Rodrigo Pacheco apoia a ideia
-Guedes é contra renegociação
O governo e o Senado trabalham para que o projeto de renegociação de dívidas de empresas, chamado de Refis, seja aprovado na Casa até o fim de maio.
A medida ainda não foi à pauta da Casa Alta por falta de concordância do Ministério da Economia, de Paulo Guedes, que não apoia a ideia. Articuladores do governo no Senado negociam com a pasta para viabilizar a votação no prazo.
A proposta é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O senador defende a ideia como uma forma imediata de ajudar empresas em meio à pandemia da covid-19.
Há baixa controvérsia no Congresso, e Guedes reconhece a necessidade de apoiar empresas que devem ao Fisco, mas resiste ao Refis porque prefere que a negociação seja dentro da reforma tributária.
A Economia também diz que a negociação individual de dívidas é possível por meio da transação tributária –modalidade que foi regulamentada em 2020 pela Lei 13.988.
Para a equipe econômica, o ideal seria analisar caso a caso antes de autorizar a renegociação. Por isso, auxiliares de Guedes admitem as conversas com o Senado sobre o Refis, mas querem negociar o modelo do programa.
O receio é criar um programa com regras genéricas, que beneficiem as empresas que precisam do parcelamento, mas também empresas que ainda têm condições de manter os pagamentos ao governo.
Programas de regularização como o proposto pelo presidente do Senado custaram R$ 176 bilhões. A informação está em estudo de 2020 feito pela Receita Federal. R$ 176 bilhões em 18 anos. Houve 40 programas no período. O órgão não vê a ideia com bons olhos.
As renegociações de dívidas dos pagadores de impostos têm como objetivo regularizar a situação dos devedores. Técnicos argumentam, porém, que as regras tornam vantajoso deixar de pagar os tributos para aplicar os recursos no mercado financeiro.
O programa tenta conseguir o pagamento de pelo menos parte do valor devido, mas a arrecadação fica abaixo da esperada porque muitas empresas ficam inadimplentes.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia elevou a projeção de alta do PIB em 2021 para 3,5%. Os dados constam no Boletim Macrofiscal de maio, divulgado hoje.
Na última versão, publicada em março, a equipe econômica estimava um crescimento de 3,2%. No boletim mais atual, as projeções de inflação também cresceram: de 4,42% para 5,05%, puxada principalmente, segundo a SPE, pelas pressões nos combustíveis e na bandeira de energia elétrica.
A projeção mais otimista de crescimento está em linha com estimativas de mercado. Boletim Focus divulgado nesta semana mostra que o mercado financeiro prevê um PIB de 3,45% em 2021 e inflação de 5,15% este ano.
“Pode-se destacar a expectativa do bom resultado da atividade econômica no primeiro trimestre, mesmo diante do aumento das regras legais de distanciamento e a despeito do fim do auxílio emergencial”, assinalou a SPE no Boletim.
Segundo a equipe, “os resultados melhores no começo deste ano e a expectativa de continuidade do processo de vacinação, impulsionando o setor de serviços no segundo semestre, possibilitaram a revisão do crescimento do PIB para 2021 em 0,3 p.p., para 3,5%”.
O secretário de política econômica, Adolfo Sachsida, afirmou, no entanto, que essa é uma projeção conservadora e ainda há incertezas sobre a evolução da pandemia – possível chegada de uma terceira onda – e o risco fiscal.
“Sem a consolidação fiscal perderíamos a ancoragem das expectativas e isso desestabilizaria a trajetória inflacionária com resultados negativos sobre a atividade econômica”, assinala a SPE na apresentação.
Nesse sentido, Sachsida afirmou que “a melhor política econômica é a vacinação em massa”.
Já em relação às novas estimativas de inflação, a SPE destaca que, apesar de o valor estar acima da meta de inflação de 3,75% para o ano, “deve-se destacar que ele se encontra dentro do intervalo de tolerância”. “A projeção do IPCA converge para o centro da meta a partir de 2022 (3,5%)”, projeta a secretaria.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR) protocolou nessa segunda (17), no Ministério Público do Paraná (MPPR), um pedido de providências contra a Prefeitura de Curitiba por ter promovido evento com aglomeração de pessoas na noite de sexta (14). Fotos e vídeos mostram aglomerações na inauguração do Memorial Paranista, no Parque São Lourenço.
