• 22/07/2024 site CNC

Com variação de preços menores, vendas no varejo devem crescer 4,7% em relação ao ano passado. Contratação de temporários pode ser a maior em 10 anos

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas para o Dia dos Pais de 2024 deverá alcançar R$ 7,7 bilhões. Se confirmada, a projeção representaria um avanço de 4,7% em relação à mesma data de 2023, já descontada a inflação. O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa mais importante em movimentação financeira do calendário do varejo brasileiro.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destaca a importância dessa data para o comércio. “Com a taxa de desemprego no menor patamar dos últimos 10 anos e sinais positivos para o consumo, esperamos que as vendas para esta data comemorativa aumentem significativamente”, afirma Tadros. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação está 7,1% da força de trabalho, o menor patamar para esse período desde 2014.

Roupas e perfumes lideram lista de presentes

De acordo com a estimativa da CNC, as lojas de vestuário deverão faturar R$ 3,07 bilhões com a data. Em seguida, devem vir as movimentações esperadas nos ramos de produtos de perfumaria e cosméticos (R$ 1,51 bilhão) e de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,19 bilhão). Somados, esses três segmentos devem responder por quase 75% das vendas totais no varejo com a data deste ano.

Regionalmente, São Paulo (R$ 2,321 bilhões), Minas Gerais (R$ 792 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 681 milhões) tendem a responder por quase metade (49,3%) da movimentação financeira esperada. Os Estados com maior aumento em relação ao ano passado são Bahia (aumento de 8,2%), Santa Catarina (crescimento de 5,7%) e Rio de Janeiro (incremento de 5,6%).

Preços sobem, mas menos que no ano passado

Ao contrário de 2021 e 2022, quando a cesta de bens e serviços relacionados a essa data acumulou aumentos de 8% e 8,4%, respectivamente, em 2023, o índice de referência do nível geral de preços desacelerou (5,3%). Essa tendência deve ser observada novamente em 2024, uma vez que a CNC projeta variação de 2,9%. Dos 13 grupos de itens analisados, quatro deverão estar mais baratos que no mesmo período de 2023, destacando-se televisores (queda de 3,1%), computadores pessoais (redução de 4,1%) e aparelhos telefônicos (diminuição de 9,4%). Por outro lado, livros (alta de 12,9%), bebidas alcoólicas (elevação de 10,1%) e alimentação fora do domicílio (crescimento de 4,8%) tendem a registrar as altas de preço mais expressivas.

Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelas projeções, ressalta que “a queda dos preços de alguns itens importantes, como aparelhos eletrônicos, deve facilitar o consumo, mas os presentes mais clássicos como roupas e perfumes devem continuar sendo os preferidos”, afirma.

Maior contratação temporária em uma década

O avanço nas vendas também deverá implicar aumento das contratações de trabalhadores temporários neste ano. A CNC projeta oferta de 10,47 mil vagas temporárias no varejo para atender à demanda sazonal das vendas voltadas para o Dia dos Pais de 2024. Se confirmado, esse seria o maior contingente de trabalhadores temporários contratados dos últimos 10 anos.

Hiper e supermercados (4,97 mil), lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1,73 mil) e o ramo de vestuário (1,68 mil) são os que mais devem apostar na contratação de temporários. O salário de admissão deverá ficar em R$ 1,7 mil, na média do varejo, uma elevação de 4,7% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado. A CNC projeta, ainda, uma taxa de efetivação de 9% após o Dia dos Pais deste ano, o maior percentual desde 2021 (16%).

Site CNC – 26/07/2024

Pesquisa Anual do Comércio mostra reestruturação do varejo após pandemia, com 1,62 milhão de estabelecimentos em operação

Apesar dos desafios enfrentados desde a crise sanitária de 2020, o comércio brasileiro tem mostrado sinais de recuperação, conforme avaliação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) com base nos dados da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada, nesta quinta-feira (25 de julho), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revelou que o número de unidades locais de revenda atingiu níveis de 2019, com 1,62 milhão de estabelecimentos em operação.

