duas modalidades estão passando por um processo de regulamentação no país.

A maioria dos jogadores mapeados tem entre 20 e 30 anos. O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade: para os mais jovens, o valor gira em torno de R$ 100 por mês, enquanto para os mais velhos o valor ultrapassa R$ 3.000 por mês, de acordo com os dados de agosto de 2024.

O BC ressalta que os valores são de transferências brutas para as empresas, ou seja, o quanto foi aportado pelos jogadores. Com base nas transações das empresas para as pessoas físicas, a autarquia estimou que cerca de 15% das apostas são retidas pelas plataformas, e o restante é distribuído em forma de prêmios.

Dados subestimados

A nota técnica alerta, porém, que esses valores podem estar subestimados. As apostas podem ser feitas por outros canais além do Pix, como o TED, mas os prêmios devem ser pagos exclusivamente por transferência eletrônica.

Evolução apostas on-line — Foto: Criação O Globo

Aziz divulgou ainda um dado apontando que 8,91 milhões de pessoas pertencentes a famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 10,5 bilhões às empresas de aposta utilizando a plataforma Pix entre janeiro e agosto deste ano — mas esse dado não chegou a ser inserido na nota técnica.

Na manhã de ontem, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, alertou sobre o crescimento acelerado das apostas no país, o que considera preocupante, especialmente para o aumento da inadimplência das famílias. Ele disse que é trabalho da autarquia levar ao governo a preocupação sobre esse tema.

— A correlação entre pessoas que recebem Bolsa Família, pessoas de baixa renda, e o aumento das apostas tem sido bastante grande. A gente consegue mapear o que teve de Pix para essas plataformas e o crescimento de janeiro pra cá foi bastante grande. A gente pega o tíquete médio e subiu mais de 200%. É uma coisa que chama atenção, e a gente começa a ter a percepção de que vai ter um efeito na inadimplência na ponta — comentou.

Segundo o BC, os resultados estão em linha com outros levantamentos que apontam famílias de baixa renda como as que mais têm dificuldades com apostas: “É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”.

Lula teme endividamento

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai enfrentar a “dependência psicológica dos jogos” no país. Ontem, o presidente Lula disse, em Nova York, que os jogos on-line vão precisar de regulação e que, se isso não acontecer, há risco de as cozinhas das casas brasileiras se transformarem em cassinos:

— Nós estamos percebendo no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro a todo custo. Esse é um problema que nós vamos ter que regular.

Em Brasília, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, reuniu-se ontem com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e representantes das pastas da Justiça e da Fazenda para discutir a regulação desse mercado.

Um dos pontos foi a possibilidade de antecipar a proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento dos jogos (hoje prevista para janeiro), uma demanda de varejistas e do setor bancário diante de sinais de queda no consumo e alta na inadimplência influenciadas pelos jogos on-line. Na reunião, a Fazenda disse que essa medida é difícil, mas sinalizou que está estudando novas regras.

Uma lei aprovada em 2023 estabeleceu regras para esse mercado, que está em processo de regulamentação pela Fazenda. A partir de outubro, só poderão operar empresas que pediram autorização — até agora, 103 solicitaram. Em janeiro de 2025, todas as regras entrarão em vigor.

O estudo do BC também aponta desafios para a mensuração do mercado de apostas no Brasil e ressalta que as informações da nota são estimativas e resultados preliminares. A estratégia adotada foi avaliar as movimentações de CNPJs de atividades relacionadas à exploração de jogos de azar e apostas.

Mas o BC notou que há um grande número de empresas inscritas nessa classificação, que movimentam uma parcela relativamente pequena de recursos.

Em um segundo momento, o BC fez um filtro para identificar as empresas que não estão classificadas no setor econômico apropriado. Com base nesses critérios, foram identificadas 56 empresas que somaram, em agosto, R$ 20,8 bilhões de transferências recebidas.

A identificação foi feita com base em citações na internet e na aplicação de filtros com características típicas de transferências de apostas, como número de pessoas que fizeram transferências, número de transações, tíquete médio e concentração das transferências em determinados horários.

