Passados três meses desde que a pandemia provocada pelo novo coronavírus acertou em cheio a economia brasileira, micro, pequenas e médias empresas continuam com limitações no acesso a linhas de crédito mais baratas. Na última semana, o Banco Central admitiu que existe um descompasso na concessão de crédito para empresas de pequeno porte e anunciou novas medidas para aumentar a disponibilidade de recursos para esse segmento.
A mobilização de linhas de crédito emergenciais para pequenos negócios durante esta crise foi marcada pela lentidão. O primeiro programa criado pela equipe econômica previa a liberação de até R$ 40 bilhões para o pagamento da folha de pagamento de pequenas e médias empresas. No início de junho, porém, menos de R$ 2 bilhões haviam chegado de fato a quem poderia se beneficiar de uma linha barata e que ajudaria a manter negócios funcionando mesmo com uma queda brusca na receita.

No início de junho, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, reconheceu que a linha para a folha de pagamentos tinha problemas em suas regras e precisava passar por mudanças, que ainda não foram apresentadas. Entre os problemas apontados pelo setor produtivo estão a exigência da manutenção da folha de pagamentos em uma instituição bancária (um custo que muitos pequenos negócios evitam) e a obrigação de não haver demissões no prazo de 60 dias.
Outro pacote de medidas anunciado pelo BC logo no início da crise liberou liquidez no mercado financeiro. O impacto previsto pela autoridade monetária era de R$ 1,2 trilhão, soma que daria estabilidade para o sistema financeiro atravessar o pior da crise econômica. A maior liquidez, no entanto, não era garantia de que o crédito chegaria para os negócios financeiramente mais frágeis.
Na última semana, o BC afirmou que as medidas de liquidez foram insuficientes para lidar com a demanda por crédito de pequenas e médias empresas – as concessões para pessoas jurídicas desaceleraram nas últimas oito semanas, em especial por causa da limitação a negócios menores. Por isso, a autoridade monetária lançou na terça-feira (23) um segundo pacote, com foco exclusivo nesse público-alvo.
A ideia do BC foi dar incentivos para que os bancos direcionem recursos com taxas e prazos adequados para as condições adversas da atividade econômica. As medidas, que incluem uma menor exigência de compulsórios para depósitos da poupança, realocação de ativos com depreciação temporária e menor exigência de capital para cooperativas de crédito, têm potencial para colocar R$ 272 bilhões em circulação.
Além das novas medidas do BC, as empresas aguardam o efeito de outros dois programas públicos que ainda estão em fase de maturação. Por medida provisória, o governo federal criou o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), que oferece garantias para a tomada de crédito por pequenas empresas e é operado pelo BNDES com o apoio de agentes financeiros. São R$ 20 bilhões que poderão ser usados para garantir até 80% dos empréstimos feitos por esses agentes a empresas com faturamento de até R$ 300 milhões por ano.

Outra iniciativa é o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), aprovado em maio pelo Congresso e que ainda está em fase de implementação pelas instituições bancárias. Foram direcionados pouco mais de R$ 15 bilhões para um fundo garantidor de operações, mas por enquanto apenas a Caixa, entre os grandes bancos, já está fazendo empréstimos. Segundo o assessor especial do Ministério da Economia Guilherme Afif Domingos, o programa só deve estar em operação normal a partir de meados de julho.

O resumo desse conjunto de ações é que milhares de pequenas e médias empresas só terão acesso a crédito em condições mais flexíveis a partir do quarto mês da pandemia. Embora o setor bancário não tenha reduzido a concessão de empréstimos durante a crise, é natural que ele concentre sua atuação nos perfis de menor risco e aptos a assumirem as condições de pagamento de mercado – inclusive por questões regulatórias. Entende-se que era do poder público o papel de acelerar medidas para ampliar a abrangência do crédito para empresas com perfil de maior risco ou com necessidades especiais, como prazos de carência e taxas de juros mais baixas.
No longo prazo, o bom funcionamento das iniciativas com foco em pequenas e médias empresas vai compensar o custo para o Tesouro, de um lado, e o relaxamento regulatório por parte do BC, de outro. Esses negócios são os maiores empregadores do país, ao mesmo tempo em que têm fluxo de caixa mais frágil para manter sua força de trabalho em recessões. O fechamento dessas empresas por falta de fôlego financeiro aumentaria o desemprego e, mais tarde, retardaria a retomada da economia. É preciso evitar esse cenário.