Embora o comércio varejista e o setor automotivo ainda não tenham recuperado totalmente o número de postos de venda pré-pandemia, com reduções de 247 mil e 14 mil lojas, respectivamente, o crescimento do e-commerce e do atacarejo tem sido marcante. A quantidade de empresas com receitas exclusivamente on-line avançou 79,2% entre 2019 e 2022, refletindo uma mudança significativa no comportamento do consumidor. Nesse mesmo período, o faturamento nominal do e-commerce brasileiro cresceu 225%.

“O comércio sofreu um impacto severo durante a pandemia, mas estamos vendo uma recuperação gradual, especialmente no setor atacadista”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “A abertura de novas empresas atacadistas, com um crescimento de 177% em relação a 2019, foi fundamental para esse restabelecimento”, acrescenta Tadros.

A digitalização e a popularização do atacarejo, modalidade que combina atacado e varejo com preços diferenciados para compras em maior quantidade, resultaram em um aumento de 68% na receita operacional líquida do comércio atacadista entre 2019 e 2022. Pela primeira vez desde 2007, o atacado se tornou a modalidade predominante no comércio brasileiro.

Na comparação com o período anterior à pandemia, 2022 também registrou uma recuperação significativa da empregabilidade no setor. O comércio encerrou o ano com 1,034 milhão de trabalhadores formalmente ocupados, maior patamar desde 2014. A remuneração média mensal no setor alcançou dois salários mínimos, indicando ganhos reais em relação à inflação, já que o salário médio mensal cresceu 246% em 15 anos contra um avanço de 148% da inflação no mesmo período.

Desafios e perspectivas

Apesar dos sinais positivos, o comércio brasileiro ainda enfrenta desafios. A crise econômica de 2015-16 e a pandemia resultaram em uma perda significativa de pontos de venda. Em 2020, havia 112 mil empresas a menos em operação, uma queda de 7% em relação ao ano anterior. Além disso, a desvalorização do real e a alta dos preços dos combustíveis podem impactar as expectativas de crescimento para o próximo ano.

“A digitalização e o crescimento do atacarejo são tendências que vieram para ficar, mas precisamos estar atentos aos desafios macroeconômicos que podem afetar o setor”, analisa o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. “Mesmo com as incertezas, a Confederação vê um potencial de avanço no volume de vendas no varejo, baseado nos recentes resultados positivos e nas tendências macroeconômicas favoráveis”, completa Bentes.

A recuperação das vendas e o aumento da empregabilidade no setor são sinais encorajadores, mas o comércio brasileiro precisará continuar se adaptando às mudanças estruturais e aos desafios econômicos para manter o ritmo de crescimento observado em 2022.

Por

Raphaela Ribas 22/07/2024 Gaz Povo

Impostômetro de 2024 atingiu a marca de R$ 2 trilhões mais cedo do que em 2023

 

O Impostômetro, que calcula quanto o brasileiro pagou de taxas no ano, atingiu R$ 2 trilhões no domingo, às 8h20. A marca foi alcançada 40 dias mais cedo do que em 2023.

 

Nesta época do ano passado o montante era de R$ 1,7 trilhão, o que mostra um aumento de 17,6%. Mas na comparação com a primeira vez que o Impostômetro atingiu R$ 2 trilhões, em 9 de dezembro de 2015, o salto de crescimento acumulado é de 82%. Em julho daquele ano o total era quase metade do de agora, de R$ 1,1 trilhão.

 

O Impostômetro é um painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista. A ferramenta contabiliza o que os contribuintes pagam desde o início do ano para os governos federal, estadual e municipal. A conta inclui impostos, taxas e contribuições, multas, juros e a correção monetária.

 

VEJA TAMBÉM:

Quais impostos subiram desde o início do governo Lula e o que mais vem por aí

Enxurrada de memes de Haddad como cobrador de impostos invade as redes sociais

 

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, atribui o resultado de 2024 ao aumento da atividade econômica e dos preços, bem como renda e emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS e Cofins nos combustíveis.

 

“Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhões”, analisa Ruiz de Gamboa.