 

25/09/2024  site CNC

Quinta queda consecutiva do Índice de Confiança do Empresário do Comércio foi puxada pela redução de 4,4% na avaliação da economia atual

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 109,9 pontos em setembro, representando uma queda de 1,6% em relação a agosto. Esse número marca a quinta retração consecutiva e a mais intensa desde abril. Comparado a igual mês do ano anterior, o recuo foi de 2,9%.

Um ponto crítico que se destacou foi a confiança dos comerciantes em relação às condições atuais da economia, que sofreu recuo de 4,4% em relação ao mês anterior. Como resultado, o subindicador que mostra a avaliação do varejista em relação às condições atuais caiu 2,5%, a quinta redução consecutiva, mantendo-se abaixo da zona de satisfação, aos 84,3 pontos. Esse subindicador continua sendo o único a permanecer abaixo da marca dos 100 pontos, refletindo o pessimismo dos empresários em relação ao momento atual. No entanto, a taxa de crescimento do comércio ampliado em julho, de 7,2%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda sugere um desempenho positivo, embora a expectativa seja de desaceleração nos próximos meses.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o cenário econômico brasileiro é desafiador. “A perspectiva de mais inflação continua pressionando a confiança dos empresários, principalmente os do varejo”, afirma. Segundo ele, o recente aumento da taxa Selic, apesar de seu objetivo de conter a inflação, traz uma necessidade maior de prudência. “O custo do crédito mais elevado reduz a capacidade de investimento e consumo, e isso se reflete diretamente no otimismo do comerciante”, aponta.

Apesar da cautela, intenção de investir volta a crescer

Mesmo diante de um ambiente econômico mais adverso, os varejistas indicaram uma intenção de aumentar o investimento em suas empresas, com esse indicador registrando crescimento de 0,6%, o único item com variação positiva no mês. Esse índice de intenção de investimentos voltou a superar o nível de satisfação, alcançando 100,7 pontos, algo que não acontecia desde fevereiro de 2023. Esse movimento é visto como uma tentativa de estimular o comércio e mitigar a queda observada na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também medida pela CNC.

No entanto, a criação de novas vagas de emprego não é uma prioridade no momento, com o subindicador de intenção de contratação registrando uma queda de 1,2%, ainda que o nível permaneça elevado, aos 121,9 pontos. Essa retração está alinhada com a percepção de piora no mercado de trabalho para os próximos meses, apontada pela ICF.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, analisa que a incerteza deve ser a tônica dos próximos meses. “Apesar de alguns sinais positivos, o cenário de juros e inflação ainda gera muita cautela. A melhora pontual no investimento não deve ser vista como uma tendência estável, mas sim como uma resposta a condições específicas do momento”, ressalta.

Segmento de bens semiduráveis apresenta melhora nas expectativas

Entre os setores analisados, a queda da confiança foi mais acentuada no segmento de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, que recuou 2,9%. O comércio de vestuário, tecidos e calçados teve um desempenho mais contido, com queda de 0,5%, enquanto o de produtos duráveis, como eletrodomésticos e veículos, registrou uma queda de 2%.

Apesar do pessimismo geral, o segmento de bens semiduráveis foi o destaque positivo, com crescimento de 2,1% na intenção de investimento, o maior avanço entre os setores. Por outro lado, a percepção em relação à economia atual foi negativa para todos os segmentos, com destaque para o de bens não duráveis, que sofreu uma redução mensal de 6,3%.

A percepção sobre as condições atuais do comércio entre os varejistas de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi a mais afetada, com uma queda de 3,2%. Esse segmento também ficou abaixo do nível registrado em setembro de 2023, com uma retração anual de 8,4%. Já para os empresários do ramo de eletrônicos, eletrodomésticos e veículos a percepção teve uma leve melhora na comparação anual, com crescimento de 2,8%, mesmo com uma queda mensal de 2,1%, resultado das condições mais favoráveis de juros em relação ao ano anterior.

