Raphaela Ribas 24/06/2024 gazeta do povo

 

Brasileiro destina mais de 40% de sua renda ao pagamento de impostos, segundo o IBPT.

Em 2024, o contribuinte brasileiro trabalhou até o dia 28 de maio somente para pagar os tributos, ou seja, impostos, taxas e contribuições exigidos pelos governos federal, estadual e municipal. Um total de 149 dos 366 dias deste ano, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

 

De acordo com o levantamento, a tributação sobre renda, patrimônio e consumo corresponde a 40,71% do rendimento médio do brasileiro neste ano.

 

Conforme o IBPT, em relação ao ano passado, houve um aumento de dois dias de trabalho para pagar os impostos. Isso porque, em 2023, a carga de impostos foi um pouco menor, de 40,27%.

 

O cenário já chegou a ser pior. Entre 2017 e 2019, o brasileiro trabalhou em média 153 por ano para sustentar o Estado. Nos anos seguintes, a carga diminuiu e desde 2021 fica em 149 dias, à exceção de 2023, quando foi de 147 dias, segundo o IBPT.

 

Ao longo das décadas, a pressão dos impostos no orçamento dos brasileiros vem aumentando gradativamente. Nos anos 1970, a média de dias demandados do brasileiro para suprir os cofres públicos era de 76. Em 1986, já chegava a 82 dias.

 

“Nós podemos concluir que hoje se trabalha mais do dobro do que se trabalhava no período dos anos 70 para sanar esses tributos”, sintetiza João Eloi Olenike, autor do estudo e presidente-executivo do IBPT.

 

Em 2003, segundo o levantamento, os tributos abocanhavam 36,98% da renda dos brasileiros. Desde 2021 a carga está na casa dos 40%.

 

Para Olenike, a carga tributária no Brasil é excessiva e ineficaz: “Esses dados reforçam a necessidade de investir em um sistema tributário mais justo e eficiente para o desenvolvimento do Brasil”.

 

 

Brasileiro paga impostos de primeiro mundo, mas retorno não está à altura

O levantamento também traz um ranking da média de dias de trabalho necessários para quitar impostos em outros países. Para essa lista, o IBPT usou dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2022.

 

Países de primeiro mundo, que oferecem saúde, educação e segurança de primeira qualidade, como Noruega, Áustria, Finlândia e Bélgica, exigem de 155 a 162 dias de labuta de seus cidadãos. Nisso, o Brasil está próximo a eles.

 

Por aqui, precisa-se de mais dias de trabalho para arcar com tributos do que na Alemanha (143), Eslovênia (138), Espanha (137), Reino Unido (129), Japão (124) e Suíça, onde são necessários não mais que 100 dias para pagar as taxas.

 

 

Olenike diz que, apesar de o Brasil estar entre os 30 países de maior carga tributária no mundo, é o que dá pior retorno à sua população. Os valores arrecadados não condizem com o retorno dessas verbas, com direcionamento à melhoria dos serviços públicos e consequentemente, aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

 

“É alarmante que os aumentos recentes do ICMS, implementados em diversos estados, não visem a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, mas sim a compensar perdas e preservar a arrecadação. Essa situação configura um ciclo vicioso, onde a população paga impostos altos sem receber os serviços públicos adequados em troca, enquanto o governo busca desesperadamente manter a sua arrecadação”, avalia Olenike.

de Redação

 24 de junho de 2024

O Magazine Luiza (Magalu) e o AliExpress anunciaram nesta segunda, 24, um acordo para venda de produtos no Brasil. Segundo o Acordo Estratégico, os produtos do AliExpress da linha Choice – serviço de compras premium, incluindo produtos com melhor custo-benefício e velocidade de entrega – serão vendidos no Brasil por meio do Magalu. Segundo coletiva de imprensa online e comunicado divulgado ao mercado, serão disponibilizados produtos das mais diversas categorias e complementares às disponíveis atualmente no e-commerce do Magalu.

“Com isso, a companhia amplia de forma significativa o sortimento oferecido, acelerando a sua estratégia de diversificação de categorias e de aumento da frequência de compra. Os pedidos realizados no Magalu serão importados por meio do programa Remessa Conforme, impulsionando a operação cross-border da companhia”, diz o comunicado.

O acordo também prevê que o Magalu ofereça produtos do seu estoque próprio na plataforma brasileira do Aliexpress. “Serão vendidos, inicialmente, itens das categorias de bens duráveis, nas quais o Magalu é líder de mercado no Brasil, com capilaridade logística e multicanalidade, fortalecendo também as vendas do e-commerce com estoque próprio (1P) da companhia”, diz o texto.

