Escrito por Rafaela Fabris

Publicado em 21/08/2024 /   Fonte: CPG Click Petroleo e Gas

 

Grandes empresas do varejo brasileiro enfrentam uma crise sem precedentes, resultando no fechamento de mais de 750 lojas em todo o país.

 

Grandes varejistas como Americanas, Carrefour e Casas Bahia são afetados, resultando no fechamento de mais de 750 lojas em todo o país, levando em uma nova onda de demissão em massa.

A demissão em massa que atinge o setor varejista no Brasil tem gerado grande preocupação entre os trabalhadores e especialistas do mercado. Grandes redes como Americanas, Carrefour e Casas Bahia enfrentam uma crise sem precedentes, resultando no fechamento de mais de 750 lojas e deixando mais de 35 mil funcionários sem emprego. Este cenário revela uma reestruturação profunda nas operações dessas empresas, afetando diretamente a economia e o mercado de trabalho.

Nos últimos meses, o Brasil tem presenciado uma onda de demissão em massa, impulsionada por crises financeiras e fraudes contábeis que abalaram a estabilidade de gigantes do varejo. O impacto mais evidente está no fechamento de lojas e na dispensa de milhares de trabalhadores.

Demissão em massa nas Casas Bahia e Americanas

As Casas Bahia, por exemplo, encerraram 55 lojas ao longo de 2023, com 17 desses fechamentos ocorrendo no último trimestre. Esse movimento resultou na demissão de 8,6 mil funcionários, parte de uma estratégia para eliminar pontos de venda deficitários e cortar gastos. A empresa, que registrou um prejuízo de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, também reduziu em 42% sua alta liderança, na tentativa de reverter o quadro financeiro desfavorável.

Já a Americanas, outra gigante do varejo brasileiro, passou por uma demissão em massa após a descoberta de uma fraude contábil de R$ 25,2 bilhões em janeiro de 2023. Desde então, a empresa fechou 152 lojas e demitiu 13.875 funcionários. Esse cenário devastador levou a Americanas a reduzir sua força de trabalho de 43.123 para 32.248 empregados.

Mais 3,5 mil funcionários serão dispensados em rede

Outras redes também sentiram o impacto. O Dia, que entrou em recuperação judicial em março de 2023, anunciou o fechamento de 343 das suas 587 lojas, concentrando suas operações em São Paulo. Com isso, aproximadamente 3,5 mil funcionários serão dispensados, reduzindo sua equipe para apenas 2 mil pessoas.

Carrefour não ficou imune à crise

O Carrefour registrou um prejuízo de R$ 565 milhões no último trimestre de 2023, o que resultou no fechamento de 123 lojas e na possível demissão de até 12,5 mil trabalhadores.

Demissões em massa acabou se tornando necessidade

Essas demissões em massa refletem uma necessidade urgente de adaptação por parte das empresas, que buscam formas de sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo e incerto. As Casas Bahia, por exemplo, estão focadas em eliminar pontos de venda com baixo desempenho, enquanto a Americanas tenta se reerguer após a recuperação judicial. O Dia, por sua vez, está concentrando suas operações na capital paulista, enquanto Carrefour recalcula suas estratégia para evitar maiores prejuízos.

Futuro do varejo brasileiro

O futuro do varejo brasileiro permanece incerto, e a demissão em massa continua a ser uma realidade para muitos trabalhadores. A digitalização e o fortalecimento do e-commerce aparecem como possíveis caminhos para a recuperação, mas a adaptação a esse novo cenário será crucial para a sobrevivência dessas grandes redes.

Para os consumidores, essas mudanças podem significar menos opções e preços mais altos, à medida que as empresas tentam equilibrar suas finanças. No entanto, há esperança de que essa crise force uma transformação positiva no setor, levando a operações mais eficientes e competitivas no futuro.

A demissão em massa que atinge o setor varejista no Brasil é um reflexo de uma economia em transformação, onde a inovação e a resiliência serão essenciais para superar os desafios e garantir um futuro mais estável tanto para as empresas quanto para os trabalhadores.

de Marcos Gouvêa de Souza

 19 de agosto de 2024

“Ainda que o conceito de levante desperte naturais preocupações em tempos de polarização, devemos prestar mais atenção à chamada para a Nação para termos a exata dimensão da proposta.