 

O Brasil tem uma das tributações mais altas do mundo, embora o retorno seja bem aquém do que é pago. A carga tributária daqui, diz ele, é comparável à da Grã-Bretanha, porém, a renda por habitante do brasileiro é significativamente inferior. Na prática, segundo ele, o contribuinte aqui paga impostos desproporcionalmente ao nível de desenvolvimento econômico.

 

Para João Eloi Olenike, presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os R$ 2 trilhões atingidos em julho refletem as diversas medidas do governo federal para aumentar os tributos:

 

 

“Como o ajuste das alíquotas do ICMS em diversos estados de 1% para 2%, a atualização do IPTU e o aumento do IPVA em várias unidades da federação.”

 

Um estudo do IBPT deste ano mostrou que em 2024 o brasileiro trabalhou até o dia 28 de maio somente para pagar os tributos – ou seja, quatro meses. Um total de 149 dos 366 dias.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/brasileiro-atinge-r-2-trilhoes-de-impostos-neste-ano-marca-e-40-dias-mais-cedo-que-em-2023/?utm_source=salesforce&utm_medium=emkt&utm_campaign=newsletter-bom-dia&utm_content=bom-dia

de Gabrielly Mendes

 26 de julho de 2024

A taxação de compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 277), que começa a ser feita, a partir deste sábado, 27, pelas plataformas de comércio eletrônico Aliexpress, Shein e Shopee representa um novo capítulo da queda de braço entre o varejo nacional e internacional. No final de junho, o presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei que determinou a taxação de 20% de imposto de importação sobre as compras internacionais de até US$ 50 a partir do dia 1º de agosto. A taxa foi inserida no projeto de lei do Mover pelos deputados.

Para Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, a nova taxa beneficia o varejo nacional, mas não sobrepõe a competitividade dos produtos asiáticos. “Nossa tributação interna é muito alta, então a mercadoria brasileira se torna muito cara. Às vezes o produto já nasce com um imposto tão alto que já torna ele não competitivo. Enquanto isso, a maioria dos marketplaces asiáticos recebe subsídios fiscais nos países de origem que viabilizam custos muito baixos. Por isso é que mesmo sendo taxados, eles ainda são bastante competitivos.”

Procurada pela reportagem da Mercado&Consumo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) explica o novo cálculo: “Um produto que vem do exterior ao custo de R$ 100 passa a ter, inicialmente, um acréscimo de 20% de imposto de importação e passa a custar US$ 60 dólares para o consumidor final. Após essa majoração, ocorre a incidência de 17% do ICMS sobre os US$ 60, passando ao valor final de US$ 70,20 (ou R$ 381,89, considerando a cotação do dólar americano em 21 de junho de 2024).”

Hoje, considerando a isenção do imposto de 20%, a mesma compra seria de R$ 318,24, o que representa uma diferença de R$ 63,65. O novo imposto não vai incidir sobre remédios que forem importados por pessoas físicas, segundo o governo federal.

“Para quem tinha zero, o imposto de importação de 20% é um primeiro passo. Ajuda, mas não resolve. Se importarmos o mesmo produto do exemplo pela importação regular, regida pela Receita Federal, a carga tributária será em torno de 80% a 90%. O produto custará então R$ 190. Veja que ainda estamos na metade do caminho”, afirma Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.

A Shein publicou uma pesquisa feita pela Ipsos para rebater as críticas feitas pelo varejo e indústria nacionais de que a isenção fiscal prevista no Remessa Conforme para compras internacionais de até US$ 50 beneficia quem ganha mais. 

Segundo o estudo, no primeiro trimestre de 2024, o percentual de consumidores das classes C, D e E que adquirem produtos internacionais na plataforma da empresa é de 88%, sendo 50% das classes D e E e 38% da classe C. Na plataforma chinesa, é possível comprar roupas femininas a partir de R$ 3,89.

“O aumento vai gerar um impacto para o consumidor e vai provocar desistências de compras, afinal não vai ser mais aquele preço ultracompetitivo. Eu penso que ele vai olhar de forma crítica: se antes ele comprava uma blusa por R$ 20, agora ele vai pagar R$ 24, R$ 28. Às vezes, comparando com o mercado nacional, ele vai ver que outras blusas custam R$ 40, R$ 50, então ainda vai estar valendo a pena. Uma alíquota de 20% não é motivo para um recuo agudo”, Wajnsztok opina.

