Com o avanço da vacinação no Brasil, o setor de serviços deve ser o mais beneficiado na economia, principalmente os de eventos e turismo. A recuperação já pode ser observada em maio, com crescimento de 1,2%. Serviços prestados as famílias atingiram crescimento de 17,9%, seguidos de transportes com 3,7%.
No cenário internacional, o destaque é para o CPI (índice de preços ao consumidor) nos Estados Unidos, que subiu 5,4% anualizado, o maior índice em 13 anos.
Esses e outros temas são tratados no “Panorama Mercado&Consumo” desta semana, produzido pelo time da Gouvêa Analytics, integrante da Gouvêa Ecosystem. Confira, a seguir, os principais pontos de atenção nos próximos dias na economia.
Cenário econômico nacional
O IBC Br, índice do Banco Central que tenta antever o crescimento do PIB, caiu 0,43% em maio, surpreendendo o mercado que esperava forte alta. O índice de abril teve relevante revisão, passando de 0,44% para 0,85%, um dos motivos da queda em maio. Altas nos serviços, varejo e indústria no mês contradizem o indicador, mas a visão do mercado sobre o PIB ainda é positiva, dado o avanço da vacinação no País.
As vendas no varejo cresceram 1,4% em maio, na comparação com abril. Entre as altas, os destaques foram tecidos, vestuário e calçado (16,8%), combustíveis (6,9%) e artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%). Os resultados demonstram que, com o avanço da vacinação, a nova tendência deve ser reforçada no segundo semestre, de concentração em comércio fora de supermercados e farmácias.
O setor de serviços também apresentou dado positivo em maio. O crescimento de 1,2% colocou o setor no azul novamente em relação ao pré-pandemia, depois de meses seguidos de baixa. Serviços prestados a famílias atingiram crescimento de 17,9%, seguidos de transportes com 3,7%. O setor deve ser o mais beneficiado com o avanço da vacinação, e diminuir a disparidade de crescimento entre setores. Eventos e turismo devem ter os grandes impulsos com os números melhores da covid.
A inflação oficial de junho, medida pelo IPCA, teve alta de 0,53%, o que levou o índice em 12 meses para 8,35%, muito acima da meta. No ano, o índice já acumula alta de 3,77% reforçando a tendência de alta na Selic. A energia elétrica foi a grande vilã e deve ser novamente em julho, com a tarifação vermelha 2. O índice no ano deve passar de 6% e agora o BC já olha a inflação de 2022, para manter a ancoragem de expectativas.
Cenário econômico internacional
Nos EUA, o assunto do momento é a inflação. No último dado, em junho, o CPI (índice de preços ao consumidor) subiu 5,4% anualizado, o maior em 13 anos. Mesmo o “core” que desconsidera preços mais voláteis, subiu 4,5%. A meta no País é de 2%. Carros usados, por conta da falta de microprocessadores e escassez de carros novos, passagens aéreas e restaurantes colaboraram para o aumento, mostrando uma mistura de efeitos de oferta e demanda. A má notícia para o Banco Central é que os consumidores estão aumentando suas expectativas para o índice, e, caso passem para contratos, a inflação pode se disseminar na economia. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan caiu muito por conta da piora das expetativas de inflação dos agentes.
O índice de vendas em varejo norte americano subiu 0,8% em junho comparado com maio, acima das expectativas do mercado. Restaurantes e bares contribuíram para esse aumento, assim como vestimentas e acessórios. Por outro lado, móveis e materiais de construção caíram, mostrando a nova tendência: “tudo menos casa” do pós-vacina.
Na China, o PIB do segundo semestre cresceu 7,9%, desacelerando em relação ao primeiro, mas dentro das expectativas dos agentes. Esse número deve ficar muito próximo da média do ano, com números de junho para produção industrial, varejo e investimentos em patamar alto.
Por outro lado, o Banco Central liberou empréstimos compulsórios para os bancos, o que mostra preocupação com o crescimento da economia nos próximos trimestres e anos. A China deve escolher exportar inflação (dobrando aposta em políticas expansionistas) e não recessão (ajustando com políticas contracionistas).
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