É preciso convocar, mais do que convidar, todos aqueles que não se conformam com o apequenamento estrutural e estratégico que o Brasil tem vivido, para promover uma transformação na visão, nas propostas e, acima de tudo, na ação pelas mudanças que se impõem.

Que, definitivamente, não podem ser tópicas ou táticas. E devem considerar uma visão estratégica e de longo prazo dentro do cenário de profundas transformações geopolíticas, tecnológicas e ambientais que o mundo vive.”

Desde o início, o alerta mais importante é que não se trata de um movimento político-partidário, como a maioria das análises que envolvem o País sugere como parte do contexto.

Pregamos um levante do bem, se assim podemos chamar, em que o único compromisso e proposta é integrar o País num movimento de estudo, concepção, desenvolvimento e implantação de um projeto para a Nação, sob liderança do setor empresarial, desvinculado de quaisquer dogmas, pregações, vínculos ou ideologias político-partidários.

Exatamente como os líderes e executivos do setor empresarial fazem no planejamento estratégico de seus negócios, em que o foco fundamental é desenvolver propostas que considerem os cenários presente e futuro, as ameaças, oportunidades e necessidades, identificando os diferenciais competitivos e definindo quando, como e com quais recursos isso será alcançado.

Nesse processo, pouco ou nada se discute no plano político-partidário, exceto eventuais impactos nos diferentes cenários para construção da visão do futuro.

Se é necessário, mais do que possível, fazer para empresas, por que não é feito para uma Nação?

Essa é a proposta deste projeto para a Nação, que à medida que o tempo passa se torna cada vez mais vital.

Se, como diz o ditado popular, não existe vento a favor para quem não sabe aonde quer chegar, o mesmo se aplica para os negócios, empresas e, mais ainda, para a Nação.

E o tempo conspira contra ao adiamento da imersão neste levante do bem para a Nação.

A constatação de que o fosso que nos separa de nações mais desenvolvidas está se ampliando e aprofundando – comprovado pelo menor crescimento econômico, aumento da desigualdade, da insegurança e da evolução titubeante da educação – cria o sentimento de que é inadiável essa mobilização.

O diagnóstico do quadro atual pode variar muito na identificação das causas devido à situação que vivemos e sua deterioração, bem como os discursos políticos e dos representantes de partidos, do Executivo, Legislativo e Judiciário tendem a se concentrar na buscar dos responsáveis pelo estado atual.

E tendem a se concentrar mais na apuração de responsabilidades e menos na comparação com outras realidades.

Como destacamos em artigo anterior, a análise do que ocorre na região da Ásia-Pacífico, ou mesmo em alguns outros países do mundo, mostra que, apesar de todos os recursos estratégicos que o Brasil possui, estamos ficando menores e menos relevantes no cenário global.

Estamos nos apequenando política e economicamente na nossa relevância no cenário global, apesar dos recursos que detemos. E se engana quem prega diferente. Os números estão aí para mostrar e provar que, em um horizonte maior de tempo, temos crescido menos do que outras regiões do mundo, e a desigualdade tem aumentado.

O Brasil tem uma situação privilegiada geograficamente e em recursos naturais, em parte devido ao simples acesso e também ao trabalho desenvolvido em setores, como o agropecuário, que transformaram o País num dos maiores provedores de alimentos no mundo. No entanto, isso ocorre em um cenário de crescente complexidade, que envolve mudanças climáticas, questões políticas e de acesso e uso de recursos naturais.

Além do que foi desenvolvido e implantado no acesso e uso de energia limpa pela insolação, da água e do vento, e no tratamento e uso do solo, só para lembrar alguns aspectos, o Brasil deu saltos na produtividade e no uso de recursos. Mas isso não trouxe benefícios reais para a população nos quesitos educação, saúde, segurança e desenvolvimento social.

São muitos os exemplos das vantagens estratégicas do País, mas falta o básico e essencial, que é um projeto de longo prazo para o uso racional e inteligente de todos esses fatores positivos, neutralizando os aspectos negativos e superando os desafios nos temas como desigualdade social, insegurança, um salto ainda maior nas questões da saúde e tendo a educação como fator decisivo no processo de transformação estrutural.

Tudo mais será mais do mesmo, como tem ocorrido na história recente do País.

De forma recorrente, temos tocado nesse tema, e assim continuaremos, por entendermos que essa, talvez, seja a única forma de ajudarmos a promover a mudança que pode colocar o País, a sociedade, os negócios e o próprio consumo e o varejo em outro patamar.

