de Redação

 26 de julho de 2024

A Black Friday 2024 está cada dia mais próxima e é uma das datas mais importantes para o varejo no ano. Para a edição deste ano, 39% dos consumidores planejam ir às compras para aproveitar as ofertas. Os dados são da pesquisa Panorama do Consumo Black Friday 2024, produzida pela Globo, que é uma das 12 pesquisas exclusivas que serão apresentadas no Latam Retail Show, evento sobre varejo e consumo B2B realizado pela Gouvêa Experience, que acontece entre os dias 17 e 19 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo será media partner do evento.

Os dados da pesquisa apontam que, do total de consumidores que planejam realizar compras na data, 56% pertencem à classe AB, apresentando o maior índice entre as classes que participaram do estudo.

Também existem aqueles consumidores que podem realizar compras na Black Friday, mas não planejaram os gastos. Entre os motivos que podem levá-los a gastar na data estão:

  • Descontos acima de 50% (49% dos consumidores);
  • Frete grátis (38% dos consumidores);
  • Entrega rápida (21% dos consumidores); e
  • Pagamento flexível e facilitado (19% dos consumidores).

Com uma ampla gama de opções de ofertas, 81% dos consumidores consideram importante realizar uma pesquisa antes de comprar, a fim de encontrar os melhores preços. Quase metade do público começa as pesquisas, pelo menos, um mês antes ou mais, enquanto 17% não fazem essa busca antecipada pelas ofertas.

As pesquisas são feitas, principalmente, em sites de busca, seguidas por aplicativos das lojas e sites em que o consumidor já tem experiência em comprar. As lojas físicas são outra opção para pesquisar ofertas.

 

Ao serem questionados sobre os produtos favoritos, os mais citados foram:

  1. Smartphones;
  2. Roupas e acessórios;
  3. Eletrodomésticos;
  4. Calçados;
  5. Eletrônicos.

Formas de pagamento

Segundo o estudo, um dos motivos que levam os consumidores a comprar na Black Friday são os pagamentos facilitados e flexíveis. O cartão de crédito e o Pix são os preferidos, com 48% e 41% das preferências, respectivamente. O Pix apresentou um crescimento de 3% de 2023 para 2024, quando era a escolha de 38% dos consumidores.

Entre os motivos que levam os consumidores a escolherem o cartão de crédito, destaca-se a possibilidade de parcelamento (58%). Para o Pix, é o processo mais simples. No cartão de débito e dinheiro, que são 21% e 15% das escolhas, respectivamente, o principal motivo é o cashback (28% e 25%, respectivamente).

Por  Bernardo Lima — Brasília  o globo  13.9.24

O Ministério da Fazenda revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de uma alta de 2,5% para 3,2% neste ano, após dados positivos do desempenho da economia brasileira. Enquanto isso, a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, também aumentou, saindo de 3,90% para 4,25% em 2024. Esse valor é próximo do teto da meta da inflação, de 4,5%.

As informações constam no Boletim Macrofiscal, divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta sexta-feira. A última revisão havia sido feita pelo governo em julho.

PIB

A estimativa de crescimento foi revisada pelo governo após um desempenho da economia brasileira acima do esperado no segundo trimestre do ano, em que o PIB cresceu 1,4%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

“Após a divulgação do PIB do segundo trimestre, o carregamento estatístico para o crescimento do ano passou a ser de 2,5%. A projeção de 3,2% incorpora projeções de crescimento para os próximos dois trimestres, embora em ritmo inferior ao observado nos trimestres anteriores”, diz o boletim.

Segundo os técnicos do ministério, a previsão de crescimento dos principais setores da economia também foi revisada, com destaque para o setor da indústria, que passou de uma alta de 2,6% para 3,5%.

As estimativas do setor agropecuário também melhoraram apesar da seca sofrida pelo planteta e os incêndios que acometem o país desde o mês passado. A queda estimada passou a ser de 1,9%, frente a uma projeção anterior de queda de 2,5%.

O secretário de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que esse indicativo pode ser revisado caso a estiagem se prolongue nos próximos meses.

— A nossa expectativa é de que as chuvas voltem a partir de outubro e novembro e, caso isso aconteça, o impacto é bastante minorado em relação ao que poderia ser se essa seca persistir por mais meses, aí sim teremos que reavaliar o nosso cenário — disse Mello em coletiva de imprensa à jornalistas.

