REDAÇÃO  AMANHA 04/11/2022

A Renner crê que o quarto trimestre será similar ao crescimento do terceiro trimestre versus 2019, impulsionado pelos eventos de Black Friday e Natal

A Lojas Renner é um forte exemplo de que o comércio tem se recuperado no pós-pandemia. No terceiro trimestre as vendas cresceram 10,3% em relação ao mesmo período de 2021. O faturamento acumulado até setembro é ainda mais vistoso: um salto de 33,8% para R$ 8 bilhões. Já o lucro líquido avançou 50% comparação trimestral e quase triplicou no acumulado anual (veja os principais indicadores ao final desta reportagem).

“As temperaturas mais frias que a média histórica e que o esperado para o período exerceram impacto relevante nas vendas do trimestre. Primeiramente, o inverno mais rigoroso e prolongado entre abril e junho, transferiu cerca de 5% do volume do terceiro trimestre para o segundo. Por sua vez, o terceiro trimestre, caracterizado pela transição da coleção primavera-verão, foi marcado por temperaturas abaixo do esperado, impactando as vendas do período. Contudo, mesmo com estes efeitos, a companhia apresentou importante crescimento”, pontua a Renner em seu relatório trimestral.

“A despeito das temperaturas mais frias em outubro, acreditamos que o quarto trimestre seja similar ao crescimento do terceiro trimestre versus 2019, impulsionado pelos eventos de Black Friday e Natal. Não obstante à maior cautela que o ambiente macro exige e também à realização da Copa do Mundo que poderá impactar fluxo, esperamos fechar o ano em linha com nossa expectativa: crescimento com ganho de market share, margem bruta Ebitda total nominal (pré IFRS) em patamares próximos ao de 2019″, prevê a varejista.

A empresa também informa que o novo Centro de Distribuição de Cabreúva (SP) já opera 100% do volume da Camicado. “Conforme cronograma previsto, em novembro, iniciaremos de forma gradual as operações de Renner, Youcom e Ashua. No período, houve ainda evolução de diversos indicadores de performance para a operação da Camicado comparado com o cenário anterior à implementação”, detalha a Renner.

A companhia inaugurou 12 lojas entre julho e setembro, das quais sete são da bandeira Renner, sendo seis em ruas e uma em shopping. Das sete aberturas, seis ocorreram em localidades onde a Renner ainda não estava presente com loja física. Nas outras marcas, houve abertura de três lojas da Camicado, uma da Youcom e uma da Ashua, das quais quatro em cidades novas e todas em shoppings. Com isso, a Renner realizou 30 inaugurações até setembro, em linha com o plano de abertura de cerca de 40 lojas no ano.

Da CNN

06/11/2022 às 21:54

O “atacarejo” é uma das principais tendências de mercado no país, segundo avaliação do presidente da P&G Brasil, André Felicíssimo, em entrevista à CNN.

De acordo com Felicíssimo, o fenômeno cumpre, especialmente, o valor da “realização” para o consumidor. “Dá gosto de ver um carrinho cheio, esse é um dos principais valores do consumidor brasileiro, e ao ir no ‘atacarejo’, eles conseguem isso”, explica.

Outras duas importantes tendências no cenário atual, na avaliação do executivo, é o consumo por meios eletrônicos e o crescimento de estabelecimentos “de vizinhança”.

Sobre as vendas on-line, Felicíssimo explica que, durante a pandemia, o consumidor “mudou sua expectativa a respeito do tipo de compra que ele espera fazer. Ele quer uma compra mais segura, rápida e produtiva. E muitos desses impactos ficam mesmo após a pandemia, principalmente a parte da compra ser eletrônica. Qual compra pode ser mais segura, rápida e produtiva do que uma compra através de meios digitais?”

Já em relação aos comércios de vizinhança, o executivo atrela seu crescimento à tendência de residências menores que inviabilizam o armazenamento de muitos produtos e geram a necessidade de lojas mais próximas.

Cenário econômico

Apesar da inflação atual no mercado brasileiro, o presidente da P&G Brasil explica que “nas categorias que nós participamos, e normalmente nós somos ou líderes ou vice-líderes nessas categorias, elas têm crescido constantemente, não só em valor, mas também em volume”.

Segundo Felicíssimo, a P&G “tem conseguido manter o crescimento, a gente não está enfrentando queda. Como? Em cada categoria que a gente participa, nós vamos atrás do desenvolvimento da categoria, como que nós conseguimos levar consumidores para um novo patamar de consumo”.

