Percentual de inadimplentes cai, mas parcela de famílias com atrasos acima de 90 dias é a maior em um ano. Entre as causas, estão juros altos e dificuldade de acesso a crédito barato

Publicado em 04/04/2023 10:30 • Por Luciana Neto site CNC

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou estabilidade no endividamento, no primeiro trimestre de 2023. O mês de março terminou com 78,3% das famílias endividadas, mesmo índice de fevereiro. Um dos destaques da pesquisa é o percentual de renda comprometida com dívidas, que se estabeleceu em 29,9% do rendimento das famílias e é o menor patamar desde fevereiro de 2020. O nível de inadimplência também caiu pela quarta vez consecutiva e atingiu 29,4% das famílias, uma queda de 0,4 ponto percentual (p.p.) em março.

No dia 23 de março, a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira, apresentou estudos ao secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para auxiliar no desenvolvimento do programa Desenrola, que terá o objetivo de reduzir o endividamento e a inadimplência das famílias que ganham até dois salários mínimos. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, “a Peic é, hoje, um dos principais diagnósticos da saúde econômica do Brasil, pois identifica quais os principais gargalos da melhoria das condições financeiras da população brasileira”. Para ele, a participação da CNC na construção do Desenrola é resultado da importância da pesquisa, iniciada em 2010 pela Confederação, e demonstra a preocupação da entidade com o desenvolvimento sustentável do País.

Superendividamento permanece estável

Do total de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa), 17,1% consideravam-se muito endividadas, indicador que também se manteve inalterado na passagem mensal, após duas altas consecutivas. “O endividamento dos consumidores vem apontando moderação desde outubro, cresceu entre janeiro e fevereiro, com orçamentos apertados pelas despesas típicas do início do ano, e encerrou o trimestre em estabilidade”, explicou Izis Ferreira.

Conforme a economista, a melhora da renda disponível com a evolução positiva do mercado de trabalho e a desaceleração da inflação atenuaram os indicadores de inadimplência, que fechou o trimestre em 29,7% das famílias. “Apesar disso, quem tem dívidas atrasadas há mais tempo continua com dificuldades de sair da inadimplência por causa dos juros elevados”, afirma Izis Ferreira. A Peic mostrou que a proporção de consumidores sem condições de pagar dívidas atrasadas de meses anteriores chegou a 11,5% do total em março, com ligeira queda de 0,1 p.p.  em relação a fevereiro, mas apresentou o maior nível desde novembro de 2020, no comparativo entre as médias trimestrais.

Mais pobres estão menos endividados

A redução da contratação de dívidas em março se deu entre os consumidores nas duas primeiras faixas de renda, de até três salários mínimos e de três a cinco salários mínimos. Nas faixas de maior renda, entre cinco e dez salários e acima de dez salários mínimos, a proporção de endividados cresceu. De acordo com Izis Ferreira, isso é reflexo de maior consumo de serviços pelos mais ricos.

O indicador de dívidas atrasadas também diminuiu na margem para os dois grupos considerados mais pobres, enquanto avançou entre os com renda entre cinco e dez salários mínimos. “O Bolsa Família com valores maiores e as contratações formais de pessoas com menor nível de escolaridade têm auxiliado as famílias de menor renda no pagamento de dívidas”, analisa a economista da CNC. Apesar disso, na comparação anual, a Peic demonstrou que o volume de famílias com dívidas atrasadas aumentou em todas as faixas de rendimento.

O percentual de consumidores com dívidas atrasadas de meses anteriores também encerrou o trimestre em queda entre os mais pobres, mas avançou 1,1 p.p. no ano. O índice cresceu na comparação anual apenas nas duas primeiras faixas de renda, de até cinco salários mínimos.

Comprometimento da renda com dívidas é o menor desde antes da pandemia

O comprometimento da renda com dívidas de todos os brasileiros caiu para 29,9% dos rendimentos: a cada R$ 1 mil, o consumidor gastou, em média, R$ 299 com o pagamento de dívidas em março. Esse valor é o menor desde fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19.

Entre as famílias de menor renda, a redução da proporção dos endividados também foi acompanhada da queda do comprometimento da renda dessas famílias com dívidas. Os consumidores que recebem até três salários mínimos fecharam o trimestre dedicando 30,9% da sua renda para pagar dívidas, o menor percentual desde junho de 2021. A cada R$ 1 mil, eles gastaram R$ 309 para pagar dívidas com instituições financeiras.