fonte:Gazeta do Povo
[26/06/2020] [21:57]

Icec tem queda de 54 pontos em dois meses e retração bate recorde negativo em junho

REDAÇÃO Amanha dig
25/06/2020 10:44 | Atualizado 25/06/2020 10:47

A renda menor e o crédito mais escasso seguirão, temporariamente, limitando o consumo, prevê a CNC

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu a 66,7 pontos em junho, atingindo o menor nível desde o início da realização da pesquisa, em março de 2011. Os percentuais de retração do indicador também foram os maiores observados na série histórica: retração de 28,6% em relação a maio (com ajuste sazonal) e contração de 43,7% no comparativo com junho de 2019. Ainda influenciada pelos impactos econômicos do novo coronavírus, a confiança dos comerciantes acumulou queda de 54 pontos nos dois últimos meses, levando ao recorde o pessimismo entre os tomadores de decisão do varejo.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que, mesmo com a flexibilização gradual do isolamento social em algumas regiões, o ritmo de recuperação das vendas no varejo deverá ser lento. “A renda menor e o crédito mais escasso seguirão, temporariamente, limitando o consumo, em especial de produtos não essenciais, que representam a maior parcela dos orçamentos domésticos”, antevê Tadros.

O indicador que mede a satisfação dos empresários com as condições atuais, seja da economia, do comércio, seja também da própria empresa, foi o que mais se destacou negativamente, chegando a 38,9 pontos – menor patamar desde dezembro de 2015 –, com quedas significativas, tanto mensal (-46,6%) quanto anual (-58,3%). Especificamente sobre a economia, os números pioraram ainda mais neste mês: 22,7 pontos (menor nível desde junho de 2016), com queda mensal de 62,2% e anual de 73,1%. Mais de 90% dos entrevistados avaliam que a situação econômica atual está pior do que há um ano.

Em relação ao momento do comércio (42,7 pontos), as avaliações negativas representaram 81,2% das respostas dos empresários, contra 59,9% em maio e 51,2% em junho de 2019. O presidente da CNC lembra que, no contexto de prejuízos sem precedentes para o setor, parte dos varejistas de menor porte tem enfrentado dificuldades no acesso ao crédito, apesar do custo mais baixo. “As instituições financeiras ampliaram os riscos de inadimplência nos balanços e têm imposto necessidade de garantias que, por vezes, superam os valores das operações de crédito”, explica Tadros, ressaltando que as micro e pequenas empresas precisam ser estimuladas, pois são fundamentais para a economia. “A criação de um Refis é absolutamente necessária para o soerguimento econômico, já que não se sabe quando a crise acabará”, sugere.

O Banco Central (BC) vai permitir que os consumidores brasileiros saquem dinheiro das suas contas bancárias em lojas do varejo, sem ter que ir ao banco ou a um terminal de atendimento. A possibilidade deve estar disponível a partir de novembro, junto com o sistema de pagamentos instantâneos do BC, o PIX.

O anúncio foi feito ontem pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, no Fórum de Pagamentos Instantâneos. Ele ainda confirmou que o PIX não vai cobrar nada das transferências que serão realizadas entre pessoas físicas.

Segundo Campos Neto, as regras serão apresentadas em agosto. A ideia, adiantou, é oferecer comodidade aos consumidores, dar mais uma opção de negócio para os varejistas que aderiram ao PIX e reduzir o custo do dinheiro em espécie.

O anúncio de que os brasileiros poderão utilizar o sistema de forma gratuita ocorre uma semana depois de o WhatsApp liberar uma ferramenta de pagamentos digital que, segundo especialistas, pode conquistar parte dos potenciais clientes do PIX.

“Haverá gratuidade para pessoas físicas, de forma a possibilitar igualdade de condições com outros meios de pagamentos”, afirmou Campos Neto, pedindo às instituições financeiras que aderirem ao PIX “modelos de negócio e estratégias interessantes e economicamente atrativas”.