Inflação

No caso da inflação, o governo espera que o IPCA volte a cair no acumulado em doze meses após outubro. Essa desaceleração era esperada para o mês de agosto, no entanto, essa expectativa foi frustrada com a seca, que motivou o aumento dos preços das tarifas de energia.

“A mudança para bandeira vermelha 1 nas tarifas de energia em setembro, em função do alto percentual de acionamento do parque elétrico nacional, modificou a trajetória prevista para a inflação até o final do ano. O cenário para inflação contempla retorno para bandeira amarela apenas em dezembro”, afirma.

Próximos anos

O governo também revisou a projeção do PIB do ano que vem. A previsão de crescimento, que antes era de 2,6% passou para 2,5%.

O documento aponta que essa revisão para baixo foi feita por um possível aumento na Selic, a taxa básica de juros, fixada pelo Banco Central (BC).

“A estimativa de crescimento para o PIB de 2025 foi revisada de 2,6% para 2,5%, repercutindo a perspectiva de início de novo ciclo de alta nos juros pelo Banco Central em 2024, conforme apontado pelas expectativas de mercado”, cita o boletim.

Enquanto isso, a estimativa de crescimento do PIB em 2026 foi mantida em 2,6%.

 4 de setembro de 2024 redaçao Mercado & Consumo

Os cartões de crédito e débito são os principais meios de pagamento em 44% dos países da América Latina, de acordo com uma pesquisa realizada pela Evertec. O estudo reuniu especialistas em meios de pagamento dos países latino-americanos em que a empresa atua para analisar os hábitos e as tendências emergentes no setor em 2024.

Especialistas de Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, México, Panamá, Porto Rico, República Dominicana e Uruguai foram consultados sobre os meios de pagamento mais utilizados em seus países e as inovações previstas para o futuro.

“Observamos que o dinheiro em papel ainda é amplamente utilizado. No entanto, essa realidade está mudando rapidamente. No Brasil, por exemplo, vemos um grande avanço nas tendências digitais, com pagamentos por aproximação se tornando cada vez mais populares”, afirma o vice-presidente de Pagamentos da Evertec, Daniel Oliveira.

A América Latina vem se destacando no desenvolvimento do setor de meios de pagamento, devido à crescente diversificação e adoção de soluções digitais. No entanto, o dinheiro em papel ainda é um método de pagamento popular na região; cerca de 33% dos países pesquisados usam o dinheiro físico como principal meio.

Pagamentos instantâneos

A Evertec também destaca o crescimento das transferências instantâneas na América Latina. Três em cada dez países pesquisados utilizam esse método como o primeiro ou segundo principal meio de pagamento, entre eles Brasil, Porto Rico e Costa Rica.

 

Em território nacional, o Pix se consolidou rapidamente como uma das formas de pagamento preferidas pela população, devido à sua praticidade e velocidade. Este formato de pagamento deve continuar evoluindo com novas funcionalidades previstas, como a integração com o Open Finance e os lançamentos do Pix Automático e do Pix por aproximação.

“A adoção do Pix também tem transformado o cenário de pagamentos, facilitando transações instantâneas e seguras. Esses avanços refletem uma mudança significativa na maneira como as pessoas realizam transações financeiras”, destaca Oliveira.

Outros países, como Colômbia e México, estão desenvolvendo sistemas de pagamento instantâneo inspirados no Pix. Esses países estão colaborando para estabelecer padrões regionais que facilitem a interoperabilidade entre diferentes métodos de transferência instantânea, promovendo um ecossistema financeiro mais integrado e eficiente.

“Pagamentos por aproximação, carteiras digitais e compras com cartão não físico, que já vêm apresentando crescimento nos últimos anos, devem continuar alcançando resultados recordes juntamente com a ascensão de inovações como a Inteligência Artificial e a hiperpersonalização de pagamentos”, comenta o executivo.

Valor Econômico destaca que o endividamento das famílias brasileiras voltou a recuar em agosto, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira pela CNC. 

  • Na visão da CNC, o resultado de agosto reflete uma cautela crescente das famílias em relação ao uso do crédito. Apesar dessa redução do endividamento geral, o número de famílias que se consideram “muito endividadas” aumentou para 16,8%.
  • No Correio Braziliense, Capital S/A indica que o varejo poderá enfrentar um aumento de tributação em torno de 18%, enquanto o setor de serviços poderá sofrer aumentos que variam de 80% a 230% com a reforma tributária, conforme estudo da CNC. 

