O número de endividados no país chegou ao maior patamar em 11 anos em 2020, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O percentual de famílias com pendências financeiras subiu 2,8 pontos percentuais no ano passado em comparação com 2019. Fechou aos 66,5%.

Os dados foram publicados nesta 6ª feira (29.jan.2021). Eis a íntegra (423 MB).

O endividamento chegou a alcançar 67,5% em agosto e, desde então, teve início uma trajetória de queda.

O período foi marcado pela pandemia de covid-19, que teve impacto no número de desempregados do país. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 14 milhões de pessoas procuravam emprego no trimestre de setembro a novembro.

Passe o cursor para visualizar os valores no gráfico abaixo:

A CNC publica mensalmente a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) com as médias de famílias com pendências financeiras. Apesar de ter registrado o maior percentual em 11 anos, subiu menos do que em 2019, quando registrou alta de 3,3 pontos percentuais contra 2018. Na prática, o crescimento do endividamento desacelerou.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os impactos negativos do surto de covid-19 ao longo do ano impuseram a adoção de medidas de recomposição da renda, como o auxílio emergencial, e de estímulo ao crédito, como forma de manter algum nível de consumo pelos brasileiros. Ele afirmou que a taxa básica de juros, a Selic, que está em 2% ao ano, também contribuiu para manter o controle financeiro das pessoas.

“Em conjunto com a redução dos juros ao menor patamar da história e com a inflação ao consumidor controlada em níveis baixos, estas ações [de auxílios emergenciais] forneceram às famílias condições de ampliar a contratação de dívidas e renegociar as já existentes”, afirmou Tadros.

A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso cresceu 1,5 ponto percentual. Chegou a 25,5% na média do ano.

“Houve sucessivas altas ao longo do ano, com o percentual atingindo o maior nível da história em agosto, com 26,7%. Porém, esta porcentagem passou a cair durante o 2º semestre, influenciada pelo conjunto de medidas de combate à pandemia que ajudaram os consumidores com relação à capacidade de pagamento de parte das contas e dívidas”, afirmou Izis Ferreira, economista da CNC.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de quitar os débitos no mês seguintes cresceu 1,4 ponto percentual de 2019 para 2020. Subiu para 11% na média anual.

Fonte: poder 29/01/2021 Hamilton Ferreira 

 

 

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