“A parceria potencializa duas das maiores audiências do e-commerce brasileiro, com mais de 700 milhões de visitas mensais nas duas empresas, e possibilita que o consumidor final tenha acesso a um amplo portfólio de produtos, com curadoria e serviço de qualidade. Um acordo desse tipo é inédito para ambas as empresas. É a primeira vez que o Alibaba, por meio do Aliexpress – uma das maiores empresas de e-commerce do mundo – faz um acordo estratégico com uma empresa fora da China. Para o Magalu, é a primeira vez que seus produtos serão listados e vendidos por meio de outra plataforma de marketplace”, finaliza o comunicado, assinado por Roberto Bellissimo Rodrigues, diretor financeiro e de Relações com Investidores do Magalu.

Fred Trajano, CEO do Magalu, acredita que a parceria é uma clara situação de ganha-ganha. “As sinergias são imensas. As duas plataformas têm no Brasil mais de 700 milhões de visitas por mês, além de 60 milhões de clientes ativos nos dois canais. Você coloca sortimentos complementares. Eu vou introduzir sortimentos que eu não tinha e o AliExpress vai fazer o mesmo. Estamos bastante animados com o potencial da parceria”, revelou o executivo em coletiva de imprensa direto da China.

Para Briza Rocha, diretora Brasil e LATAM do AliExpress, a complementariedade das duas categorias da parceria será fundamental para o sucesso da operação. “A linha Choice tem um sortimento bem diverso. Beleza, assessórios eletrônicos… São produtos de calda longa, de diversas categorias diferentes, que vão contribuir muito para o Magalu. Agora geladeiras e bem duráveis mais pesados, por exemplo, o AliExpress não tem. E eles são uma categoria importante no Magalu. São produtos complementares”, garantiu a executiva, também diretamente da China.

“Sabemos da importância do Magalu na história do varejo brasileiro e o seu compromisso com o consumidor. Acreditamos que essa união tem tudo para ser duradoura”, revelou Kai Li, CEO Latam do AliExpress.

  • 25/06/2024  site CNC

Mercado de crédito desafiador impulsiona queda de 0,5% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), marcou 106,1 pontos em junho, uma retração de 0,5% em relação a maio. Essa foi a segunda queda consecutiva, descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice também apresentou queda de 0,3%, mantendo a tendência negativa observada desde janeiro de 2023.

Apesar de o subindicador de condições atuais – que avalia a economia, o comércio e a empresa – ter recuado 0,4% pelo segundo mês consecutivo, o principal destaque positivo foi o aumento de 1,1% na confiança dos comerciantes, em relação às condições atuais do comércio. Esse aumento reflete um entusiasmo renovado dos empresários em relação ao varejo, impulsionado por indicadores de crescimento do comércio, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Contudo, conforme o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o momento é de expectativa para as decisões macroeconômicas dos próximos meses. “Com o freio na queda da taxa Selic, imposto pelo Banco Central, e a incerteza em relação à inflação, o varejo deve adotar movimentos cautelosos no futuro próximo”, afirma Tadros. Ele lembra que a queda do volume do comércio varejista ampliado desperta ainda mais atenção para o momento atual.

Os consumidores corroboram a percepção dos empresários. A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da CNC revelou um aumento de 0,5% em junho, mas com uma desaceleração no crescimento devido aos desafios no controle da inadimplência.

Pessimismo com o futuro da economia

Houve uma queda de 1,2% no subindicador de expectativas – em relação à economia, ao setor e à empresa – em junho, em relação a maio, a primeira negativa após cinco meses de alta. Conforme o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a taxa reflete a dificuldade atual dos empresários em relação aos próximos meses. A expectativa em relação à economia apresentou a maior queda, com redução de 2,3% na comparação mensal.

Apesar do mercado de crédito desafiador e da percepção negativa das condições atuais, o indicador de intenção de investimentos foi o destaque positivo, com alta de 0,4% na comparação mensal. Entre os subindicadores que compõem esse indicador, a intenção de investir na empresa cresceu 0,8%, superando os níveis observados no mesmo período do ano passado.