Diretor de política monetária do BC, Bruno Serra buscou tranquilizar as empresas em relação ao custo do serviço. Segundo Serra, “a expectativa é que a tarifa fique em torno de 1 centavo a cada 10 mensagens de pagamentos instantâneos liquidadas”.

fonte: MB Marina Barbosa postado em 23/06/2020 CB

Confederação estima que comércio tenha perdido mais de R$ 200 bilhões com a pandemia até a primeira semana de junho. Na PMC de abril, o segmento de tecidos, vestuário e calçados sofreu a maior queda mensal.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) prevê uma retração de 10,1% no volume das vendas no varejo ampliado, em 2020. Já no varejo restrito – que exclui os ramos automotivo e de materiais de construção –, a projeção aponta um recuo de 8,7%. As estimativas têm como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de abril, divulgada nesta terça-feira (16/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Em ambos os casos, a crise sem precedentes, imposta à atividade econômica na história recente, deverá levar o setor a registrar a maior queda anual desde os anos 2000”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Trados. A última previsão da entidade para o comércio em 2020 havia sido em fevereiro, com base nos dados de dezembro de 2019. Ainda sem os efeitos do novo coronavírus, a previsão, naquele momento, era de crescimento de 5,3% para o setor neste ano.
De acordo com a PMC, o volume de vendas no varejo recuou 16,8% em abril, em relação a março, registrando a maior retração mensal do indicador em toda a série histórica da pesquisa – iniciada em 2000 – e igualando-se ao nível observado em janeiro de 2010. Até então, a maior queda mensal do varejo havia ocorrido em março de 2003 (-2,7%). No conceito ampliado, o tombo foi ainda maior (-17,5%), em queda igualmente inédita. Todas as atividades pesquisadas registraram perdas, com destaque para os segmentos considerados não essenciais, como tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (-43,4%) e veículos, motos, partes e peças (-36,2%).
O economista da CNC Fabio Bentes chama a atenção para o fato de que abril foi o primeiro mês considerado “cheio” desde o início da quarentena no Brasil. “Em março, as vendas já haviam recuado 2,1%, sob impacto dos decretos regionais implementados a partir da segunda quinzena daquele mês, por meio dos quais diversas medidas restritivas de combate ao novo coronavírus passaram a ser adotadas”, afirma.
Mês perdido
Os comerciantes brasileiros já podem afirmar que perderam um mês inteiro de vendas com o novo coronavírus. Segundo cálculos da CNC, em 12 semanas de pandemia (de 15/03 a 06/06), os prejuízos do setor com a crise alcançaram impressionantes R$ 200,71 bilhões. O valor é equivalente à média mensal de faturamento do varejo antes do surto de covid-19.
Desse total, o varejo não essencial foi o que mais perdeu: acumulou R$ 184,05 bilhões de prejuízo (91,7% do total). Já o varejo essencial, como supermercados, minimercados, mercearias e farmácias, apresentou perdas de R$ 16,66 bilhões (8,3% do total).
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Segundo dados da consultoria Inloco, o isolamento social no Brasil vem apresentando tendência de redução nas últimas semanas. Após atingir 63% na segunda metade de março, o índice tem recuado sucessivamente, abrindo o mês de junho com uma média semanal de aproximadamente 40%. De acordo com o presidente da CNC, a abertura gradual dos estabelecimentos comerciais deverá manter a tendência de perdas menos acentuadas para o setor ao longo dos próximos meses. “Os danos ao mercado de trabalho, os graus de aversão à oferta e à demanda de crédito, o nível de confiança dos consumidores e o comportamento dos preços tenderão a cumprir, em um cenário de abertura contínua e gradual do comércio, um papel fundamental no ritmo de vendas até o fim de 2020”, ressalta Tadros.

fonte:17 de junho de 2020 • por Moroz Assessoria • em Fecomércio/CNC.

Nesta quinta-feira (4), a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia do governo federal responsável pela manutenção da livre concorrência, aprovou a compra de quatro unidades do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Paraná pelo Festval, controlado pela família Beal. Todos os supermercados estão localizados em Curitiba.

