Giuliana Saringer

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 04h00

O comércio eletrônico está bombando no Brasil. Impulsionadas pela pandemia, as vendas pela internet atingiram cifras recordes em 2021 e fortaleceram empresas nacionais como Magazine Luiza, que registrou crescimento médio anual de 61% nos últimos três anos.

Fundado na Argentina, mas operando no Brasil desde 1999, o Mercado Livre também cresceu demais no período. Só no ano passado, mais de 1 bilhão de itens com a etiqueta da empresa foram entregues nas portas dos clientes brasileiros.

O que não passou despercebido dos entregadores, porteiros de prédio e obviamente dos próprios clientes que compraram mais na pandemia, no entanto, foi o volume cada vez maior de pacotinhos com remetentes vindos do outro lado do mundo.

São as encomendas de AliExpress, Shopee e Shein, que caíram tanto nas graças dos consumidores e que fizeram gigantes do varejo digital por aqui declarar guerra aos pacotes estrangeiros.

Bom e muito barato: Esses são os principais motivos que têm levado brasileiros a preferir as asiáticas na hora da compra online.

“As roupas que eu compro no AliExpress são peças que não encontramos em lojas mais acessíveis. Se existe um modelo semelhante, tem uma variação de valor muito grande”, explica o arquiteto Matheus Freitas, 26, que compra em e-commerces asiáticos há pelo menos cinco anos.

Os prazos de entrega, que até pouco tempo atrás eram o principal empecilho para a compra de produtos de fora, vêm caindo drasticamente, com itens de Shein e AliExpress chegando em prazos de até 10 ou 15 dias —houve um tempo em que as entregas levavam literalmente meses para chegar.

Isso acontece porque as asiáticas já entendem o Brasil como um de seus principais mercados internacionais e passaram a investir pesado em vendedores locais, centros de distribuição e parceiros de entrega.

Mesmo tendo chegado só em 2019 por aqui, a Shopee já montou centro de distribuição próprio no final do ano passado. Com altos investimentos em marketing, a empresa de Singapura contratou ninguém menos que Xuxa como sua garota-propaganda na TV e, meses atrás, ultrapassou o Mercado Livre no ranking de aplicativos mais acessados pelos brasileiros, segundo relatório da agência Conversion.

Referência quando se fala em importados chineses no Brasil, a AliExpress trocou os navios que antes traziam as mercadorias por aviões. A meta é ousada: reduzir o tempo de entrega para apenas 7 dias.

Concorrência desleal, sonegação fiscal e venda de produtos falsificados: As companhias de varejo digital brasileiras têm um discurso afinado —e afiado— para revidar a invasão das asiáticas ao país.

O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne grupos como Magazine Luiza, Americanas e Via (Casas Bahia e Ponto Frio), pediu formalmente a congressistas medidas para combater o que considera mercado ilegal online.

A principal acusação é de que as asiáticas estariam se aproveitando de brechas que lhes permitem vender aqui sem pagar impostos e mesmo comercializar produtos ilegais, diz Maurício Morgado, professor e coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV/EAESP.

“Nosso marketplace é 100% legal e formal. Alguns concorrentes de fora não estão jogando de maneira formal e correta”, afirma Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios do Magazine Luiza.

Alberto Serrentino, consultor da Varese Consultoria de Varejo, diz que existe um “limbo regulatório” no Brasil que permite que encomendas de até US$ 50 entrem no país sem cobrança de impostos. A regra vale para encomendas de uma pessoa física para outra, mas Serrentino diz que isso foi “extrapolado” para a relação entre empresas e consumidores.

A compra e a venda de produtos de outros países está crescendo em todo mundo, mas ainda é uma novidade, segundo Serrentino. Para ele, essa situação é reflexo da complexidade desse novo sistema que, por ser desconhecido, ainda não é bem regulamentado.

UOL apurou que a Receita Federal estuda medidas para impedir que empresas de comércio eletrônico estrangeiras vendam mercadorias para brasileiros sem pagar os devidos impostos. A Receita não quis comentar essa iniciativa.

Empresas comentam: As empresas asiáticas dizem que não são apenas importadoras, mas principalmente plataformas que comercializam produtos de vendedores brasileiros ou marcas reconhecidas.