Vale insistir. E refletir.

Nota: No Latam Retail Show, de 17 a 19 de setembro no Center Norte, em São Paulo, haverá especial ênfase, conteúdo e programação dedicados às discussões das transformações no mercado, na geografia, na política, na economia, no consumo e seus impactos no consumo, no comércio e no varejo nos diferentes canais, categorias, formatos de lojas e modelos de negócios nos mercados mundiais e no Brasil. O evento também terá transmissão virtual de parte do conteúdo para quem não possa participar presencialmente. Os ingressos limitados já estão disponíveis pelo site.

Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.

de Redação

A Centauro, varejista de artigos esportivos, ampliou seu portfólio de itens infantis com o lançamento das novas linhas da Nike e Jordan. A linha Nike abrange produtos para crianças de 4 a 7 anos, enquanto a linha Jordan é voltada para crianças de 4 a 16 anos. Com uma variedade de 120 modelos, as camisetas da nova linha infantil estão disponíveis a partir de R$ 79.

A nova linha infantil já demonstra um impacto significativo nas vendas da empresa. Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 38% nas vendas de vestuário infantil. Especificamente, os produtos infantis da Nike registraram um aumento de 58%. No e-commerce, as peças infantis da marca apresentaram um crescimento impressionante de 193% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as vendas nas lojas físicas aumentaram 54%.

“A inserção da Centauro no segmento infantil é uma forma de acompanhar a jornada esportiva dos consumidores desde a infância até a vida adulta. Afinal, queremos inspirar gerações futuras a adotarem um estilo de vida ativo e saudável”, conclui Renata Chapchap, diretora Comercial da Centauro.

  

Os novos produtos podem ser encontrados nas 45 lojas da Centauro espalhadas pelo estado de São Paulo, incluindo unidades de destaque, como Iguatemi Faria Lima, Iguatemi JK, Paulista, Bourbon, Eldorado e Morumbi, além de estarem disponíveis no e-commerce da varejista.

Além das linhas Nike e Jordan, a Centauro oferece uma vasta gama de peças infantis das marcas Asics, Adidas e Oxer, com diversas opções de modelos, cores e tamanhos.

Entre as marcas mais inovadoras 

A Centauro está entre as 50 marcas mais inovadoras do mundo em 2024, de acordo com relatório do Grupo Ebeltoft, um consórcio de empresas líderes em varejo e consultorias de marcas do qual faz parte o Gouvêa Ecosystem. A publicação, anual, destaca cases que inspiram o futuro do setor.

O ranking é dividido em três categorias: “Inovação para hipereficiência”, “Inovação para uma experiência aprimorada” e “Inovação para um mundo melhor”.

A varejista de artigos esportivos ocupa a primeira posição na categoria “Inovação para uma experiência aprimorada” com a Arena Centauro Ibirapuera, inaugurada em 2023 no parque de mesmo nome, localizado na zona sul de São Paulo.

O espaço tem 1 mil m² e abriga eventos, exposições e serviços gratuitos que atendem ao público de entusiastas de esporte, criando uma experiência dinâmica, inclusiva e imersiva “que vai além da mera prática atlética”, como descreve o relatório do Ebeltoft.

Imagens: Divulgação

Vandré Kramer 21/08/2024   gaz povo

 

O Paraná possui 13 das cem cidades mais competitivas do país, conforme o Ranking de Competitividade dos Municípios, realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a govtech Gove e a consultoria Seall. O levantamento foi divulgado na manhã desta quarta-feira (21), em Brasília.

 

Duas dessas cidades estão entre as dez melhores do Brasil: Curitiba e Maringá. O Paraná também é o terceiro estado mais competitivo do país.

 

A lista das cidades paranaenses mais bem colocadas no ranking é formada por:

Curitiba (7º)

Maringá (9º)

Pato Branco (28º)

Francisco Beltrão (37º)

Campo Mourão (42º)

Toledo (46º)

Londrina (48º)

Pinhais (49º)

Paranavaí (57º)

Cascavel (68º)

Araucária (70º)

Umuarama (77º)

Ponta Grossa (87º)

 

Na outra extremidade do ranking estão: 

Piraquara (213º)

Sarandi (239º)

Almirante Tamandaré (288º)

 

O estudo abrange 404 municípios brasileiros com população superior a 80 mil habitantes, segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Pontos fortes e fracos das cidades do Paraná

Os municípios paranaenses se destacaram especialmente nas áreas fiscal, de educação e de saúde, segundo Carla Marinho, porta-voz do CLP para assuntos governamentais e de competitividade. No pilar de contas públicas, 73% das cidades melhoraram sua posição.