De acordo com o Cade, o negócio não representa risco nenhum à concorrência já que existem outros mercados do mesmo porte. “Conclui-se pela aprovação sem restrições da presente operação”, diz o documento.

A venda dos mercados do Grupo Pão de Açúcar no Paraná aconteceu em maio. Com o negócio, a rede deixa o estado; e o Festval aumenta a participação no setor, com 16 lojas, cerca de 20% do mercado na capital paranaense e região metropolitana.

Até o momento, nenhuma das empresas se manifestou publicamente sobre a decisão do Cade. Por enquanto, as lojas dos bairros Água Verde, Batel, Bigorrilho e Jardim Social mantêm a identidade visual do GPA. Os valores e detalhes da operação não foram divulgados.

fonte: Ricmais

 

Você certamente conhece a Polishop, aquela loja de produtos inovadores, que se propõe a facilitar a sua vida. Fundada em 1999 e gerida até hoje pelo empresário João Appolinário, a empresa se tornou um dos principais players do varejo baseada em uma eficiente estrutura de vendas de mais de mil produtos por meio de call center, e-commerce e 278 lojas físicas por todo o Brasil. O resultado é um incrível faturamento em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. Appolinário também é conhecido pelo público, uma vez que aceitou o desafio de ser um dos “tubarões” (empresários investidores) do reality show Shark Tank Brasil – Negociando com Tubarões, exibido no Canal Sony e reprisado na TV Bandeirantes. No início do conturbado momento da economia gerado pelo COVID-19, Appolinário nos recebeu na sede da empresa, em São Paulo, para nos contar sua interessante trajetória e visão dos negócios, além de nos brindar com uma previsão otimista dos caminhos do empreendedorismo pós-pandemia.

A Polishop é um case de sucesso do varejo, que completou 20 anos. O que mudou nos últimos cinco anos?

A Polishop trabalha com inovação. Antecipa tendências de consumo. Muitas vezes criamos categorias, como a da fritadeira Airfryer, isto porque sempre fomos focados não só nos produtos, mas nos seus benefícios. Produto tem preço, benefício tem valor. Trabalhamos com um tripé: saúde,

beleza e tempo. As pessoas estão cada vez mais sem tempo e se preocupando com a saúde do seu corpo e o seu visual. Todos os produtos que comercializamos trazem um ou mais benefícios nesse sentido. Há cinco anos era muito mais difícil vender uma Airfryer ou um steamear (vaporizador) do que é hoje. Outra característica é que os produtos se encaixam muito no desejo pessoal. Quem não gostaria de ter, ao menos, um dos produtos que vendemos?

Todas as lojas da Polishop são próprias?

Sim. São 278 lojas no Brasil todo, sempre em shopping centers. Toda vez que abrimos uma loja, ela vende bem logo de cara, o que é bem diferente de uma loja de varejo normal, porque os clientes podem experimentar os produtos. Eu quero que elas sejam um parque de diversões. Pode correr, deitar, brincar, fazer massagem, comer, se divertir… A loja de experimentação é o varejo do futuro. E já nascemos com este perfil

A Polishop sempre apostou muito em mídia. De anúncio na TV até chegar hoje com estúdios e canal próprios. Como foi essa evolução?

Começamos em 1999 vendendo pela televisão. Mas desde 2003 montamos nosso canal próprio. Há muitos anos temos mais de 100 horas diárias de televisão compradas de terceiros, fora nosso canal que funciona 24 horas por dia. Continuamos com essa mesma exposição em mídia na televisão. O que mudou foi que entramos na mídia digital. Fazemos uma medição do retorno de venda canal por canal. Isso é comum no digital, mas na TV só nós fazemos. Em cada programa, colocamos um número de telefone diferente. Quando o cliente liga na central, eu sei exatamente de onde ele é e de que mídia ele foi estimulado. Assim eu posso saber direitinho qual é o retorno do capital que estou investindo naquela mídia.

Vocês têm uma revista também?