Felipe Piringer, responsável pelo marketing da Shopee no Brasil, destaca as parcerias da empresa com marcas como Heineken, Nivea, L’Oréal e com uma das distribuidoras oficiais de acessórios originais da Motorola e Philips. Segundo a Shopee, mais de 85% dos negócios são de vendedores brasileiros.

Briza Rocha Bueno, diretora da operação brasileira do AliExpress, rebate as acusações de falsificações e sonegação de impostos. “Essa acusação não faz sentido porque a AliExpress só vende produtos de sellers com CNPJ brasileiro e depois de um processo de validação desses CNPJs”, afirma.

A Shein, que, além de vender, também cria suas próprias coleções apostando em preços baixos, tem tentado conquistar a confiança dos brasileiros por meio de parcerias com influenciadores digitais e mesmo celebridades como Anitta e Khloe Kardashian.

Entregas mais rápidas e mais baratas: As gigantes do setor de e-commerce no Brasil sabem que não vencerão essa guerra de braços cruzados e também têm investido em suas cadeias de logística.

O Magazine Luiza, por exemplo, resolveu contra-atacar usando suas quase 1.500 lojas espalhadas pelo país como pontos de entrega para quem compra online de seus mais de 180 mil sellers.

“Com as lojas físicas, vamos fazer a melhor conexão entre vendedores e clientes, no menor prazo e com o custo mais baixo”, diz Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios do Magazine Luiza.

O Mercado Livre afirmou estar investindo R$ 17 bilhões neste ano na abertura de quatro novos centros de distribuição, somando 12 no total, e na ampliação de sua frota de quatro para dez aviões. O objetivo é reduzir em 80% o tempo de entrega em mercados mais afastados, de estados no Norte e Nordeste.

Até a norte-americana Amazon, que atua no Brasil desde 2012, reconhece que precisa se fortalecer nessa briga. Sua aposta é nas entregas rápidas e gratuitas, que pretende estender para mais cidades no Brasil, e no aumento de vendedores brasileiros em sua plataforma de marketplace.

“Elas estão fazendo o que tem que ser feito, que é investir forte em infraestrutura logística e em tecnologia, acelerar o crescimento, desenvolver serviços e fazer aquisições estratégicas para ter diversificação de infraestrutura e tecnologia”, afirma o consultor Alberto Serrentino, sobre a reação do mercado local à invasão das asiáticas.

Para Eduardo Yamashita, diretor de Operações da Gouvêa Ecosystem, empresa focada em soluções para o varejo, o maior vencedor dessa guerra certamente é o consumidor. “Ele tem mais opções, e os preços tendem a diminuir. Isso é bom, desde que todos paguem os mesmos impostos”, conclui

Fonte:https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/10/11/asiaticas-invadem-venda-online-no-brasil-e-esquentam-disputa-pelo-seu-bolso.htm

  • O Globo (08/10) informou que as vendas do comércio recuaram 0,1% em agosto na comparação a julho, apontam os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados pelo IBGE. Trata-se da terceira queda seguida, levando o setor ao menor patamar do ano, acumulando perda de 2,5% nestes três meses.

Reportagem destacou que economistas avaliam que o comércio pode se beneficiar da Copa do Mundo do Catar, que começa em novembro. Segundo a CNC, o megaevento deve movimentar R$ 1,48 bilhão no varejo brasileiro. A melhora do mercado de trabalho em conjunto com estímulos fiscais do governo, como o aumento do Auxílio Brasil, que começou a ser pago em agosto, também deve ajudar o desempenho nos próximos meses.

Fonte: CNC

4 de outubro de 2022 · por Moroz Assessoria · em Economia.

A economia brasileira deverá terminar o ano com crescimento de 2,5%, segundo novas estimativas divulgadas hoje (4) pelo Banco Mundial. A projeção anterior estava em 1,5%. Para 2023, o organismo internacional manteve em 0,8% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

As estimativas estão mais em linha com as previsões do governo. No fim de setembro, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou de 2% para 2,7% a projeção de crescimento do PIB em 2022.

Para 2023, as projeções divergem. A proposta de Orçamento Geral da União prevê crescimento de 2,5%, enquanto as estimativas do Banco Mundial apontam expansão bem menor.

As novas estimativas foram divulgadas como adiantamento do encontro anual de outono (no Hemisfério Norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. As reuniões ocorrem na próxima semana, entre os dias 10 e 16, em Washington.