Apesar da sanção presidencial, Lula sinalizou ser contra o imposto. Em entrevista concedida à Rádio CBN no dia 18 de junho, o presidente disse achar equivocada a taxação. “Por que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai ao free shop e gasta US$ 1 mil? É uma questão de consideração com o povo mais humilde.”

Na época, Lula destacou que a sanção seria feita pela “unidade do Congresso e do governo, das pessoas que queriam”. “Mas eu, pessoalmente, acho equivocado a gente taxar as pessoas humildes que gastam US$ 50”, comentou.

O que é o Projeto Mover?

A cobrança de taxa para produtos que custam até US$ 50 comprados em sites internacionais foi incluída dentro do Projeto de Lei 914/24, que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa.

O imposto é uma demanda do setor varejista nacional, que vê competição desleal com a isenção às empresas estrangeiras, uma vez que hoje são cobrados apenas 17% de ICMS sobre o e-commerce internacional.

Em agosto do ano passado, no âmbito do programa Remessa Conforme, o governo federal isentou do Imposto de Importação as compras internacionais de pessoas físicas abaixo de US$ 50, no caso de empresas que aderirem ao programa, uma espécie de plano de conformidade que regularizou as transações.

Após negociações, a aprovação do Imposto de Importação se deu em acordo entre o Congresso e o governo federal. A alíquota de 20% sobre o e-commerce estrangeiro foi um “meio-termo” e substituiu a ideia inicial de aplicar uma cobrança de 60% sobre mercadorias que vêm do exterior e custam até US$ 50. O porcentual será de 60% para produtos mais caros, mas foi incluído também um desconto de US$ 20 nas compras acima de US$ 50 e de até US$ 3 mil.

 

 
NEGÓCIOS the News 26/0/2024
O único lugar em que uma Louis Vuitton está com 50% OFF
Como fala liquidação em mandarim? Grandes marcas de luxo estão fazendo descontos de até 50% nos seus principais produtos para tentarem reconquistar o público chinês.
O movimento é no mínimo raro para esse tipo de empresa. As palavras “desconto” e “promoção” não são associadas ao luxo — ao contrário de “caro” e “muito caro”. risos.
Isso acontece no momento em que a classe média chinesa, que antes comprava muito, agora está gastando cada vez menos e deixando as lojas com estoque acumulado.
·  A LVMH, maior grupo de luxo no mundo, viu as vendas na China caírem 6% no 1T e 14% no 2T;

·  Os negócios da Burberry no país despencaram 20% no último tri;

·  As ações da dona da Gucci chegaram ao patamar mais baixo em 7 anos depois da previsão de baixas nas vendas na China.

 Novos players na área: As restrições da pandemia geraram o timing perfeito para empresas de e-commerce conquistarem os consumidores no gigante asiático.
Enquanto o mercado fashion de vendas online deve movimentar mais de US$ 230 bilhões na China, as marcas de luxo devem ter um faturamento não muito maior do que US$ 55 bi.

26/07/2024 / site cnc

 

As empresas do setor de comércio no Brasil precisaram de 3 anos para retomar o nível de emprego pré-pandemia da covid-19. A constatação está na Pesquisa Anual de Comércio, divulgada nesta quinta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento traz dados de 2022, quando o comércio brasileiro empregou 10,3 milhões de pessoas. Esse número supera em 157,3 mil o contingente de 2019, último ano antes da pandemia surgir. O ponto máximo da série iniciada em 2007 é 10,6 milhões, em 2014.

“Estamos longe do valor da máxima histórica, mas houve crescimento, depois de 2020, em todos os anos, aumento do número de pessoas ocupadas”, avalia o pesquisador do IBGE Marcelo Miranda Freire Melo.

A pesquisa é feita com empresas de 22 setores de três grandes segmentos: comércio varejista, comércio por atacado e comércio de veículos, peças e motocicletas.

O instituto explica que a diferença entre varejo e atacado é o destino da venda. No varejo, a finalidade é o uso pessoal e doméstico; enquanto no atacado, outras empresas e órgãos da administração pública.