A entidade argumenta que Prefeitura desrespeitou as próprias regras restritivas que proíbem eventos e aglomerações para conter o avanço da Covid na capital paranaense.
O pedido cita o artigo do decreto em vigência que proíbe reuniões com aglomeração de pessoas, incluindo eventos, comemorações, assembleias, confraternizações, encontros familiares ou corporativos, em espaços de uso público, localizados em bens públicos ou privados.
Os restaurantes e bares estão entre os setores que mais sofrem restrições desde o início da pandemia e por isso pede providências do Ministério Público. O MPPR deve avaliar nos próximos dias o pedido. Apesar dos vídeos e fotos, a prefeitura garante que o evento respeitou as normas de distanciamento, o uso de máscara e ainda alega que a maior parte da inauguração aconteceu ao ar livre.
Dono da varejista afirma que dívidas ultrapassam R$ 200 milhões(“trabalhamos só 200 dias desde a crise”)
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A rede de moda TNG entrou com pedido de recuperação judicial na sexta-feira, 21. A empresa, que já enfrentava dificuldades antes da crise decorrente da pandemia, creditou a decisão aos quase 50 dias em que parte de suas lojas ficaram fechadas em 2021.
“Nos dias em que ficamos abertos, a receita ainda foi 25%, 30% menor do que era antes”, afirmou em nota o fundador da companhia, Tito Bessa Junior, ao Estadão/Broadcast. Segundo ele, a recuperação judicial foi protocolada para a empresa ter fôlego e aproveitar a melhora geral da economia no pós-pandemia. “Apesar da pecha negativa da RJ, a nossa decisão foi para que possamos nos reconstruir.”
A companhia deve apresentar um plano de reestruturação em até sessenta dias. O processo está sendo assessorado pelo escritório de advocacia Moraes Jr. e pela consultoria Siegen.
“Vamos pedir uma carência de dois anos para os pagamentos, tentar descontos em algumas situações”, disse Bessa. Os débitos da TNG totalizam mais de R$ 200 milhões, de acordo com ele.
Nos últimos anos, a TNG estava executando planos de reestruturação de despesas, e contratos vinham sendo renegociados e encerrados. “Reduzimos e trocamos operações que apresentavam um poder lento de recuperação e com custos desproporcionais à receita.”
Durante a pandemia, foram fechadas 70 lojas da rede, que permanece com 100 unidades. Bessa, que também é presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), afirmou que as restrições prejudicaram todos os lojistas e poderiam ter sido feitas de outras formas.
Shopping Center Curitiba celebra 13 anos de atividades com uma ação especial para lojistas e clientes.)
O Palladium Shopping Center Curitiba celebra 13 anos de atividades com uma ação especial para lojistas e clientes: uma grande caixa instagramável para entrar, escolher uma mensagem, tirar fotos e compartilhar nas redes sociais. Além disso, o local está todo decorado com muitas nuvens e balões coloridos. A ação acontece até o dia 30 de maio.
De acordo com a gerente de marketing do shopping, Cida Oliveira, pesquisas realizadas pelo Prêmio Impar/Ibope apontaram algumas vezes que o paranaense e o curitibano têm o Palladium como um de seus shoppings preferidos e, além disso, o público normalmente gosta dessas instalações.
Nesses 13 anos de atuação, os negócios gerados pelo Palladium contribuíram com a região do bairro Portão, facilitando o acesso a serviços, lazer, gastronomia e compras. Nos últimos anos, o bairro do Portão também recebeu lançamentos imobiliários, teve acessos e transporte público melhorados e serviços de diferentes setores se consolidaram em suas proximidades. “A geração de empregos e o lazer entram na rotina da comunidade beneficiando milhares de pessoas diariamente”, conta Anibal Tacla, empreendedor do Grupo Tacla, que além do Palladium Curitiba, administra outros 10 empreendimentos no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
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Cada lojista recebeu uma taça de cristal com guloseimas.