Sim. Tiramos 1 milhão e 300 mil exemplares de cada edição a cada 40 dias. Distribuímos de três formas. A primeira parte vai de brinde na caixa de cada produto que vendemos. A segunda segue via Correios para um mailing do meu banco de dados e a terceira é distribuída nas nossas lojas físicas. Cada reparte dessas revistas tem números de telefone diferentes. Assim eu sei também exatamente de onde o consumidor viu aquela oferta.

Atualmente, qual é o canal que vende mais?

As lojas físicas são responsáveis por 65% das minhas vendas. É uma questão cultural. Por isso aposto no omnichannel, ou seja, todos os meus canais são integrados, um ajudando ao outro a vender melhor. Na Polishop também é possível comprar pelo site ou por telefone e buscar o produto em uma loja ou recebê-lo em menos de duas horas em casa. É diferente do multicanal, onde os canais de vendas são totalmente independentes.

Você também mantém uma fábrica em Manaus. O que você produz por lá?
A fábrica na Zona Franca foi uma oportunidade e uma necessidade. A Genesis produzia a nossa linha de home fitness e acabamos a comprando. Hoje ela quase não dá conta dos nossos pedidos, mas no futuro ela pode até fornecer para outros clientes.

E as imitações que chegam de mercados paralelos?

Nós sofremos muito com as cópias. A Airfryer é um exemplo. Hoje temos só 20% deste mercado que nós mesmos criamos. O resto é tudo cópia. Elas certamente não têm a mesma qualidade do produto original, desenvolvido e patenteado pela Philips.

Você acredita que o e-commerce, que já estava crescendo, vai se tornar mais poderoso agora, por causa do coronavírus?

Sim. Porém o e-commerce até o corona tinha tomado um caminho errado: o do desconto, da destruição do valor. Eu considero que o grande papel do e-commerce é trazer a facilidade, explicar detalhes, medidas, que a loja não oferece… Atualmente as pessoas querem muito mais informações antes de comprar um produto. Esse deveria ser o papel do e-commerce. Por conta dessa pandemia, o mundo parou. O Brasil parou. Quando voltar ao normal, o varejo nunca mais será o mesmo porque as pessoas não serão as mesmas. Elas estão em casa hoje precisando varrer o chão, limpar o sofá, passar roupa, cozinhar todos os dias… Vão entender que já foi o tempo de usar rodo, pano de chão e balde para limpar a casa. Vão acordar de manhã e se quiserem um suco de frutas vão sacar que não vão mais querer usar aquele espremedor manual. A Polishop oferece equipamentos para facilitar tudo isso. Por isso vejo que teremos um crescimento interessante depois da pandemia.

Mudando de assunto, como é que você foi parar no Shark Tank?

Foram três motivos. Primeiro porque meu pai era empreendedor. Tive a mentoria e o smart money dele. Então foi a chance de passar minha experiência para outras pessoas. Esse programa é um dos de maior qualidade da TV brasileira. Ele leva informação para o empreendedor. São cinco pessoas bem-sucedidas que podem fazer o negócio do empreendedor andar. No Brasil ele é obrigado a se preocupar com uma Lei Trabalhista complicadíssima, Lei Fiscal, tributária, ou seja, um monte de problemas que não deveriam ser seu foco. Então a gente entra para auxiliá-lo a lidar com tudo isso. Empreender é um mix de pessoas, processos e sistema. Isso é a base para sustentar qualquer negócio. O segundo motivo é mudar a percepção das pessoas de que o empresário é um aproveitador, um predador, que está nas colunas policiais. O mau empresário é uma minoria. O empresário gera emprego, paga imposto, faz as coisas acontecerem, ajuda os outros. No programa tenho a oportunidade real de ajudar as pessoas a terem sucesso. Quem não quer ter sucesso?

O terceiro motivo…

É fazer com que as pessoas que têm um bom negócio, uma boa ideia e a veia de empreendedorismo cresçam, ganhem dinheiro e me façam ganhar também. Faz parte do meu DNA fazer bons negócios. Mas se eu entro e vejo que não é sustentável, encerro a minha participação. Atualmente invisto em 14 empresas. Duas não deram certo porque não depende só de mim. Muitas vezes o empresário que recebe nosso investimento acha que o

problema dele está resolvido. Não! Ali é que está começando… O investidor vai querer resultados. O empreendedor vai ter que trabalhar muito mais. Eu investi em pessoas excelentes e outras que não estavam a fim. Faz parte de todo negócio.

