MINUTO VAREJO

 – Publicada em 17 de Janeiro de 2023 às 21:20  JC P.Alegre

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

Um tema pediu espaço no palco da NRF Retail’s Big Show em Nova York em 2023. Em meio a estratégias, trunfos e dores de grandes marcas com produtos novos, a revenda (resale, em inglês) despontou e demarcou terreno como segmento que deve ganhar mais e mais relevância, com exemplos de empresas que estão crescendo surfando uma onda de adoção pelos consumidores. Da gigante sueca Ikea a startups de varejo, exemplos de operações e inclusão de usados no modelo de negócio desfilaram na feira, que se encerra nesta terça-feira (17) no Jacob Javits Center. “Foi a principal novidade da NRF 2023”, atesta o vice-presidente da CDL Porto Alegre, José Resende, atentando para atrativo para fluxo e para elevar a receita, além do fator sustentabilidade.

A projeção é que o resale movimente US$ 300 bilhões até 2031 no mundo. Empresas que atuam no modelo foram provocadas a explicar o modelo e a responder o que os consumidores estão dispostos a comprar. Lee Peterson, vice-presidente da WD Partners, mostrou que 74% das pessoas compram devido ao preço. Mas um foco para lojistas é o fluxo para pontos de venda e consequentemente mais caixa, em novas vendas. Sarah LaFleur, fundadora e CEO da La Fleur, que atua com roupas, diz que clientes recebem bônus ou dinheiro na venda do usado. “Cerca de 70% usam o dinheiro para compra e, quando gastam, o valor é quatro vezes maior que o crédito que receberam”, diz Sarah.

Antes disso ainda, a CEO da La Fluer disse que é mito que os mais jovens que mais se interessam pelo resale e dá uma dica: “Ao comprarmos de alguém que compra a nossa marca, isso gera empatia”. Relacionamento com os shoppers (consumidores) e ainda atuar no lado da cadeia de suprimento. Liz Hershfield, gerente de sustentabilidade do Crew Group e vice-presidente de abastecimento da Madewell, reforçou o foco em gerar processos sustentáveis. A marca abriu uma loja física para reforçar a educação das pessoas. “Como cuidar da roupa, fazemos parceria com as marcas, colocamos alfaiate para ensinar. O sucesso não é só na venda, mas para gerar engajamento”, resume Liz. A empresa também atua com fábricas para melhorar desde condições de trabalho à remuneração. Mas observou a marcas que analisam entrar no resale: “Precisa fazer a pergunta do por quê?”

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