 

Para Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, uma cidade eficiente é aquela que consegue gerar efeitos positivos e transformar a realidade social por meio de políticas públicas baseadas em dados e com uso racional de recursos. Pato Branco e Toledo alcançaram as duas primeiras posições no quesito acesso à saúde, enquanto Maringá ficou em quinto lugar no pilar de qualidade da saúde. Um dos fatores que colocou Maringá entre as dez cidades mais competitivas do país foi o acesso à educação.

 

Um ponto de atenção é a inserção econômica das cidades paranaenses. O ranking aponta que 69% delas perderam posições nesse aspecto, refletindo maior vulnerabilidade dos moradores e menor crescimento do emprego formal.

Apesar de o Paraná apresentar a sexta menor taxa de desemprego do país – 4,4% no final do segundo trimestre, segundo o IBGE –, o ritmo de criação de empregos formais entre janeiro de 2020 e junho de 2024 foi ligeiramente menor que a média nacional. No Paraná, o crescimento foi de 18,2%, enquanto a média nacional foi de 18,3%, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Novo Caged/MTE).

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/parana-cidades-mais-competitividade-ranking-clp/

Copyright © 2024, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

No Estado de S. Paulo, a Coluna do Broadcast dá conta que os brasileiros ficaram ligeiramente menos propensos às compras em agosto, pelo segundo mês consecutivo, segundo a CNC. Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,1% em relação a julho, para 102,2 pontos, permanecendo na zona de satisfação (acima de 100 pontos). Em relação a agosto do ano passado, porém, houve um aumento de 1,2% na ICF.

A Voz da Serra (RJ) noticia que 78,8% das famílias declararam ter dívidas, sendo que 28,6% se disseram endividadas e 12% declararam que não terão condições de pagar essas dívidas, segundo a última Peic, de maio, da CNC. A Serasa contabiliza 72 milhões de brasileiros inadimplentes, o que corresponde a 43% da população adulta do país.

Site CNC 23/08/2024

Redação  amanha 22/08/2024

Em 2041, o Brasil deverá atingir seu número máximo de habitantes, estimado em 220,43 milhões de pessoas

A população brasileira começará a diminuir a partir de 2042, segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portanto, em 2041, o Brasil deverá atingir seu número máximo de habitantes, estimado em 220,43 milhões de pessoas. De acordo com o IBGE, a previsão é de que a taxa de aumento populacional, que em 2024 deverá ser de cerca de 0,4%, diminua gradativamente até 2041. A partir de 2042, o índice de queda da população também deve cair de forma gradual e se aproximar de 0,7% ao ano em 2070, quando o total de habitantes do país deverá alcançar 199,23 milhões. “No início dos anos 2000, a gente tinha uma taxa de crescimento acima de 1%. Estamos nos aproximando de zero. Em se tratando de Brasil, isso se dá principalmente pelo saldo de nascimentos e mortes. Nesse ponto [em 2042], o número de óbitos superaria os nascimentos”, afirma o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi. 

Três estados já devem começar a perder população ainda nesta década: Alagoas e Rio Grande do Sul (em 2027) e Rio de Janeiro (em 2028). Dois estados ainda devem manter crescimento populacional até a década de 2060: Roraima e Santa Catarina (até 2063). A população de Mato Grosso deverá continuar crescendo pelo menos até 2070 (o IBGE não projeta além desta data). A previsão anterior, de 2020, era de que a população brasileira só começasse a cair em 2048, depois de atingir o pico de 233,23 milhões de pessoas em 2047 – ou seja, quase 13 milhões a mais e seis anos mais tarde do que a nova projeção).

As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas novas estimativas populacionais feitas pelo IBGE, com base nos dados do Censo 2000, 2010 e 2022, na Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo (PPE, que corrigiu inconsistências do levantamento demográfico de 2022) e nos registros de nascimento, mortes e migração no pós-pandemia. Estima-se, por exemplo, que a população do Brasil era de 210.862.983, em 1º de julho de 2022, acima dos 203 milhões calculados inicialmente pelo Censo 2022, um ajuste de 3,9%.