Algum desses investimentos exigiu mudança de planos?

Da última temporada ainda tem quatro empresas que estamos na fase final de estudo. Tem vezes que, ao finalizar este estudo, eu avalio novamente se faz sentido entrar no negócio. Sei que vai dar certo, mas o negócio vai ser sempre pequeno. Nós temos poucos minutos no programa para avaliar a situação. Não existe um negócio que você fecha em 10 minutos de perguntas. Por outro lado, a gente está em contato com as últimas tendências do mercado. É um programa muito bacana.

Por falar em tendências, você está otimista com a recuperação da economia no pós-coronavírus?
Sim. Acho que essa situação pode até facilitar. Agora não depende mais de uma vontade política. Será uma necessidade real mudar as coisas. Antes a água estava no peito, agora já chegou no nariz! As reformas têm que ser feitas. Quando Congresso quer, vota rápido. Vai haver também uma mudança na forma dos investimentos. Quem comprou ação de uma empresa, virou sócio dela. Se ela desvaloriza, uma hora vai retomar o fôlego. Não tem problema. Já quem especulou se deu mal. O dinheiro vai voltar para a vida real. Estou muito otimista com a retomada. Temos 220 milhões de consumidores que perderam temporariamente seu poder de compra, mas eles voltarão a comprar porque isso tudo passará. Mas voltarão diferentes. Eles vão ser muito mais clientes Polishop do que clientes de produtos de baixa qualidade e que não trazem benefício para suas vidas. Comprar por comprar vai acabar.

fonte: Por Leonardo Millen, GOWHERE LISFESTYLE E GASTRONOMIA.

Praticamente 7 em cada 10 consumidores brasileiros (69%) tiveram alguma perda de renda desde o início do isolamento social adotado para conter a disseminação pelo novo coronavírus no país.
Com a renda menor, 62% dos brasileiros acreditam que ainda vão enfrentar algum problema que levará ao atraso no pagamento de suas contas. Os dados são de uma pesquisa da DMCard, uma administradora de cartões de marca própria, conhecidos como private label, com 15.010 pessoas entre 5 e 12 de maio.
Perguntados sobre quais dívidas dariam prioridade em caso de não terem dinheiro suficiente para pagamento em dia de todas, as contas de consumo como água, luz, telefone e internet ficaram em primeiro lugar, com 31%, levando em consideração que eles puderam citar mais de uma resposta.
Em segundo lugar na prioridade do consumidor está o cartão de crédito do supermercado, o cartão de marca própria em terceiro (29%) e, em quarto lugar, o cartão de crédito tradicional (20%).
A ordem de prioridade aponta para um consumidor que está preocupado em manter seu poder de compra, principalmente do que é essencial, em manter a comida na mesa, demonstra o levantamento.
Na sequência das dívidas que não ficaram entre as prioridades estão os financiamentos (11%) e a assistência médica (9%).

fonte: Por Weruska Goeking, Valor Investe — São Paulo 07/06/2020

A atual missão do Magazine Luiza é ajudar a digitalizar o varejo brasileiro. Só que, para isso acontecer, a condição inexorável é que existam lojistas. Parece óbvio, mas em tempos de crise econômica não é, afinal, muitos devem fechar as portas por problemas financeiros nos próximos meses. Para evitar um quebra-quebra generalizado, o Magalu está conversando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e com outros agentes do mercado financeiro para estruturar uma forma de fazer o crédito chegar a pequenos e médios comerciantes.

“Estamos vendo a possibilidade de lançar uma linha de crédito para os sellers [lojistas] financiar seu capital de giro e folha de pagamento, por exemplo”, disse Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, se referindo a parcerias com fundos de investimento de direito creditório (FIDCs), em live promovida pela gestora Verde Asset. “Vamos participar de um bid [disputa] para repassar recursos para nossos vendedores – podemos assumir boa parte do risco, pois os conhecemos, sabemos quem são, há quanto tempo trabalham… é a oportunidade de fazer o dinheiro chegar na ponta.”