Proposições legislativas

Os setores de comércio e serviços temem que a regulamentação da reforma tributária prevista no projeto em exame no Senado (PLP 68/2024) acarrete perda de competitividade das empresas do país, pois poderá aumentar o custo tributário, principalmente para os empreendimentos que estão atualmente dentro do Simples Nacional. Representantes desses setores argumentam que, dessa forma, a tendência é que as empresas repassem adiante esse custo maior, aumentando o preço final para os consumidores.

Essa foi a avaliação apresentada durante os debates promovidos na terça-feira (3) e na quarta-feira (4) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O Senado está há meses analisando a proposta de regulamentação da reforma tributária e seus impactos na economia nacional.

Micro e pequenas empresas

A advogada Karoline Lima, da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), informa que a entidade tem mais de 500 mil empresas associadas (90% delas micro e pequenas empresas), que, segundo ela, geram mais de 25 milhões de empregos no país. A grande maioria dessas micro e pequenas empresas do país optam pelo Simples Nacional e podem perder competitividade com a reforma tributária, diz Karoline.

Segundo ela, a proposta de regulamentação da reforma tributária em discussão no Senado diminui os créditos tributários que médias e grandes empresas obtêm ao comprar de micro e pequenas empresas que usam o Simples Nacional. Ou seja, os pequenos empreendimentos podem perder clientes para empresas maiores ou até para empresas estrangeiras.

— O creditamento, para quem comprar do Simples, uma empresa média e grande, vai ser um valor menor, o da alíquota paga dentro do Simples Nacional. Ou seja, as empresas que mais serão afetadas serão justamente aquelas empresas do Simples que têm como clientes empresas do lucro real e presumido. (…) Uma média e grande empresa faz planejamento tributário, coloca na conta dela, quando ela vai comprar de um fornecedor, o quanto que isso vai reverter em crédito para ela.

Também chamado de Super Simples, o Simples Nacional é o Sistema Integrado de Imposto e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. É um regime tributário diferenciado e simplificado para favorecer as microempresas e empresas de pequeno porte. Considera-se microempresa a que obtém, a cada ano, receita bruta igual ou inferior a R$ 360 mil. Já a empresa de pequeno porte deve ter receita bruta anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 4,8 milhões. 

— É a micro e pequena empresa que gera emprego neste país. O pequeno empreendedor, que desenvolve o seu negócio nos cantos mais distantes, mais remotos, e nos centros do país, é que gera ali um desenvolvimento econômico na sua região. Tirar a possibilidade de aquela pequena empresa ser competitiva… A gente está falando em destruir empregos e destruir a possibilidade de desenvolvimento econômico.

Serviços

A também advogada Francine Fachinello informa que o setor de serviços é o maior do PIB brasileiro e foi o que mais cresceu nos últimos três anos, com aumento de 2,3% apenas em 2023. Especialista em direito tributário, Francine diz que 60% dos empregos com carteira assinada no Brasil estão no setor de serviços.

— Ele cresce dessa forma proporcional ao desenvolvimento e à industrialização local, ou seja, o crescimento e a urbanização concentram uma maior necessidade do setor de serviços. É um dos setores mais importantes e com maior impacto na carga tributária.

De acordo com ela, o setor atualmente paga 8,65% de impostos sobre seu lucro presumido; com a reforma, essa alíquota chegará a 26,5% ou mais.

— Esse valor vai ser repassado ao consumidor. Vai dar um impacto diretamente no consumidor. Então é necessário, sim, um olhar atento para que nós possamos tentar diminuir os impactos de um setor tão importante para a economia brasileira.

Uma questão crucial, diz Francine, é que um dos maiores custos do setor de serviços é a mão de obra, que não vai gerar crédito tributário para as empresas, já que os novos tributos da reforma não incidem sobre a folha de pagamento.

— Hoje a gente fala de uma alíquota de 8,65%. Nós estamos falando da incidência de uma alíquota muito maior, 26,5%, e não dando direito a crédito (…). É um setor em que a tributação vai sofrer um aumento muito significativo e nós precisamos ter esse olhar atento do legislador para justamente diminuir esse repasse ao consumidor final e garantir aí o futuro da economia no Brasil.

Por sua vez, a especialista Márcia Sepulveda, do Observatório Político do Setor de Serviços, argumenta que a prestação de serviços envolve cadeias produtivas menores, que geram menos créditos tributários para as empresas. Ela reforça o argumento de que a folha de pagamentos de pessoal do setor de serviços já tem alta carga tributária, que poderá aumentar ainda mais com a regulamentação da reforma, mas sem créditos tributários.