Como qualquer outro setor da economia, o varejo tem sofrido os impactos da pandemia. Neste cenário, os lojistas precisaram de bastante apoio e incentivo para suportar a oscilação de movimento dos últimos tempos. Cida pontua que a ação surgiu também para homenageá-los e reconhecê-los como fator determinante para o sucesso do empreendimento. Cada lojista recebeu uma taça de cristal com guloseimas. “É uma maneira grata e carinhosa do Palladium dizer obrigado aos seus parceiros, por estarem ao nosso lado adoçando e colorindo nossos dias”, completa.
Segundo o Sebrae, três a cada quatro pequenos negócios retomarão o faturamento até outubro, mas isolamento em queda e vacinação lenta jogam dúvida sobre uma possível terceira onda da Covid-19; especialistas consultados pelo G1 comentam se vale a pena partir para o crédito.
.”O que parece positivo é que o novo Pronampe vem agora com 20% reservado às empresas mais atingidas do turismo, o que ajuda nosso setor. Mas deveria ter sido renovado com muito mais celeridade”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Juros mais altos previstos para novo Pronampe preocupam economistas e donos de pequenos negócios
Retorno tardio
O período de paralisação dos programas de apoio às empresas e a falta de incentivos fiscais no início de 2021 foram amplamente criticados também por outras associações de comerciantes. Com o iminente colapso do sistema de saúde por conta da segunda onda da Covid-19, foi preciso restringir mais uma vez a circulação de pessoas e o setor queria compensações mais cedo.
Auxílio Emergencial, para melhora do consumo, e o BEm, para reequilibrar contas fixas das empresas, foram reinstalados, faltando apenas a política de crédito facilitado.
‘Novo’ Pronampe aguarda sanção
Foi necessário um novo projeto que partiu do Senado para buscar tornar o programa permanente e estabelecer novas regras, incluindo aumento da taxa de juros. No último dia 11 de maio, o Congresso terminou a fase de tramitação e enviou o programa para aprovação presidencial. Até o momento, no entanto, o presidente Jair Bolsonaro não sancionou a legislação.
A insegurança com os rumos da pandemia acende o alerta de empreendedores que precisam de reforço para continuar de portas abertas. Enquanto procuram reforço de caixa para voltar a operar com vigor, infectologistas não descartam uma terceira onda de Covid dado o cenário de vacinação lenta e isolamento social em queda.
Mas há quem esteja otimista. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estima que 73% das pequenas e médias empresas terão retomado o faturamento equivalente ao período pré-pandemia até o início de outubro.
Isso significa um universo de 12,5 milhões de pequenos negócios que podem retomar o nível de atividade do início de 2020. Mas há uma condição: vacinação de todos os adultos acima dos 25 anos até 5 de outubro, como prevê o calendário do Ministério da Saúde.
“As pessoas estão muito ávidas para passear, consumir e conviver. Com boa parcela da população vacinada, haverá alta muito forte do faturamento e o momento será de oportunidade”, diz Carlos Melles, presidente do Sebrae.
A ressalva de Melles fica para negócios que podem ser impactados de forma mais intensa por mudanças de comportamento da população que vieram para ficar.
Um exemplo é o efeito da maior adoção do home office, que pode diminuir a circulação em polos empresariais. Prestadores de serviços em regiões como essa podem apenas não reaver o nível de atividade a que estavam habituados.
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Crédito compensa?
Para especialistas consultados pelo G1, o possível retorno do Pronampe é ótima notícia, mesmo com taxas de juros mais altas que na edição passada. O reajuste, contudo, aperta ainda mais as contas de empresas que já passam por dificuldades e pode tornar-se proibitivo pelo custo a longo prazo.
O professor de administração da FEA-USP Paulo Feldmann prefere a precaução e afirma que o ideal é que os empresários façam uma boa estimativa de caixa futuro para que fiquem claras as entradas e saídas por seis meses, no mínimo.