O Magazine Luiza já financia os seus parceiros com a antecipação de recebíveis por uma taxa de desconto que, segundo Trajano, é menor do que a cobrada por empresas de maquininhas de cartões, como Cielo e Rede. “Uma vez ouvi do presidente de uma adquirente que o que ele faz é Robin Hood às avessas: cobra pouco dos grandes lojistas e muito dos pequenos”, disse.

Para além de cuidar da sobrevivência das PMEs, outra frente importante para a varejista completar a sua missão é prover os meios para que os pequenos lojistas façam transações online. Nesse sentido, o Magalu desenvolveu ferramenta para que as PMEs emitam notas fiscais eletrônicas. Só que isso só funciona para aqueles que já são habilitados pela secretaria da Fazenda a fazer a emissão. Os demais precisam ir às juntas comerciais que, em tempos de pandemia, estão fechadas. “Nesse caso, desenvolvemos um processo com uma ‘subcertificadora’ que faz a certificação digital”, conta, sem revelar o nome da parceira na empreitada.

Fato é que apenas 5% das 5 milhões de varejistas no Brasil vendem pela internet. Para Trajano, esse número deve dobrar agora por causa do isolamento social. Mesmo assim, é um percentual muito aquém do registrado pela China, de 30%, e pelos Estados Unidos, de 15% a 20%. “Estamos vendo consumidores que nunca compraram com a gente comprando pela primeira vez e clientes que compravam apenas produtos de linha branca, por exemplo, comprando itens de outras categorias, como papel higiênico”, afirmou. “É uma tendência que veio para ficar.”

O resultado dessa tendência é que, em maio, mesmo com 60% das lojas físicas fechadas, o Magazine Luiza viu as vendas crescerem 45% – crescimento que os 5 milhões de lojistas sonham ter.

fonte:Por Natália Flach 03/06/2020 às 21h00 Exame

A varejista de roupas C&A é uma das maiores redes de varejo de roupas do mundo e, claro, mais uma das vítimas da pandemia do novo coronavírus. A empresa, que abriu capital na bolsa de valores no ano passado, esperava crescer 3% em 2020. Ledo engano. No primeiro trimestre, que pegou menos de um mês da quarentena causada pela Covid-19, a empresa já apresentou uma redução de 6,1% das vendas, a R$ 975 milhões.

Atualmente, a companhia possui apenas 20% de suas 286 lojas no Brasil abertas. Para Paulo Correa, CEO da C&A Brasil, ainda é difícil prever quando todas as lojas estarão em funcionamento. No entanto, ele acredita que grande parte das unidades sejam reabertas até o fim de julho.

“Estamos muito atentos a percepção das autoridades locais de cada município”, disse Correa em entrevista ao programa CNN Líderes. “À medida em que exista o alinhamento das autoridades municipais e estaduais, começa a nossa preparação para a reabertura.”

A empresa, no entanto, sabe que precisará mudar muito a forma de atender quando a economia reabrir. Uma das questões é a questão da prova de roupas: pelo menos a princípio, a prática será proibida dentro das lojas. Inclusive, as trocas de peças passarão por uma espécie de quarentena dentro das unidades para, só depois, voltar a ser comercializada.

Além disso, a empresa também começa a acelerar mais as suas vendas online. Segundo Correa, de uma hora para a outra, 96% do faturamento da empresa sumiu dada a dependência que a companhia possui do varejo físico.

“Isso gerou uma mobilização muito grande da companhia para tentar levar a C&A às casas das pessoas”, diz ele. “Afinal, mais de um milhão de pessoas entravam em nossas lojas todos os dias, antes da pandemia.”