O executivo ainda comentou as metas futuras da empresa relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Segundo ele, a estratégia se pauta em quatros pilares: clima, água, floresta e não jogar dejetos no lixo.

Como objetivo alcançado, Felicíssimo aponta que 100% das fábricas da P&G no Brasil não emitem resíduos para aterros sanitários.

Para 2030, a empresa almeja reduzir em 35% eficiência hídrica e consumir 100% de energia renovável.

Na COP27, a P&G deve apresentar suas metas para 2030 e “como estamos avançando, estamos além das metas que nós tínhamos nesse ponto do caminho, nós já estamos levando também a nossa ambição 2040. Esperamos que essa COP seja um acelerador nesse processo”.

*Publicado por Renata Souza, da CNN

Publicado em 09/11/2022 12:27 •  Por Carlos Matos  – site cnc

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, dia 8 de novembro, o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 17/2022, que institui o Código de Defesa do Contribuinte. A matéria foi encaminhada ao Senado Federal. Um acordo entre as lideranças partidárias está sendo construído com a intenção de aprovar o texto na Casa Alta e sancioná-lo ainda este ano.

O Código de Defesa do Contribuinte estabelece normas gerais relativas a direitos, garantias e deveres do contribuinte, principalmente, quanto à sua interação perante a Fazenda Pública e dispõe sobre critérios para a responsabilidade tributária.

A proposta, de autoria do deputado federal Felipe Rigoni (União-ES) e subscrita por 31 parlamentares, tem o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No dia 18 de maio, a entidade participou de um evento realizado no Senado pela Frente Parlamentar do Livre Mercado, em apoio ao PLP 17/2022.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que a aprovação do texto na Câmara, na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), representa uma importante vitória da classe empresarial. “O empresário brasileiro é quem mais paga tributos. O equilíbrio nas relações entre nós pagadores de impostos e o Estado é fundamental. Afinal, sem a força de trabalho do empresário, o Brasil não avança. A proposta, portanto, é coerente e oportuna”, afirmou.

O Código de Defesa do Contribuinte é realidade em alguns estados, como São Paulo. Por isso, o objetivo é equilibrar a conturbada relação entre fisco e contribuintes em todo o País, estabelecendo a ampla defesa prévia e o contraditório do contribuinte.

Destaques

O projeto estabelece que a ação penal contra o contribuinte por suposto crime contra a ordem tributária e a ação de quebra de sigilo somente poderão ser propostas após o encerramento do processo administrativo que comprove a irregularidade fiscal do contribuinte.

Ele estabelece ainda o desconto regressivo nas multas e nos juros de mora para incentivar o contribuinte a quitar voluntariamente o débito. Se este confessar o débito e desistir de contestá-lo na via administrativa ou na Justiça, os descontos serão acrescidos de 20 pontos percentuais.

Os contribuintes considerados bons pagadores e cooperativos com a aplicação da legislação tributária contarão com redução das multas pela metade. Para a CNC, o PLP 17/2022 é de amplo interesse do contribuinte brasileiro.

10 de novembro de 2022 · por Moroz Assessoria · em Fecomércio/CNC. ·

Faturamento previsto é de R$ 4,2 bilhões, 1,1% maior que na mesma data do ano passado. CNC eleva para 1,3% expectativa de crescimento do varejo neste ano

De acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Black Friday de 2022 deverá movimentar R$ 4,2 bilhões e registrar a maior movimentação financeira desde que a data foi incorporada ao calendário do varejo nacional, em 2010. A expectativa é que o faturamento seja 1,1% maior que no ano passado, descontada a inflação.

A combinação de promoções da Black Friday e da Copa do Mundo (ambas estão programadas para o mesmo período deste mês de novembro) é um dos fatores que indicam tendência de elevação das vendas no varejo até o fim deste ano. Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje (09/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve avanço de 1,1%, no mês de setembro, em relação a agosto. Nesse sentido, a CNC subiu para 1,3% a expectativa de crescimento do varejo em 2022.

“Esse é um momento muito importante para o comércio de bens e serviços e, com o incremento das promoções de itens voltados à Copa de Mundo de Futebol, o segmento deve encerrar bem o ano”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Oito dos dez segmentos pesquisados pelo IBGE tiveram crescimento das vendas em setembro, com destaque para os combustíveis e lubrificantes, de 1,3%, e hiper e supermercados, de 1,2%. Por outro lado, as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico apresentaram queda de 1% e as de móveis e eletrodomésticos tiveram redução de 0,1%.