*Com Agência Brasil

Martha Seillier – 15/08/2024 – Estadao

– No setor produtivo as expectativas em relação à inflação são ainda mais negativas que a dos bancos e instituições financeiras (4% em 2025).
– A maioria das empresas espera que seus custos com mão de obra cresçam entre 4% e 6% nos próximos 12 meses.

14/08/2024 – site CNC

Desempenho foi fraco nos ramos de supermercados e de utilidades domésticas, com queda de 2,1% e 1,8%, respectivamente  

O volume de vendas no comércio varejista brasileiro recuou 1% em junho, na comparação com o mês anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14 de agosto) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado não apenas interrompeu uma sequência de cinco meses de avanço nas vendas mensais no comércio varejista, mas também significou o pior desempenho das vendas no setor desde dezembro de 2022, quando a queda foi de 1,3%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve avanço de 4%, o 13º consecutivo nessa base comparativa. Com esse resultado, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a perspectiva para 2024, indo de 2,2% para 2,1%.

“O aumento dos preços dos alimentos certamente terá um impacto significativo, ajustando as expectativas de inflação e juros para o segundo semestre”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “Mesmo que tenhamos diminuído a perspectiva de crescimento, por conta dessa nova realidade econômica, ainda acreditamos que o saldo será positivo ao fim do ano”, pontua.

Alimentos mais caros pressionam hiper e supermercados

A variação negativa do volume de vendas foi influenciada pelo fraco desempenho dos ramos de utilidades domésticas (com queda de 1,8%) e, principalmente, hiper e supermercados (em que a redução foi de 2,1%). Este último segmento responde por quase metade das vendas no varejo no conceito restrito, que exclui comércio automotivo e lojas de materiais de construção.

“A inflação de alimentos tem se destacado no Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ao longo de 2024, com alimentação e bebidas acumulando alta de 4,71% no primeiro semestre do ano. Isso é significativamente acima do índice cheio, que foi de 2,48%”, analisa o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes. “Os reajustes de preços de alimentos e bebidas responderam por 40% da variação da inflação na primeira metade do ano”, avalia Bentes.

Essenciais em alta no pós-pandemia

Atualmente, as vendas no comércio apresentam crescimento real de 8% em relação ao início da crise sanitária, revelando assim uma tendência suave de recuperação em relação ao período mais agudo de perda de atividade, ocorrido no início da pandemia de covid-19. Nos últimos quatro anos, têm se destacado os ramos do varejo mais direcionados ao atendimento das demandas essenciais, tais como farmácias e perfumarias (cuja elevação chega a 47,4%) e hiper e supermercados (alta de 9,3%). Por outro lado, atividades com menor concentração do consumo “essencial” e mais dependentes das condições de crédito ainda não conseguiram reaver o dinamismo anterior à crise sanitária.

Com o realinhamento das expectativas de inflação já em patamares mais elevados em agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central interrompeu a sequência de reduções dos juros básicos da economia, indicando preocupações com o nível geral de preços à frente. Desse modo, a tendência é que as condições de crédito evoluam de forma menos favorável do que no início do ano.

 de Luiz Alberto Marinho 15 de agosto de 2024 Mercado & Consumo

Não sei se você já se deu conta, mas toda semana sai alguma notícia importante sobre movimentações no mundo do varejo.

Várias delas falam das dificuldades, impensáveis no passado recente, que enfrentam marcas poderosas. Americanas, Starbucks, Casas Bahia, Dia%, Amaro, SideWalk, Polishop, Subway. A lista é grande. Algumas se alavancaram mais do que deviam. Outras não se atualizaram com a rapidez necessária. Ou tropeçaram em processos internos de governança.

Nem todos os grandes varejistas estão patinando. Fortes redes nacionais e regionais, em especial do setor de alimentos, têm avançado. As 10 maiores cadeias de varejo respondem por 19% do mercado. Se ampliarmos a conta para as 100 maiores, essa participação chega a 41%. Há 9 anos, o índice era de 33%. Os dados são do estudo anual da SBVC.

A concentração não é resultado somente do ganho de participação de mercado dos maiores ou mais eficientes. Fatos e boatos sobre fusões e aquisições têm sido frequentes. Arezzo e Grupo Soma, Mobly e Tok&Stock, Cacau Show e Playcenter, Zamp e Outback são alguns exemplos. Acontecem ainda parcerias impactantes, como a do Magalu com AliExpress.