Segundo o relatório, os gastos sociais e os investimentos (obras públicas e compra de equipamentos) são elementos centrais para impulsionar o crescimento na América Latina no cenário pós-covid. No entanto, o equilíbrio fiscal deve ser buscado. Os gastos extras devem ser financiados por meio de novos impostos, reforma tributária e medidas para melhorar a eficiência do gasto público.

De acordo com o Banco Mundial, 40% dos ajustes fiscais na América Latina foram feitos com base em corte de investimentos. Segundo o órgão, esse tipo de ajuste pode melhorar as contas públicas no curto prazo, mas tem efeitos nocivos no longo prazo.

O relatório mostra que 17% dos gastos públicos poderiam ser cortados em alguns países, decorrentes de transferências mal destinadas, compras ruins e políticas de recursos humanos ineficientes.

Região

Anúncios

DENUNCIAR ESTE ANÚNCIO

Em relação à América Latina e o Caribe, o Banco Mundial aumentou a previsão de crescimento do PIB de 2,5% para 3%. Para o próximo ano, no entanto, a estimativa foi reduzida de 1,9% para 1,6%. Apesar da melhora nas projeções para o Brasil, o país deverá crescer menor que a maioria dos países da região. Somente México e Chile devem encerrar o ano com crescimento inferior ao brasileiro.

México e Chile são um dos poucos países latinos que devem crescer menos do que o Brasil, com variações de 1,8% neste ano. Para 2023, o Banco Mundial prevê queda de 0,5% no PIB chileno e avanço de 1,5% no PIB mexicano.

Fonte: Agência Brasil

A alta de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2022, frente ao trimestre anterior, foi impulsionada pelo desempenho do setor dos serviços (+1,3%) e fez com que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisasse para cima a projeção para 2022, de +1,8% para +1,9%.

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho revelaram crescimento de 1,1% na comparação com o mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Esse foi o terceiro avanço consecutivo. Com isso, a CNC revisou de +2,5% para +2,9% sua previsão para a variação do volume de receitas na comparação com o ano passado, em decorrência da aceleração de preços.

Ao contrário dos serviços, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 0,8% em julho, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), também do IBGE. Em desaceleração desde o início do ano, o volume de vendas retraiu pelo terceiro mês seguido. Diante disso, a CNC revisou sua previsão para o setor em 2022, de +1,7% para +1,3%.

 Dada a desaceleração das vendas, o otimismo do comerciante recuou pela segunda vez em setembro. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), calculado pela CNC, atingiu 125,5 pontos, redução de 2,6% na comparação com o mês anterior. Frente a setembro do ano passado, contudo, houve alta de +5,2%.

 

Especificamente em relação ao desempenho do comércio no próximo feriado de Dia das Crianças (12 de outubro), a CNC projeta volume de vendas de R$ 8,13 bilhões. Esse número é 3,1% inferior ao do ano passado (R$8,39 bi), mas 9,3%     superior ao de 2020 (R$7,44 bi). O segmento de vestuário e calçados será o destaque na data deste ano, respondendo por 29% das vendas. Entre os estados, São Paulo deverá ser responsável pela maior movimentação (R$2,62 bi). Entretanto, o maior avanço estadual em relação a 2021 é esperado no Espírito Santo (+5,6%).

 A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela CNC, avançou +1,4% em setembro, mantendo a trajetória de alta iniciada em janeiro deste ano. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de +16,5%. O indicador com maior variação em setembro foi a avaliação da Renda Atual (+2,1%), reflexo do aumento do poder de compra resultante da deflação de julho e agosto.

Para os próximos meses, um dos grandes entraves ao consumo é o endividamento dos consumidores. Em agosto, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), também realizada pela CNC, mostrou que 79% das famílias estão endividadas, 1 ponto percentual maior que no mês anterior. Na comparação com agosto do ano passado, o aumento foi de 6,1 p.p. O indicador de Contas em Atraso cresceu 0,6 p.p. e atingiu 29,6% do total de famílias no país, ao passo que o indicador de consumidores que Não Terão Condições de Pagar atingiu 10,8%.

