O ano de 2020 foi bastante difícil para o setor calçadista brasileiro. Conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o setor pode ter perdido 21,8% da sua produção em 2020, retornando a patamares de 16 anos atrás [dado oficial, do IBGE será divulgado até o final de janeiro]. Na exportação a queda foi de 18,6%, pior número desde 1983. Já para 2021, a estimativa é de incremento tanto em produção (+14,1%) quanto na exportação de calçados (+14,9%). O crescimento, porém, não será suficiente para recuperar o tombo verificado no ano passado.
Quanto à produção de calçados, a queda no acumulado até novembro foi de 23,4% (para 654,1 milhões de pares fabricados), sendo que o ano deve fechar com uma queda de 21,8%, indicando pequena melhora no último mês de 2020. “Fecharemos o ano com a produção de 710 milhões de pares, nível registrado em meados dos anos 2000”, destaca Haroldo Ferreira, presidente-executivo da entidade. Para 2021, a expectativa é de que o setor cresça 14,1% sobre a base fraca do ano passado (para 811 milhões de pares). “Porém, ainda que a estimativa se realize, estaríamos 10,3% abaixo do desempenho de 2019 (908 milhões de pares), na pré-pandemia”, projeta.
. Ele revelou que a entidade encaminhou um ofício para as federações de indústrias dos principais polos calçadistas do país para estudar a possibilidade do Sesi promover vacinação nas fábricas. De acordo com Ferreira, a própria Confederação Nacional da Indústria (CNI) está negociando com o Ministério da Saúde uma ação nesse sentido.

Indústria brasileira produziu 200 mil pares a menos no ano passado

Único mês de 2020 com resultado superior ao de 2019, novembro incrementou em 6,7% o faturamento da indústria de calçados frente ao mesmo mês do ano passado. Em coletiva de imprensa promovida em formato online pela Abicalçados nesta quarta-feira (13), o presidente executivo, Haroldo Ferreira, destacou que o impulso veio das exportações. Ainda assim, durante o ano as fabricantes reduziram a produção em 200 milhões de pares, se comparado a 2019. “A queda de produção frente ao ano passado seria maior, mas em função deste crescimento de novembro, ficou em 21,8%.” Segundo dados da Abicalçados, ao todo foram fabricados 710 milhões de pares de calçados.
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Durante a apresentação das projeções e as pautas prioritárias do setor para 2021, o presidente do Conselho da entidade, Caetano Bianco Neto, ressaltou que o resultado de 2020 significa um retrocesso de 16 anos. “Equivale à produção de 2004/2005. Diferente do Brasil, outros polos produtores de calçados tiveram um impacto menor em meio à pandemia de Covid-19, destacou Ferreira. Dentre os países que mais sofreram, a Índia e o Vietnã superaram o Brasil em mais de 20%.
“Mesmo que sem fechamento do comércio, e com a vacinação da população ocorrendo, não acreditamos que vá ter aquecimento em 2021”, emenda Ferreira. “Devemos ter um ano melhor que 2020, mas ainda enfrentaremos dificuldades.” Ainda assim, a entidade projeta um crescimento de 14,1% na produção em 2121, com a fabricação de 810 milhões de pares. “Mas para se mensurar é preciso salientar que esta produção representa apenas 19,3% do que se produziu em 2019”, destaca Bianco Neto.
Dentre as mudanças que “vêm para ficar” nos negócios das fabricantes nacionais, o e-commerce foi o canal adotado pela maioria das marcas. “O meio digital facilita para o comprador”, opina o presidente da Abicalçados. Ferreira informou que os preços das novas coleções que chegam ao mercado brasileiro estarão “corrigidos” em torno de 10%. “Tivemos reajustes superiores a isso nos insumos. Esperamos não precisar que ocorra uma nova correção.” Dentre as pautas que a entidade deve trabalhar em prol do setor no decorrer de 2021, a principal será o extensão do direito antidumping contra o calçado chinês. “Além disso, defenderemos a reforma tributária e administrativa e já estamos trabalhando para diminuir as importações”, afirma Ferreira. “Estes são os caminhos para gerar mais empregos no País e para reduzir o custo Brasil, propiciando ao setor maior competitividade internacional.”

fonte: MARCOS GRACIANI 14/01/2021 Amanha Digitg./ JC Adriana Lampert

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