“Diferentemente do que ocorre em relação aos consumidores, o saldo do crédito oferecido para pessoas jurídicas vem diminuindo e a inadimplência das empresas permanece em torno de 3,3%”, explica Felipe Tavares. Segundo o economista-chefe, isso revela que os varejistas estão recorrendo menos a esses recursos por conta da redução ,0de oferta, e não porque precisam amenizar os custos com dívidas, já que a parcela de empresários com dívidas atrasadas não diminuiu.

Confiança dos comerciantes gaúchos atinge menor nível desde maio de 2021

Após um início de ano positivo, o Rio Grande do Sul apresentou recuo no Icec, em maio, de 2,1% e queda ainda maior em junho, de 8,6%, a mais significativa desde abril de 2021, quando o índice chegou a cair 10%. Em junho, o Icec alcançou 93,4 pontos, o menor desde maio de 2021 e a primeira vez abaixo de 100 pontos, desde então.

O desastre ambiental no Estado levou os comerciantes a repensar seus investimentos, com o subindicador apresentando a maior queda mensal, de 10,4%. A intenção de contratação de funcionários caiu 13,7% e a de investimento em estoques retroagiu 6,9% – ambas retornaram à zona de insatisfação.

A percepção das condições atuais se deteriorou 8,2%, especialmente em relação à economia – o subindicador caiu 12,1%. Embora as expectativas tenham reduzido 7,4%, elas permaneceram acima do nível de satisfação, aos 115,8 pontos, com os empresários mais confiantes em relação aos próximos meses por conta das medidas de suporte ao Estado.

Bábara Cabral/TST

Aprovado pelo Senado, Antônio Fabrício integra grupo de juristas de esquerda; tribunal hoje está dividido24/06/2024 às 13:18

Em um Tribunal Superior do Trabalho (TST) dividido, a chegada de um novo ministro pode “pesar” a balança para que as decisões sejam mais favoráveis ao trabalhador do que às empresas.

Essa é a expectativa de fontes do mundo jurídico que acompanham as mudanças de composição dos tribunais superiores — e de que maneira elas impactam a tendência dos julgamentos.

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o advogado mineiro Antônio Fabrício de Matos Gonçalves foi sabatinado e aprovado pelo Senado Federal na semana passada.

Fabrício faz parte do Prerrogativas, grupo que reúne juristas de esquerda. No segundo governo Lula, participou de uma comissão para discutir a ampliação das leis trabalhistas.

Por Carolina Nalin / Letycia Cardoso / Rafaela Gama

24/06/2024 16h29  Atualizado há um dia

Promoção de inverno em pleno mês de junho: temperaturas altas derrubam as vendas do varejo

Sai o casacão e entra o corta vento. O calor atípico no inverno — mesmo com a chegada de chuva, a perspectiva é que o frio, se chegar, venha só em agosto — fará o varejo de vestuário e calçados amargar uma retração de 4,1% nas vendas este ano. Essa é a projeção da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que reúne as empresas do setor, em estudo antecipado para o GLOBO.

O setor deve faturar R$ 14,06 bilhões nos meses de maio e junho, no menor patamar desde 2021. Segundo Fábio Bentes, economista sênior da CNC, as temperaturas mais altas têm atrapalhado as vendas da coleção de inverno, que chegou às vitrines em abril. Mesmo com um cenário econômico mais favorável, com emprego em alta e inflação sob controle, o calor prejudica as vendas.

E é justamente no inverno que o setor costuma ter uma margem de lucro maior, já que as vendas são de peças mais volumosas, como casacos, jaquetas e botas, que por isso têm custo médio mais alto.

— Esse inverno atípico, com essa tendência de temperaturas mais altas, está neutralizando a desaceleração dos preços e a queda dos juros. O consumidor está pouco confiante no inverno deste ano por conta das temperaturas acima da média.

À espera da frente fria

Nas vitrines de shoppings e lojas de rua, botas dão lugar a sandálias, camisetas de manga curta e croppeds ainda são destaque, e os cartazes de promoções antecipadas de inverno se multiplicam. Mesmo com as ofertas, o autônomo Sidney Roberto, de 40 anos, não pretende comprar peças novas para o guarda-roupa este ano:

— Eu vou usar mais os casacos que já tenho em casa. Não compensa ficar comprando porque em um dia a temperatura pode até estar mais baixa, mas no outro já volta o calorão.

Na Saara, tradicional região de comércio popular no Centro do Rio, a vendedora Bruna Cavalcante, de 28 anos, conta que os clientes têm optado por agasalhos mais finos para o dia a dia.