Artigo compilado por Igor Lima de Mello

Publicado em 07/10/2022 15:41 • Por Felipe Melo – site CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a expectativa de alta das vendas no varejo em 2022, de 1,3% para 1,2%, um ritmo semelhante ao observado nos últimos três anos. Em setembro, a Confederação já havia reduzido esse percentual de 1,7% para 1,3%. A projeção se dá por conta da queda do volume de vendas de 0,1% em agosto, apontada pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). Os dados divulgados hoje (7 de outubro) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam a terceira queda consecutiva do índice, abaixo inclusive da perspectiva da CNC, que projetava variação positiva de 0,3% em relação a julho.

Embora a maior parte dos segmentos pesquisados pelo IBGE tenha apresentado crescimento, o declínio registrado pelos ramos de artigos farmacêuticos (0,3%), artigos de uso pessoal e doméstico (1,2%) e informática e comunicação (1,4%) levou, na média, as vendas para o campo negativo. Os destaques positivos mensais ficaram por conta de vestuário (13%) e de combustíveis e lubrificantes (3,6%).

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta de 1,6% interrompeu uma sequência de três meses de retrações nessa base comparativa. Passados quase dois anos e meio desde o início da crise sanitária, o volume de vendas no varejo em agosto segue apenas 1,1% acima do patamar observado em fevereiro de 2020.

“No quadro geral, o percurso de retomada transcorre de forma semelhante nos diferentes segmentos do varejo, uma vez que quatro das dez atividades comerciais avaliadas pelo IBGE, principalmente nos ramos considerados essenciais, já conseguiram recuperar o nível de vendas de antes do início da pandemia”, contextualiza o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Crédito mais caro reduz financiamento

Na média, os preços dos produtos comercializados pelo varejo, mensurados pela PMC, foram reajustados em 13,1%, nos doze meses encerrados em agosto deste ano. Por sua vez, os valores no atacado, avaliados por meio do Índice de Preços ao Produtor (IPP), também do IBGE, avançaram 18,5% no mesmo período. Isso revela um grau de retenção de 29% nos repasses ao preço final para os consumidores.

“Com o processo de encarecimento do crédito, segmentos dependentes do consumo mediante financiamento já percebem um ritmo mais lento das vendas e apresentaram quedas acumuladas ao longo de 2022, na comparação com os oito primeiros meses do ano passado”, aponta o economista da CNC Fabio Bentes. Conforme os levantamentos mensais do Banco Central, a taxa média de juros das operações com recursos livres aos consumidores, que era de 53,93% em agosto deste ano, está no patamar mais elevado desde abril de 2018, quando chegou a 56,27%. Por conta disso, móveis e eletrodomésticos reduziram as vendas em 9,9% e o ramo de venda de veículos e autopeças também teve evolução negativa de 1,4%.

Comprinhas… Segundo uma pesquisa, mesmo com o fim do isolamento social, o hábito de ir ao shopping não voltou ao que era antes da pandemia.

Esses centros receberam 100 milhões de pessoas a menos em 2022, o que corresponde a uma queda de 21% em relação a 2019 — que registrou 505 milhões.

Aqueles que batiam ponto nos shoppings até seis vezes por mês, atualmente, frequentam o ambiente de quatro a cinco vezes no mesmo período. E existem duas principais razões para isso:

  1. Grande parte dos shoppings no país estão localizados em regiões de escritórios — ou seja, a praça de alimentação era o point do almoço. Como boa parte passou a adotar o home office em alguns dias, a visita diminuiu.
  2. Por conta do aumento de vendas on-line, os compradores buscam de tudo na internet, “roubando” uma parcela das compras que antes eram feitas nos shoppings.

Nova proposta 

Se antes era preciso ir até uma loja física, agora, bater perna pra comprar, é só questão de preferência. Por conta disso, os shoppings estão criando novos atrativos voltados para lojas, gastronomia, cinema e eventos.

poder dos influencers, por exemplo, têm se colocado como uma oportunidade de criação de experiências físicas vinculadas ao digital. 

Um dos maiores youtubers dos EUA abriu sua primeira unidade de hamburgueria física em um shopping — o que atraiu mais de 10.000 pessoas para o local. Será que os influencers conseguem salvar o setor?