Black Friday da Copa

A Black Friday é marcada, tradicionalmente, para a última sexta-feira do mês de novembro, mas os descontos já são oferecidos nos dias antecedentes, que, este ano, coincidirão, justamente, com a primeira semana da Copa do Mundo do Catar. A estimativa da CNC é que as vendas relacionadas ao Mundial de Futebol impactem em R$ 1,4 bilhão o faturamento do comércio varejista brasileiro, movimentando especialmente os ramos de móveis e eletrodomésticos e de artigos pessoais e eletroeletrônicos. Esses dois segmentos devem ser responsáveis por 48% da movimentação prevista na Black Friday (R$ 1 bilhão e R$ 920 milhões, respectivamente). A tendência é que o ramo de hiper e supermercados alcance R$ 910 milhões e o de vestuário, calçados e acessórios gire em torno de R$ 700 milhões.

Alta dos juros deve frear vendas

“Apesar da tendência de desaceleração da inflação, o processo de encarecimento do crédito deverá impedir um avanço mais significativo nas vendas, em uma data caracterizada pela predominância do consumo de bens duráveis, que são, tradicionalmente, mais dependentes das condições de crédito”, analisa o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.

De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros das operações com recursos livres envolvendo pessoas físicas se encontra, atualmente, no maior patamar dos últimos quatro anos. “A facilidade de comparação de preços on-line em uma data comemorativa caracterizada pelo forte apelo às promoções evidencia a tendência de aumento expressivo deste evento do calendário do varejo quando comparado às demais datas, especialmente, nos espaços virtuais”, pontua Bentes. A Black Friday já é considerada a quinta data mais importante do varejo, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.

Percentual de descontos efetivos será maior que em 2021

Para avaliar o potencial de descontos efetivos durante a data, a CNC coletou diariamente os preços de 180 dos itens mais buscados na internet, agrupando-os em 36 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias. Nesse período, 39% revelaram tendência de redução – percentual que contrasta com os 26% observados às vésperas da Black Friday de 2021. Em novembro do ano passado, a inflação anualizada medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 10,7% – a maior desde o início de 2016 e significativamente acima do patamar esperado para novembro de 2022, que era de 6%.

“Desse modo, a desaceleração dos preços tende a elevar o potencial de descontos na Black Friday deste ano, favorecendo, com maior intensidade, a prática de descontos efetivos em relação ao ano passado”, indica Bentes. Pela ordem, os produtos com as maiores chances de descontos efetivos e respectivas variações de preços nos últimos 40 dias são: sapatos masculinos (queda observada de 17%); lavadora de roupas (redução de 13%); smartwatches (diminuição de 10%); fones de ouvido (queda de 8%); e purificadores de água (redução de 7%).

Confira a análise completa da Divisão de Economia e Inovação

Fonte: Portal do Comércio/CNC

Mercado & Consumo –  de Luiz Alberto Marinho– 10.11.22

Muitos anos atrás, durante um workshop com um cliente, recomendamos que ele formasse um time multidisciplinar, caso quisesse realmente construir uma estratégia consistente de marketing. Afinal, nos shopping centers, o marketing costumava cuidar basicamente de comunicação e eventos, com honrosas exceções.

O produto, do ponto de vista de mix de lojas, ficava sob a responsabilidade da área comercial. Outros atributos relevantes da oferta, como ambiente, limpeza, segurança, estacionamento, mobiliário e paisagismo, geralmente eram responsabilidade do pessoal de operações. Portanto, para cuidar da experiência do consumidor, no sentido mais amplo, seria necessário integrar diferentes profissionais e competências de maneira coordenada e harmônica.

A ideia, apresentada muito tempo antes da popularização dos squads das metodologias ágeis, foi delicadamente reprovada. Ninguém estava disposto a mexer no vespeiro que seria intervir nos silos bem delimitados e controlados por cada gerente de área.

A história acima fala sobre marketing, mas poderia se aplicar à comercialização, relacionamento com lojistas, gestão de receitas e por aí vai. E continua tão atual quanto naquele tempo.