Burocracia e judicialização

Na avaliação de Felipe de Sá Tavares, da Confederação Nacional do Comércio, Serviço e Turismo (CNC), a reforma tributária aprovada pelo Congresso conseguirá a tão almejada simplificação do sistema tributário, mas dificilmente alcançará os objetivos de redução da carga tributária e de diminuição da judicialização tributária.

— A gente vai ter menos normativos e um sistema mais enxuto e mais fácil de lidar, mas a diminuição de impostos a gente não alcançou. O Brasil vai alcançar agora a posição não muito feliz de primeiro colocado do mundo em termos de alíquota; a gente vai ter a maior alíquota do planeta. 

Ele disse que a CNC representa algo em torno de 30% do PIB brasileiro. Em seus cálculos, com a reforma, o setor do varejo terá 18% de aumento em sua carga tributária, e o aumento para o setor de serviços poderá ultrapassar os 80%.

— Isso não quer dizer que só é difícil para esse empresário fazer negócio; isso quer dizer que toda a cadeia que depende do varejo ou que depende do setor de serviços será impactada via sua estrutura de custos ou perda de dinamicidade nas suas vendas.

Ciclo de debates

Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado vem promovendo uma série de audiências públicas para debater a regulamentação da reforma tributária prevista no PLP 68/2024. Nesta semana, o foco foi ouvir representantes dos setores de comércio e serviços.

Foram ouvidos, entre outros, representantes das seguintes entidades: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, Associação Brasileira de Supermercados, Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços, Associação Nacional de Comerciantes para Material de Construção, Associação Brasileira de Direito Financeiro, Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação, Movimento Inovação Digital, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Confederação Nacional de Serviços.

Também participaram dos debates os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Sergio Moro (União-PR), Damares Alves (Republicanos-DF) e Margareth Buzetti (PSD-MT), entre outros.

Quem vem conduzindo esses debates é o senador Izalci Lucas (PL-DF), chefe do grupo de trabalho criado na CAE para apresentar sugestões de ajustes ao projeto de regulamentação, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados. O presidente da CAE é o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO).

Reforma e regulamentação

A reforma foi promulgada em dezembro de 2023, como Emenda Constitucional 132. O PLP 68/2024, em discussão no Senado, tem o objetivo de regulamentar essa reforma.

A reforma substitui, gradualmente, cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. O objetivo é simplificar e modernizar o sistema tributário brasileiro.

Izalci Lucas reforça que os debates continuarão em setembro e outubro, com vários temas específicos: cashback e cesta básica nacional (10 de setembro)setor de hotelaria, parque de diversões, parques temáticos e cultura (11 de setembro); saúde e educação (12 de setembro); Simples Nacional (1º de outubro); PLP 108/2024 (2 e 3 de outubro); e imposto seletivo (8 e 9 de outubro).

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

 

 

Redação 12/09/2024 o globo

Trajetória recente de hiper e supermercados espelham resultado do varejo nacional

As vendas no comércio varejista no Brasil voltaram a crescer no mês de julho, após queda em junho. O aumento foi de 0,6%, recuperando parte da perda de 0,9% do mês anterior. No ano, de janeiro a julho o varejo acumula alta de 5,1%. Já nos últimos 12 meses, o acumulado é de 3,7%. Na comparação com julho de 2023, o setor cresceu 4,4%, marcando a 14ª alta consecutiva. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. “Houve um crescimento entre janeiro e maio que levou a uma condição de patamar bem alto, o maior da série histórica da PMC, em maio. Teve a queda de junho, mas a recuperação de julho é um ajuste nessa trajetória”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Com a recuperação, o patamar do varejo em julho ficou 0,3% abaixo do recorde, de maio.

“Trata-se de uma reabilitação espalhada entre as atividades, com cinco setores apontando crescimento com consistência”, aponta o pesquisador. As vendas no grupamento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo avançaram 1,7% na passagem de junho para julho, registrando o principal impacto no resultado geral. “É um setor que espelha o comportamento da pesquisa: vem em trajetória consistente no ano, queda em junho e recuperação em julho”, afirma Santos. Outro destaque da pesquisa é o crescimento de 2,1% em julho do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico. “Neste caso, é uma trajetória ainda mais substancial em 2024, após um 2023 de resultados difíceis, com a crise contábil que atingiu grandes lojas do segmento”, relembra o gerente da PMC.