Fonte: https://thenewscc.com.br/2022/10/14/os-shoppings-ainda-nao-voltaram-ao-que-eram-antes-da-pandemia/

O que o próximo governo deve fazer para estimular a geração de empregos? A maioria dos empresários brasileiros (56%) acredita que a medida mais importante é realizar a reforma tributária, segundo uma pesquisa inédita realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além do modelo complexo e ineficiente de cobrança de impostos, que freia o crescimento da economia, os altos tributos e a falta de qualificação profissional também são vistos como gargalos para ampliar as oportunidades de trabalho no país.

Na opinião de 48% dos executivos, é preciso reduzir os impostos sobre a folha de pagamento e 35% apontaram também, entre as principais medidas para gerar emprego, a necessidade de fortalecer a

Ainda aparecem como medidas relevantes para a geração de empregos, de acordo com os empresários entrevistados pela pesquisa, liberar crédito para as empresas investirem e/ou expandirem a sua capacidade produtiva (29%) e realizar novos aperfeiçoamentos na legislação trabalhista (25%). Os percentuais são o somatório total de entrevistados que citaram a medida como primeira e segunda mais Importante.

A pesquisa Agenda de Prioridades da CNI, encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, ouviu 1.001 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do país. As entrevistas, feitas por telefone, foram realizadas entre os dias 10 e 24 de agosto de 2022. O questionário, além de perguntas relacionadas à geração de emprego e outras questões importantes para o crescimento da economia, também aborda saúde, educação e segurança. Confira o estudo na íntgra:

 

Para um em cada três empresários, o próximo presidente deve priorizar educação

A pesquisa mostra, ainda, que os empresários reconhecem a relevância da formação dos jovens brasileiros para o crescimento da indústria e para o desenvolvimento do país. Para um em cada 3 entrevistados, a educação deve ser a principal prioridade do presidente eleito nos próximos quatro anos. Foi o tema mais citado pelos executivos como primeira e segunda principal prioridade do país.

O segundo tópico mais citado para ser a prioridade do governo a partir de 2023 foi saúde pública (26%) e na terceira posição aparece crescimento econômico, tendo sido apontado por 20% dos entrevistados como primeira ou segunda principal medida. Em seguida, redução de impostos (14%) e geração de emprego (12%).

 

A urgência em investir em educação e saúde acompanha a avaliação dos empresários sobre as áreas que mais pioraram nos últimos quatro anos: as duas áreas aparecem no topo da lista, com 22% e 21% das citações, respectivamente. Os próximos tópicos que os empresários destacaram como aqueles com desempenho abaixo, mas com percentuais menores, foram inflação (9%) e segurança pública (7%). Nesta pergunta, cada um dos entrevistados apontou apenas uma opção. 

Maioria dos empresários defende fortalecer ensino técnico e básico

Entre os caminhos possíveis para melhorar a educação no país, a maioria dos empresários apontou que, entre os diferentes níveis de formação, os que mais precisam do olhar do poder público são o ensino técnico (34%) e o ensino básico (32%). Em seguida, aparece a alfabetização, com um total de 18%. Os demais níveis de formação, como ensino médio, ensino superior e pós-graduação, somam 14%.

Já com relação às ações específicas para a área, um em cada três executivos acredita que a prioridade do próximo governo deva ser melhorar a capacitação dos professores. A qualificação aparece muito acima da necessidade de contratar mais docentes, citada apenas por 2% dos entrevistados. No topo da lista de medidas mais importantes para a área, na visão dos empresários, também estão priorizar os cursos técnicos/profissionalizantes (20%) e aumentar os salários dos professores (20%). Como cada um dos entrevistados respondeu duas prioridades para a área, o percentual é a soma das escolhas da primeira e segunda principal medida.

 

“A pesquisa mostra que há uma demanda do setor empresarial por maior investimento no ensino técnico, que está mais alinhado às necessidades do mercado de trabalho. Outro ponto é a preocupação dos executivos com a qualidade do ensino. Diante de uma indústria cada vez mais tecnológica, o ensino precisa acompanhar as habilidades exigidas pelas empresas”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Saúde e segurança pública precisam avançar 

Sobre as prioridades do próximo governo para a área da saúde, para um em cada quatro empresários deve ser a melhoria das condições dos hospitais e postos de saúde. Em seguida, os entrevistados elegeram como ações urgentes qualificar melhor os médicos e enfermeiros (19%), contratar mais médicos e enfermeiros (19%) e a necessidade de mais investimentos em saúde (19%). Como os entrevistados elegeram duas prioridades, cabe ressaltar, no entanto, que aportar mais recursos foi eleita por 16% como primeira principal medida, percentual que supera os tópicos que ficaram no somatório em segundo e terceiro lugar.