fonte:Do CNN Brasil Business, em São Paulo 03 de junho de 2020 às 20:16

Acrise da pandemia da covid-19 tem provocado perdas que superam R$ 150 bilhões no varejo brasileiro nos último dois meses. O volume de vendas do comércio ampliado caiu mais de 13% apenas em março, primeiro mês da crise humanitária, colocando em xeque um dos setores mais dinâmicos da atividade econômica. Ainda que haja maneiras alternativas de escoamento das vendas, como o comércio eletrônico e o delivery, o varejo no Brasil é bastante dependente da modalidade presencial. Com estabelecimentos fechados, o pessimismo se instalou entre os tomadores de decisão do varejo em maio: o Icec (Índice de Confiança do empresário do Comércio), produzido mensalmente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio), chegou à zona pessimista pela primeira vez desde março de 2017.
Os resultados de maio do Icec mostram que, na escala de 0 a 200 pontos, a confiança dos comerciantes atingiu 93,5 pontos, o menor nível desde setembro de 2016. A queda de 20,9% na passagem mensal é a maior taxa negativa da história do indicador, que teve inicio em 2011. A redução do nível de maio comparativamente ao março, com dados coletados antes da crise, chegou a 36 pontos.
Regionalmente, os empresários do nordeste e do sul são os mais pessimistas.
O ICEC é um indicador que busca detectar tendências das ações dos tomadores de decisão do setor do comércio. É composto por 9 questões divididas em 3 subíndices, Índice de Condições Atuais (economia, comércio e desempenho da empresa), Índice de Expectativas (economia, comércio e desempenho da empresa no curto prazo), e Índice de Investimentos (intenções de contratar, intenções de investir na empresa e situação dos estoques).
Com cerca de 6.000 dirigentes de estabelecimentos consultados e um peso médio de aproximadamente 95% de empresas de pequeno porte, em maio pouco mais de 67% dos comerciantes sentiram que a economia piorou.
No entanto, a questão mais afetada dentre os componentes da pesquisa são as expectativas para o curto prazo. Apesar de o índice ainda estar acima dos 100 pontos do corte de indiferença (120,5), quando se comparam os níveis de maio com os de março, a queda foi de 44 pontos. Apenas as expectativas para a economia tombaram 52,7 pontos nos 2 últimos meses. A rápida deterioração das perspectivas dos comerciantes indica que não apenas as condições correntes estão muito ruins, mas que a economia, o comércio e o desempenho da empresa tendem a piorar nos meses à frente.
Nesse contexto negativo, as intenções de contratar chegaram ao menor nível desde junho de 2016, em que 56,7% dos varejistas afirmam ter intenções de reduzir o quadro de funcionários. Além disso, quase 60% devem reduzir os investimentos no próprio negócio, já que, além da situação atual ruim e expectativas de ainda maior degeneração, as dificuldades de acesso ao crédito estão levando cada vez mais comerciantes a retrair os planos de investimentos nas empresas, como na ampliação das lojas.
Mesmo com injeção de liquidez em diferentes iniciativas do Banco Central, o crédito está “empoçado” no sistema financeiro. Os bancos estão entesourados, mas ampliaram as provisões referentes à inadimplência, e, com isso, as empresas de menor porte têm encontrado grandes dificuldades para acessar os recursos.
Nem mesmo envolevendo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) o o dinheiro conseguiu chegar onde é mais necessário. Aliás, o fracasso do BNDES nas concessões é justificado em razão de não emprestar diretamente, mas por meio das instituições finaceiras que estão avessas às essas operações de crédito com empresas pequenas.
Sem crédito e nenhum tipo de auxilio emergencial, o cenário para os próximos meses é dramático para parcela expressiva dos estabelecimentos do comércio, especialmente os de pequeno porte. Acentuaram-se os riscos de encerrarem suas atividades em definitivo, pois estão no limite de suas capacidades de caixa para suportar o baixíssimo faturamento. Por isso medidas ainda mais urgentes e rápidas devem ser adotadas para preservação de pelo menos parte da atividade empresarial no varejo, considerando adicionalmente que o comportamento dos consumidores vai mudar quando passar a pandemia.
Vale ressaltar que as empresas de micro e pequeno porte possuem participação de cerca de 80% no setor terciário (comércio e serviços), de acordo com dados do Sebrae e da Receita Federal. Elas também têm participação importante na empregabilidade, porém, passadas 10 semanas da crise, não foram alvo de nenhuma medida direta de socorro, como ocorreu em outros países.

fonte: CARLOS THADEU DE FREITAS GOMES e IZIS FERREIRA
01.jun.2020 (segunda-feira) – 15h25 PODER