— A gente teve que diminuir os preços dos casacos maiores e mais grossos porque realmente não estavam saindo. Os modelos que estavam antes por R$200 ou R$ 250 tiveram que passar para R$ 180 e até R$150.

A lojista Luiza Campos, de 62 anos, é dona há dez anos de uma loja de roupas na Rua da Alfândega e diz que o movimento está mais fraco neste ano. Ela está à espera da chegada de frentes frias:

— O jeito é ir mudando o mostruário e abaixando os preços para atrair o cliente, porque senão não vende nada de casaco, cachecol, meia.

Mas, apesar da expectativa, relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que o inverno será marcado por temperaturas mais altas. Foi só em maio, porém, que este cenário começou a se desenhar de modo mais claro, conta Wanderson Luiz Silva, meteorologista e professor da UFRJ.

— Sem atuação de frentes frias, teremos sol e temperaturas mais elevadas que a média, especialmente na porção central do país. A expectativa é de frio um pouco mais expressivo em agosto.

As varejistas de moda costumam encomendar as peças de outono e inverno no início do ano. Por isso, foi difícil se planejar para a estação atípica, diz Fernando Siqueira, head de análise da Guide Investimentos. Ele lembra que, no primeiro trimestre, a previsão era de que a taxa básica de juros, a Selic, fosse cair mais este ano.

— As empresas estão sofrendo não só pelas temperaturas mais altas, mas também por uma taxa de juro mais alta do que o esperado, com a manutenção da Selic a 10,5% (na semana passada, o Banco Central parou de reduzir os juros, após sete cortes seguidos) — comenta. — Essas varejistas têm tudo para ter um desempenho mais fraco.

Sandálias na vitrine e 40% de desconto na coleção de outono e inverno: calor prejudica as vendas — Foto: Carolina Nalin/Agência O Globo

Em abril, o CEO da Lojas Renner, Fabio Faccio, disse que o calor extremo deveria afetar o crescimento de volume de vendas do segundo trimestre. Por outro lado, destacou que os estoques estavam ajustados. Procurada, a Renner informou que se limita a falar sobre o tema nas conferências de resultado com investidores.

Francislei Donatti, vice-presidente comercial da C&A, destacou em videoconferência com analistas do mercado que o inverno mais quente dos últimos anos fez a varejista se preparar para a estação em 2024 com peças mais leves, como parcas e corta ventos: “Diminuímos bastante nossas mercadorias mais pesadas de casacos e jaquetas. A gente também entrou nas nossas lojas com produtos de inverno um mês mais tarde do que o ano passado. E isso proporcionou um maior equilíbrio dos nossos planos de venda no segundo e terceiro trimestre”.

A C&A informou que tem desenvolvido coleções mais versáteis e atemporais que podem ser usadas em diferentes ocasiões e climas. Outra estratégia é aprimorar as ferramentas de previsões de demanda para tornar mais eficiente a distribuição dos produtos aos consumidores.

Para algumas redes, porém, o calor no inverno é uma vantagem. A Grendene, dona de marcas como Melissa, Zaxy, Rider e Ipanema, que trabalha apenas com calçados abertos, afirma que as vendas de chinelos, sandálias e sapatilhas têm sido beneficiadas pelas altas temperaturas.

— A Grendene tem sido impactada positivamente pelo calor fora de época — diz Alceu Albuquerque, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Grendene.

Melhor ficar no zero a zero

João Augusto Frota, estrategista da Senso Corretora, reforça que, muito antes do fim do inverno, os clientes devem encontrar cada vez mais promoções nos corredores dos shoppings:

— É melhor vender praticamente sem lucro, no zero a zero, para cobrir custo de colaboradores, aluguéis de lojas, do que ficar no sufoco.

Uma das alternativas apontadas por Denis Medina, economista da FAC-SP, é guardar o estoque para vendê-lo no próximo ano. A medida, no entanto, pode ter desvantagens: além de ocupar espaço físico, as peças podem sair de moda. A outra opção é antecipar as liquidações para gerar caixa, pelo menos, para as despesas operacionais.

Luiz Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), aponta que casacos de lã, cachecóis e calças têm custo mais elevado não só pelo preço alto da matéria prima, que encarece o produto, mas pelo maior peso, que encarece o frete e ainda ocupa mais espaço. Assim, não enxerga outra saída para as varejistas que apostaram nesses itens que não sejam as liquidações.