Temos observado, em diversos clientes, o esforço que é necessário fazer para que áreas obviamente complementares consigam trabalhar juntas, em prol de um objetivo comum. Pensar em marketing, comercial, digital e financeiro apoiando-se mutuamente para comercializar lojas, desenhar um novo tenant mix, desenvolver novos varejistas e apoiar o desempenho de pequenos lojistas não deveria ser tão complicado, não acha?

Então, por que é tão difícil abandonar o pensamento territorialista?

Em primeiro lugar, porque fomos treinados a vida inteira a pensar o mundo como uma máquina perfeita e previsível. Margareth Wheatley explicou essa lógica brilhantemente em sua obra “Leadership and the New Science” (Liderança e a Nova Ciência).

Ela escreveu: “A imagem mecanicista, enfatizada no século 17 por gênios como Isaac Newton e René Descartes, conduz à crença de que o estudo das partes é a chave para o entendimento do todo. As coisas são separadas, dissecadas literal ou figurativamente (como temos feito com as funções nas empresas, disciplinas acadêmicas, áreas de especialização, partes do corpo humano) e depois recolocadas juntas sem nenhuma perda significativa. A premissa é que quanto mais sabemos sobre o funcionamento de cada parte, mais vamos aprender sobre o todo”.

Em resumo, a gente continua encaixando as coisas, pessoas e funções em “caixinhas”. Enquanto isso, o mundo evolui e se transforma, como um organismo vivo que é, obrigando todas as empresas, e não apenas os shoppings, a abraçar novas estratégias. O digital apenas acelerou a velocidade dessas transformações.

Margareth propõe como solução o foco holístico e não nas partes. O objetivo das empresas deve ser a criação de sistemas integrados, onde relacionamento é o fator determinante. Em outras palavras, quem não for capaz de se relacionar com outras áreas, com lojistas, outras empresas e até com os concorrentes, vai ficar fora do jogo.

No entanto, para solucionar um problema, é preciso primeiro admitir que ele existe, certo? Pois bem, acontece que muita gente prefere acreditar que o mundo não mudou tanto assim. Que a lógica que prevaleceu até agora pode ser mantida por mais tempo. E que velhas práticas, desde que atualizadas com pitadas de marketing digital, ainda dão conta do recado.

Será mesmo possível?

Em 2001, Spencer Johnson lançou um livro despretensioso, que acabou vendendo mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo. Chamava-se “Quem mexeu no meu queijo”. A parábola de Johnson conta a história de dois ratos, Sniff e Scurry, que habitavam um labirinto, onde também viviam dois duendes, Hem e Haw. Todos os dias, ratos e duendes andavam pelo labirinto em busca do queijo com o qual se alimentavam. Resumindo a história, os duendes se acomodaram com a ideia de que o queijo estaria sempre ali à espera deles e não perceberam que o estoque diminuía a cada dia. Quando o queijo finalmente acabou, os ratos saíram farejando pelo labirinto atrás de novos alimentos, enquanto os duendes esbravejavam e tentavam descobrir quem havia mexido no queijo, que eles pensavam que era inesgotável.

Também no mundo dos shoppings, tem gente farejando novos alimentos, enquanto outros simplesmente embalam a ideia de que é possível seguir a rotina de sempre, pois o queijo estará ali à sua espera. Nessa jornada pelo novo, o primeiro passo precisa ser enxergar a necessidade de descobrir novas soluções.

Como dizia Albert Einstein, nenhum problema pode ser resolvido a partir da mesma lógica que o criou. É preciso mudar o modelo mental. A inevitável evolução dos shopping centers obrigará essas empresas a repensarem suas estruturas e relações entre áreas. Profissionais precisarão adquirir novas competências. E todos deveremos encarar os negócios como um sistema vivo, em permanente transformação.

Nada será como antes. Quem viver, verá.

Luiz Alberto Marinho é sócio-diretor da Gouvêa Malls.

REDAÇÃO  AMANHA 

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia manteve a projeção para o crescimento da economia este ano e reduziu a estimativa oficial para a inflação. As projeções estão no Boletim Macrofiscal. A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6,3% para 5,85%. Mas ainda está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%. No ano, o IPCA já acumula alta de 4,7% e, em 12 meses, o índice total está em 6,47%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo, deverá encerrar este ano com variação de 6%, segundo a previsão da SPE, queda de 0,54 ponto percentual em relação ao boletim anterior. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui também o setor atacadista e o custo da construção civil, além do consumidor final, é de 6,11%, abaixo da estimativa anterior de 9,44% e inferior à taxa registrada em 2021, de 17,74%.