“O segundo semestre ainda deve ser complicado. A melhor alternativa é negociar de saída para que, se for possível, as parcelas comecem apenas em 2022”, afirma Feldmann.
O professor acredita que o retorno forte de países em que a Covid está controlada, como Estados Unidos, Israel e Reino Unido, pode ser replicado no Brasil. O alongamento sugerido é, justamente, para anular o atraso de vacinação e aproveitar a retomada, considerando uma hipótese mais pessimista de chegada de doses.
“Houve uma queda relevante de renda neste ano, mas uma saída segura da crise, por meio de vacinas, aumentará o investimento e as contratações. É mais renda distribuída pelo trabalho e nova injeção no consumo”, diz.
· Confiança dos pequenos negócios cresce após cinco meses de queda
Já Sérgio Lazzarini, professor de administração do Insper, entende que o Brasil perdeu a oportunidade de um desgaste muito menor dos negócios por falta de coordenação.
Para ele, os programas de crédito deveriam estar preparados para liberação conforme as necessidades de fechamento do comércio para reduzir a curva de contágios pela Covid. A ação seria conjunta entre entes federais, estaduais, municipais e instituições financeiras.
“Seria possível levar o isolamento social ao máximo, reverter a curva de contágios e dar resgate ao empresário com o devido planejamento de como e quando será reaberta a economia”, diz Lazzarini.
Segundo ele, caberia a um gabinete interministerial de crise centralizar as ações em âmbito federal, com comunicação direta com os demais entes federativos. Sem a articulação conjunta, porém, o empresariado como um todo foi obrigado a queimar o caixa além do necessário, com suporte de crédito que demorou a chegar – quando veio.
“Os empresários não podem ter uma visão míope de só exigir reabertura. Tem que entender o motivo do fechamento do comércio e exigir ajuda para esse momento”, afirma.
A incerteza de que dias melhores vêm pela frente é justamente o que ameaça outros 50 mil bares e restaurantes de fechar as portas em 2021, segundo a Abrasel. Sem um cenário melhor, um deles pode ser o Barziin Gastrobar.
Um manifesto publicado nesta 6ª feira (14.mai.2021) nos principais jornais impressos do país, por 100 entidades do comércio e de serviços, pede o fim do “abre e fecha” e de medidas de restrições de combate ao coronavírus, como o fechamento parcial de estabelecimentos. “Estão matando o comércio aos poucos”, diz.
O informe publicitário (íntegra – 170 KB) afirma que governadores e prefeitos fecham negócios e obrigam os proprietários ao pagamento de impostos. “Em algumas cidades, por mais de 6 meses”, afirma o texto, que diz que os empresários não aceitarão mais fechamentos –nem os que permitem uma operação parcial.
Integram o documento associações como Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers); Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping); Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes); CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas); LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) e dezenas de outras entidades.
“Não é possível viabilizar um negócio com ocupação de 30%”, destaca a peça. As entidades também dizem que há uma escolha desprovida de critérios em relação à autorização de funcionamento de alguns estabelecimentos: “certas atividades não essenciais foram autorizadas a abrir, enquanto outras foram fechadas”.
Afirmam, também, que milhões de pessoas perderam o emprego e atribuem a culpa à “incompetência do ao setor público, notadamente na área de [sic] Saúde”, que segundo os autores “já vinha em questão crítica e foi agravada pelo fechamento de hospitais de campanha construídos em 2020”.
O documento afirma que “25% do comércio quebrou e não volta mais”. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) publicado em 1 de março mostrou que 75 mil estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios fecharam no Brasil em 2020. O cálculo é feito com base na diferença entre o total de aberturas e fechamentos de lojas no ano.
Autoridades de saúde afirmam que o distanciamento social é uma das medidas de contenção do avanço do coronavírus.
E-commerce movimentou R$ 7 bilhões e as categorias de Moda e Acessórios foi o grande destaque. Varejo físico cresceu 6% na semana anterior à data.