O inverno mais fake dos últimos tempos? Mesmo com a estação tendo mudado há uma semana, as temperaturas continuam altas na maior parte do Brasil. Com isso, as empresas de varejo devem ter o pior inverno desde 2021.
·  As projeções mostram que o setor deve faturar R$ 14 bilhões entre maio e junho, um resultado que, se confirmado, representará uma queda de 4% nas vendas em relação a 2023.
A relevância: O inverno é a época na qual o lucro dos comerciantes costuma ter uma margem maior, já que as vendas são de peças mais volumosas como casacos, jaquetas, botas e por aí vai.
Acontece que esses itens — que normalmente custam mais caro — ainda não deram as caras. Nas lojas do país, sandálias, camisetas e croppeds continuam dominando as vitrines.

O varejo tem reagido de muitas maneiras…

Como os comerciantes costumam encomendar as peças de outono e inverno no começo do ano, o jeito para muitos têm sido aplicar descontos de até 40% nos casacos, toucas e cachecóis.
Outra alternativa é guardar o estoque para vender no próximo ano — mas essa medida ocupa mais espaço e corre o risco das peças saírem de moda.
Já no caso da C&A, a marca investiu em coleções mais versáteis e atemporais “para todos os climas” enquanto o frio não chega de vez no nosso país.

PRSA 25/06/2024

O Grupo Tacla, com 12 empreendimentos nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, anunciou a expansão dos dois outlets do grupo: o City Center Outlet Premium, em Campo Largo (PR), e o Porto Belo Outlet Premium, em Porto Belo (SC), que ampliam o mix de lojas.

 

Além disso , o grupo lançou o Plaza Campos Gerais, o segundo empreendimento no município de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná .Com mais de 76 mil metros quadrados de área construída e 27 mil metros quadrados de área bruta locável, o novo centro de compras já está em construção.

 

Com esse portfólio, a empresa chega à Exposhopping, a maior feira de negócios do segmento. Promovido pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o evento ocorre de 26 a 28 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP).

 

“A Abrasce oferece uma excelente oportunidade para fortalecer nosso relacionamento com parceiros, lojistas e clientes, ampliando nossa rede de contatos e as possibilidades de negócios”, diz o representante do grupo, Aníbal Tacla.

É com muita alegria e orgulho que celebro a conquista do Grupo Boticário, eleito a Empresa do Ano na premiação Melhores do ESG 2024 da revista EXAME. Foi uma vitória dupla, pois vencemos também na categoria Farmacêutica e Beleza.

Nossa essência se mantém a mesma desde quando começamos como uma farmácia de manipulação em Curitiba. Éramos pequenos, mas já tínhamos uma preocupação genuína em cuidar das pessoas e do meio ambiente. Quatro décadas se passaram, crescemos e seguimos pautados em fazer o certo. Reverenciamos o passado e tudo o que construímos juntos com nossos parceiros, com um olhar muito potente para o futuro.

Nossa atuação em ESG é transversal e extrapola escritórios, fábricas e centros de distribuição. Essa busca contínua por evolução e pela geração de impacto para toda a sociedade envolve colaboradores, franqueados, revendedores, fornecedores e distribuidores, chegando ao consumidor final.

Fazemos isso com treinamentos, capacitação, incentivos, melhorias nas operações, pesquisa e inovação. Isso sem mencionar o trabalho fantástico da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que nasceu antes mesmo da Rio-92.

Vamos seguir evoluindo enquanto ecossistema de beleza com um crescimento saudável. Não nos interessa crescer a qualquer custo. Temos um olhar de longo prazo para toda a cadeia e seguiremos acreditando na beleza de crescer juntos.

Obrigado a todos que estão conosco nesta jornada! Essa conquista é de todos nós.[

 

De Artur Grynbaum

21 de junho de 2024

Enquanto os EUA enfrentam um declínio nas vendas no varejo, impulsionado por preocupações inflacionárias e incertezas econômicas, o setor no Brasil projeta um cenário mais otimista, com expectativas de aumento do consumo e melhoria nas condições de vida. A conclusão é do estudo “Cenários de Vendas no Varejo”, feito pela KPMG. O documento compara o mercado de varejo do Brasil e dos Estados Unidos, citando dados e índices dos dois países.

Segundo a publicação, em janeiro de 2024, as vendas no varejo norte-americano registraram um declínio de 0,8%, o maior em quase um ano. Esse resultado foi ocasionado por quedas nas vendas de veículos automotores, postos de gasolina e lojas de materiais de construção. Por outro lado, as vendas no comércio varejista dos Estados Unidos tiveram um aumento de 0,6% em 2023, em relação a 2022, aproximadamente um terço (35%) do crescimento do varejo brasileiro, o qual atingiu 1,7% no mesmo período.