Por outro lado, a parcela média da renda dos mais ricos comprometida com dívidas aumentou: foram 0,4 p.p. entre aqueles que recebem de cinco a dez salários mínimos, resultando em 29,4% da renda, e 0,3 p.p. entre os com mais de dez salários mínimos, com 27% comprometidos.

Cresce número de inadimplentes a mais de 90 dias

Mesmo com renegociações, a cada 100 consumidores com dívidas atrasadas, 45 chegaram em março com atrasos por mais de 90 dias. “Ou seja, quem tem dívidas atrasadas, acumuladas de meses anteriores, acaba com maior dificuldade de pagá-las, pois, com os juros mais altos, o valor da dívida aumenta mais ao longo do tempo”, comenta Izis Ferreira.

A economista aponta que a alta da proporção de consumidores com dívidas atrasadas por mais de três meses mantém aceso o alerta para a necessidade de renegociações e monitoramento do sucesso das dívidas renegociadas pelas instituições financeiras. Conforme ela, as concessões de crédito aos consumidores estão desacelerando, mas permanecem elevadas, e há uma deterioração da qualidade dos recursos que estão sendo contratados. As concessões de crédito, neste momento, estão concentradas e avançando no crédito rotativo de curto ou curtíssimo prazo (como cheque especial e cartão de crédito), sendo estas as que apresentam os juros mais elevados do mercado.

JC CONTABILIDADE

 – Publicada em 04 de Abril de 2023 às 18:

Governo estima obter R$ 35 bilhões de receitas extraordinárias

MARCELLO CASAL JR AGÊNCIA BRASIL / JONAL DO COMERCIO

O governo prorrogou o prazo de adesão ao Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal, também conhecido como Litígio Zero, para o dia 31 de maio, às 19h. A prorrogação foi anunciada na sexta-feira passada, data em que o prazo original se encerraria, e publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Segundo a Receita Federal, a extensão do período de adesão atende pedidos feitos pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade), pela Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) e pela Ibracon (Instituto de Auditoria Independente do Brasil).

O programa prevê a renegociação de valores cobrados pelo fisco, de pessoas físicas e empresas, com descontos e prazo de até 12 meses para pagamento.

Advogados relataram grande interesse das empresas em aderir ao programa após anúncio feito em janeiro, mas as condições de pagamento, feitas depois das contas, desanimaram muitos contribuintes.

A avaliação é que as regras rígidas e o prazo curto de pagamento podem ter comprometido o sucesso do programa.

O governo estima obter
R$ 35 bilhões de receitas extraordinárias e um ganho permanente de R$ 15 bilhões pela diminuição dos conflitos.

Podem ser negociadas cobranças tributárias em discussão no âmbito das DRJ (Delegacias da Receita Federal de Julgamento), do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) ou débitos de pequeno valor no contencioso administrativo ou inscritos em dívida ativa da União.

A Receita Federal enviou aos contribuintes as informações sobre quais débitos podem ser negociados e qual a capacidade de pagamento de cada litigante. Com os dados, é possível simular em uma planilha do Fisco qual o desconto para pagamento, em caso de desistência do processo.

Para pessoas físicas, micro e pequenas empresas, o desconto é de 40% a 50% do valor total da dívida, incluindo o tributo que originou o passivo, além de juros e multa, para débitos até 60 salários mínimos (R$ 78.120).

Para dívidas acima de 60 salários mínimos, o desconto é de até 100% sobre o valor de juros e multas, no caso de valores irrecuperáveis ou de difícil recuperação. O governo ainda vai permitir o uso de prejuízos fiscais e base de cálculo negativa para quitar de 52% a 70% do débito.

Em todos os casos, o percentual efetivo de desconto observará a capacidade de pagamento do contribuinte.

As dívidas que se enquadram nessa categoria representam mais de 30 mil processos no Carf, com valor total superior a R$ 720 milhões. Já nas delegacias da Receita Federal, são mais de 170 mil processos, totalizando quase
R$ 1 bilhão, segundo o Ministério da Fazenda.

Entenda o PRLF (Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal)

Quem pode aderir?