Com as restrições nas lojas físicas, os brasileiros recorreram a internet para garantir o presente de Dia das Mães. De acordo com a Neotrust, empresa de inteligência de mercado focada em e-commerce, a data gerou um faturamento de R$ 7 bilhões no varejo digital, cifra que representa um aumento de 15% em comparação ao ano passado. O estudo leva em conta o período de 24 de abril a 08 de maio.
Apesar do aumento no faturamento, o volume de compras foi menor em relação ao ano passado. Em 2021, o Dia das Mães registrou 14 milhões de pedidos, montante 5% menor no comparativo. Apesar disso, os brasileiros gastaram mais: segundo a Neotrust, o tíquete médio teve alta de 21%, atingindo R$ 475,00.
Analisando as categorias com mais pedidos, Moda e Acessórios foi o grande destaque. Em seguida, completam o Top 5 Beleza, Perfumaria e Saúde, Artigos Para Casa, Entretenimento e, por fim, Móveis, Construção e Decoração.
Apesar desses resultados, é preciso se preparar para as próximas datas comerciais, uma vez que o Dia das Mães, sendo a principal data comercial do primeiro semestre, trouxe os resultados esperados para o período.
Veja abaixo os principais resultados do Dia das Mães por categoria:
Comércio
O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio – Dia das Mães mostra que as vendas no varejo físico cresceram 6,0% na semana da data (3 a 9 de maio deste ano), com relação ao período equivalente de 2020 (4 a 10 de maio). O crescimento ocorre depois do tombo histórico das vendas do ano passado.
O Dia das Mães apresentou crescimento acima do registrado na Páscoa, mas o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, aponta que ainda é “um crescimento fraco, pois tem como base dados fortemente impactados pelas restrições geradas pelo início da pandemia de Covid-19. É ainda um reflexo da redução do auxílio emergencial, altos índices de desemprego e aumento dos juros”, afirma. O fim de semana, de 7 a 9 de maio, teve queda de 1,0%.
Neste momento em que 15% da população brasileira se encontra imunizada com pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e com o avanço da vacinação para idosos com menos de 65 anos em grande parte do país, os brasileiros se sentiram mais encorajados a sair de casa e entusiasmados com a perspectiva de retomada de suas rotinas.
Esse sentimento de segurança certamente contribuiu positivamente para o aquecimento das compras de presentes para o Dia das Mães. Analistas da Kantar vislumbram um desempenho de vendas de FMCG (bens de consumo massivo) semelhante ao do ano passado ou ainda melhor, já que este ano, ao contrário de 2020, as lojas físicas estiveram abertas.
O destaque da pesquisa se dá para o comportamento de venda nos canais digitais, ambiente que recebeu mais investimento por parte de 66,7% dos lojistas este ano. Segundo o levantamento, quase um terço das lojas (30,7%) vendeu online para a data. Desse grupo, 62,5% afirmaram que o WhatsApp foi o meio mais utilizado, seguido do site da loja, com 20,8%, e do Instagram, com 16,7% das vendas.
No digital, o meio de pagamento que liderou as compras foi o PIX, utilizado em 41,7% das transações online. Pagamento por link foi usado em 33,3% das vendas, seguido de cartão, 35%, boleto, 8,3% e transferência bancária, também com 8,3% do total.
Ainda assim, 69,2% dos lojistas ouvidos pela pesquisa disseram que venderam somente pela loja física. Na análise das vendas em geral, considerando o físico e o online, 80,8% foram pagas parceladas no cartão ou crediário. Vendas realizadas à vista no débito e em dinheiro correspondem a 17,9% e via PIX apenas a 1,3%. O maior movimento no comércio presencial ocorreu no sábado, véspera da data.
PME
As vendas para o Dia das Mães mais que duplicaram no Brasil quando analisadas as PMES, chegando a 580 mil pedidos. Os dados são do levantamento da Nuvemshop, plataforma de e-commerce com foco em pequenas e médias empresas. Em termos de valor transacionado pelas PMEs na plataforma, as lojas on-line venderam R$ 130 milhões, crescimento de 150% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os segmentos que mais faturaram neste período foram o de Moda (R$ 39,2 milhões), Acessórios (R$ 6,8 milhões), Saúde & Beleza (R$ 6,4 milhões), Casa & Jardim (R$4,5 milhões) e Eletrônicos (R$ 2,8 milhões).