O comércio varejista é o carro-chefe na ocupação de trabalhadores, com 7,6 milhões de empregos em 2022. O atacado responde por 1,9 milhão, o maior da série histórica, e o comércio de veículos automotores, peças e motocicletas emprega 846,2 mil.

O segmento que mais emprega individualmente é o de hiper e supermercados, com 14,8% dos ocupados, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas.

Termômetro do PIB

A pesquisa identificou 1,4 milhão de empresas que operam em 1,6 milhão de endereços. Essas companhias tiveram receita líquida operacional de R$ 6,7 trilhões. Elas apresentaram um valor adicionado bruto de R$ 1,1 trilhão – esse montante representa o quanto contribuíram para o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país).

A maior parte da receita (51%) foi gerada pelo comércio por atacado, seguido pelo comércio varejista (40,2%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (8,8%).

O IBGE considera que a atividade comercial é um importante termômetro da economia, pois “tende a repercutir os ciclos das atividades econômicas, particularmente as variações na renda das famílias e nas condições de oferta de crédito”.

Remuneração

As 10,3 milhões de pessoas que trabalhavam em empresas de comércio em 2022 receberam R$ 318 bilhões em salários e outras remunerações. O IBGE mede o salário médio do setor em salário mínimo. Em 2022, o indicador chegou a dois salários mínimos, um recorde da série histórica. Entre o início da série e 2021, havia variação entre 1,8 e 1,9 salários mínimos.

A explicação para o recorde foi o crescimento do salário médio pago no segmento de comércio de veículos, peças e motocicletas, o único dos três grandes setores a ter aumento de 2021 para 2022. “Esse valor influencia o resultado do comércio como um todo”, assinala o pesquisador do IBGE.

O comércio por atacado apresentou o maior salário médio (2,9 salários mínimos) em 2022, seguido pelo comércio de motocicletas, peças e veículos (2,3) e pelo comércio varejista (1,7).

Comércio virtual

A pandemia da covid-19, que impôs restrições sanitárias em todo o país, como isolamento social e lockdowns, que provocaram mudanças profundas na atividade econômica, é refletida, conforme deixa explícito o estudo do IBGE, nos números do comércio virtual.

O instituto identificou um crescimento no número de negócios que adotaram o comércio pela internet, seja por sites, redes sociais, aplicativos ou WhatsApp. O número passou de 1,9 mil em 2019 para 3,4 mil em 2022, acréscimo de 79,2%.

O aumento aconteceu em todos os segmentos do varejo. A pesquisa revela ainda que em 2019, 4,7% das empresas de comércio varejista vendiam pela internet. Em 2022, o percentual alcançou 8%.    

Apesar de mais empresas aderirem ao comércio virtual, o IBGE constatou que houve um recuo no percentual da receita bruta do varejo na forma de comercialização pela internet no último ano investigado pela pesquisa. Em 2019, o patamar era de 5,3%, que chegou a 9,1% em 2021, antes de cair para 8,4% em 2022.

Segundo o pesquisador do IBGE Marcelo Melo, a queda do último ano não é um indicativo de que a comercialização pela internet, necessariamente, caiu.

“É um indicativo de que as pessoas voltaram também a comprar os produtos de forma presencial”, explica.

“Como a gente está lidando com valor percentual de participação, se esse percentual cai não significa que a atividade caiu propriamente dita”,observa. Na opinião de Melo, o comércio pela internet é “uma tendência que veio para ficar”.

Regiões

A ampla observação do IBGE sobre as empresas de comércio mostra que o Sudeste lidera o setor em receita bruta de revenda, número de unidades locais, pessoal ocupado e remunerações. Em seguida aparecem as regiões Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

O Sudeste representava 50,6% do pessoal ocupado em 2022 e 54,6% do total de salários e outras remunerações. Na outra ponta, o Norte era responsável por 3,5% das vagas e 3,2% do dinheiro recebido pelos trabalhadores.

O Sudeste era também a única região com salário médio acima da média nacional, de dois salários mínimos. As empresas de comércio da região pagavam 2,1 salários mínimos. No piso do ranking figurava o Nordeste, com média de 1,5 salário mínimo. O Sul registrou remuneração média de dois salários mínimos, acima do Centro-Oeste (1,9) e do Norte (1,8).