 

Na área de segurança, a prioridade do governo que assume em 2023, na opinião dos empresários, deve ser aumentar o efetivo de policiais nas ruas (23%) e equipar a polícia (20%). Aumentar o salário dos policiais, evitar que pessoas que cometam crimes fiquem pouco tempo na prisão e reformulação do código penal aparecem como ações importantes para 15%, 13% e 12% dos entrevistados, respectivamente. Assim como nas demais áreas (saúde e educação), os percentuais são a soma da escolha como primeira e segunda principal prioridade para o tema. 

Simplificação de impostos e controle dos gastos públicos impulsionariam a economia

Quando se trata do cenário atual, quase a metade (48%) dos empresários avalia a situação da economia brasileira como ótima ou boa. Do total, 35% avaliaram a economia como regular e 17%, ruim ou péssima. Para melhorar a economia brasileira, 43% dos empresários apontaram que o próximo presidente deve priorizar, nos próximos dois anos, reduzir os impostos. A segunda prioridade apontada para a área foi simplificar os impostos, tendo sido citada por 28% dos entrevistados como primeira ou segunda opção. 

Um percentual relevante dos executivos também acredita que é preciso controlar os gastos públicos (24%), combater a inflação (23%), gerar empregos (23%) e reduzir as taxas de juros (17%). 

Em relação às prioridades do próximo governo pensando nas empresas dos executivos e no ambiente de negócios do país, o resultado é muito similar à pergunta sobre as prioridades para a economia brasileira: 41% acreditam que o poder público deve avançar com a redução de impostos e 23% citaram a realização da reforma tributária. Em terceiro lugar aparece a oferta de linhas de crédito facilitadas, tendo sido citadas por 17% dos entrevistados. 

7 em cada 10 empresários acreditam na melhora da economia

Em relação ao futuro do país, a expectativa é positiva: sete em cada dez empresários estão otimistas ou muito otimistas. Um percentual ainda maior (77%) está otimista quanto ao futuro da indústria brasileira. Sobre a economia do país, 69% disseram que deve melhorar um pouco ou muito nos próximos quatro anos.

“A discussões em torno da reforma tributária avançaram no país e hoje temos um inédito consenso em relação à importância e urgência dessa agenda. O texto em tramitação no Congresso Nacional, a PEC 110, é resultado de um amplo debate, com a participação dos mais diversos segmentos da sociedade e especialistas. Há uma expectativa dos empresários industriais em relação à prioridade que será dada ao tema no próximo governo. Aprovar a reforma tributária, com adoção de um sistema de tributação do consumo que seja mais moderno, eficiente e alinhado ao padrão mundial, é um passo fundamental para aumentar a competitividade das empresas e, assim, acelerar o ritmo de crescimento da economia, gerando mais empregos e renda para os brasileiros”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Fonte: Agência de Notícias da Indústria

REDAÇÃO AMANHA
20/09/2022

Cada negativado deve, em média, R$ 3.630,64

Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (39,4%) estavam negativados em agosto de 2022 – o equivalente a 63,7 milhões de pessoas. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em agosto deste ano ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de julho para agosto, o número de devedores cresceu 0,7%.

O presidente da CNDL, José César da Costa, projeta que a melhora de alguns índices do país e a aproximação do período de contratações de trabalhadores temporários para o final do ano podem trazer um cenário mais positivo. “Alguns índices no cenário macroeconômico tiveram melhora, como aumento do PIB, diminuição do desemprego e liberação de retroativos de auxílio emergencial, mas a inflação alta, especialmente com relação aos alimentos, continua impactando no orçamento das famílias. Por outro lado, estamos próximos das contratações de final de ano e do pagamento do 13º dos trabalhadores, o que geralmente traz alívio para o bolso dos endividados”, diz Costa.