Os outros três setores que acompanharam as vendas no varejo nacional e tiveram alta frente ao mês anterior foram Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (2,2%), tecidos, vestuário e calçados (1,8%) e móveis e eletrodomésticos (1,4%). Embora com variação positiva, o grupamento de livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%) ficou próximo à estabilidade. Apenas dois grupos de atividades tiveram queda: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,5%) e combustíveis e lubrificantes (-1,1%).

A PMC também mostrou que, no comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas apresentou variação de 0,1% frente a junho, ficando próximo à estabilidade, como no mês anterior, em que variou 0,3%. “No caso do varejo ampliado, o desempenho mais recente é de variações tímidas”, pondera o pesquisador. No acumulado do ano, o comércio varejista ampliado registra alta de 4,7%, e nos últimos 12 meses, de 3,8%. No confronto contra julho de 2023, a expansão foi de 7,2%.

 

Diário do Comércio (MG) relata que o crescimento acelerado de casas de apostas on-line, também conhecidas como “bets”, no País traz preocupações em relação à saúde financeira dos brasileiros e possibilidade de aumento de inadimplência em cartão de crédito. 

  • A publicação frisa que uma pesquisa do banco Itaú estima que brasileiros e brasileiras perderam quase R$ 24 bilhões em jogos e apostas on-line em um ano, fator este que pode aumentar o índice de endividamento das famílias brasileiras, que segundo a CNC, já atingiu 78,8% em maio, sendo o terceiro mês seguido de crescimento.

Marien Ramos da CNN*  25/08/2024

Compra de bens duráveis — como carros, eletrodomésticos, eletrônicos e móveis — será, principalmente, a que encontrará maior arrefecimento 

Buscando perseguir a meta da inflação estabelecida pelo governo atual, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que um aumento da Selic está entre as opções na mesa do Banco Central e que não hesitarão em fazê-lo se for o passo necessário.

Com isso, as perspectivas para a maioria dos agentes do varejo consultados pela CNN são, de fato, que os juros vão subir e, consequentemente, provocar um impacto negativo no consumo, especialmente no Natal — data fundamental do comércio brasileiro.

Atualmente, a taxa básica de juros se encontra em 10,5% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manter os juros inalterados na última decisão de forma unânime.

Foi o segundo encontro seguido de congelamento da Selic.

 

Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), explica que nos últimos 12 meses, a taxa de juros ao comércio caiu, porém, “estamos com uma situação econômica complicada devido à falta de disciplina fiscal, sendo necessária uma atuação mais firme do BC, aumentando a Selic”.

Com isso, o consumo, que já se encontra fragilizado, será impactado. Especialmente por que o varejo é uma atividade sazonal — ou seja, aumenta em alguns períodos, como a Black Friday em novembro e o Natal em dezembro — pressionando a demanda e consequentemente o aumento dos preços, analisou Felisoni.

A compra de bens duráveis — como carros, eletrodomésticos, eletrônicos e móveis — será, principalmente, a que encontrará maior arrefecimento, uma vez que dependem de crédito para sua obtenção.

A expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que ocorra um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic.

Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, a principal consequência é o encarecimento do crédito e, com isso, uma maior dificuldade dos consumidores comprarem”.

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) calculada pela entidade recuou pela segunda vez seguida em agosto.

Para Tavares é certo que o Natal será mais desafiador, afirmando que o cenário atual é decorrente de um problema de desequilíbrio fiscal.

“Os juros afetam o setor produtivo do varejo e com o aumento da taxa não vão resolver o problema da inflação, porque não foi causado por descontrole da demanda. Quem vai pagar essa conta vai ser o varejo”, concluiu.

Já para a FecomercioSP, a Selic será mantida no mesmo patamar até o final do ano, pois existe um controle da inflação.

Conforme Guilherme Dietze, assessor da entidade, “não há fatores tão expressivos para exigir um aumento de juros, mas, ao mesmo tempo, não há espaço ainda para uma redução da taxa Selic”.

E, mesmo havendo um aumento de juros, o impacto seria relativamente pequeno pelos juros serem muito elevados no Brasil, disse ele.

*Sob supervisão de Gabriel Bosa

Ações Institucionais,CNC 23/08/24

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1625, confirmando, por unanimidade, a validade do Decreto Presidencial 2100/1996. Este decreto retirou o Brasil da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelece limitações para a dispensa sem justa causa. A legalidade do decreto já havia sido analisada em 2023, durante o julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 39.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desempenhou um papel ativo desde o início do processo, defendendo a constitucionalidade do decreto. A CNC foi a autora da ADC nº 39, argumentando que a Convenção 158 é prejudicial aos empregadores brasileiros e gera insegurança jurídica. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) também apoiou a ação.