Pessoas físicas e empresas com dívidas tributárias em discussão no âmbito das Delegacias da Receita Federal de Julgamento, do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ou débitos de pequeno valor no contencioso administrativo ou inscritos em dívida ativa da União

Prazo

Das 8h de 1º de fevereiro de 2023 até as 19h de 31 de maio de 2023

Adesão

Por meio de abertura de processo digital no portal e-CAC

Documentos

» Requerimento de adesão disponível no e-CAC devidamente preenchido

» Prova do recolhimento da prestação inicial

» Sendo o caso, certificação expedida por profissional contábil acerca da existência e regularidade de créditos decorrentes de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL, na forma de formulário próprio disponível no e-CAC Passo a passo

» O processo digital deverá ser aberto selecionando-se a opção “Transação Tributária”, no campo da Área de Concentração de Serviço, e, a seguir, mediante seleção do serviço “Transação por Adesão no Programa de Redução de Litigiosidade Fiscal – PRLF”

» O contribuinte deverá aderir ao DTE (Domicílio Tributário Eletrônico) para implementação pela Receita de endereço eletrônico para envio de comunicações

» O requerimento de adesão apresentado suspende a tramitação dos processos administrativos fiscais referentes aos débitos incluídos na transação enquanto o pedido estiver sob análise

» Se faltarem documentos ou eles estiverem incompletos, o contribuinte será intimado para, no prazo de dez dias, suprir a falha apontada

Prestação

Qualquer que seja a modalidade de pagamento escolhida, o valor mínimo da prestação será de R$ 100 para a pessoa física, de R$ 300 para a microempresa ou empresa de pequeno porte, e de R$ 500 para demais pessoas jurídicas

Essa foi uma das categorias que mais impulsionaram o crescimento da companhia no último ano

 de Redação  10 de abril de 2023 no Destaque do diaNotíciasVarejo

 

 

Dono das marcas O Boticário, Eudora, Quem Disse, Berenice? e Truss, o Grupo Boticário ampliou investimentos em haircare, categoria que prospecta crescimento de mais de 16% até 2026 no Brasil, segundo dados da Euromonitor.

Essa foi uma das categorias que mais impulsionaram o crescimento da companhia no último ano. “Se comparado a 2021, praticamente todas as nossas marcas apontam um incremento de receita significativo no segmento capilar, na faixa de dois dígitos”, afirma Paulo Roseiro, diretor-executivo de Categoria Beauty do Grupo Boticário.

A recente aquisição de Truss, voltada para o tratamento em salões de beleza, amplia significativamente sua presença na categoria de cabelos, com um amplo portfólio de soluções para o consumidor e profissionais de beleza.

“A compra de uma marca capilar forte como Truss é uma etapa estratégica da companhia no fortalecimento constante do nosso ecossistema de beleza, que expande a presença do Grupo Boticário para novos mercados”, diz o executivo.

Outro exemplo é o House of Beauty, salão de cabeleireiros exclusivo na loja-conceito do Boticário em Pinheiros, São Paulo. O espaço é conduzido por um expert do segmento e que traz uma série de serviços exclusivos, com análise profunda da saúde dos fios e tratamentos elaborados sob medida.

Tecnologia e ciência como diferenciação  

As marcas do Grupo contam com o “Mapa de Futuro”, por meio do qual direcionam tecnologia e inovação, desde a criação das soluções até a experiência do consumidor na ponta, aliado às tendências mapeadas pelo futuro da beleza.

“É preciso estar constantemente atualizado para acompanhar a contínua evolução do mercado e se colocar à frente como protagonista. Por isso, atenção, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia são os propulsores que possibilitam aliar as tendências mapeadas pelo futuro da beleza para entregar valor às marcas”, explica Marcela de Masi, diretora-excutiva de Branding e Comunicação do Grupo Boticário.

Com a utilização de inteligência artificial, a linha Eudora Siàge Hair-Plastia mapeou as principais necessidades capilares das brasileiras e combinou milhares de dados para entregar ativos como o Bio-Hialurônico e a exclusiva Biotecnologia Afinitté 4D, que eliminam a porosidade e devolvem a densidade dos fios, criando o efeito de plástica capilar.

A Quem Disse, Berenice? estreou sua linha capilar recentemente, com uma combinação de ingredientes em produtos que estimulam a GenZ a criar a sua própria forma de cuidar dos seus cabelos do seu jeito.

“A consumidora da GenZ se tornou nosso foco em Quem Disse, Berenice? por buscar tendências e inovações, além de conseguir se relacionar com os benefícios democráticos dos produtos. Nossa expectativa é levar a qualidade dos produtos já conhecida em outras categorias, trazendo como proposta, a linguagem disruptiva conectada com o posicionamento da marca”, comenta Marcela.