Cada negativado deve, em média, R$ 3.630,64. Bancos são os principais locais de dívidas dos inadimplentes. A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, aponta a necessidade de se ter uma reserva financeira, mesmo que pequena, para os momentos de crise ou emergência. “Nosso indicador de reincidência mostra que em agosto, do total de negativações, 82,6% foram de devedores reincidentes. Além disso, o tempo médio para pagamento da dívida é superior a 10 meses, ou seja, muitos entram na inadimplência, levam muito tempo para sair e em pouco tempo acabam retornando a essa situação. Mais que um desajuste pontual ou caso isolado, este fato retrata a existência de problemas mais sérios. Renda baixa, inflação e desemprego altos, crise econômica mundial, falta de educação financeira são pontos que ajudam a explicar essa situação. Mesmo com uma renda menor, é fundamental se organizar para ter uma reserva e conseguir acomodar gastos urgentes em períodos difíceis”, destaca a especialista em finanças.

Publicado em 22/09/2022 13:00 •   Por Felipe Melo – site CNC

O empresário amazonense José Roberto Tadros foi reeleito hoje, 22/09, por unanimidade dos votos apurados, Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O mandato vai até novembro de 2026. Tadros foi candidato em chapa única, construída em consenso dentro da entidade.

José Roberto Tadros, 76 anos, é presidente licenciado da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM) e também preside o Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae. Ele renova o mandato na CNC iniciado em 2018 e será reconduzido ao cargo no mesmo dia que a nova Diretoria tomará posse, em 19 de novembro.

A gestão da Diretoria liderada por Tadros tem sido marcada pela modernização administrativa da Confederação, pelo fortalecimento da unidade do Sistema Comércio, pela valorização do trabalho do Sesc e do Senac e por uma intensa atuação na representação e defesa dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.

“Esta casa é uma casa de líderes, não de um líder só. Agradeço a todos pela confiança na renovação do mandato. Tivemos quatro anos muito difíceis, dois deles de pandemia que ceifou a vida de mais de 600 mil pessoas e trouxe um grande baque para a economia. Superamos grandes desafios e avançamos. Agora, vamos unidos e mais fortes para mais quatro anos de realizações”, afirmou José Roberto Tadros, após a proclamação do resultado.

Mais sobre a CNC

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fundada em 4 de setembro de 1945, é a entidade sindical que representa 5 milhões de empresas do comércio de bens, serviços e turismo, setores que, juntos, respondem por cerca de 1/4 do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram aproximadamente 25 milhões de empregos diretos e formais.

A CNC trabalha de forma integrada com 34 Federações (27 estaduais e 7 nacionais) que agrupam mais de mil sindicatos empresariais. A Confederação administra, também, um dos maiores sistemas de desenvolvimento social do Brasil – o Serviço Social do Comércio (Sesc), com atuação nas áreas de educação, saúde, cultura e lazer; e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), principal agente da educação profissional voltada para o setor do comércio de bens, serviços e turismo.