O julgamento da ADI 1625 consolidou a tese da ADC 39, que estabelece que a retirada do país de tratados desse tipo deve passar pelo Congresso Nacional. Contudo, para assegurar a segurança jurídica, a decisão terá efeitos apenas a partir da data em que foi tomada, não afetando decretos anteriores.

Site cnc 28/08/2024

Índice geral recuou 1,5% em agosto, evidenciando crescente insatisfação com as condições econômicas atuais

 

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou 108,7 pontos em agosto, representando uma queda de 1,5% em relação a julho. Esta marca a quarta retração consecutiva e a mais acentuada do período. Um ponto crítico se destaca: a confiança dos comerciantes quanto às condições atuais da economia sofreu uma queda de 5%, o menor índice desde novembro do ano passado, quando chegou a cair 5,1%. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a redução do Icec foi de 1,8%, intensificando a tendência negativa iniciada em janeiro de 2023.

A deterioração na análise dos comerciantes sobre as condições atuais do comércio, que recuou 2,8%, pode ser atribuída à queda de 1% do comércio ampliado em junho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As indefinições relacionadas ao futuro da taxa Selic, à inflação e às contas públicas também pressionam as expectativas para os próximos meses. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, ressalta que diversos fatores impactam diretamente a confiança dos empresários, especialmente no setor varejista. “A economia brasileira enfrenta um cenário com algumas dúvidas no horizonte, com a questão fiscal e uma inflação que ainda preocupa, apesar dos ajustes recentes na taxa de juros”, afirma.

Em um ambiente econômico mais desafiador, a cautela dos comerciantes reflete-se no mercado de trabalho. A intenção de contratação de novos funcionários registrou uma queda de 1,5% em agosto, enquanto o subindicador que mede as intenções de investimento recuou 0,8%. Contudo, a percepção em relação aos estoques apresentou um leve crescimento de 0,3%, sinalizando a importância do controle de produtos para a manutenção da estabilidade dos negócios.

Empresários de bens duráveis registram maior queda na expectativa para o setor

A confiança do empresário do comércio em agosto foi particularmente afetada no segmento de roupas, calçados, tecidos e acessórios, que registrou queda de 1,8%. Produtos de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos, tiveram uma redução de 1,4%, e bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, caíram 1,3%. No segmento de bens semiduráveis, a intenção de investimento na empresa foi o item com maior queda, recuando 2,6%. Entre os bens não duráveis, a maior retração foi na confiança em relação ao momento atual da economia, com uma queda de 4,8%.

Apesar das quedas, o investimento em estoques apresentou um resultado positivo, com crescimento de 1,4% nos bens não duráveis e 0,4% nos duráveis, refletindo a preocupação desses segmentos com o controle de seus produtos, essencial tanto para itens perecíveis quanto para produtos de alto valor agregado. Em contrapartida, o segmento de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos apresentou a maior queda na percepção atual do comércio, com redução de 4%, ficando também abaixo do nível registrado em agosto de 2023, uma retração de 7,6%.

Em relação aos empresários de produtos duráveis, houve uma melhora na comparação anual deste item, com aumento de 5,1%, apesar da queda mensal de 2%, atribuída a uma taxa de juros mais favorável em relação ao ano anterior. No entanto, a incerteza sobre a manutenção dessas taxas de juros em níveis baixos e a possibilidade de novos aumentos no futuro já afetam as expectativas para os próximos meses. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, observa que o clima de apreensão deve permanecer entre os varejistas. “Apesar de um cenário de juros mais favorável, a incerteza sobre a duração dessas condições gera cautela entre os empresários, que já começam a prever desafios nos próximos meses”, pondera.

Confiança dos empresários gaúchos mostra recuperação

No Rio Grande do Sul, após três meses de quedas consecutivas, o Icec registrou recuperação em agosto, com um aumento de 6,4%, alcançando 99,4 pontos, o maior nível desde maio deste ano, embora ainda abaixo da linha dos 100 pontos. O maior avanço foi observado na avaliação sobre as condições atuais da economia, com um crescimento de 9,7%, o que reflete a confiança dos empresários na recuperação econômica do Estado. As intenções de investimento tiveram crescimento de 7,1%, com destaque para a intenção de contratação de funcionários, que aumentou 8,4%, voltando a superar os 100 pontos após dois meses de insatisfação dos comerciantes.