Estados

Ao fazer uma análise dos últimos dez anos, intervalo de tempo para, segundo o IBGE, identificar mudanças estruturais, duas Unidades da Federação (UF) experimentaram alterações de destaque no ranking de receita bruta de revenda.

O Rio de Janeiro deixou a terceira posição que ocupava em 2013 e aparece na sexta colocação em 2022, com 6,2% de participação, ante 8,4%. O motivo principal para essa queda foi a perda de relevância da atividade de comércio de veículos.

O pesquisador Marcelo Melo lembra que nos últimos anos o Rio de Janeiro sofreu uma crise econômica, o que pode ser uma explicação para a perda de participação. “Isso pode gerar impacto no comércio da região”, avalia.

No outro extremo, o Mato Grosso saltou do 11º para o sétimo lugar no mesmo período. O destaque no estado foi o comércio por atacado.

O pesquisador Marcelo Melo faz a ressalva de que a mudança de posição no ranking de participação não significa necessariamente que o comércio de uma UF está caindo, e o de outra está crescendo. “Isso é participação no total. Pode significar que um estado está crescendo em velocidade maior que outros”, explica. 

São Paulo (28,6% de participação), Minas Gerais (10%), Paraná (8,2%), Rio Grande do Sul (6,8%) e Santa Catarina (6,5%) lideraram a fila em 2022.

Fonte: Agência Brasil

de M&C Media Labs

 26 de julho de 2024

 

A Black Friday 2024 está cada dia mais próxima e é uma das datas mais importantes para o varejo no ano. Para a edição deste ano, 39% dos consumidores planejam ir às compras para aproveitar as ofertas. Os dados são da pesquisa Panorama do Consumo Black Friday 2024, produzida pela Globo, que é uma das 10 pesquisas exclusivas que serão apresentadas no Latam Retail Show, evento sobre varejo e consumo B2B realizado pela Gouvêa Experience, que acontece entre os dias 17 e 19 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo. A Mercado&Consumo será media partner do evento.

Os dados da pesquisa apontam que, do total de consumidores que planejam realizar compras na data, 56% pertencem à classe AB, apresentando o maior índice entre as classes que participaram do estudo.

Também existem aqueles consumidores que podem realizar compras na Black Friday, mas não planejaram os gastos. Entre os motivos que podem levá-los a gastar na data estão:

  • Descontos acima de 50% (49% dos consumidores);
  • Frete grátis (38% dos consumidores);
  • Entrega rápida (21% dos consumidores); e
  • Pagamento flexível e facilitado (19% dos consumidores).

Com uma ampla gama de opções de ofertas, 81% dos consumidores consideram importante realizar uma pesquisa antes de comprar, a fim de encontrar os melhores preços. Quase metade do público começa as pesquisas, pelo menos, um mês antes ou mais, enquanto 17% não fazem essa busca antecipada pelas ofertas.

As pesquisas são feitas, principalmente, em sites de busca, seguidas por aplicativos das lojas e sites em que o consumidor já tem experiência em comprar. As lojas físicas são outra opção para pesquisar ofertas.

Ao serem questionados sobre os produtos favoritos, os mais citados foram:

  1. Smartphones;
  2. Roupas e acessórios;
  3. Eletrodomésticos;
  4. Calçados;
  5. Eletrônicos.

Formas de pagamento

Segundo o estudo, um dos motivos que levam os consumidores a comprar na Black Friday são os pagamentos facilitados e flexíveis. O cartão de crédito e o Pix são os preferidos, com 48% e 41% das preferências, respectivamente. O Pix apresentou um crescimento de 3% de 2023 para 2024, quando era a escolha de 38% dos consumidores.

Entre os motivos que levam os consumidores a escolherem o cartão de crédito, destaca-se a possibilidade de parcelamento (58%). Para o Pix, é o processo mais simples. No cartão de débito e dinheiro, que são 21% e 15% das escolhas, respectivamente, o principal motivo é o cashback (28% e 25%, respectivamente).