Diretoria e Conselho Fiscal – mandato 2022–2026

Diretoria

  • Presidente: José Roberto Tadros (AM);
  • 1º Vice-Presidente: Abram Abe Szajman (SP);
  • 2º Vice-Presidente: Luiz Carlos Bohn (RS);
  • 3º Vice-Presidente: Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante (PI);
  • Vice-Presidente Administrativo: Antonio Florencio de Queiroz Junior (RJ);
  • Vice-Presidente Financeiro: Leandro Domingos Teixeira Pinto (AC);
  • Vice-Presidentes: Darci Piana (PR), Edison Ferreira de Araújo (MS), José Aparecido da Costa Freire (DF), José Wenceslau de Souza Júnior (MT), José Marconi Medeiros de Souza (PB), Sebastião de Oliveira Campos (PA), Marcelo Baiocchi Carneiro (GO), Raniery Araújo Coelho (RO);
  • 1º Diretor Administrativo: Marcelo Fernandes de Queiroz (RN);
  • 1º Diretor Financeiro: Ademir dos Santos (RR);
  • 2º Diretor Administrativo: Bernardo Peixoto dos Santos Oliveira Sobrinho (PE);
  • 2º Diretor Financeiro: Ladislao Pedroso Monte (AP);
  • Diretores: Abel Gomes da Rocha Filho (SE), Aderson Santos da Frota (AM), Alexandre Sampaio de Abreu (FBHA), Ari Faria Bittencourt (PR), Armando Vergílio dos Santos Júnior (Fenacor), Hélio Dagnoni (SC), Idalberto Luiz Moro (ES), Ivo Dall’Acqua Júnior (SP), Itelvino Pisoni (TO), José Lino Sepulcri (ES), Kelsor Gonçalves Fernandes (BA), Maurício Aragão Feijó (MA), Marcos Antônio Carneiro Lameira (AC), Maurício Cavalcante Filizola (CE), Nadim Elias Donato Filho (MG), Nilo Italo Zampieri Junior (AL), Rubens Torres Medrano (SP);
  • Suplentes da Diretoria: André Luiz Roncatto (RS); Antonio de Sousa Freitas (MA), Daniel da Silva Amado Felício (MS), Daniel Mesquita Coelho (Fenacon), Denis Oliveira Cavalcante (PI), Edmílson Pereira de Assis (Febrac), Francisco Valdenir Machado Elias (DF), Geraldo Vieira da Rocha (GO), Gilberto de Andrade Costa (RN), Guilherme Marconi Coutinho de Souza (PB), Hercílio Araújo Diniz Filho (MG), Jadir Correa da Costa (RR), James Thorp Neto (Fecombustíveis), Jeferson Furlan Nazario (Fenavist), Jorge Luiz das Neves Morais (RJ), José Gílton Pereira Lima (AL), Josué Sousa Rocha (AP), José Marcos de Andrade (SE), José Carlos Raposo Barbosa (Feaduaneiros), Luis Antonio Bezerra Lacerda (RN), Marco Sérgio Pessoz (MT), Marco Aurelio Sprovieri Rodrigues (SP), Ozeas Gomes da Silva (PE), Paulo Rogério Tadros (AM), Pedro Juca de Oliveira (RO), Pedro Coelho Nasser (PA), Renato Campos Carvalho (SC).

Conselho Fiscal

  • Efetivos: Carlos de Souza Andrade (BA), Domingos Tavares de Sousa (TO), Valdemir Alves do Nascimento (AC);

A despeito da recuperação gradual das vendas nos shoppings, os varejistas de menor porte têm enfrentado desgaste crescente com os donos dos empreendimentos na renovação dos aluguéis. Os casos têm ido parar na Justiça e, na pior das situações, provocado fechamento de lojas.

O presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), Mauro Francis, diz que a renovação dos contratos de locação se baseia no IGP-M, cujo avanço ficou bem acima da inflação média do País, medida pelo IPCA. Enquanto o IGP-M marcou alta de 17,78% em 2021 e 23,14% em 2020, o IPCA ficou em 10,06% e 4,52% nos mesmos períodos, respectivamente.

Mesmo com o repasse nos aumentos de custos para os preços finais, Francis afirma que as vendas dos lojistas satélites não subiram na mesma proporção do IGP-M. Daí a briga na renovação dos contratos, com uma explosão de processos ao longo dos últimos meses, segundo ele.

Decisões judiciais têm sido contrárias a lojistas

Os lojistas, no entanto, não têm tido êxito nos processos na primeira instância porque as decisões judiciais baseiam-se no índice previsto em contrato. A consequência será o fechamento dessas lojas, diz Francis. Ele é sócio da rede de roupas de festa Marília Marques, que somava 24 lojas antes da pandemia. Hoje restam 7. O caso mais simbólico do setor é da TNG, que fechou mais de 100 unidades e entrou em recuperação judicial.

A Ablos reúne empresas como Lacoste, Havaianas, Casa das Cuecas, Sidewalk, Planet Girls, Le Briju, TipTop, entre outras que ocupam, individualmente, espaços menores dentro dos shoppings, embora tenham papel importante na diversificação do mix de produtos e serviços. Há redes com desempenho mais forte de vendas, enquanto outras ainda não conseguiram se recuperar.

Vendas subiram menos de 10% no Dia dos Pais

As vendas das lojas satélites no Dia dos Pais subiram menos de 10% em 2022 ante 2021, segundo a Ablos. Já no Dia das Mães, houve alta mais robusta, de 36%. A associação afirma que a base de comparação é fraca (uma vez que o movimento em 2021 ainda estava muito abaixo do normal), e que os custos das mercadorias dispararam. Portanto, não teria havido um ganho real, de fato.

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 23/09/2022, às 16h41)