“O Brasil, apesar de enfrentar períodos de volatilidade econômica, tem visto um aumento no otimismo do consumidor, que se reflete no maior entusiasmo dos potenciais investidores. Esse sentimento positivo é impulsionado por expectativas de melhoria nas condições econômicas e sociais, embora o mercado nacional também tenha enfrentado algumas dificuldades”, diz Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

Outros indicadores importantes do setor analisados no estudo são a inflação e os juros dos dois países: nos Estados Unidos, a inflação medida pelo Personal Consumption Expenditures (PCE), que é um indicador importante, deve sair de 3,4% (projeção para o final de 2023) e chegar a 2,4% até o final de 2024.

Já no Brasil, a projeção para o IPCA é de 3,89% para 2024. Esse percentual está abaixo do teto da meta oficial de inflação para 2023, que é de 4,75%, e dentro da meta para 2024, que é de 3,5%. Quanto à taxa básica de juros (Selic), que é definida pelo Banco Central, a projeção é de leve declínio, devendo chegar a 9% até o fim do ano. Em dezembro de 2022, a Selic estava em 13,75%; caiu durante o ano, fechou 2023 em 11,75% e, em janeiro de 2024, decresceu meio ponto percentual, chegando em 11,25%.

“Olhando para o futuro, é crucial monitorar de perto os desenvolvimentos nos Estados Unidos e no Brasil. Nos EUA, o desempenho do mercado de trabalho e as políticas de combate à inflação terão um impacto significativo nas tendências de consumo. No Brasil, as reformas econômicas serão fatores-chave a serem considerados”, analisa Fernando.

Por  Mayra Castro O Globo 21/06/2024

 

Dados completos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IGBE nesta sexta-feira, mostram que houve um aumento da qualificação dos trabalhadores brasileiros na última década. Entre as pessoas ocupadas de 14 anos ou mais, 23,1% (cerca de 23,2 milhões de pessoas) tinham superior completo no ano passado.

Para se ter uma ideia, 11 anos atrás, em 2012, quando teve início a série histórica da atual pesquisa, apenas 14,1% contava com esse nível de instrução.

E houve redução da parcela de trabalhadores sem instrução ou com fundamental incompleto, que caiu de 32,6% em 2012 e 20,1% em 2023. A maior parte dos trabalhadores brasileiros se encontra entre aqueles que tem médio completo e superior incompleto, que representam 42,8%.

De acordo com Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV IBRE, não só a população ocupada passa a ter um percentual mais elevado de pessoas com a escolaridade mais alta, mas também a população brasileira no geral.

— Tem um fenômeno de escolarização no país, que são efeitos de políticas públicas de longo prazo. E a questão demográfica também influencia, a gente vai tendo mais pessoas em idade de trabalhar, que é aquele conjunto de 14 anos ou mais, que costumam ter escolarização mais elevada. E o mercado de trabalho acaba conseguindo absorver também essas pessoas — explica.

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Tobler acrescenta que, embora muitas pessoas ainda trabalhem em cargos que não condizem com seu nível de escolarização, esse aumento de escolaridade pode ter relação com um crescimento da renda da população.

— Não é só ter pessoas mais escolarizadas que automaticamente elas vão ganhar um salário mais elevado, mas tem uma relação muito forte. Na medida em que há uma população mais escolarizada, a gente vê essas pessoas conseguindo entrar no mercado de trabalho, e isso tende a trazer também o crescimento da renda, porque as pessoas com maior grau de instrução são aquelas que têm salários mais altos também — diz ele.

População ocupada e nível da ocupação

A pesquisa também mostra que, pela primeira vez, o total de pessoas ocupadas no Brasil superou 100 milhões. Foram 100,7 milhões em 2023, alta de 1,1% em relação a 2022.

Houve recorde também no contingente de trabalhadores com carteira no setor privado, que somaram 37,7 milhões. Porém, em termos percentuais, estes representam 37,4% do total de ocupados, fatia que cresceu, mas ainda é inferior ao patamar de 2015, quando eram 39,5%.

Já o nível da ocupação, que é a parcela da população em idade de trabalhar (acima de 14 anos) que está ocupada ficou em 57,6% em 2023, mas não superou o máximo da série (58,3%, em 2013). Esse número teve uma queda de 2014 a 2017, mas começou a se recuperar em seguida, e vem crescendo desde então.