A estimativa para o aumento do PIB ficou em 2,7%, mesmo número divulgado no boletim anterior, em setembro. Segundo a SPE, o desempenho do emprego, do setor de serviços e da taxa de investimento justificaram a manutenção. “Conforme salientado nos boletins anteriores, já era esperada desaceleração da atividade econômica no segundo semestre deste ano, resultado dos efeitos defasados do ciclo de ajuste da política monetária [aumento de juros pelo Banco Central]. No entanto, projeta-se que os impactos advindos da elevação da taxa de juros se reduzam ao longo do próximo ano”, informou a SPE.

Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Apesar de manter a estimativa para 2022, a SPE reduziu a previsão de crescimento em 2023 de 2,5% para 2,1%. Segundo o órgão, o cenário externo mais adverso, com a alta dos juros da economia norte-americana e a guerra na Ucrânia, afeta a expansão econômica no resto do mundo. A projeção para 2024 foi mantida em 2,5%. De acordo com o Ministério da Economia, houve expansão no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação caindo para 8,7% no terceiro trimestre, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, os indicadores do setor de serviços tiveram expansão anualizada de 3,2% de julho a setembro.

Perspectivas
Apesar de reconhecer a desaceleração da economia no terceiro trimestre, a SPE espera que a recuperação econômica se mantenha no quarto trimestre, puxada pelos serviços e pela estabilidade na agropecuária. Segundo o órgão, os efeitos do aumento da taxa Selic (juros básicos da economia) pelo Banco Central são os principais responsáveis pela queda no ritmo de crescimento. “Após a forte recuperação até o 2T22 [segundo trimestre], a atividade econômica desacelerou ao longo do terceiro trimestre de 2022, decorrente sobretudo do desempenho da indústria e do comércio. Dados mensais dos indicadores antecedentes e coincidentes sinalizam a continuidade da recuperação da economia no quarto trimestre, embora em ritmo menos intenso, devido, em grande medida, aos efeitos defasados da política monetária, conforme sinalizado nos boletins anteriores”, destaca o boletim.

Com Agência Brasil

26 de outubro de 2022 · por Moroz Assessoria · em Micro & Pequenas Empresas.

As micro e pequenas empresas já correspondem por 30% do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de produtos, serviços e riquezas produzidas no país. Com um faturamento que chega até R$ 3 trilhões por ano, o setor é responsável por 78% dos empregos gerados, além de promover em larga escala a inclusão produtiva dos microempreendedores individuais (MEI).

Diferentes fatores determinam o tipo de empresa nesse segmento, e  o critério preponderante é o do faturamento anual. De acordo com o Secretário Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Iwata, “no caso do MEI, empresas que vão até o faturamento anual de R$ 81 mil. Quando a gente olha para pequenas empresas a gente está com faturamento de R$ 360 mil até R$ 4,8 milhões. E quando a gente olha para microempresa, são empresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano.”

O setor de Serviço é o que mais detém micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, sinalizando mais da metade dos cadastros ativos no país. Outros setores também se destacam como o Comércio, a Indústria e a  Construção Civil.

Essa concentração na área de Serviços é comum nas economias maduras, por alavancar os arranjos produtivos dos demais setores, o que impulsiona a criação de empregos. “Quando a gente olha a geração de emprego que o Brasil observou ao longo deste ano de 2022 – a gente gerou quase 1 milhão e novecentos mil empregos no setor formal – desse montante, 72% foi justamente nesse segmento de micro e pequenas empresas, e aí novamente o setor de serviços teve uma representatividade muito importante nesse processo”, destaca o secretário Alexandre Iwata.

Desburocratização

Outro fator que acelerou a criação de arranjos produtivos no país foi o processo de abertura do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).  O tempo gasto para abrir uma empresa no país é decrescente desde 2019; o tempo médio era de 5 a 6 dias. Em agosto deste ano, o tempo é de 23 horas. Em alguns estados brasileiros, o marco é de 5 horas.

Tal facilidade revela um ambiente de negócios favorável à criação de novas empresas, e é visto por empresários nacionais como um diferencial. Um avanço que reflete a adoção de medidas para reduzir a burocracia e facilitar a vida de quem quer empreender, como explica o secretário “para gente chegar nessa marca, teve todo um processo de facilitação regulatória, que não foi um ato isolado. A gente teve o marco de melhoria do ambiente de negócios – uma medida provisória de 2021; antes disso a gente teve a Lei da Liberdade Econômica, que traz a definição de atividade de baixo risco. Com isso, identificam-se cerca de 300 atividades que para entrar em operação não precisam de alvará, e isso traz uma celeridade muito grande para a empresa começar a funcionar.”