  • 23/09/2024 site cnc

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,3% em setembro, refletindo uma piora na avaliação sobre a perspectiva profissional (redução de 0,4%) e sobre o acesso ao crédito (queda de 1,3%). A diminuição foi mais acentuada entre as famílias de maior renda e o público masculino, cujas percepções do mercado de trabalho e consumo futuro pioraram. No entanto, apesar da retração, o indicador ainda registrou 103,1 pontos, permanecendo acima do nível de satisfação e alcançando seu maior patamar desde março deste ano, quando atingiu 104,1 pontos.

A desaceleração na criação de empregos e a incerteza econômica levaram a uma retração de 0,4% na perspectiva profissional, apesar de a avaliação sobre o emprego atual ter mostrado sinais de melhora, com um aumento de 0,4% na ICF. “O saldo positivo do mercado de trabalho anima os consumidores no curto prazo, mas a cautela quanto ao futuro permanece”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho também revelou um aumento no volume de assalariados, com crescimento acumulado de 3,9% nos últimos 12 meses.

Mercado de crédito mais seletivo impacta consumo

A maior pressão inflacionária e as incertezas fiscais afetaram o mercado de crédito, que se tornou mais restrito, resultando em uma queda de 1,3% no subindicador que mede a satisfação com o acesso ao crédito. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também apurada pela CNC, o número de famílias incapazes de pagar suas dívidas aumentou em agosto, influenciando negativamente a avaliação do momento para compra de bens duráveis, que registrou uma redução de 1%. “Com o cenário mais desafiador para o crédito e o aumento da inadimplência, o mercado se tornou menos acessível, especialmente para famílias de maior renda, que mostram maior retração na intenção de consumo”, pontua Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.

Famílias com maior renda mostram maior cautela

A análise das diferentes faixas de renda revela que as famílias com renda acima de dez salários mínimos sofreram uma queda de 0,8% na intenção de consumo em setembro, enquanto as com menor renda recuaram apenas 0,2%. A perspectiva de consumo teve uma redução ainda mais intensa entre as famílias de maior renda (queda de 2,5%), contra uma diminuição de 0,6% entre as de menor renda. Essa divergência também se manifestou no indicador de emprego atual, com as famílias de maior renda registrando queda de 0,3%, enquanto as de menor renda apresentaram um aumento de 0,8%.

“Famílias com maiores salários estão mais cautelosas em relação ao emprego e ao consumo futuro, devido à maior seletividade no crédito e à piora na confiança empresarial”, comenta Felipe Tavares. Em contraste, as famílias com menor renda, embora mais otimistas quanto ao emprego atual, mantêm-se reservadas com relação ao futuro, com queda de 0,2% na perspectiva profissional.

Mulheres demonstram maior otimismo

Uma análise por gênero mostra que as mulheres puxaram o avanço da intenção de consumo, com um crescimento anual de 1,6%, em comparação a uma retração de 0,3% entre os homens. No mercado de trabalho, o indicador que mede a satisfação com o emprego atual avançou 3,3% para elas, contra apenas 0,3% para eles. A perspectiva profissional também apresentou diferenças, com uma queda mais acentuada entre os homens (redução de 5,4%), em contraste com uma diminuição de 2,4% entre as mulheres.

No que diz respeito à avaliação do acesso ao crédito, as mulheres registraram uma melhora de 1,7% em relação a setembro do ano passado, enquanto os homens viram uma queda de 0,2%. Esse fator é atribuído ao aumento do número de homens com dificuldades em amortizar suas dívidas, conforme aponta a Peic, contribuindo para uma redução de 4,2% na perspectiva de consumo entre o público masculino, contra uma queda de 2,6% entre o público feminino. “Esse cenário de maior otimismo entre as mulheres reflete um mercado de trabalho e crédito ligeiramente mais favorável para elas, enquanto os homens enfrentam maiores desafios nos próximos meses”, conclui o economista-chefe da CNC.