Busca por cupons
O isolamento social provocado pela pandemia do novo Coronavírus está provocando mudanças nas compras para o Dia das Mães, segunda data mais importante do ano para o varejo. De acordo com o Cuponomia, portal que reúne cupons de desconto e cashback online, mais de oito milhões de cupons foram retirados do site durante o período.
O levantamento é um comparativo das últimas duas semanas do mês de março em relação à semana do Dia das Mães. Ainda de acordo com o portal, as vendas para a data aumentaram 140%. A categoria que apresentou o maior aumento foi a de smartphones, que cresceu três vezes no período. A venda de artigos de beleza também dobrou, seguida de móveis e decoração (130%) e eletrodomésticos (70%).
Análise 2020
A principal data comemorativa do primeiro semestre vinha de dois anos consecutivos de resultados no vermelho. Dados do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian mostraram que as vendas no varejo na semana do Dia das Mães (4 a 10 de maio de 2020) registraram queda de -30,7% com relação ao mesmo período de 2019. A retração se soma a queda de -1,4% que fora observada no Dia das Mães de 2019 e representa o pior resultado desde 2003, início da série histórica. Levando em conta apenas o fim de semana do Dia das Mães (8 a 10 de maio de 2020) houve queda de -30,1%, quando comparado com os dias equivalentes de 2019.
As lojas online, por outro lado, representaram crescimento bastante significativo na data comemorativa. O faturamento alcançado pelo e-commerce, no período, mais que dobrou em relação a 2019, passando de R$ 2,78 bilhões para R$ 6,02 bilhões, de acordo com dados da Compre&Confie, parceiro da Social Miner. O crescimento de 117% foi impulsionado, principalmente, pela quarentena imposta no país e pela praticidade de compra e entrega direta à presenteada.
A expectativa de que 67,9% dos consumidores pretendiam comprar algo no Dia das Mães 2020 (seguindo a pesquisa de intenção pré data comercial) se confirmou e refletiu diretamente nas vendas dos e-commerces.
O cenário mostrou ainda que as mulheres foram responsáveis por 54,8% dessas compras, sendo que 57% das conversões em livrarias foram feitas por elas. Já no segmento de bebidas, 66,31% foram feitas pelos homens.
Apesar do uso de smartphones estar crescendo significativamente, principalmente nesta quarentena, as compras pelo desktop ainda se destacam e representaram 65,2% das vendas no período. No entanto, a categoria de Moda e Acessórios foi a que obteve maior representatividade de vendas pelo mobile, sendo que 51,27% dos pedidos foram realizados através de dispositivos móveis.
Outro ponto que chamou a atenção na mudança do consumidor foi a data de realização da compra para a comemoração. Em um cenário de incertezas, provavelmente em resposta à crise da Covid-19, e com a necessidade de repensar investimentos com mais cautela, as compras acabaram sendo adiadas e o segundo maior pico de conversões que antecede o Dia das Mães aconteceu bem próximo ao evento, começando a partir do dia 4 e se estendendo até 8 de maio.
Avaliando as regiões, Sudeste (63%), Sul (15,4%) e Nordeste (13,1%) são as localizações que mais obtiveram representatividade nas compras para a data. Consequentemente, o Sudeste representa o maior número de vendas de todas as categorias de presentes, porém, também se destacaram: segmento de beleza no Nordeste, além de itens eletrônicos e de informática que foram bastante populares no Sul e Centro-Oeste.
Em tempos de compras a distância, questões logísticas também influenciaram diretamente na decisão de compra dos consumidores, e ter boas taxas de frete foi fator decisivo para conversão, o que pode ter influenciado as marcas apostarem nos descontos ou até no frete grátis, resultando em uma queda de 16% no valor pago pela entrega durante o evento, segundo dados da Compre&Confie.