Além do tempo ímpar, as novas empresas também ganham a facilidade da assinatura digital, que dispensa o empreendedor do tempo e do custo de preparar documentação em cartório. Ficam livres de licenciamento ambiental, e autorização de órgãos como Corpo de Bombeiros e  da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Tecnologia 5G impulsiona micro e pequenas empresas no Brasil

A implantação da tecnologia 5G no Brasil simboliza grande oportunidade para micro e pequenos empreendedores, especialmente pela demanda por desenvolvimento de softwares e outras soluções digitais como automação industrial, estimada em R$101 bi até 2030, segundo informa o secretário Iwata. Ele afirma ainda que a tecnologia 5G vai trazer outros impactos positivos, como ganhos de produtividade e redução de custos.

A demanda por inovação tecnológica é outra fonte de oportunidades para novas empresas, em especial para as startups – um segmento que vem crescendo muito no país, com o apoio de políticas públicas específicas, como o InovAtiva Hub.

“O InovAtiva Hub é um processo de aceleração de startups que traz maior conhecimento, tira dúvidas, traz orientações. E até hoje já conseguimos acelerar 2,8 mil startups nesse projeto InovAtiva Hub”, explica Alexandre Iwata.

Fonte: Agência Brasil

Publicado em 26/10/2022 10:30 •  Por Luciana Neto site CNC

Para dar conta do aumento previsto para as vendas no varejo relativas ao Natal de 2022, estimado em 2,1%, a projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que sejam contratados 109,4 mil trabalhadores temporários no País. Essa deve ser a maior oferta de trabalho temporário em nove anos, quando, em 2013, foram abertos 115,5 mil postos. A estimativa da CNC é que a taxa de efetivação seja de 11%, o que representa 3 pontos percentuais a menos do que em 2021.

Regionalmente, São Paulo (30,3 mil), Minas Gerais (12,2 mil), Paraná (8,9 mil) e Rio de Janeiro (8 mil) concentrarão 54% da oferta de vagas para o Natal deste ano. As previsões da CNC são baseadas em aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“A conversão de vagas temporárias em efetivas em 2022 não deve ser tão expressiva quanto depois do Natal de 2021, quando chegou a 15%, porque, no ano passado, o varejo ainda estava repondo os postos que haviam sido fechados nas duas primeiras ondas de covid-19”, pontua o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Em 2021, 97 mil trabalhadores temporários foram contratados, 46% a mais do que o registrado em 2020, o primeiro ano da pandemia. Dois meses antes dos Natais de 2020 e 2021, a circulação de consumidores no varejo ainda estava, respectivamente, 22,1% e 4,8% abaixo do nível pré-pandemia. Atualmente, o fluxo de consumidores nas lojas já é 3,1% acima do período imediatamente anterior ao início da crise sanitária.

Mais contratações em hiper e supermercados

Os maiores volumes de contrato devem se concentrar no ramo de hiper e supermercados, no qual a previsão é de abertura de 45,5 mil vagas temporárias, e no setor de vestuário, com 25,8 mil. “Se, por um lado, os hiper e supermercados, que são o segmento que mais emprega no varejo, têm destaque no número absoluto de vagas, as lojas de roupas, acessórios e calçados são, historicamente, as mais beneficiadas pelas vendas natalinas”, aponta o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes. Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% no período de fim de ano, o setor de vestuário costuma registrar alta de até 90%.

Maiores salários em lojas de comunicação e informática

O salário médio de admissão deverá alcançar R$ 1,6 mil, avançando, portanto, 2,5% em termos nominais, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1,5 mil. Os valores mais altos, de R$ 2,3 mil, devem ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação, seguidas pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos, que deve pagar em torno de R$ 1,8 mil. Contudo, esses segmentos respondem por apenas 2,3% das vagas totais a serem criadas.

Alta de 2,1% nas vendas de Natal

A previsão da CNC é que haja aumento de 2,1% nas vendas de fim de ano no varejo como um todo. O ramo de hiper e supermercados tende a registrar alta de 4,8% nas vendas, já descontada a inflação, mas as vendas nas lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos devem cair 3,4% em relação ao ano passado. “Essa perspectiva decorre do somatório entre a desaceleração da inflação e o encarecimento do crédito, já que a taxa de juros de operações envolvendo pessoas físicas atingiu o maior patamar desde abril de 2018, o que favorece as compras em segmentos que dependem menos de empréstimos e financiamentos”, explica Bentes.