No meio disso tudo, o Mercado Livre navega em águas tranquilas, liderando o e-commerce nacional, que ainda conta com as plataformas asiáticas, como Shein, Shopee e Temu, como coadjuvantes. Dados da ABComm mostram que as lojas virtuais respondiam por 9,2% das vendas totais do varejo brasileiro no ano passado.

Porém, falar de e-commerce e lojas físicas de maneira isolada faz pouco sentido no mundo atual. A palavra de ordem é omnicanalidade. O digital contribuiu com 29% das vendas do Grupo Soma no 1º trimestre do ano. Já na Arezzo&Co, o e-commerce somou 27% das receitas neste período e nada menos do que 60% das vendas das lojas físicas tiveram alguma influência do digital.

Em resumo, a varejolândia está vivendo fortes emoções. A pergunta que fica é: quais são as consequências desses movimentos para o negócio dos shopping centers?

Sinceramente? A transformação do varejo muda muita coisa.

A jornada do cliente já não é a mesma. Hoje ela começa no digital, segue por meio da personalização da oferta e da comunicação e termina de forma integrada e figital. É natural, nesse contexto, que o shopping precise diversificar suas atividades para atrair público, atendendo também os que não tenham o propósito específico de comprar – embora possam fazer compras por impulso. Falando em compras, a tendência é que o shopping domine o território do desejo, sendo menos relevante para atender o consumo de necessidade e reposição.

Restaurantes, parques infantis, espaços coworking, clínicas médicas, hotéis (para humanos e pets), academias de ginástica, escolas, campos e quadras esportivas. Tudo isso já faz parte do mix dos shoppings, nas capitais e no interior, reduzindo a dependência dos varejistas em apuros.

No entanto, o modelo de negócio dos shoppings é praticamente igual ao de 50 anos atrás. Ainda hoje, a maioria deles, com raras e honrosas exceções, desenha seu plano de marketing de acordo com as datas de varejo, por exemplo. Praticamente não há estratégias de conversão de fluxo em vendas que não sejam os sorteios, que surgiram no País mais de 30 anos atrás. Como dizia o economista John Mayard Keynes, “nossa dificuldade não reside tanto em encontrar ideias novas, mas em escapar das antigas”.

Em 2018, a Westfield desenvolveu um estudo para projetar como seriam os shoppings em 10 anos. O resultado foi condensado em um relatório chamado Destination 2028. Olha só a descrição do shopping do futuro nesse trecho do documento: “Microcidades hiperconectadas, lugares onde a interação social se torna central, onde se formam comunidades e as compras são parte de uma experiência mais ampla, que oferece o melhor em restaurantes, entretenimento e eventos. Integra importantes tendências de consumo, como tecnologias inteligentes e bem-estar, em entornos sustentáveis”.

É bem por aí, não? Merece destaque a frase “as compras são parte de uma experiência mais ampla”.

Então, estamos combinados: o varejo seguirá se transformando. Os shoppings já avançaram bastante no desenho do mix, incorporando gastronomia, serviços, entretenimento e bem-estar. Para adaptar-se aos novos tempos, precisam ainda atualizar as estratégias de marketing, monetizar a base de clientes e diversificar receitas.

Um último recado: o futuro bate à porta. É melhor atender.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.

O grupo administra 11 empreendimentos localizados nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, sendo eles:

• Shopping Catuaí Palladium (PR)
• City Center Outlet Premium (PR)
• Jockey Plaza Shopping (PR)
• Shopping Estação (PR)
• Shopping Palladium Curitiba (PR)
• Palladium Ponta Grossa (PR)
• Shopping Palladium Umuarama (PR)
• Ventura Shopping (PR)
• Itajaí Shopping (SC)
• Porto Belo Outlet Premium (SC)
• Shopping Cidade Sorocaba (SP)

E um empreendimento em fase de construção no Paraná: Plaza Campos Gerais, em Ponta Grossa.

O Podi vai além das características de um super App, oferecendo soluções de autoatendimento para eventos e campanhas promocionais. Seu propósito é aprimorar a experiência dos consumidores que frequentam os shoppings e outlets do grupo, disponibilizando uma variedade de serviços e funcionalidades na palma da mão ou em terminais de autoatendimento. Tudo isso, pensado para facilitar a visita ao shopping e fortalecer o relacionamento com o cliente.

Para saber mais sobre o aplicativo Podi, acesse o nosso site www.podiapp.com.br