Fonte: site CNC

28 de outubro de 2022 · por Moroz Assessoria · em Micro & Pequenas Empresas. 

As mudanças vão permitir aos bancos ofertar créditos em prazos mais ajustados às necessidades das empresas e, também, prorrogar os financiamentos já contratados

O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) foi aperfeiçoado nesta quinta-feira (27/10) com a publicação da Medida Provisória nº 1.139, de 27 de outubro de 2022. As normas, respectivamente, flexibilizam e regulamentam o prazo de pagamentos das operações do Programa para até 72 meses – ante prazo anterior, que estava fixado em 48 meses sendo admitida uma prorrogação por até 12 meses.

Os bancos poderão também ofertar às empresas que já contrataram o Pronampe com prazos inferiores a prorrogação dos créditos, e aliviar o caixa dessas empresas, ou mesmo abrir margem para novos financiamentos.

De acordo com a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME) que coordena as ações propostas pelo Pronampe, a redução da capacidade de pagamento dos tomadores – em boa parte consumida pelos financiamentos já contratados e cujos recursos foram utilizados no custeio das atividades durante o período de pandemia – impedia que o Pronampe tivesse maior efetividade no auxílio das empresas na retomada econômica. Por isso, segundo a Secretaria, deixar que o tomador e banco credor ajustem o prazo da operação, no limite de até 72 meses é uma mudança importante, pois dará maior flexibilidade no atendimento de diferentes tomadores.

Renegociação

Os contratos em aberto poderão ser beneficiados com a nova medida.  A MP possibilita a renegociação com o novo prazo sem obrigar as instituições financeiras, cabendo a estas a renegociação dos novos prazos, inclusive os contratos inadimplentes. O prazo que aumentou para 72 meses, no máximo, vai beneficiar aproximadamente 500 mil empresas que poderão se habilitar a renegociar os créditos do Pronampe. As taxas de juros não foram alteradas e passam a ser reguladas pelo Ministério da Economia.

Impactos

Conforme a Sepec, a edição de novas regras sobre o Pronampe auxiliará a preservação das empresas de pequeno e médio porte afetadas pela Covid-19, preservará empregos e reduzirá a demanda de amparo por trabalhadores desempregados. Com as mudanças, as empresas contribuirão para uma melhor velocidade na retomada econômica pós-Covid-19.

Pronampe

O Pronampe se juntou a outros programas de apoio ao crédito lançados em 2020, em resposta um cenário de expectativa de represamento do crédito e redução do consumo. O Programa tornou-se permanente com a publicação da Lei nº 14.161/2021. A reutilização dos recursos em novas garantias foi autorizada até dezembro de 2024 pela Lei nº 14.348/2022, permitindo a contratação de mais de R$ 50 bilhões em créditos neste ano e no próximo.

Fonte: Ministério da Economia

Por Ricardo Leopoldo

02/11/2022 | Estadao

Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua estimativa para a inflação no Brasil neste ano de 9,4% para 6,0%, apontou o relatório de perspectiva econômica regional do hemisfério ocidental. Para 2023, o FMI manteve a previsão de 4,7% relativa ao IPCA. A instituição não alterou as previsões para o crescimento do País de 2,8% em 2022 e 1,0% para o próximo ano.

O FMI destacou o aumento da taxa básica de juros no País de 2% para 13,75% ao ano para conter a crescente inflação entre 2021 e 2022. “Depois de retirar o apoio excepcional (ao combate) da pandemia, o governo relaxou a postura fiscal neste ano, inclusive com a aprovação de medidas para reduzir impostos para diminuir preços de energia e expandir a rede de proteção social”, segundo a instituição.

Na avaliação do Fundo em relação ao Brasil, “a dívida pública continua alta em meio ao potencial de crescimento relativamente modesto.”

Para o FMI, entre as prioridades de política econômica para promover um crescimento inclusivo e consolidação fiscal estão as reformas tributária e administrativa, “reduzir o distorcivo gasto obrigatório, promover o comércio internacional e diminuir a rigidez do mercado de trabalho.”

Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/fmi-baixa-projecao-do-ipca-de-94-para-6-em-2022